quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O dia em que a Grécia parou

Fonte: O Globo G1

Gregos fazem protesto contra política econômica

Milhares de pessoas saíram em passeata pelas ruas de Atenas, na Grécia, em protesto contra as medidas de austeridade econômica do governo socialista. Com faixas e cartazes, manifestantes tomaram o centro da capital e marcharam até o parlamento.
Os manifestantes estão insatisfeitos com os planos do governo de cortar em 10% os gastos públicos deste ano, aumentar para 63 anos a idade para a aposentadoria e congelar os salários do funcionalismo.

A Grécia amanheceu quase totalmente paralisada nesta quarta-feira (24) por uma greve geral, convocada pelas grandes centrais sindicais para criticar as medidas rigorosas adotadas pelo governo socialista para tirar o país de uma crise financeira e orçamentária sem precedentes.

A partir da meia-noite, os transportes aéreos e marítimos foram paralisados, assim como quase todos os serviços ferroviários. Os taxistas não aderiram à greve. Bancos, repartições públicas, escolas e hospitais estão fechados. Nos aeroportos, aviões só decolam em casos de emergência. Nem as atrações turísticas foram abertas ao público. A paralisação está programada para durar 24 horas.

O país também está privado das informações nas rádios e canais de televisão, já que o sindicado de jornalistas aderiu ao movimento e decidiu punir os membros em caso de não adesão. Os jornais não serão publicados na quinta-feira.

"Eu estou protestando contra os cortes salariais, eu estou protestando porque outros roubaram o dinheiro e nós somos os que vão pagar", disse o funcionário público Michallis Korileos, de 36 anos. "Eles estão cortando meu rendimento e eu tenho duas crianças para criar, é difícil."

Corte de gastos

A greve foi convocada pela Confederação Geral de Trabalhadores da Grécia (GSEE) em resposta ao plano do Executivo de cortar em 10% os gastos públicos para este ano, congelando os salários e aumentando a idade de aposentadoria.

O Governo do socialista Giorgos Papandreu deixou claro que não há alternativa para superar a crise econômica, sem precedentes nas últimas décadas, e que ameaça a credibilidade da zona do euro. Os outros países que utilizam o euro exigem que Atenas consiga levar o déficit público de 12,7% para 8,7% do Produto Interno Bruto (PIB).

O déficit, o maior da zona do euro, e a dívida pública de 300 bilhões de euros, junto com a acusação de suposta falsificação de dados sobre a economia, abalaram a credibilidade da Grécia nos mercados internacionais. Atualmente, uma equipe de observadores da Comissão Europeia, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE) está na Grécia para supervisionar a execução das medidas exigidas para superar a crise.

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