segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Agente do imperialismo ganha Prêmio Nobel da Paz

Liu Xiaobo, o ganhador do Prêmio Nobel da Paz desse ano, foi um dos responsáveis pela manifestação estudantil de junho de 1989, que foi reprimida no "massacre da Paz Celestial (Tianamen, em chinês). Essa manifestação (que não deve ser confundida com o ato de massas dos sindicatos, exigindo controle dos preços e melhores salários), tinha como símbolo, na sua linha de frente, a "Deusa da Liberdade" - uma réplica da Estátua da Liberdade. Era claramente um ato em prol da restauração capitalista no Estado operário deformado da China, em consonância com os anseios da burguesia imperialista.

Ele também foi o idealizador da "Carta 08", um documento defendendo a volta da democracia burguesa e a restauração final do capitalismo na China. Na sua reivindicação 14, pede proteção para a propriedade privada, na 15, a reforma bancária e dos impostos, além de várias defesas demagógicas dos direitos humanos, para permitir a formação de uma imprensa e de partidos burgueses no país.

Não é se surpreender que a comissão do Prêmio Nobel, que ano passado promoveu Barack Obama a guardião da paz mundial - talvez em homenagem à guerra no Iraque e no Afeganistão - tenha agora transferido a "homenagem" para Xiaobo, justamente nas vésperas do Congresso do PC Chinês. Como resultado, algumas cidades chinesas já tem presenciado pequenas manifestações em defesa do agente terceirizado do imperialismo, apoiadas pela grande mídia capitalista de diversos países.

Nós trotskistas sabemos que a burocracia stalinista dos Estados operários deformados tem como foco a manutenção de seus próprios interesses, o que na maior parte do tempo se transforma em dura repressão à classe trabalhadora. Sabemos, também, que a tendência estrutural é que a burocracia restaure o capitalismo como forma de passar de simples gestora das riquezas a burguesia possuidora. Assim, mesmo enxergando como central a luta pela derrubada da burocracia e estabelecimento de uma democracia operária, através de uma revolução política liderada por um Partido Revolucionário, somos a favor de toda e qualquer aliança tática com a burocracia que represente uma defesa do Estado operário e, portanto, de conquistas históricas do proletariado. Isso sem deixar de atacar politicamente o papel nefasto da burocracia como forma de disputar a consciência dos trabalhadores.

Por último, também não podemos deixar de comentar o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, o escritor peruano Mário Vargas Llosa, cujas posições políticas pró-imperialistas, contra Chávez e a esquerda latinoamericana em geral, o tornam uma versão - com talento - do Arnaldo Jabor.

Para entender melhor a questão da revolução política e da defesa do Estado operário chinês, confira:

- China: quem é o inimigo principal;
- 12 Teses Sobre a China;

diponíveis na seção de Teoria de nosso site.

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