quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Boletim Sindical - Bancários

Sindicatos no País das Maravilhas

O Assédio Moral Acabou!?

O Sindicato dos bancários e a CONTRAF-CUT só podem estar de sacanagem!

Depois de assinar um acordo com a FENABAN no dia 26 de janeiro, todos os jornais (inclusive o Jornal Nacional) comemoraram que agora existem vários mecanismos para impedir o assédio moral.

Os tais mecanismos são os seguintes:

a) os bancos se comprometem a condenar explicitamente o assédio moral;

b) a FENABAN avaliará semestralmente o assédio moral;

c) o bancário vai poder fazer denúncias aos sindicatos, e os bancos têm 60 dias para prestar esclarecimentos.

Como é fácil de ver, isso não muda nada! Essa campanha é só mais uma das jogadas da CONTRAF, para dizer que "estão fazendo alguma coisa", mas não passa de propaganda enganosa.

A verdade é simples: é impossível deixar a luta contra o assédio moral nas mãos dos banqueiros que o estimulam. O assédio moral não é um problema psicológico de chefes "maus", é um resultado da lógica de transformar a categoria bancária em vendedores de produtos que, na maioria dos casos, os clientes não querem.
O que fazer?

Diante de todas as palhaçadas da direção dos sindicatos, a nossa atitude deve ser outra. Devemos, em todas as assembleias que pudermos, exigir outra política. Que sejam criadas comissões de combate ao assédio moral em cada banco, sem nenhum representante dos bancos, e que os próprios bancários as controlem, através de representantes eleitos e revogáveis a qualquer momento.

Isso é o contrário da política de "colaboração" com os bancos que a CONTRAF defende, e só pode sair do papel com a luta contra as correntes políticas que a controlam, principalmente o PT e o PCdoB. Esses partidos, por fazerem parte de um governo em que os banqueiros participam e financiam, vão fazer de tudo para bloquear as lutas, para não atingir os seus "aliados".

Por isso, as menores vitórias dos bancários e dos trabalhadores em geral dependem de uma alternativa política socialista (e não de direita) contra o PT e seu governo. É essa alternativa que nós, da Oposição Classista, queremos criar.

Uma alternativa socialista

O Movimento Nacional de Oposição Bancária poderia ter se tornado essa alternativa. Ele foi criado em 2004, depois das grandes greves que envolveram todos os bancos, e em que a direção dos sindicatos foi desafiada pela base.

Infelizmente, o PSTU nunca teve nenhuma estratégia para o MNOB. Com as derrotas das greves de 2005 para cá (mesmo que a CONTRAF finja que são grandes vitórias, porque são um ou dois por cento acima da inflação), o MNOB se esvaziou.

Para nós, isso aconteceu porque o MNOB nunca tentou romper o círculo vicioso de ser formado por funcionários dos bancos públicos, que são minoria na categoria, e por isso não conseguiu dar resposta aos problemas dos outros setores bancários, os funcionários de bancos privados e terceirizados.

Sem a luta constante pela estabilidade no emprego para os bancários privados, e por direitos trabalhistas iguais para os terceirizados, é impossível unir de vez a categoria e vencer os banqueiros.

Os sindicatos devem, nessa luta, combinar as campanhas com esses temas (e incluir os funcionários de bancos públicos nelas, mostrando como elas também são do seu interesse), e a organização de comissões clandestinas no setor privado e entre os terceirizados.

Essa perspectiva parece muito fora da realidade. Queremos deixar bem claro que isso não pode ser alcançado somente escrevendo panfletos. É preciso estar dentro dos sindicatos! Só se os trabalhadores lutarem para reconquistar os seus sindicatos, é que poderemos nos levantar contra o assédio moral, as terceirizações e toda a pressão que sofremos no capitalismo.

Junte-se a nós!

OPOSIÇÃO CLASSISTA


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