quinta-feira, 18 de junho de 2009

PSTU FUNDA SUA PRÓPRIA ENTIDADE ESTUDANTIL. PARA ONDE LEVA O SECTARISMO DIVISIONISTA?

Após alguns meses convocando um “congresso de estudantes”, o PSTU reuniu sua pequena base estudantil e mais alguns grupos regionais no Rio de Janeiro e, ali, proclamou a fundação de uma ANEL. Esta seria a entidade forjada para disputar a direção do movimento estudantil com a histórica União Nacional dos Estudantes. Apesar de haver repetido várias vezes que, com sua política de fundar uma nova entidade, estava arrastando atrás de si setores do P-SOL, nenhuma corrente Psolista colocou peso naquele evento. Ou seja, o PSTU não conseguiu convencer nenhuma corrente estudantil de expressão nacional a legitimar aquele espaço. Porém, ainda assim, em um congresso nacional menor que o congresso da UEE de São Paulo e infinitamente menor que qualquer fórum da UNE, o PSTU proclamou ali uma nova direção para o Movimento Estudantil. Esse debate não é novidade no movimento. Em 1994, sem ter forças para disputar politicamente com a direção da UNE, o MEPR decidiu fundar sua própria entidade. O resultado é que os estudantes continuaram se organizando através da UNE e o MEPR, juntamente com sua entidade, tornaram-se um agrupamento marginal e incapaz de intervir na realidade objetiva. Onze anos depois, em 2005, o PSTU, também por não ter condições de disputar a direção do movimento estudantil e, consequentemente, a direção da UNE, decidiu elevar sua pequena Conlute ao status de entidade e passou a denunciar aqueles que permaneciam na União Nacional dos Estudantes. O resultado não demorou a ser notado. Os estudantes, mais uma vez, seguiram se organizando através da UNE, o PSTU aprofundou seu isolamento e a Conlute, de autoproclamada direção para o Movimento Estudantil, passou a ser conhecida como mais uma entidade fantasma que sequer conseguia fazer propaganda de simesma. Existe uma grande diferença entre os marxistas e os dogmáticos. Nós, marxistas procuramos analisar a realidade objetiva e nos esforçamos para aprender com a história. Os dogmáticos, na maioria das vezes militantes de seitas como o PSTU, preferem acreditar no mito da infalibilidade dos seus dirigentes e no inevitável sucesso das fórmulas mágicas por eles propostas. Por esse motivo, sem fazer uma análise sequer da história recente, o PSTU mais uma vez comete no movimento estudantil o mesmo erro em menos de 5 anos. Para onde leva essa locomotiva de erros graves? A divisão do movimento estudantil é algo que o PSTU e suas correntes satélites regionais já vêm provocando há algum tempo. Assim, quando o M.E organizado convoca atos como os do tradicional dia de luta que é o 28 de março, o PSTU e sua suposta “entidade” convoca atividades para o mesmo dia e horário, porém em local diferente tentando esvaziar os atos do convocados pelo Movimento Estudantil e dizer que possuem mais expressão que a UNE. O mesmo acontece quando o movimento sindical se organiza para fazer seus atos no 1 de maio ou qualquer outra data que seja historicamente de luta. Tenta dividir o movimento organizado tendo como única política atacar permanentemente as entidades de massas dos trabalhadores e da juventude. A consquência disso é que algumas centenas de estudantes, atraídos por esse discurso, deixaram de se organizar nacionalmente nos últimos 5 anos. Colocaram-se sob a bandeira de uma Conlute que não existia e, na prática, não estiveram organizados para articular as lutas. Esses exemplos mostram que a primeira estação, parada obrigatória da locomotiva sectária e divisionista, é a neutralização da atividade militante de um setor da vanguarda. Mas, a viagem não pára por aí. Em acontecimentos recentes, no afã de derrotar a Central Única dos Trabalhadores, o PSTU chamou a polícia para invadir a sede do sindicato dos metalúrgicos de Contagem e, depois, neutralizou a eleição recorrendo à justiça burguesa. Ou seja, para impedir que a Central Única dos Trabalhadores vença uma eleição, vale qualquer desvio moral que atente contra o movimento operário. Por conta disso, até hoje, aquele sindicato permanece desorganizado. Em outras ocasiões, com o objetivo de derrotar a entidade de massas dos trabalhadores, o PSTU se aliou a partidos burgueses como o PSB, em FURNAS, e o PDT, em bancários. Mais uma vez, quando se trata de derrotar a Central dosTrabalhadores, vale tudo. Até alianças com a direita! E isso é evidente, pois a direita é a maior interessada em que os trabalhadores e os estudantes não tenham suas entidade de massas. Esses fatos mostram claramente onde fica a segunda estação: O PSTU tem feito alianças com a polícia e com a direita interessadas no fim da CUT. Agindo assim, esse partido assemelha-se aos agrupamentos que não fazem parte do movimento de trabalhadores. Mas, o trajeto não estaria completo se não
houvesse uma terceira estação. A do autoritarismo. O PSTU jamais poderia argumentar a favor de tais atitudes se não houvesse o aprofundamento de mecanismos de supressão da discussão política interna. Por isso, basta um militante ensaiar um pensamento diferente da direção para ser colocado “na geladeira”. Some-se a isso a prática de estigmatizar e, muitas vezes, caluniar os que lhe opõem imputando a estes adjetivos que servem apenas para desviar a discussão política. O resultado é um partido autoritário interna e externamente. Essa mescla de ações à direita e atitudes autoritárias e despolitizantes trariam consequências muito mais nefastas para o movimento caso o PSTU fosse uma corrente com grande influência. Felizmente, não o é. Mas, ainda assim, sua atitude divisionista serve como exemplo didático para que os militantes do movimento organizado possam ver, na prática, que a viagem ultra esquerdista leva a uma sucessão de estações que conduzem para um só lugar: a direita. No dia 14 de junho de 2009, na tentativa de dividir o Movimento Estudantil para ter seu próprio aparato, o PSTU proclamou uma nova entidade. Porém, muito mais do que dividir o movimento, conseguiu dar um largo passo que, além de degenerá-lo ainda mais, aprofundará o seu distanciamento do movimento real. Assim, condenou-se a ser lembrado pela História como o partido que militou para destruir as organizações dos trabalhadores e da juventude. Que seu exemplo sirva como objeto de estudo para todos os ativistas sinceros que não querem se equivocar.

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