domingo, 19 de abril de 2009

Guerra no Oriente Médio (janeiro/2009)

UNIR OS TRABALHADORES DA PALESTINA E ISRAEL  PARA DERROTAR O EXÉRCITO ISRAELENSE!

Quando terminamos de escrever estes panfletos, já eram mais de 700 mortos, além da destruição de hospitais, escolas etc. O Hamas, que é o governo eleito da Autoridade Nacional Palestina, está sendo perseguido e exterminado.
O que está por traz dessa guerra?
A violência é permanente desde a fundação do Estado de Israel, em 1948. Com a colaboração do Reino Unido, e debaixo da cobertura da ONU, toda a população palestina foi varrida, para permitir que outra nação se estabelecesse naquele território. A justificativa para isso foi a ideologia sionista, que dizia que os judeus eram um povo “sem terra” indo para uma “terra sem povo”, ignorando a existência do povo palestino, de língua e cultura árabes, que estava lá há vários séculos.
Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Israel tomou grande parte do território que restava da Palestina, sobrando somente a Cisjordânia e a faixa Gaza. Por isso, também dizemos: fora Israel dos Territórios Ocupados!
Esta não é uma guerra religiosa, como a imprensa tem afirmado. O objetivo é aumentar a autoridade de Israel como representante do imperialismo estadunidense no Oriente Médio. E isso para facilitar o controle de recursos naturais, como o petróleo, pelos EUA. Por isso, estamos no campo militar (mas sem apoiar suas posições políticas) do Hamas: pela derrota do Exército de Israel! Ao mesmo tempo, somos a favor da defesa de todos os presos políticos do Hamas e pelo direito democrático à existência desse partido.
Na Palestina há dois povos interpenetrados: os palestinos e os israelenses. Ambos os povos têm unidade de território, economia, cultura e língua – os critérios marxistas para determinar o que é uma nação – e por isso têm direito à autodeterminação. E mais importante: são divididos em classes. Não só a burguesia israelense, como a Autoridade Nacional Palestina (que é um “Estado fantoche” de Israel, construído para dar um “cala-boca” na reivindicação pela autodeterminação palestina) se beneficiam dessa situação, de onde tiram seus privilégios.
Por isso, o fundamentalismo de grupos como o Hamas, por suas ligações com a burguesia nacional, com o Estado, é incapaz de solucionar a questão palestina. Além disso, a sua ideologia anti-semita e o seu machismo e homofobia gritantes impedem a união entre os próprios trabalhadores árabes.
A maioria da esquerda, adotando as posições dos grupos fundamentalistas, acaba defendendo a “destruição do Estado de Israel”. Obviamente, sabemos que só é possível a sobrevivência do povo palestino com a destruição do Estado burguês israelense e do seu exército genocida. Mas esta é a tarefa da revolução social contra TODOS os Estados burgueses, e a ênfase nesta palavra de ordem específica (porque ninguém faz panfletos pelo “fim do Estado brasileiro” ou “fim dos Estados Unidos”) tem um conteúdo bem particular. Esta bandeira, que é adotada inclusive pelos neonazistas europeus, significa que os israelenses não constituem uma nação e, por isso, só podem permanecer na Palestina como minoria sem direitos nacionais.
Alguns dos partidos que defendem isso, como o PSTU, a LBI e o PCO, chegam ao extremo de apoiar atentados contra os civis israelenses. O terrorismo contra civis só serve para jogar os civis contra a causa da auto-determinação palestina.
Aliás, a idéia de que o Estado de Israel é um estado racista é óbvia: TODO ESTADO É RACISTA!, porque eles servem para dividir os trabalhadores em linhas nacionais. Por isso, o Estado brasileiro é racista contra os negros, o Estado Espanhol contra os bascos e catalães, o Francês contra os árabes etc.
No capitalismo, essa questão não tem solução. A existência do mercado leva inevitavelmente às burguesias israelenses a palestina à concorrência e elas joga os dois povos um contra o outro para se manterem no poder. Por isso, a solução é a UNIÃO entre os trabalhadores árabes e israelenses contra as suas burguesias, para criar um governo direto binacional dos trabalhadores, através de uma revolução socialista. Apenas num Estado assim, pode haver a convivência pacífica entre os dois povos, e pode se cumprir a reivindicação palestina do retorno dos que foram expulsos em 1948, quando Israel foi formado.
Precisamos apoiar internacionalmente todas as ações conjuntas entre eles, com a perspectiva de criar um movimento mundial pela derrota das tropas israelenses, apoiando a Intifada palestina e os atos israelenses contra a guerra (como o que aconteceu na quarta-feira passada, organizado pelos judeus ortodoxos).
           Atualmente, a maioria dos países está insistindo por uma “solução diplomática” para a crise. Nós dizemos claramente: a intervenção da ONU neste conflito só vai servir para desarmar a resistência palestina. Foi a própria ONU, através do acordo de Camp David, que isolou o povo palestino neste espaço minúsculo, com a política de “dois Estados”.
Também não “exigimos” que Lula rompa relações com Israel. Isso é uma medida diplomática, que na verdade só cria ilusões no governo Lula, que já tem mais de cinco anos, e nada contribuiu para a solução desse problema. A única forma de resolver a situação é através da mobilização dos trabalhadores, e da reconstrução do Partido Mundial da Revolução Socialista, a Quarta Internacional.

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