quinta-feira, 14 de abril de 2011

Fascistas organizam ato pró-Bolsonaro em SP

Por uma Frente Única Anti-Fascista!
Organizar os trabalhadores e a juventude contra o racismo, o machismo e a homofobia!

Uma crescente onda de reacionarismo

Desde o ano passado temos publicado posts nesse blog relatando atos de violência contra homosexuais e travestis, na sua maior parte ocorridos nos grandes centros urbanos, como Rio de Janeiro e São Paulo.

Está claro que uma onda de violência homofóbica tem ganho força no Brasil, onda essa que só foi reforçada pela candidatura de Dilma em aliança com os emrpesários e banqueiros, que se calou quanto a esses assuntos para garantir o apoio dos mais reacionários setores da sociedade, como as igrejas evangélicas (conferir Aborto, religião e eleições - Pelos direitos democráticos das mulheres e homossexuais!, de janeiro de 2011). E apesar dessa onda de reacionarismo focar principalmente na homofobia/opressão aos GLBTTs, ela não tem se limitado a isso, como demontraram centenas de jovens paulistas que lançaram mensagens de ódio aos nordestinos através do Twitter na época do segundo turno e após a vitória de Dilma nas urnas (matéria no O Globo).

Recentemente, esses reacionários, em sua maior parte pequeno-burgueses ou filhos da pequena-burguesia, encontraram um porta-voz no Deputado Federal e defensor da ditadura, Jair Bolsonaro (PP-RJ), que há duas semanas atrás, em entrevista ao programa CQC, fez afirmações homofóbicas e racistas. Frente ao circo midiático armado em torno da polêmica, grupos nacionalistas e declaradamente fascistas organizaram um ato em São Paulo "em defesa da liberdade de opinião" (leia-se, em defesa do direito de oprimir negros, nordestinos e GLBTTs). Alguns grupos da esquerda se organziaram e foram capazes de mobilziar um contra-ato para mostrar a esses opressores que seus atos e opiniões não passaram impunes.

Segundo relatos dos companheiros da Liga Comunista (LC), porém, as maiores organizações da esquerda não deram as caras no contra-ato (PSOL, PSTU, PCdoB e PT), tendo aparecido, além da própria LC, apenas a LER-QI, um deputado do PT e algumas dezenas de ativistas independentes ligados ao movimento estudantil e ao Sindicato de Trabalhadores da USP.

A audácia dos fascistas e reacionários em terem convocado um ato público em defesa de Bolsonaro demonstra o ar de segurança que esses setores, que antes agiam de forma semi-clandestina, estão tendo de se mostrar em público, ar esse que sem dúvida está baseado na sequência de ataques e demonstrações públicas de reacionarismo que tem passado impunes, a não ser quando chegam à grande mídia.

Para nós revolucionários a democracia não é nenhum conceito universal. Para nós, a defesa da democracia de expressão está submetida à luta de classes: no geral, quanto mais abertura houver, mais condições de se organziar contra seus opressores os trabalhadores e a juventude terão. Entretanto, quando se trata da orgnização de grupos reacionários, inimigos da classe trabalhadora, não temos nenhum rabo-preso em dizer que estes devem ser calados, pois seu objetivo é reprimir os movimentos sociais e atacar os setores mais oprimidos da sociedade (negros, mulheres e GLBTTs)!

Por uma resposta classista e combativa ao recionarismo da direita!

Em 1934, grupos anarquistas e os trotskistas da Liga Comunista Internacionalista (LCI) dispersaram um ato dos Integralistas de Plínio Salgado na Praça da Sé na base de pancadas e tiros, fazendo com que os fascistas brasileiro se desarticulassem consideravelmetne e nunca mais fossem capazes de organizar outro ato público de grandes proporções, evento que entrou para a história como a Revoada dos Galinhas Verdes, marcado pela frase "Integralista não corre, voa" (os integralsitas vestiam-se com uniformes verdes de ar militaresco).

Da mesma forma que os trotsksitas da extinta LCI, defendemos a organização de uma ampla Frente Única Anti-Fascista para dar uma resposta à altura aos diversos grupos reacionários que tem se revelado país afora. E como a própria mídia burguesa relatou (matéria do SP Agora), os fascistas pró-bolsonaro estavam preparados para o confronto, com armas brancas dos mais diversos tipos. Além disso, como se é de esperar de um braço do Estado burugês, a polícia paulista esteve presente na manifestação, mas não para "segurar a onda" dos fascistas, e sim para impedir qualquer tipo de radicalização por parte da esquerda, organizando um cordão de isolamento em torno do contra-ato (link para vídeo). Portanto, não podemos achar que o combate ao reacionarismo fascista se trata apenas de pintar faixas e fazer cartazes, mas temos que estar praparados para possíveis confrontos.

Ainda segundo relatos dos companheiros da LC, após o contra-ato foi realziada uma plenária com os presentes onde houve acordo em torno da proposta de se organizar uma Frente Anti-Fascista. Defendemos não só o fortalecimento dessa Frente em São Paulo, como também a sua extensão (via movimento estudantil e sindical) à outras cidades, como o Rio de Janeiro. Encaramos como tarefa maior de uma frente desse tipo, se articular de maneira ativa (e não simplesmente reativa) para deixar claro para os fascistas e reacionários que a classe trabalhadora e a juventude não aceitarão qualquer forma de opressão e que resistirão a elas através de todos os meios necessários, incluindo aí o confronto físico.

Contra toda a forma de opressão, organizar a juventude e os trabalhadores contra a onda fascista e reacionário que tem se fortalecido país afora! Que a UNE, UBES, ANEL, CUT e CONLUTAS-CSP encampem o chamado à construção de uma Frente Única Anti-Fascista e integrem seus atos e contra-atos!
Nós do Coletivo Lenin nos comprometemos desde já com essa proposta, através da nossa atuação no movimento estudantil (via Movimento Hora de Lutar) e no movimento sem-teto. Junte-se você também a essa importante luta!

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