Poucos estudantes sabem, mas o passe-livre não existe mais.
Por exemplo, a prova mais concreta são os estundantes do pós-médio que não conseguem mais tirar o seu RioCard. Esses são justamente os estudantes com mais dificuldade de se mobilizarem, porque estudam à noite e passam o dia TRABALHANDO.
Enquanto isso, quem faz ensino médio acabou de perder uma passagem diária no Rio Card - e poucos deles têm direito ao Rio Card do Metrô e do Trem. Assim, vemos mais do que nunca o nosso direito de ir e vir ameaçado pelo Estado racista do Rio de Janeiro, o mesmo que assassina mulheres, negros e crianças nas periferias.
E a AMES, entidade que historicamente dirigiu as lutas estudantis por mais de 50 anos? Onde foi parar a AMES? Foi parar no colo dos GOVERNOS, FEDERAL, ESTADUAL e agora MUNICIPAL (Eduardo Paes). Essa entidade (hoje fantasma) é dirigida por uma camarilha (PC do B e PT), que tá mais preocupada com os seus cargos e salários - e em manter os estudantes quietos e pacíficos diante dos milhares de ataques dos governos.
Por esses motivos, não devemos ter nenhuma ilusão nas “políticas públicas” que visam reformar estas instituições falidas e corruptas. Nada pode ser mudado neste Estado, porque ele é controlado financeira e politicamente pelos empresários, e é defendido pelas Forças Armadas, que sempre foram uma instituição ligada ao imperialismo e às classes dominantes nacionais, como o Golpe de 1964 prova.
Só um governo exercido pelos trabalhadores, através de suas assembléias de luta, pode mudar de fundo a situação dos estudantes e TRABALHADORES da cidade e do campo. Além disso, só um governo assim, nascido de uma revolução socialista (para mudar a lógica da nossa sociedade, que se preocupa mais com os lucros do que com quem a constrói) pode resolver a questão do transporte, colocando-o a serviço e sob controle da população.
E mudar a matriz energética do transporte, que hoje é altamente poluente (baseada no petróleo), utilizando energias renováveis. Uma mudança deste tipo exige atacar duramente grandes monopólios energéticos, o que não pode ser feito em regime capitalista. Assim, a luta estudantil pelo passe-livre tem também um conteúdo ecológico e anticapitalista.
A melhor forma para nos organizarmos para começar esta guerra é com a criação de uma corrente estudantil realmente comunista. Ou seja, baseada nos estudantes vindos da classe trabalhadora e das periferias, e ligada à luta geral para acabar com o capitalismo.
Nesta luta, uma corrente comunista deve também ter uma política revolucionária para lidar com as duas grandes opressões específicas na sociedade capitalista: o machismo e o racismo, que dividem a nossa classe e impedem grandes setores dela de se incorporarem na luta. Sem combater pelas mulheres e negros, é impossível criar uma direção marxista revolucionária para a classe!
Esta corrente deve se fortalecer através da intervenção nas lutas e na disputa pela reorganização do movimento, através da formação de uma nova entidade estudantil na cidade, que tenha vida orgânica e presença nas escolas. A UMELUTAS, em 2005, foi uma tentativa de fazer isso, mas que fracassou devido ao sectarismo do PSOL, do PSTU e do MEP anarquista. Agora, o essencial é retomar o processo das Plenárias de Grêmios, que foram um fórum muito importante nos últimos anos, mas que foram destruídas pela política de acordão por consenso entre PSOL e PSTU. As plenárias podem ser a base da reorganização e de uma possível futura entidade.Mas não podemos desistir. Muitas lutas virão.
Se você concorda com essa perspectiva, discuta conosco!
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