Recentemente no mês de julho foi divulgado um estudo feito pelo Laboratório de Análise da Violência da Uerj junto com a Unicef que mostra o quadro da violência sofrida pela juventude brasileira, principalmente negros, entre 12 e 18 anos.
O estudo revela que de 2006 a 2012 serão mortos por violência urbana mais de 33 mil jovens brasileiros nas cidades com mais de 100 mil habitantes, sendo 46% por armas de fogo. Os homens teriam 11,91 vezes maior chance que as mulheres de serem mortos, e os jovens negros 2,6 vezes maior chance que brancos. As cidades com os maiores índices se encontram no sudeste, e possuem grande parte da população vivendo em favelas.
Esses dados inquietantes nos indicam mais uma vez os resultados do mercado negro de armas e drogas, e a “gloriosa política de segurança” adotado por inúmeros governos estaduais e o federal. Enquanto a classe média ,empurrada pela burguesia brasileira e principalmente pela mídia, faz atos de rua pedindo “paz”, vestindo camisetas brancas e caminhando na Av. Atlântica para continuar a consumir; os jovens marginalizados, de maioria negra, que vivem em favelas sem qualquer presença do “estado de direito” que não seja a polícia e o BOPE, pedem paz para não serem exterminados.
Enquanto a burguesia nacional e internacional movimentam bilhões nos mercados negros de armas e drogas, explorando os bolsões de miséria não só Brasil mas do mundo inteiro, a juventude está sendo levada para a barbárie, sendo exterminada pelo mesmo Estado de “direito” burguês que negou o seu desenvolvimento.
Não adianta debater qual a “política de segurança pública” eficaz, nem fazer “choque de ordem”. Os governos apenas fazem o que a burguesia quer, seja pela mídia ou por sua influência e representações no parlamento. Todas as políticas serão contra as classes oprimidas, todas “mudanças” serão para manter no poder a mesma oligarquia empresarial, seja ela do mercado legal ou do mercado negro. Se o povo cansa do FHC e Bush, ela faz os trabalhadores acreditarem em Lula e Obama. E continuarão os trabalhadores, os jovens negros, os habitantes das comunidades mais miseráveis a serem exterminados pelo BOPE, pela PM, pela milícia dos governantes, ou pelo vício de milhares de drogas sintéticas feitas para matarem essa população sem o chumbo da repressão (é mais fácil assim).
Estamos entrando na barbárie, e a juventude marginalizada do nosso país já sente isso na pele. Pele que, por “coincidência” é negra. Temos então que resistir e combater, unir os trabalhadores e os jovens marginalizados marcados pela opressão, fadados à morte, num chamado para juntar forças para a maior luta de libertação que jamais se viu na história da humanidade. Se não Houver o socialismo com oportunidades iguais aos jovens e trabalhadores negros ou brancos, então a bárbárie capitalista nos levará para uma nova idade média, tão sangrenta quanta a ultima.
Nenhuma corrente da esquerda institucional é capaz de organizar as massas de jovens trabalhadores negros, porque o programa de colaboração com a burguesia e luta através das eleições não chega nem perto da grave situação social desse setor. Por isso, a luta por um partido revolucionários dos trabalhadores, com maioria de negros e mulheres, deve se basear num programa de transição, do qual podemos exemplificar algumas palavras de ordem:
- Controle dos serviços de educação e saúde pelos trabalhadores!
- Redução da jornada de trabalho para 36 horas, sem redução de salários, para acabar com o desemprego!
- Fim do Vestibular (em vez de exigir apenas cotas)!
- Autodefesas contra a violência policial e o racismo!
-Libertação dos negros através da revolução socialista!
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