QUEM SOMOS NÓS

Minha foto
Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Dossiê IV ConFIST - Parte 4

O que queremos que a FIST seja? (panfleto distribuído ao longo do ano nas ocupações da FIST)

Desde julho, o Coletivo Lênin está apoiando as ocupações da FIST.
Para nós, o movimento é muito mais do que simplesmente ocupação.
Por isso, queremos mostrar nesse texto as nossas propostas para a FIST.


Nossas diferenças com a atuação dos companheiros André e Louro

A direção atual da FIST (André de Paula e Louro) tem se esforçado muito pra organizar as ocupações e a parte jurídica. Estamos juntos com eles em tudo o que podemos ajudar. Apesar disso, temos críticas em relação à atuação deles.
Primeiro (e mais importante): os dois companheiros costumam pressionar as ocupações para elas participarem dos movimentos. Às vezes, até mesmo falam que vão deixar de dar o apoio jurídico se as pessoas não se comprometerem a irem nas passeatas.
Para nós, as pessoas devem ir nessas atividades porque entendem a importância delas e querem lutar politicamente. A pressão obriga as pessoas a participarem do movimento, mas à força. Por isso, somos contra esse método.
Em vez disso, queremos fazer exibição de vídeos, cursos, palestras, debates etc., para podermos mostrar para as pessoas a necessidade de lutar contra o sistema e os Governos.
Outro problema muito grave é a dependência que existe entre a FIST e o SINDIPETRO (sindicato dos trabalhadores da Petrobrás). Não só somos contra o sindicato mandar na FIST só porque empresta dinheiro para as ocupações fazerem reforma e etc., como também somos radicalmente contra a exploração absurda que o sindicato faz dos ocupantes. Ouvimos muitos moradores contarem que já ficaram quase 12h debaixo do sol
distribuindo panfleto para no final do dia receber uma merreca e ainda ter que aturar desaforo de sindicalista preconceituoso. Isso tem que parar imediatamente!

Segundo: os companheiros André e Louro falam que devemos ser todos contra os Governos que colaboram com os empresários. Isso é certo, porque todo Governo assim (um exemplo é o governo Lula) mantém a exploração dos trabalhadores, mesmo fazendo pequenas mudanças aqui e ali.
Mas apesar disso, eles defendem o governo de Hugo Chávez na Venezuela, como se ele fosse capaz de acabar com a exploração, o machismo e o racismo, ou seja: transformar a sociedade da Venezuela em socialista.
Nós entendemos que os Estados Unidos têm feito de tudo para desgastar e derrubar Hugo Chávez. Mas, mesmo assim, Chávez tem governado com os empresários. Quando os trabalhadores vão além do que ele tem a oferecer, ele reprime as greves, manifestações e lutas em geral.
Por isso, achamos que a Venezuela está na mesma situação de todos os outros países capitalistas, onde a economia funciona para dar lucro. E assim, é preciso uma revolução armada, feita pelos trabalhadores organizados em assembléias, para começar a passagem para o socialismo, tanto no Brasil quanto nos outros países. Apenas no socialismo não existirá mais a exploração feita pelos patrões. Somente se os trabalhadores tomarem o poder é que poderemos ter uma economia voltada para uma vida melhor e não para o bolso dos poderosos.

Terceiro: para nós, a FIST deve incluir pessoas de todas as religiões, assim como os que não têm religião. Mas algumas vezes, os jornais da FIST têm textos católicos ou declarações a favor da Igreja. Para nós, isso acaba dividindo os sem-tetos. Somos a favor da completa separação entre o movimento e as religiões.

Quarto: A FIST, por sugestão dos companheiros André e Louro, tem participado da Assembléia Popular e da Campanha pela Petrobrás 100% estatal. Para nós, esses movimentos são apenas uma forma de pressionar o Governo Lula a adotar medidas nacionalistas.
Fora que, além de criar ilusões em Lula, mesmo se a Petrobrás fosse 100% estatal nada iria mudar na vida dos trabalhadores. Isso só aconteceria se a Petrobrás (e as outras empresas) fossem controladas por quem trabalha nelas e não tivessem objetivo de dar lucro, mas sim de servir à sociedade.
Nós não fazemos essas críticas porque somos contra o André e o Louro. Ou porque a gente ache que eles têm que sair da FIST. O nosso objetivo é dar um conteúdo contra o sistema para todas as atividades da FIST. Sem uma luta contra o capitalismo, nem mesmo a moradia vai estar garantida.

A FIST precisa de um programa contra o capitalismo!

Em dezembro, vai acontecer mais um congresso da FIST. Esse é o melhor momento para discutir qual vai ser a atuação da FIST no ano que vem.
Para nós do Coletivo Lênin, a FIST não pode ser só um movimento que reúne as ocupações para resolver os seus problemas de estrutura.
Achamos que o movimento sem-teto é uma parte importante do movimento de todos os trabalhadores.
Por isso, ele deve ter um objetivo político.
Não estamos dizendo que a FIST deve servir para fazer política eleitoral. Muito pelo contrário, ela deve ajudar na luta dos trabalhadores contra o capitalismo, o Estado e os governos.
Por isso, ela deve ter bandeiras de luta que mostrem a necessidade de uma nova sociedade. Por exemplo:

- Apoio ao movimento sindical para lutar contra o desemprego! Redução da jornada de trabalho para 36 horas sem redução de salários! Contra as demissões! Ocupar sob controle dos trabalhadores as empresas falidas!
- Contra o racismo, o machismo e o preconceito contra os homossexuais! Salário igual para trabalho igual!
Creches públicas para todos! Contra a violência à mulher! Legalização do aborto! Mesmos direitos para os casais homossexuais!
- Contra a polícia racista, o tráfico e as milícias! Pelo direito à autodefesa contra grupos racistas e jagunços que matam sem-terras e sem-tetos!
- Ocupação sob controle das assembléias de sem-terra e sem-teto de todas as terras e moradias fora de uso!
- Solidariedade com os trabalhadores do mundo inteiro!Pela derrota da ocupação brasileira no Haiti! Em defesa de Cuba! Contra as tentativas de golpes na Venezuela e em Honduras!
- Oposição dos trabalhadores à Lula e à direita! Lutar para criar um partido revolucionário dos trabalhadores. Em vez de lutar para eleger deputados e ter cargos em sindicatos, esse partido deve servir para lutar por uma revolução socialista, que crie um governo direto dos trabalhadores!
Se você concorda com nossas críticas e propostas, junte-se a nós!
Leia mais!

Dossiê IV ConFIST - Parte 3

Tese do Coletivo Lenin ao IV Congresso da FIST

I) Situação política nacional e internacional

O fim da União Soviética levou à perda das conquistas dos trabalhadores

Para nós, do Coletivo Lênin, as lutas dos sem-tetos e de todos os trabalhadores não podem ficar limitadas e isoladas. A única forma de garantir uma mudança permanente na nossa vida é unificar todos os trabalhadores na luta pela REVOLUÇÃO SOCIALISTA. Ou seja, a destruição do Estado, que é controlado pelos ricos, e a substituição dele pelo governo direto das assembléias de trabalhadores. Só assim é possível colocar toda a economia e a sociedade nas mãos da grande maioria que trabalha. E acabar com o desemprego, a fome, a violência, o machismo e o racismo.

Por isso, nós avaliamos todas as medidas dos governos e todas as lutas pelo seguinte ponto de vista: como elas contribuem para que os trabalhadores cheguem ao poder?

Assim, em primeiro lugar nós vemos claramente que a nossa época é marcada pela desorganização dos trabalhadores. Isso foi provocado pelo fim da União Soviética, que foi o primeiro país do mundo em que houve uma revolução socialista (apesar disso, na União Soviética e nos outros países onde houve revoluções sociais, o poder acabou sendo controlado pela burocracia dos partidos comunistas, o que achamos completamente errado, já que defendemos que o poder deve estar diretamente nas mãos dos trabalhadores e de suas assembléias).

A destruição da União Soviética através da pressão dos EUA fez com que a maioria dos trabalhadores acreditasse que é impossível mudar o sistema em que vivemos. Hoje, as grandes potências ainda tentam destruir os poucos países onde não são os empresários que governam: Cuba. Coréia do Norte, China e Vietnã. É um dever de todos os trabalhadores impedir que aconteça com esses países o que aconteceu com a União Soviética. Lá, a volta do capitalismo acabou com a economia e piorou demais as condições de vida do povo. No mundo todo, os empresários usaram a idéia de que “o socialismo morreu” para aumentar a desorganização e acabar com todos os direitos dos trabalhadores.

Nessa época de desorganização, temos que reconstruir as organizações revolucionárias dos trabalhadores. No Brasil, isso quer dizer criar um PARTIDO REVOLUCIONÁRIO DOS TRABALHADORES, com maioria de mulheres e negros, algo que nunca existiu no país.

Isso só pode ser feito se explicarmos pacientemente que não podemos acreditar nas ilusões que os partidos eleitoreiros e oportunistas falam.

Governos “bolivarianos” da Venezuela e da Bolívia. Devemos apoiar?

Uma delas é a idéia de que alguns governos, como o de Hugo Chávez na Venezuela e de Evo Morales na Bolívia, podem chegar ao socialismo através das eleições. Toda a história mostrou que a única forma de chegar ao socialismo é através de uma revolução violenta. Chávez e Morales só servem para criar ilusões na cabeça dos trabalhadores. Quando acontecem greves e lutas por coisas que esses governos não querem, eles reprimem!

Por isso, não devemos ter nenhuma confiança nesses governos. Muitas vezes, eles são apoiados porque as pessoas vêem que os Estados Unidos estão fazendo de tudo para derrubar eles. Mas isso é por causa de algumas medidas que eles tomam, de defesa dos recursos naturais (como o petróleo), e não porque Chávez ou Morales sejam revolucionários. Quando os Estados Unidos tentam derrubar esses governos, é claro que devemos nos juntar com todos os que sejam contra esses golpes.

Mas o principal é que na Venezuela e na Bolívia, existe a mesma necessidade que no Brasil: criar partidos revolucionários para lutar pelo socialismo.

O governo de Lula com os empresários

Já aqui no Brasil, a maioria dos partidos de esquerda (como o PT e o PC do B) apoiam o governo Lula.

Para nós, isso é um grande erro. Lula só conseguiu chegar no governo porque fez acordos com os grandes empresários e se comprometeu a não mudar realmente nada no país. Por isso, não deu terras ao sem-terra, não resolveu a questão da moradia, fez muito pouco contra o desemprego e o racismo, e várias outras coisas.

A FIST deve fazer uma oposição dos trabalhadores ao governo de Lula com os empresários. O conteúdo dessa oposição deve ser as necessidades dos trabalhadores. Por isso, não tem que ter nada a ver com o PSOL e o PSTU, que atacam o governo Lula com argumentos vazios, copiando a direita (PSDB e DEM). A direita quer a volta de um governo igual ao de Fernando Henrique, que destruiu o país. Para isso, quer tirar Lula e acabar com o Bolsa Família, os aumentos do salário mínimo e as reduções de impostos – as poucas conquistas desse governo!

A forma certa de fazer oposição a Lula é dentro dos movimentos sociais. E com um programa socialista, que vamos mostrar nessa tese.

II) O Movimento Sem-Teto

União com o movimento sindical

O movimento sem-teto é parte do movimento dos trabalhadores. Por isso, ele só poder ser vitorioso se estiver unido com o movimento sindical e os outros movimentos sociais.

Para conseguir essa união, devemos levantar bandeiras que sejam de interesse de todos os trabalhadores. A principal é a REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO SEM REDUÇÃO DE SALÁRIO, que é a única maneira de acabar com o desemprego.

Temos que participar da campanha da CUT (Central Única dos Trabalhadores) sobre a redução da jornada, sem deixar de criticar a direção oportunista dessa entidade, que acha que vai conseguir alguma coisa pedindo ao governo Lula.

Temos que unificar o Movimento Sem-Teto do Rio!

No Rio de Janeiro, estamos passado pela preparação da cidade para a Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Os governos, principalmente de Sérgio Cabral (PMDB) e Eduardo Paes (PMDB), estão passando o rodo nos camelôs e nos sem-tetos. O objetivo disso é melhorar a “aparência” da cidade para os turistas e patrocinadores.

Então, temos que esperar muita porrada pela frente! Se ficarmos isolados, vai ser muito pior! Mais do que nunca, temos que unir todos os grupos do movimento popular no Rio e na Baixada.

Em quase todos os casos, as divisões que existem entre MTD, MNLM, a antiga FLP, o antigo MCL da Baixada e MTST são por motivos pessoais. Temos que passar por cima dessas picuinhas! A FIST pode ser o ponto de partida para criar um movimento sem-teto unificado, com democracia, controlado pelos moradores das ocupações e com a participação de todos os grupos.

É nossa responsabilidade nesse Congresso mostrar o caminho da união para todas as ocupações!

Organização da FIST

Temos que dar o exemplo desde já, dentro da própria FIST!

A FIST está com uma estrutura que sobrecarrega os companheiros André e Louro, e não deixa as ocupações decidindo realmente sobre os rumos do movimento. Os sem-teto é que devem controlar a FIST! Por isso, temos a proposta de mudar a estrutura e o funcionamento da FIST:

1) Criar uma Coordenação com um representante de cada ocupação. Esse representante deve ter obrigação de discutir os assuntos da reunião da coordenação na sua própria ocupação, para levar a posição que for decidida pelos ocupantes. A Coordenação tem que ser a responsável pela FIST entre os congressos;
2) Criar uma Secretaria aberta (com a participação de sem-tetos e apoiadores que não sejam sem-tetos), para o apoio jurídico, ajudar na organização das ocupações, fazer o jornal da FIST, planejar atividades políticas e culturais e cuidar da parte financeira;
3) Manter os Congressos anuais, para definir os rumos da FIST durante o ano.

Contra o Machismo e o Racismo!

Uma das coisas que temos que discutir dentro do movimento, e que quase nunca ninguém lembra, é o problema do machismo e do racismo. O machismo e o racismo acabam dificultando que as mulheres e os negros participem das atividades do movimento. O pior de tudo é que esses preconceitos existem dentro das ocupações, entre as pessoas que deveriam ser companheiros de luta. Isso não é uma coisa de pouca importância: estamos falando de comportamentos que dividem os trabalhadores e jogam uns contra os outros!

Toda a história do Brasil é baseada na escravidão. Por isso, os negros têm os piores postos de trabalho, recebem menos que os brancos para fazer o mesmo trabalho, sofrem discriminação e a cultura negra é perseguida. Em alguns lugares do Rio, centros de religiões afro-brasileiras são até mesmo atacados por fanáticos, gerando uma grande opressão religiosa. Nós dizemos claramente: é impossível existir revolução no Brasil sem que ela seja feita pelos negros, que são quase metade da população!

Já as mulheres são exploradas duplamente no capitalismo. Todos os serviços de casa não são considerados trabalho e não são pagos. Elas têm quase todas as responsabilidades na criação das crianças. Muitas vezes, não podem participar dos movimentos porque têm que tomar conta de casa. Para manter essa estrutura da família, as escolas, os meios de comunicação e as igrejas inventam uma série de argumentos para dizer que a mulher deve se sujeitar aos homens e que não deve ter uma vida sexual ativa. Ao mesmo tempo, esse mesmo discurso anti-sexo é usado contra os homossexuais, dizendo que é errado fazer sexo com uma pessoa do mesmo sexo, porque isso é “contra a natureza”.

Como não podem resolver esses problemas sem mudar o sistema, os governos apresentam pequenos projetos, como as cotas nas universidades e a extensão da licença-maternidade. Eles não têm como resolver nada. Se quisermos uma sociedade realmente diferente da que vivemos, é preciso que a FIST e os outros movimentos lutem dia e noite contra o machismo e o racismo, e que coloquem essas pessoas na linha de frente de todas as organizações.



Segurança

Como já falamos, a onda de violência que os governos estadual e municipal estão preparando é uma ameaça séria para as ocupações. Existe uma chance real de tentarem destruir as ocupações, como aconteceu com os Guerreiros do 234 e várias outras! Muitas famílias podem ir pra rua. Já aconteceram ameaças na José Oiticica, e o próprio André já foi ameaçado pela milícia, para não falar das ocupações que caíram nas mãos do tráfico e da milícia. Isso exige várias medidas de segurança. Aqui, vamos falar de três:

1) A parte jurídica: os companheiros André e Louro já têm feito o melhor possível para proteger judicialmente quem está sofrendo ameaças, além de terem uma participação de destaque no caso Cesare Battisti. Devemos manter esse ótimo trabalho;
2) Devemos criar uma rede de solidariedade do movimento popular, incluindo o MST, para fazer campanhas de denúncia e proteção coletiva de militantes ameaçados;
3) Não podemos confiar na polícia racista! O movimento tem que criar sua própria segurança. Temos que montar Comitês de Segurança em cada ocupação. Esses comitês devem ser formados pelos próprios moradores, e devem funcionar por turnos, formando uma escala de horário. O objetivo deles é impedir a entrada de estranhos nas ocupações, impedir a violência (inclusive contra a mulher), impedir o uso e venda de drogas e também os roubos dentro das ocupações. Além disso, os comitês de segurança podem impedir alguns ataques e ameaças isolados. Esses comitês devem estar sempre submetidos às assembléias de moradores e suas decisões.

O SINDPETRO-RJ

Só ficando de igual para igual com os sindicatos é que é possível a união. É por isso que CRITICAMOS A ATITUDE DO SINDPETRO-RJ. A direção oportunista desse sindicato usa os sem-teto como mão de obra barata, e faz chantagem com a FIST usando o dinheiro que eles dão para o movimento. Não podemos aceitar isso!

Outro resultado dessa atitude do SINDPETRO é que a FIST participa da campanha do petróleo. Essa campanha é apenas para a Petrobrás voltar a ser pública. Mas, quando ela era pública, isso não mudava em nada a situação dos trabalhadores. Por isso, achamos que não vale a pena participar dessa campanha. Devemos defender uma Petrobrás controlada pelos trabalhadores, que não explore os trabalhadores de outros países, como acontece hoje na Bolívia e no Equador.

Ao mesmo tempo, essa dependência do SINDPETRO só vai acabar quando a FIST tiver suas próprias fontes de dinheiro. Esse congresso deve discutir como a FIST pode arrecadar dinheiro, para não precisar depender mais de ninguém!
Leia mais!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Dossiê IV ConFIST - Parte 2

IV CONGRESSO DA FRENTE INTERNACIONALISTA
DOS SEM-TETO



Documento Político

Realizado no dia 13 de dezembro de 2009, o IV Congresso da Frente Internacionalista dos Sem-Teto contou com a participação como delegados cerca de quarenta sem-teto e, como ouvintes, diversos colaboradores e companheiros de militância. Através de propostas encaminhadas à Plenária Final a partir de mesas de debate e Grupos de Discussão, foi encaminhado e aprovado o conteúdo deste documento.
Ressaltamos que os destaques feitos em vermelho serão discutidos em posterior reunião da entidade, em decorrência dos mesmos não terem obtido aprovação consensual.

I) Conjuntura

A análise conjuntural foi unânime no que tange ao reconhecimento de um avanço da direita e de políticas facínoras, que objetivam a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais, bem como o extermínio da juventude pobre e negra e da população carente em geral.
No âmbito do município do Rio de Janeiro, isso se faz mais evidente através das políticas do atual governo de Eduardo Paes (PMDB), que conta com o apoio do PT e do PCdoB. Tal governo já deixou claro seu caráter facínora através da Operação Choque de Ordem, que representou um ataque direto aos moradores de ruas, favelas e ocupações, além dos camelôs e demais trabalhadores informais. Outra campanha que segue a mesma tendência política é a de revitalização do Centro, contida no projeto “Porto Maravilha” e que só vem à adicionar ao rolo compressor que já esmaga hoje a população pobre e negra do Centro da cidade.
Com o apoio do governo estadual de Sérgio Cabral (PMDB) e sua política de “pacificação” das favelas através do uso de caveirões e ocupações militares, está mais do que claro que Eduardo Paes pretende fazer uma limpeza “para inglês ver” nos principais pontos turísticos do Rio, como preparativo para a Copa de 2010 e as Olimpíadas de 2016. Fato semelhante ocorreu durante o governo César Maia (DEM), quando da realização dos Jogos Pan-Americanos, em 2007.

II) Política Internacional

Mantendo sempre a perspectiva internacionalista, foram debatidos e aprovados no Congresso as seguintes resoluções, que têm por objetivo prover uma base crítica para as futuras ações da entidade:

Não depositar nenhuma confiança no Governo de Lula/PT com os empresários, por reconhecer que este não responde às demandas e interesses da classe trabalhadora e, mais ainda, de seu setor sem-teto.
Não depositar nenhuma confiança nos ditos “Governos Bolivarianos” (Evo na Bolívia, Chávez na Venezuela e Côrrea no Equador), que nada mais são do que governos de fachada dos empresários. Apesar destes governos fazerem concessões à esquerda mais significativas do que o de Lula/PT, os mesmos reprimem as lutas que vão além de seus interesses, demonstrando de que lado realmente estão.
Defender incondicionalmente Cuba e os demais Estados operários, ou seja, que não estão nas mãos dos empresários e da burguesia.
Defender todos os Estados contra os ataques imperialistas, por entender que tais ataques, se vitoriosos, prejudicarão a vida da classe trabalhadora desses países.
Luta contra a Operação Condor II (instalação de bases militares norte-americanas na América Latina) [teoria de Martin Almada].
Luta contra a contra-revolução jurídica em curso contra os povos da América Latina [teoria de Boaventura Souza Santos].

III) Campanhas e projetos

Assim, visando armar os movimentos sociais para o enfrentamento com a direita e seu avanço cada vez maior e mais violento sobre a população pobre e negra, seguem tópicos a respeito de campanhas e projetos que a FIST deverá por em prática ao longo do ano de 2010:

Unificação dos movimentos sem-teto do Rio de Janeiro – para podermos dar uma resposta à altura dos problemas que enumeramos, se faz urgente reunir em uma única entidade, democrática e plural, todas as organizações sem-teto do Rio de Janeiro. Sabendo das diversas questões que precisam ser superadas para que isso realmente ocorra, a FIST faz desde já um chamado ao MTD, ao MNLN, aos representantes da ex-FLP, bem como às demais organizações e grupos que se propõem à organizar setores do movimento sem-teto à criar um Comitê de Unificação do Movimento Sem-Teto, do qual participem não só as direções das organizações como também os próprios ocupantes.
Aliança do movimento popular com o movimento sindical – além da união do movimento em si, também se faz necessária a aliança com o movimento sindical. Acreditamos que um passo inicial para tal seja a participação na campanha pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários para combater o desemprego, encabeçada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Além da participação nessa campanha, também devemos nos manter ativos na campanha contra os leilões do petróleo/gás e pela Petrobrás 100% estatal sob controle dos trabalhadores.
Também devemos nos manter firmes na campanha pela liberdade Cesare Battisti e apoiar de forma incondicional toda e qualquer campanha pela libertação de presos políticos.

Quanto às campanhas do setor sem-teto propriamente dito, foram aprovadas as seguintes propostas e resoluções:

Denunciar os ataques nazi-fascistas de todos os governos (especialmente as prefeituras do Rio de Janeiro e de Niterói) ao movimento sem-teto através de jornais e sites.
Criação de uma rede de denúncias dentro dos movimentos sociais para divulgar o máximo possível qualquer tentativa de ameaça de vida ou de violência por parte da polícia, milícia ou tráfico, facilitando assim o combate às mesmas.

Por último, também foi aprovado o combate incondicional a toda e qualquer forma de opressão dentro do movimento sem-teto, seja ela de caráter machista, racista, homofóbica ou religiosa.
Para a concretização das propostas apresentadas, foi reconhecida a necessidade de se ampliar o trabalho para os locais que ainda não estão organizados dentro do movimento, bem como levar a cabo projetos de formação política naqueles locais em que já possuímos trabalho.

IV) Estrutura

Também foram debatidas e aprovadas propostas referentes à atual estrutura da FIST, visando tornar a mesma a mais democrática e funcional possível, fortalecendo-a para as lutas e desafios cada vez maiores que surgem em nosso horizonte.
Nesse sentido, foi aprovada a dissolução da Coordenação da FIST e sua substituição por uma Direção composta por representantes das ocupações filiadas, eleitos através de suas respectivas assembléias. E submetido a essa Direção, existirá uma Comissão Aberta, composta por sem-teto e colaboradores da entidade e que se responsabilizará pela implementação das políticas elaboradas pela Direção.
Também foi decidido que o Congresso da FIST deverá ser anual e terá como objetivo formular a política para o próximo ano. Participarão deste como delegados, com direito à voz e voto, apenas os sem-teto das ocupações filiadas. Já com direito apenas à voz, participarão os convidados e ouvintes.
Ademais, foi decidido que o jornal da FIST deverá ser mensal e elaborado por uma Comissão de Imprensa que seja aberta aos membros das ocupações e colaboradores. Aprovou-se também a publicação de um website, que já está sendo elaborado.
Quanto às ocupações em si, foi aprovada a criação de comitês de segurança, submetidos às assembléias de moradores e que cumpram a função de garantir a segurança dos moradores contra ataques policiais ou de milícias/traficantes. Caberá também à esses comitês garantir a segurança interna das ocupações, impedindo o tráfico de drogas, a prostituição, furtos e agressões.
Por último, foi decidido que a FIST deverá possuir maior atuação também no âmbito cultural e de formação política dos ocupantes, além de realizar suas reunião no Centro do Rio de Janeiro ou em outro local que seja mais próximo e de mais fácil acesso do que o Centro de Cultura Social (CCS, em Vila Isabel).




Frente Internacionalista dos Sem-Teto
Ocupar, resistir e produzir!
Leia mais!

Dossiê IV ConFIST - Parte 1

Matéria no Jornal do Brasil sobre a FIST e o Coletivo Lênin!

E a minha casa, onde está?
Autor(es): Thaila Frade
Jornal do Brasil - 14/12/2009



RIO - A construção de moradias pelo Governo Federal, como prevê o programa "Minha Casa, Minha Vida", lançado em fevereiro, foi o alvo de uma série de indagações feitas pelos participantes do IV Congresso da Frente Internacionalista dos Sem-Teto (Fist), realizada ontem na sede do Sindicato dos Petroleiros, no Centro do Rio. O encontro, que reuniu movimentos sociais e moradores de diversas ocupações no Rio, levantou uma polêmica sobre as novas condições de moradias cariocas propostas por ações implementadas pelo prefeito Eduardo Paes.

– Estamos passados pela preparação da cidade para a Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 e isso está sendo usado como desculpa para esse choque de ordem que querem promover. Mentiras, tudo não passa da especulação imobiliária – defendeu o representante do Coletivo Lênin, Cristiano Tavares.

O coro foi reforçado pelo engenheiro Antônio Louro, ligado à Fist.

– Trata-se de uma intervenção das grandes imobiliárias no sentido de ocupar o espaço para vendê-lo, enquanto os trabalhadores são expulsos sem ter para onde ir. Elas vão massacrar quem estiver na frente. Estamos defendendo o povo que precisa e vive do Centro da cidade – disse.

O dirigente da Frente, o advogado André de Paula, afirma que o deficit de moradias no município do Rio é até mesmo superior ao número de desabrigados na cidade.



Prédios com função social

– Centenas de prédios abandonados não cumprem sua função social. Nossas ocupações dão essa função social a esses prédios. Não podemos ficar parados diante de um problema social grave, como é a falta de moradia.

Entre os participantes estava Miriam Murthy, líder da ocupação Quilombo das Guerreiras, que há três anos ocupa um prédio abandonado do Docas do Rio de Janeiro na Região Portuária da cidade. Ao todo, 50 famílias moram no local e foram procuradas para se cadastrarem no projeto do governo federal.

– Querem nos dar um terreno atrás da Cidade do Samba onde já existe uma ocupação, serão 150 apartamentos ao todo, mas só acredito vendo – explicou a invasora, que administra um prédio que, segundo a organização, tem uma função social.

– Melhoramos as condições da área que era abrigo de assaltantes que corriam para o prédio. Hoje temos um regimento interno que não permite brigas, drogas, prostituição ou qualquer tipo de atividade ilícita. Nossas crianças contam com uma biblioteca, aulas de reforço, capoeira e queremos colocar o auditório que existe lá para funcionar – orgulha-se.



A Frente Internacionalista dos Sem Teto é uma organização fundada em 2005 e atualmente conta com seis ocupações no Rio e mais uma em Niterói, que foi incorporada ontem pela Frente.

– Viemos unir forças para lutar por melhores condições. Somos 34 familias que foram retiradas pela Prefeitura de Niterói em uma ação fraudulenta– denunciava a representante das ocupações do bairro de São Domingos, em Niterói, Fernanda Carlinda.
Leia mais!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Jornal de dezembro e revista nº02

Olá companheiros!

Esse post é para avisar a todos que no mês de dezembro o Coletivo Lenin não irá publicar seu jornal, o Hora de Lutar.

Em compensação, já está à venda o nº02 de nossa revista de teoria política, Revolução Permanente.
Confira o conteúdo em nosso site clicando aqui:

Em breve rodaremos também uma nova tiragem de nossos livretos.

Interessados em comprar a resvista ou algum dos livretos, mandem um e-mail para: << c.comunsita@yahoo.com.br >>.

Confira aqui os títulos que já foram publciados:

● A Queda do Muro de Berlim e o Fim da União Soviética;
● Trotskysmo e Luta Armada;
● A Defesa do Meio Ambiente sob uma Perspectiva Revolucionária;
● Rosa Luxemburgo: Marxista Revolucionária;
● Sobre a Questão do Machismo, do Racismo e
da homofobia;
● Os Comunistas e a Questão do Sexo.

Saudações comunistas e boas festas!
Leia mais!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Nova ocupação em São Paulo (CMI)

Cerca de 350 sem-teto ocuparam o Prédio do INSS , da Rua Martins Fontes, no centro de São Paulo. O prédio estava aberto, sem vigia e com muito lixo e depredação.

A atividade fez parte dahttp://www.blogger.com/img/blank.gif Jornada Nacional pela Moradia organizada pela UNMP (União Nacional por Moradia Popular). A bandeira da UNMP foi colocada no prédio e as famílias logo começaram a retirar o lixo do local. A polícia militar chegou ao local, tentando retirar as famílias. Os manifestantes se mantiveram firmes e exigiram a presença de um representante do INSS para a negociação.

Depois de negociar com o INSS, os manifestantes se dirigiram à Superintendência do INSS em São Paulo, onde se mantiveram em vigília, dentro do prédio, até o final da tarde. Após contatos telefônicos com o Ministério das Cidades, SPU e INSS em Brasília, ficou marcada uma reunião ainda para o final da tarde do dia 7, com os coordenadores da UNMP que estão em Brasília.

A UMM continua mobilizada para viabilizar a destinação dos prédios já selecionados para o movimento ainda em 2009.



Fonte: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2009/12/460202.shtml
Leia mais!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O IV Congresso da FIST

No mês de dezembro ocorrerá o IV Congresso Estadual da Frente Internacionalista dos Sem-Teto. Apesar da Coordenação da entidade ainda estar acertando a reserva do local, que provavelmente será o SINDPETRO-RJ, o Congresso já tem data e programação definidos. O dia 13, um sábado, será um dia de discussões sobre o movimento popular e sindical, sobre a conjuntura nacional e internacional e contará com a presença de organizações como a CUT e a CONLUTAS.

Nós do Coletivo Lenin já lançamos há algum tempo a base para nossa tese, que foi um panfleto nos diferenciando da atual “direção” da FIST, suas políticas e métodos. O texto “O que queremos que a FIST seja?” teve uma repercussão muito positiva na base das ocupações, demonstrando a insatisfação com o método de pressão usado pela “direção” da entidade. O panfleto também serviu para aproximar o Coletivo Lenin de alguns companheiros que já se dispuseram a construir a tese em conjunto conosco e defendê-la na base.

Ao longo do evento defenderemos junto com esses companheiros a importante proposta de unificação do movimento popular carioca, hoje dividido em diversas organizações (muitas vezes por questões pessoais, e não políticas). Para enfrentar o avanço da política de criminalização dos movimentos sociais de Paes/Cabral e as investidas cada vez mais violentas da PM sobre a população negra e pobre devemos unificar sobre uma única entidade todas as tendências que hoje fracionam o movimento.

Também defenderemos a criação de uma direção de verdade, composta por representantes das ocupações e que coordene um Comitê Executivo aberto, que cumpriria o papel que hoje tem a Coordenação da entidade. Além disso, discutiremos com a base da FIST a importância das palavras de ordem anti-capitalistas, como a redução da carga horária sem redução de salários para enfrentar o desemprego. Fora, é claro, o combate às opressões específicas (machismo, racismo e homofobia) e a denúncia do papel do Estado capitalista e da sociedade de classes. Assim, pretendemos dialogar com os ocupantes sobre a importância da luta pelo socialismo e a construção de um Partido Revolucionário de trabalhadores.


Em tempos de capitalismo decadente e de retrocesso na consciência de classe do proletariado (resultado da contra-revolução mundial), o movimento popular pode atingir um importante caráter anti-capitalista, se guiado pelo programa correto e apoiado nas lutas do trabalhadores.

Apenas organizando os setores mais explorados da classe trabalhadora, os negros e as mulheres no caso do Brasil, poderemos alavancar a construção de um partido revolucionário e avançar na luta pelo socialismo. Por isso nós do Coletivo Lenin consideramos uma tarefa fundamental organizar os sem-teto através de uma perspectiva classista e revolucionária.

Assim, esperamos importantes avanços no setor com o Congresso que se aproxima e convidamos todos os nossos simpatizantes a participar desse evento. Se você quiser ir ao Congresso como ouvinte, basta procurar nossos militantes cariocas e se informar.

DATA: 13 de dezembro (domingo)
LOCAL: Sede do SINDIPETRO-RJ (Av. Passos, nº34 - Centro)
HORÁRIO: Das 9h às 21h
Leia mais!