QUEM SOMOS NÓS

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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Feliz natal, feliz ano novo, mas não serei hipócrita, falarei do ódio! (blog Socialista Livre)


2015, no Brasil, foi o ano do ódio. Ódio cultivado pela classe dominante contra a classe trabalhadora organizada e todos os seus representantes. A classe dominante perdeu as eleições em 2014, através de seu candidato favorito, Aécio Neves, e, por conta disso, passou o ano todo propagando o ódio nas ruas, vestindo-se hipocritamente de verde-amarelo; passou o ano todo vomitando seu ódio nas redes sociais, com os palavrões mais estúpidos que se possa imaginar; passou o ano todo incutindo o ódio através dos articulistas da imprensa burguesa que mentiram muito para insuflar um movimento golpista no Brasil; passou o ano todo cultivando o ódio através de parlamentares reacionários no Congresso Nacional que fizeram todo tipo de jogo sujo para calar os democratas e criar dificuldades econômicas ao país, culminando com um pedido de impeachment infundado, uma peça rasa e caricaturesca de quem quer promover o caos; passou o ano todo espalhando o ódio através de seres bestiais pedindo volta da ditadura militar no país, como se o povo precisasse de respirar fuzis e baionetas de milicos; passou o ano todo incentivando o ódio através de seres alienados que não entendem nada de política, mas querendo ser os donos da moral e do bom costume em conversas de boteco ou em conversas familiares para descarregarem suas frustrações por terem perdido mais uma vez uma eleição.

O discurso do ódio plantado pela classe dominante golpista, generalizando a visão destorcida de que quem luta é ladrão; de que todo trabalhador que faz política é ladrão; de que quem governa o estado para ajudar o povo é ladrão; de que quem defende o socialismo é assassino e ladrão; enfim, para quem é lúcido acerca das manipulações da classe dominante para manter o povo trabalhador semi-escravizado , tudo isso foi mesmo um motivo de náusea, mas também motivo de tomada de consciência de que precisamos coletivamente reagir à altura contra esses propagadores do ódio.

E foi assim, contra o ódio da classe dominante que pede impeachment da presidente eleita democraticamente pelo povo, Dilma Rousseff, que, finalmente, no dia 16 de dezembro de 2015, milhares e milhares de trabalhadores e gente de bem deixaram suas casas e o Whatsapp e o Facebook e foram para as ruas dizer NÃO. NÃO AO ÓDIO. NÃO AOS GOLPISTAS. NÃO AOS FASCISTAS.  NÃO AOS DITADORES. NÃO AOS DEPUTADOS GOLPISTAS. E também NÃO AOS AJUSTES FISCAIS IMPOSTOS PELA LÓGICA DA BURGUESIA QUE SÓ PENALIZA OS POBRES.

O ódio cego matou aquele que, segundo nossa tradição cultural, nasceu no dia 25 de dezembro, data que dá origem às nossas festas natalinas. Ele, Jesus Cristo, foi morto pelo ódio cego da classe dominante de sua época, dizem os pergaminhos, e consta-se que só pregava o amor, a igualdade entre os homens e mulheres, a fraternidade entre todos, a distribuição de renda com os pobres e necessitados, a saúde aos enfermos, a educação aos ignorantes. Em 2015, no Brasil atual, o ódio quer vencer o bom senso, o ódio quer vencer a democracia, o ódio quer vencer a distribuição de renda mesmo que mínima, o ódio quer vencer a possibilidade da escola pública de qualidade, o ódio que vencer a possibilidade da saúde pública de qualidade, o ódio quer vencer a possibilidade de se lutar por uma vida melhor, o ódio quer vencer a possibilidade de dias melhores para a classe trabalhadora.

Enfim, contra esse ódio, é que digo: FELIZ NATAL! FELIZ ANO NOVO! E que, como se prega culturalmente no espírito natalino, renasçamos com mais força em 2016 e, com mais consciência e garra, derrotemos o ódio da classe dos mais abastados, derrotemos os golpistas da classe dominante, derrotemos os espúrios negócios do imperialismo para o Brasil: SEUS CHICOTES DO ÓDIO NÃO GOVERNARÃO! Não precisamos da ditadura da burguesia capitalista e seus agentes do ódio!

Por: Gílber Martins Duarte – Militante SOCIALISTA LIVRE / FRENTE RESISTÊNCIA – Sind-UTE/Uberlândia/MG – Doutor em Análise do Discurso/UFU – Professor da Rede Estadual de Minas Gerais – Membro MEOB – CSP-CONLUTAS – EDITOR DO BLOG www.socialistalivre.wordpress.com

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terça-feira, 20 de outubro de 2015

Nota em solidariedade ao companheiro Mauro Iasi

http://frenteresistencia.blogspot.com.br/2015/10/nota-em-solidariedade-ao-companheiro.html?m=1

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sábado, 10 de outubro de 2015

Surge a Frente Resistência!

A Frente Resistência é uma iniciativa construída coletivamente para atuar nos marcos da emancipação da classe trabalhadora e dos povos oprimidos, do antiimperialismo e do antifascismo.

Não é uma organização nem pretende se constituir em uma. Envolve agrupamentos e militantes individuais de diversas tradições da esquerda, que, mantendo seus próprios programas e visões de mundo, estão dispostos a um trabalho em comum nos marcos apontados.

O Coletivo Lênin se soma à Frente Resistência, junto com os companheiros da Tendência Revolucionária, do Coletivo Socialistas Livres, do blog Espaço Marxista e do Movimento por uma Tendência Marxista-Leninista!

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sábado, 3 de outubro de 2015

Contribua com a campanha financeira da FIST!


Link: http://www.kickante.com.br/campanhas/projeto-de-educacao-e-politizacao-popular

A Frente Internacionalista dos Sem-Teto (FIST) é uma organização social brasileira que contribui, sobretudo, para defender legalmente o direito constitucional das pessoas sem-teto de habitação mas também oferece outros benefícios para as pessoas sem-teto e participa ativamente de protestos no Brasil . Foi criada em 2005 e é baseada nas idéias comunais de apoio mútuo entre diferentes ocupações de edifícios abandonados. A nossa constituição afirma também que a propriedade privada tem que cumprir sua função social, que neste caso significa que edifícios têm de fornecer moradia. Podemos fazer grandes avanços para enfrentar o problema da habitação defendendo nossa constituição.

O nosso projeto de educação irá enfrentar o analfabetismo adulto e infatil, oferecer creche e educação complementar para estudo em tempo integral, oferecendo estudo dirigido, aulas e exercícios extras para elevar os padrões educacionais e permitindo que os pais trabalhem em tempo integral com os filhos tomados conta. Não só isso, mas aulas para aprender uma profissão e cursos para entrar na faculdade pública.

O Brasil tem um registro atroz na educação e está passando por uma terrível crise econômica, os sem teto estão entre as maiores vítimas. Fornecendo estes cursos podemos ajudar os pais a trabalhar sem se preocupar com seus filhos, dar às crianças uma educação de qualidade para o seu futuro, dar opções de trabalho para os desempregados e ajuda a colocar jovens pobres em faculdades públicas.

Nós temos muitos espaços disponíveis para transformar em salas de aula, de imediato temos 3 salas de diferentes tamanhos para este projeto. Nós também têm arrolados cerca de 10 professores para nossas aulas provenientes de escolas públicas e privadas, militantes e até mesmo alguns sem teto. O que precisamos é de mobiliário escolar e material escolar básico.

A nossa estimativa aproximada é:

CUSTOS:

4 Quadros brancos a R$63,85 cada mais o frete de R$80,00 totalizando R$335,40.http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-682019589-quadro-branco-60-x-80-cm-escolas-creches-educacional-novo-_JM200 carteiras escolares a R$ 300,00 cada mais um frete de R$ 50,00 totalizando R$ 60.050.http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-696198820-mesa-cadeiras-carteiras... escolares diversos como pilor para os quadros, cadernos, apagador, etc totalizando R$3.000,00.
O valor total daria R$ 65.000,00 mas com o valor pedido já podemos pelos menos montar uma sala. Nós podemos ser contatados por nossa página no Facebook:https://www.facebook.com/frenteinternacionalista.fist

Ou e-mail:

Fist17@gmail.com
magmenecopuc@hotmail.com

Por favor ajudar e partilhar a nossa campanha. Não se esqueça manter contato com a nossa organização.

Muito obrigado.

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LIBERDADE PARA TOM, PRESO PELO JUDICIÁRIO RACISTA CONTRA AS PERSEGUIÇÕES A FIST! (FIST)


Via FIST



Adeilton Costa Lima, o Tom, trabalhador informal e morador da ocupação Edith Stein da FIST famoso por ter confeccionado o boneco da copa cuja imagem rodou o mundo, foi condenado a 11 anos de prisão, sob a falsa acusação de roubo. Ele está desde o dia 30/09/2014 preso no presídio Patrícia Acioli em São Gonçalo.

O juiz Itabaiana não ouviu nem a única testemunha que acusou Tom em sede policial, quando a pessoa ainda está sob forte emoção. Nem as três testemunhas de defesa, que não eram amigas do condenado, que atestaram que, no dia e hora do crime, Tom encontrava-se numa ocupação da rua Santa Cristina,em Santa Teresa.

A única testemunha de acusação que foi fazer o reconhecimento de Tom em audiência atestou que o mesmo não era um dos criminosos, e mais: disse textualmente que Tom NUNCA ESTEVE NO ESTABELECIMENTO ONDE OCORREU O CRIME. Mesmo diante destas provas, Itabaiana condenou o companheiro. Este juiz, além de tudo, tem um comportamento desrespeitoso para com os advogados estando, inclusive, sendo processado pela moderadíssima OAB em virtude de ter mandado fazer escuta nos telefones dos advogados, revivendo a velha prática da ditadura militar.

Tom é réu primário e foi preso pela primeira vez no período eleitoral, o que é ilegal. A fita de uma câmera de segurança do local do crime, que revela que Tom não participou dos assaltos não foi periciada, porque desapareceu no Fórum, o que é um indício de alguma interferência também ilegal no processo.
O juiz Flavio Itabaiana de Oliveira Nicolau é velho conhecido da FIST por suas atitudes arbitrárias. No afã de condenar, condenar e condenar, cometeu mais uma injustiça gritante com essa sentença. É simplesmente aviltante o comportamento desse senhor contra pobres, negros e lutadores sociais.

A perseguição ao Tom faz parte de uma onda geral de perseguição à FIST e a todos os movimentos sociais. Por lutar contra a especulação imobiliária no Rio de Janeiro, vários moradores de ocupações da FIST já sofreram criminalização de forma parecida com o que aconteceu com o Tom. O próprio advogado da FIST,André de Paula, está respondendo a processo por desacato, por se recusar a aceitar as chicanas judiciais contra o nosso movimento e o povo pobre e de maioria negra.

O Estado brasileiro foi construído em cima da escravidão, e depois da repressão brutal ao povo negro. A justiça, como um dos pilares desse Estado, não é diferente. Os juízes no Brasil têm poderes quase ditatoriais, e podem passar por cima do devido processo legal, como Itabaiana está fazendo. E o sistema penal não oferece nenhum apoio para reabilitar os presos e reintegrá-los na sociedade, e sim serve como escola do crime e depósito para pobres, muitos já com as penas vencidas.

Como parte da nossa luta contra o sistema capitalista, devemos exigir que haja um controle popular maior sobre a justiça, e diminuição do poder dos juízes. E também devemos exigir mudanças radicais no sistema penal, começando com o fim da Polícia Militar, que trata o povo como um inimigo a ser combatido, e medidas para diminuir a superlotação dos presídios.

Assim como a FIST participa da Campanha pela Liberdade de Rafael Braga, pedimos o apoio de todos os movimentos sociais para a campanha pela liberdade do Tom e contra as perseguições à FIST. Precisamos de moções nos sindicatos e movimentos, divulgação do caso, solidariedade material ao Tom e à sua família e apoio nas manifestações que vamos convocar em conjunto com quem apoiar mais esse preso do judiciário racista e antipopular.

Tom está pedindo um ventilador com nota fiscal como doação. Quem puder ajudar terá nossa gratidão.
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sábado, 26 de setembro de 2015

A luta contra o corte de linhas é a luta contra a tarifa (MPL/RJ)

Reproduzimos a nota dos companheiros, com a qual temos acordo

https://m.facebook.com/passelivre.rj/photos/a.133536566850028.1073741826.126339927569692/415526958650986/?type=3

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terça-feira, 15 de setembro de 2015

Plenária para organizar o ato contra os corte de linhas de ônibus


No dia 1/10 vai acontecer um ato na Candelária contra os cortes de linhas de ônibus planejados pelo governo Eduardo Paes (PMDB). Logicamente os alvos principais são os bairros mais pobres, com maioria da população negra. Essa plenária é pra organizar o ato. Precisamos construir um movimento forte pra barrar mais essa política antipovo!

O evento no facebook da plenária é esse aqui

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domingo, 13 de setembro de 2015

BALANÇO E RESOLUÇÕES DO I CONGRESSO DA FCT

Por um partido bolchevique pela reconstrução da IV Internacional que combata o imperialismo com a tática da Frente Única e lute sob a estratégia da Revolução Permanente!


A Frente Comunista dos Trabalhadores deliberou no seu primeiro Congresso por se tornar uma nova organização centralizada, do tipo bolchevique-leninista. O Congresso foi realizado em São Paulo no primeiro fim de semana de setembro de 2015. Após quase um ano de experiência e militância comum, a Liga Comunista, o Coletivo Lenin – Fração Operária, o Espaço Marxista e a Tendência Revolucionária se encaminham por construir uma só organização.

Além disso, o Congresso deliberou por estabelecer critérios de militância comum para todos os seus membros.

Também foi indicada a realização de uma Conferência para daqui a seis meses, com o intuito de estabelecer um status superior das relações entre a FCT e outras organizações sindicais, partidárias e militantes não-organizados que estreitarem laços conosco até lá.


No Congresso, uma minoria da FCT, ironicamente uma fração do grupo que se denomina Coletivo Lenin, se opôs ao centralismo democrático leninista, alegando que tanto o método bolchevique quanto o legado da IV Internacional não são mais vigentes nos dias atuais. A Fração Operária do Coletivo Lenin defendeu a medida e votou com a maioria da FCT. A TR votou contra a constituição de uma organização unificada, mas, depois de aprovada a unificação, se manifestou disposta a fazer uma experiência dentro da nova FCT, sob os critérios de militância aprovados.

RESOLUÇÕES PROGRAMÁTICAS


Na primeira parte do Congresso, os participantes debateram e deliberaram sobre a conjuntura internacional e nacional.

O Congresso foi aberto com uma saudação do grupo trotskista turco, Dördüncü Blok, em defesa da IV Internacional, e um informe da Tendência Militante Bolchevique, membro do Comitê de Ligação pela IV Internacional na Argentina, acerca da escalada golpista na América Latina, tendo seu último capítulo na renúncia do presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, pressionado pela Embaixada dos EUA e pela oposição burguesa.

Como último, mas não menos importante, informe foi relatada e rechaçada a caçada genocida sofrida pelos índios guaranis kaiowás no Mato Grosso do Sul, por parte do latifúndio e com a cumplicidade do governo federal petista.

Apesar das distintas origens políticas das organizações e militantes componentes da Frente, o debate acerca da conjuntura internacional e nacional confirmou uma compreensão comum dos acontecimentos e tarefas por parte da maioria do Congresso, ou seja, que a partir do último trimestre de 2014 até agora, a FCT acumulou acordos programáticos suficiente para dar o atual passo organizativo, deixando para trás o estágio embrionário de frente de ação em torno de tarefas políticas pontuais, salto de qualidade possível a partir das discussões e do combate militante durante os últimos meses entre os construtores da FCT. Neste sentido foi repudiado pela maioria dos componentes os vícios do terceiro campismo e do sectarismo pró-imperialista acerca da nova guerra fria, da questão palestina, da guerra civil na Ucrânia e os desvios ceticistas e pós-modernos derivados das derrotas subsequentes à contrarrevolução capitalista nos Estados operários que contagiaram grande parte da esquerda mundial.

CONJUNTURA INTERNACIONAL


Foi realizada uma análise da ofensiva do Imperialismo da OTAN e o cerco ao bloco russo-chinês e os países que os orbitam na construção do BRICS, e como isso influencia a conjuntura golpista que ameaça os governos de centro-esquerda ou de frente popular nos países da América Latina, exemplificando o golpe no Paraguai e recentemente na Guatemala, presidentes que ou foram impedidos ou renunciaram diante de denúncias de corrupção. Foi destacado também o exemplo do golpe dos fascistas na Ucrânia, onde claramente existe um lado nazista apoiado pelo Imperialismo, e outro pelo Bloco Russo-Chinês. Não existe terceiro campo. A situação há que nos colocar do lado dos países semicoloniais, dependentes ou em desenvolvimento contra o imperialismo, que como já alertava Lenin e Trotsky, é o inimigo principal da classe trabalhadora. Mas, que fique explícito, tal orientação não implica em dar qualquer apoio político ou fazer a defesa das direções burguesas e pequeno-burguesas dos países, povos ou agrupamentos oprimidos pelo imperialismo. Foi defendida e aprovada a unidade tática de todos os inimigos do imperialismo mundial contra o avanço do cerco aos países ligados ao Bloco Russo-Chinês, que mesmo sendo burgueses, não são imperialistas.

Esta unidade, momentânea e pontual, tem como objetivo debilitar o cerco imperialista e ajudar a classe trabalhadora a organizar o combate a este inimigo principal que agora se encontra na ofensiva e, neste processo, simultaneamente ajudar as massas a superar as ilusões em suas direções tradicionais -que, por suas próprias características de classe, são incapazes e impotentes para realizar uma luta consequente contra o grande capital-, para que as massas passem da defensiva para a ofensiva revolucionária vencendo o conjunto do patronato num segundo momento.

A guerra fria atual, embora tenha rompido a unipolaridade da “Pax Estadunidense” existente até a crise de 2008, dista muito da situação mundial de 1914 [como bem afirmou o grupo ucraniano Borotba em seu documento o “Marxismo e a guerra no Donbass”, 29/08/2015] e também destacou o camarada da TMB participante do Congresso, pois se a primeira guerra era uma guerra provocada pela ofensiva expansionista de distintas nações imperialistas, a atual guerra fria surge de um bloco defensivo de Estados burgueses contra a hegemonia dominante e não alinhados com o imperialismo.

Foi destacado que a Frente Única Antiimperialista é uma aliança tática, que nem por um segundo pode ser confundida com uma orientação etapista ou frente populista de luta de classes, e que precisa estar subordinada à defesa dos interesses dos trabalhadores contra os patrões em todas e cada uma das nações e à estratégia da luta pelo partido mundial da revolução, a IV Internacional, e pela revolução permanente em escala planetária.

Neste momento entre crises econômicas capitalistas, de derrotas e defensiva de nossa classe, a tática mais apropriada para preparar condições mais favoráveis à luta de nossa classe, a fim de virar a mesa em favor dos trabalhadores, está no aproveitamento das contradições do interior do mundo capitalista, ou seja, está na tática da Frente Única de massas com aliados pontuais que dirigem o movimento de massas, sem que isto signifique estabelecer um programa comum com os mesmos e sem prestar qualquer apoio político às direções burguesas e pequeno burguesas desta frente. Foi aprovada então no Congresso a:

“Defesa da Frente Única Anti-Imperialista unindo os BRICS, os bolivarianos, Estados operários remanescentes, o nacionalismo árabe, movimentos de resistência islâmicos, o Irã, africanos e 'terceiro mundistas' sempre que estiverem sob o ataque ou em contradição com o imperialismo”.

Acerca da Guerra Civil na Ucrânia foi deliberado a defesa da frente única “com o diabo e sua avó” [Leon Trotsky, "Por uma Frente Única Operária Contra o Fascismo", 1931], ou seja, inclusive com Putin e entre todos os movimentos de resistência em Donbass contra o governo fascista e pró-imperialista de Kiev. Foi derrotada a proposta de duplo derrotismo neste conflito.

Na Questão Palestina houve um consenso em torna da estratégia por uma federação socialista dos povos do Oriente Médio e da defesa de uma Palestina de conselhos populares multiétnicos, bem como a vitória da tática da Frente Única com todos os movimentos proletários, árabes e islâmicos pelo fim do Estado de Israel, tendo sido derrotada a tática que se limita a lutar pela desocupação dos assentamentos sionistas e áreas militarmente ocupadas por Israel.

Sobre as guerras civis na Síria/Iraque e Líbia (em situação análoga a Síria) foi vitoriosa a posição internacionalista de Frente Única com o governo Assad, o Hezbollah, o Irã, a Rússia, o PKK e todos os povos e guerrilhas que são contra os mercenários apoiados pelo imperialismo, tendo sido derrotada a posição nacionalista de Frente Única “síria”, isto é, apenas com o governo Assad e no máximo com entidades classistas, mas não com outros Estados ou exércitos organizados.

Sobre o “Estado Islâmico”, dentro do consenso de que esta guerrilha mercenária não é um Estado e tampouco islâmico, de que se trata de uma criatura bárbara do imperialismo utilizada para derrubar o governo da Síria e para justificar novas aventuras militares dos EUA e Israel no mundo islâmico, e de que sua orientação religiosa, o wahhabismo, é patrocinada pela monarquia absolutista reacionária da Arábia Saudita (aliada do sionismo e do imperialismo na região), foi vitoriosa a posição de jamais emblocar com o mesmo, inclusive nas situações em que, conjunturalmente, o próprio imperialismo se veja forçado a atacá-lo.

Foi aprovada por consenso a posição de apoio à independência do Povo Curdo na Turquia. Defesa incondicional de Kobane contra os ataques do Estado Islâmico assim como do Governo da Turquia e sua perseguição à resistência dos curdos dentro e fora do Estado Turco.

Sobre a questão organizativa internacional. Foi aprovada a chamada “Pela reconstrução da IV Internacional e pela reunificação do movimento comunista mundial sob a bandeira da luta anti-imperialista e da revolução permanente!”, tendo sido derrotada a posição que não adotava a reconstrução da IV Internacional.

Tal reconstrução da IV Internacional se realiza hoje a partir do Comitê de Ligação pela Quarta Internacional, CLQI, composto também pelo Socialist Fight britânico e a Tendência Militante Bolchevique argentina, do qual a FCT será a seção brasileira.

CONJUNTURA NACIONAL


Afirmação de que no Brasil existe uma frente golpista dos partidos de direita contra o PT, que atuam dentro da conjuntura internacional de cerco imperialista aos BRICS, e que no Brasil exige que o PT saia do poder de qualquer maneira para que possa ser aprofundada uma verdadeira austeridade à moda europeia contra os trabalhadores. O PT não é capaz de conduzir uma austeridade tão profunda devido a sua dependência de uma base popular e proletária, que inegavelmente o levaria à ruina. As vias pelo golpe são por pressão de impedimento pelo Congresso reacionário (em especial a Câmara dos Deputados), o que colocaria Temer como presidente de um governo de coalizão, ou via cassação através do Judiciário, como no julgamento pelo TSE das contas de campanha da chapa de Dilma e Temer. E ainda há o risco de cassarem os direitos políticos de Luís Inácio Lula da Silva para impedir seu lançamento ao pleito presidencial de 2018, bem com o desgaste do PT por todas as frentes para que possa finalmente ser extirpado do mapa político e consolidar um novo período econômico neoliberal puro de apoio político conservador. Outra hipótese, ainda que remota e mesmo improvável por ora, seria a quartelada com o apoio logístico do imperialismo, reproduzindo 64.

A possibilidade da derrubada do governo Dilma, portanto, é condicionada sobretudo pela conjuntura internacional. Existe um golpe em marcha impulsionado pelo imperialismo, sendo que não se sabe por qual caminho será e nem há consenso no interior dos principais partidos da oposição burguesa golpista (PSDB e PMDB) nem tampouco entre eles.

Em toda América Latina o imperialismo quer retomar seu espaço geopolítico e sua hegemonia sobre a América Latina e rever os contratos com a China e outras economias contra-hegemônicas ao imperialismo. Mesmo que esteja em curso uma serie de capitulações do PT e de Dilma à direita com um pacote de austeridade contra a classe trabalhadora, tal pacote é insuficiente para o imperialismo, de modo que é preciso destituir o PT para que seja implementada a agenda neoliberal na velocidade e na força desejadas. Prova da incapacidade do PT de adotar tal agenda no ritmo desejado pelo imperialismo é o fato de não terem sido aprovadas as terceirizações completas em todos os níveis (empresas públicas e privadas, serviços e indústria) nem o partido ter apoiado a redução da maioridade penal, medidas impopulares que lhe "queimariam" com sua base social.

Após a crise de 2008, o imperialismo tem tentado reconquistar terreno perdido para os BRICS orquestrando um processo golpista (desgraçadamente bem sucedido) por ano: 2009 – Honduras, 2010 – Equador, 2011 – Líbia, 2012 – Paraguai, 2013 – Egito, 2014 – Ucrânia e Tailândia, 2015 – Guatemala, com impedimentos (impeachment), renuncia, ou golpes militares apoiados pelo imperialismo. Também, desde 1964, nunca a direita esteve tão forte nas ruas como agora, freneticamente desestabilizando o governo, apesar de Dilma ser recém reeleita e estar com poucos meses de mandato. Isso tudo sugere que uma ação golpista está em curso no Brasil, como reiteradamente alertamos. A falta de clareza da luta de classes internacional e sua influência sobre a conjuntura brasileira compromete a análise de que há condições extremamente favoráveis ao golpe de Estado pela oposição burguesa de direita pró-imperialista em nosso país.

Nas deliberações congressuais, foram derrotados pelo voto os camaradas que duvidam da existência de tal ofensiva conspirativa de direita no país, minimizando as possibilidades de haver golpe e preferindo a tese do sangramento do Governo PT até 2018. Também foi derrotada a posição dos que acreditavam ser um erro tático, mas não de princípio, o chamado ao voto em Dilma no segundo turno das eleições presidenciais de 2014, prevendo a tendências que se confirmou das novas e maiores capitulações do governo PT à direita.

Foi aprovado por consenso a construção de uma oposição operária e comunista ao governo Dilma e a manutenção da atual linha do jornal "Folha do Trabalhador", modulando a agitação e propaganda acerca da política frentista e a construção da oposição comunista conforme a conjuntura mude ou oscile, aumentando o combate à política anti-operária do governo Dilma-Levi mas mantendo a denúncia do golpe.

Os debates ao longo do ano e mais explicitamente no Congresso da FCT mostraram que a posição que vacila diante do imperialismo na atual guerra fria, diante dos nazistas de Kiev na guerra civil ucraniana, do sionismo no Oriente Médio e da direita golpista no Brasil é a mesma que renuncia à luta por um partido bolchevique e à reconstrução da IV Internacional. Ao contrário, é sintomático que os elementos mais proletarizados da FCT acompanhem a posição da maioria, o que mostra que tal posição está em sintonia com os interesses e objetivos da classe trabalhadora mundial. Nesse sentido, convidamos os camaradas congressistas que se abstiveram nas votações polêmicas a refletir sobre as distintas orientações e a se reintegrarem à FCT para lutar conosco pela construção de um partido revolucionário dos trabalhadores no Brasil, que capitalize as desilusões do proletariado com o PT e com a Frente de Esquerda (PSOL, PSTU, PCB), e impulsione uma poderosa seção do partido mundial da revolução em nosso país.


Documentos preparatórios para o Congresso da FCT:


PARTIDO

> Contribuição sobre a questão do regime de partido 1
Centralismo democrático, greves e militância trotskista

> Contribuição sobre a questão do regime de partido 2
Em defesa do Centralismo Democrático: contra o liberalismo e contra o stalinismo

> "O que é e pra onde vai a Frente Comunista dos Trabalhadores"

IV INTERNACIONAL

> "Conquistar o proletariado, condição essencial para a reconstrução da IV Internacional!"

SINDICAL

> "Pela reunificação do movimento sindical de esquerda brasileiro, em defesa dos direitos e contra a direita!"

CONJUNTURA

> Declaração FCT-FT contra o Golpe
"Derrotar o Golpe de Estado em marcha no Brasil - Não ao Golpe!"

> 8 pontos da FCT

FRENTE ÚNICA

> Declaração do Comitê Paritário
"Frente única para derrotar a ofensiva patronal, do governo e da direita!"

DIVERSOS


> "A escravidão é a chave da história no Brasil" (Coletivo Lênin), "Revolução Permanente na África" (idem), "Os comunistas e a questão sexual" (idem). "Muro de Berlim: Ruim com ele, pior sem ele"(idem). "Defensismo Revolucionário e o fim dos Estados do Leste"(idem). "Marxismo e Organização" (idem). "Os trotskistas e a luta armada" (idem).
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SAUDAÇÃO DO DÖRDÜNCÜ BLOK AO CONGRESSO DA FCT

Saudação do Dördüncü Blok ao
I Congresso da Frente Comunista dos Trabalhadores


Cibran Serkan, em nome do Dördüncü Blok (Bloco Quartainternacionalista) - Turquia



"Olá camaradas,
Na luta pela revolução proletária e para estabelecer um mundo comunista, vosso Congresso parece um pequeno detalhe, mas vocês deram um passo importante. É uma medida modesta, mas importante na nossa luta para reconstruir a IV Internacional é um passo importante da marcha revolucionária.
Vamos construir a Quarta Internacional!"

Relato do Congresso da FCT na página dos camaradas do Dürdüncü Blok:
"BRASIL: Realizou-se o Congresso da Frente Comunista dos Trabalhadores – FCT!"
http://dorduncublok.blogspot.com.tr/2015/09/brezilya-fctkomunist-isci-cephesi.html

Dördüncü Blok
Komünist İşçi Cephesi
kongresi'ne selamlar


Cibran Serkan, namina Dördüncü Blok  


Merhaba Yoldaşlar, 
Proleter devrim ve komünist bir dünya kurma mücadelesinde , sizler küçük bir ayrıntı gibi görünen oysa önemli bir  adım attınız. Bu mütevazi ama önemli adım dördüncü enternasyonali yeniden kurma mücadelemizde devrimci yürüyüşünüzün önemli bir adımıdır. 
Dördüncü enternasyonali İnşa edelim!

Greetings to the Congress of the
Communist Workers Front
from Dördüncü Blok


Cibran Serkan, behalf Dördüncü Blok

"Hello comrades, 
In the struggle to establish a communist world proletarian revolution and greet your first congress, a step appears small. Do this modest but very important step, which is an important aspect of the revolutionary march. Peace be upon you from the turkey in the reconstruction of the Fourth International fight. 
Let's Build the Fourth International! " 
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SAUDAÇÃO DO SOCIALIST FIGHT AO CONGRESSO DA FCT

Saudação do Socialist Fight ao I Congresso da Frente Comunista dos Trabalhadores


Gerry Downing, pelo Socialist Fight (Luta Socialista) - Grã Bretanha


"Saudações do Socialist Fight (Luta Socialista) da Grã-Bretanha ao Congresso da Frente Comunista dos Trabalhadores. Desejamos-lhe todo o sucesso em suas lutas revolucionárias. A derrota dos golpes desferidos contra a classe trabalhadora brasileira é de vital importância para a classe trabalhadora de todo o mundo. Em um momento em que as massas oprimidas da Síria, Espanha e Brasil têm demonstrado a sua capacidade de combate a questão da direção revolucionária é cada vez mais urgentemente colocada. Sabemos que eles querem lutar, a ascensão da candidatura a direção do Partido Trabalhista de Jeremy Corbyn [deputado da esquerda do partido trabalhista inglês membro da «Socialist Campaign Group», «Stop the War Coalition», «Palestine Solidarity Campaign» e «Campaign for Nuclear Disarmament»] com chances de favoritismo (agora, de 5 contra 1), a partir da possibilidade de 100 contra 1 apenas há alguns meses, mostram que elas se apoiam em qualquer tipo de direção, mesmo um reformista de esquerda militante um ou um populista esquerda eles vão lutar. Por isso, nós instamos a vocês para que reúnam seus esforços para edificar uma direção à altura das necessidades da luta no Brasil, e, assim, contribuir imensamente para a resolução deste problema global superando as ilusões nos reformistas em favor dos revolucionários socialistas internacionalistas que contribuem para apressar o dia da vitória da revolução mundial."

Greetings to the Congress of the
Communist Workers Front
from Socialist Fight

Gerry Downing, for Socialist Fight


Greetings to the Congress of the Communist Workers Front from Socialist Fight in Britain. We wish you every success on your revolutionary struggles. The defeat of the coup plots against the Brazilian working-class is of vital importance to the working class of the whole world. At a time when the masses of the oppressed from greetings and Syria to Spain and Brazil have shown their fighting capacity the question of revolutionary leadership is ever more urgently posed. We know they want to fight, the rise of Jeremy Corbyn to odds on favourite (5 to 1 against now) from a 100 to 1 just a few months ago show that given any kind of leadership, even a militant left reformist one or a left populist one they will fight. Therefore we urge you on on your endeavours to forge such a leadership in Brazil, and thereby to contribute massively to solving this global problem of reforming a revolutionary  socialist international to hasten the day of the victory of the world revolution.
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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Declaração da maioria do CL ao congresso da FCT


Uma última declaração para o congresso da FCT.

 

Escrevemos este documento para tentar sintetizar nossas principais posições e propostas acerca das discussões que tomarão parte no congresso da FCT, neste domingo.

Em nosso documento, escrito há alguns meses e postado no grupo da FCT, explicitamos algumas de nossas principais divergências com o dito “programa” da frente, além disso, fizemos propostas visando um funcionamento mais democrático e saudável dos espaços e ferramentas da FCT. Listamos abaixo um breve apontamento dessas questões:

 

1 - A palavra de ordem permanente de frente única com o mal menor.

Essa posição se coloca tanto no âmbito nacional quanto internacional. A nível nacional, temos um impressionismo sobre a questão do golpe e/ou ascensão da direita que faz com que alguns companheiros virem os olhos para o PT como agregador de uma suposta resistência às ofensivas da direita. Todas as dezenas de concessões feitas para a burguesia, tanto internacional quanto nacional ao longo dos 3 mandatos não foram suficientes para mostrar de que lado o PT está na luta de classes. O voto crítico em Dilma nas últimas eleições foi justificado por um acirramento de forças entre esquerda e direita (ou até entre burguesia e trabalhadores), sintetizado por PT e PSDB. Muitas analogias históricas de frente única, que os comunistas defenderam e participaram, foram utilizadas como justificativa. A pobreza de análise em entender a diferença das condições atuais com as de um século atrás, faz alguns igualarem a resistência de um golpe militar reacionário e imperialista na Rússia pré-revolucionária de 1917 (e outros episódios enciclopédicos) com as eleições burguesas do Brasil de 2014 e esquecerem que a única posição revolucionária numa eleição burguesa é aquela que denuncie em primeiro plano a farsa eleitoral, sem concessões.

Essa tática do mal menor, se alastrou até os dias atuais, com a desculpa de um pretenso golpe para justificar o combate primeiro a uma direita do que contra os ataques do governo Dilma à população. Achando que o PT se tornou vítima da pressão de uma direita golpista, quando este só mais uma vez colocava em prática o programa que sempre se propôs a seguir, o de conciliação de classes. Para os que falham em entender os papéis do Estado e a postura que os comunistas devem ter perante eles, sugerimos a leitura do livro “Estado e Revolução” de Lenin, onde ele tenta mostrar como o Estado se configura como a ferramenta de dominação que a classe dominante usa contra a classe dominada.

Nenhuma revolução social pode ser bem sucedida sem que o Estado seja destruído e substituído por um novo, representante da classe que dirigiu a revolução. Especificamente nos dias de hoje, o Estado nacional burguês se configura como o principal inimigo da classe trabalhadora. É claro que na época do imperialismo, os estados nacionais se interligam e formam coligações em prol dos interesses dos grandes bancos e corporações. Mas por questões óbvias, é mais vantajoso que a classe trabalhadora, sem perder a perspectiva internacionalista de destruição do capitalismo, combata em primeiro plano a ferramenta maior de dominação da burguesia alojada em seu país: seu estado.

É claro que haverá raríssimas ocasiões em que o Estado nacional possa vir adotar (apesar de pouco provável, pois está sempre alinhado com a lógica imperialista) posturas que coincidam com os interesses imediatos da classe trabalhadora e sejam minimamente contrários à gatunagem imperialista. Nesses casos raros e muitos específicos, é necessária a agitação da frente única de organizações classistas, mas sem nunca esquecer que os Estados nacionais oprimidos tenderão muito mais a negociar e se submeter ao imperialismo do que lutar ao lado da classe trabalhadora até as últimas consequências. Portanto, não se pode nunca deixar de propagandear em primeiro plano que o Estado será o primeiro a voltar as armas para as cabeças dos trabalhadores e trabalhadoras, após a passagem da contenda específica. A frente única há de ser unicamente uma trégua com o Estado para combater um mal mais pernicioso.

Esse não é o caso atual. Não era o caso das eleições passadas. O PT continua a implementar a agenda neoliberal, sem pestanejar. E o teria feito mesmo sem ameaças insipientes de impedimento ou golpe talvez em menor velocidade. O estado continuou sendo o principal inimigo, com todas as suas reformas, extermínios de pobres e negros, intervenções militares em países vizinhos. Se 12 anos da mesma ladainha nada ensinaram sobre onde deve estar o foco da propaganda revolucionária, não sabemos o que o fará.

Sobre a direita que se faz mais notável no último ano, não há nada de novo nisso. A direita que tem ido às ruas é a base dos partidos que compõem o Estado, ora majoritariamente, ora minoritariamente. Não se pode negar que a consciência da classe trabalhadora muitas vezes se encontra muito próxima da direita e essa consciência não se pode deixar por um instante de ser disputada no dia a dia da militância. O combate à direita não pode cessar nunca, tal como o combate ao Estado. Mas um não pode deixar de existir em detrimento do outro porque ambos caminham sempre de mãos dadas.

Para o nível internacional, a estrutura que se apresenta é a mesma. Uma pseudoteoria formulada para justificar uma chamada de frente única permanente com um mal menor, nesse caso, com o imperialismo mais fraco.

A classe trabalhadora pouco ou quase nada tem a ver com disputas entre chefes de Estados de potências imperialistas. O principal exemplo disso foi a posição dos comunistas na primeira guerra mundial. As classes trabalhadoras deviam apontar suas armas para seus Estados e patrões e não tomar partido em disputas por novos mercados ou colônias. O que acontece hoje é exatamente a mesma coisa. A sede imperialista faz com que as potências sigam sempre em busca de mais, mais lucro, mais matéria prima, mais mão de obra, mais capital. Isso não mudará jamais, até que a classe trabalhadora organizada internacionalmente consiga ser uma alternativa à essa lógica de rapinagem das nações mais pobres. Um bloco imperialista menor ameaçando o hegemônico em nada afetará a correlação de forças na luta de classes internacional. Chamar uma frente única permanente contra o imperialismo hegemônico com qualquer setor que se autoproclame anti-imperialista é simplesmente apostar a sorte da classe trabalhadora na mudança de engravatados que terão por ora mais poder na conjuntura econômica do mundo. Torcer e agitar que a classe trabalhadora deve encampar com seus inimigos, que simplesmente anseiam ter mais poder para esmagá-la mais fortemente é no mínimo irresponsável e a longo prazo devastador para a perspectiva de se construir uma alternativa independente e classista de luta contra o imperialismo.

Não gostamos de fazer análises psicologicistas, mas é interessante que os campos para frente única escolhidos pelos companheiros sejam aqueles que tenham um mínimo de ligação com uma antiga tradição de lutas da classe trabalhadora. Tanto o PT, como o bloco russo-chinês (ex estados operários) parecem trazer uma falsa e doce ilusão de ainda serem uma opção de resistência aos largos avanços do imperialismo. Essa armadilha psicológica de depositarmos confiança em instituições que não são nem a sombra do que já foram um dia, apesar de parecerem reconfortante e um refúgio atrás do qual é possível se esconder e encontrar todas as respostas para os problemas do mundo; não são nada além de uma cegueira para a situação deplorável que se encontra a classe trabalhadora, a nossa classe, majoritariamente sem referência em qualquer forma de luta, que os revolucionários e revolucionárias  tanto anseiam por criar. Mais cedo ou mais tarde haveremos de perceber que se apegar a um passado distante para encontrar as repostas para um futuro não é nada mais que adiar um problema urgente de se resolver, o que só piora a situação da nossa classe.

 

Trouxemos também propostas para uma construção mais democrática e aberta do jornal da FCT. Pedimos simplesmente que os textos fossem disponibilizados com uma semana de antecedência para dar oportunidade aos militantes de lerem e minimamente debaterem as posições dos textos. Pedimos que isso fosse feito de maneira a expor todos os textos que comporiam o jornal, indicando os títulos e links dos textos. Incluimos um pedido para que a comissão editorial, que só tomamos conhecimento da existência recentemente, seja apresentada de forma transparente e encarregada das tarefas para tonar a confecção do jornal mais democrática.

Pedimos também uma maior consideração das posições que não são consensuais dentro da FCT e que na nossa opinião não aparecem como fundamentais para a classe trabalhadora. Concordamos que o jornal deve ser um instrumento de propaganda para as massas e por isso deve ser prioritariamente um palco para as denúncias dos males que mais afetam a classe trabalhadora.

 

Após a última reunião do CL, resolvemos levar para o congresso mais algumas propostas. Algumas foram consensuais e outras não.

Consensuais:

- Opressões específicas: o CL possui a tradição de defender e agitar as questões das opressões de sexo, gênero e grupos étnicos minoritários como uma questão fundamental na luta contra o capitalismo. Entendemos que no último século, o capitalismo se consolidou, tendo como uma das principais fontes de mais valia a segregação de “trabalhadores de segunda classe”. Podemos citar dois exemplos. O primeiro trata da questão do povo negro no Brasil, que encurralado em favelas e periferias, exterminado diariamente pelas polícias  e sempre empurrado para sub empregos enquanto instituições como universidades, cargos públicos e até de empresários ficam relegados para uma elite branca. Isso acontece com outros grupos minoritários, como os negros e negras, latinos e latinas e árabes nos Estados Unidos e União Europeia. Também acontece, embora em menor escala com os indígenas no Brasil. O segundo ponto possui uma importância a nível global e trata da questão da mulher. As mulheres carregam o passado da opressão em toda a história da luta de classes, em todas as sociedades. Na sociedade capitalista contemporânea continuam sendo de longe o principal alvo da dupla jornada, empregos mal pagos, objetificação e violência sexual, falta de representação nos espaços de decisão, inclusive da militância de esquerda.

Entendemos, que uma organização que se pretenda ser revolucionária e lutar por uma sociedade livre de opressões precisa se engajar nesse combate a partir de hoje, por entender que uma luta por igualdade de sexo, gênero e etnias é uma luta contra o capitalismo. Uma organização de vanguarda aqui no Brasil, será realmente representante da classe trabalhadora quando for composta majoritariamente por negros e mulheres, como o Coletivo Lenin defendeu desde sua fundação.

Um sintoma de que as organizações de tradição marxista não tem dado conta de responder a essas questões fundamentais é o surgimento cada vez maior de organizações de vanguarda que lutam contra o racismo e o machismo e não se reivindicam marxistas e a falta de protagonismo das organizações tradicionais de esquerda nessas lutas.

Em vista disso, trazemos a proposta, utilizada pelo Coletivo Lenin em muitos momentos, que toda vez que produzir um material para divulgação para as massas (como o jornal da FCT) seja obrigatório que se contenha pelo menos um texto com a temática de opressões, com o intuito de aprofundar o debate em torno desses pontos com a própria classe e outras organizações de vanguarda e poder construir um programa específico dessas lutas.

Para iniciar o debate, temos três materiais do Coletivo Lenin que podem ser utilizados. São livretos de nome: “A escravidão é a chave da história no brasil”, “Revolução Permanente na África” e “Os comunistas e a questão sexual”.

 

Ecologia:

Uma outra proposta foi a de aprofundar o debate sobre ecologia, por entender que somente uma sociedade socialista planificada para atender as necessidades da humanidade pode dar conta de uma produção sustentável que torne possível a permanência da vida humana na Terra. Os companheiros Thieplo e Sairo levantaram esse tema e ficaram responsáveis de apresentar dois documentos no Congresso da FCT com essa temática.

 

Sobre o futuro da FCT (não consensual)

 

Nós do Coletivo Lenin sempre defendemos iniciativas e nos engajamos em muitas delas que visem a reunificação da vanguarda, com o objetivo de criação de um partido revolucionário da classe trabalhadora. Entendemos que a FCT foi uma dessas iniciativas e apesar de nossas críticas, acreditamos que construímos um processo válido para nosso objetivo.

Acreditamos ser um erro nesse momento a criação de uma nova organização centralizada, que dificultará o contato com outros militantes independentes e organizações que estão sentindo a mesma necessidade de se organizar mais coletivamente de forma ampla e democrática, sem precisar se centralizar em torno de um programa fechado. Após uma tentativa frutífera de fundar um espaço revolucionário, achamos que descartar tal espaço para se fechar novamente numa organização com meia dúzia de militantes será um retrocesso.

Queremos deixar claro então que somos contra a criação de mais uma nova organização fechada e centralizada nesse momento. Entendemos, no entanto que essa nova organização será provavelmente criada no congresso e que não cabe a nós nenhuma atitude impedidora.

Em vista disso, propomos, que mesmo que alguns companheiros decidam formar uma organização, a FCT se mantenha entre esta e o CL e quaisquer outros militantes e organizações que estejam dispostos a construí-la. Defendemos isso, acreditando na liberdade de qualquer militante de pertencer a qualquer organização que achar melhor e ainda sim de continuar com a iniciativa de um espaço mais amplo e tão necessário quanto no processo de construção de uma organização de massas que possa finalmente marchar junto com a classe trabalhadora rumo à revolução socialista.

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sábado, 29 de agosto de 2015

Assad sobre o Irã: "somos o eixo da resistência" (Espaço Marxista)

Assad sobre o Irã: "somos o eixo da resistência"


O texto abaixo, retirado aqui, traz uma entrevista de Assad para a tevê libanesa, na última terça (26). O dirigente sírio diz ser legítimo o auxílio recebido do Hezbollah, bem como saúda o apoio dado pela Rússia e pelo Irã. Especificamente no caso do país persa, Assad elogia o recente acordo nuclear realizado com as potências mundiais e afirma que a Síria também se beneficiará, afinal "o poder do Irã é o poder da Síria, e uma vitória para a Síria é uma vitória para o Irã", mais que isso, completa o dirigente sírio, Irã e Síria são o mesmo eixo, o eixo da resistência.

Esse alinhamento causa arrepios de horror no sionismo e no imperialismo mundial. Consideram intolerável que haja no Oriente Médio uma pauta independente, mais que isso, antagônica, à da dobradinha Washington-Israel. Vale lembrar que o parceiro do imperialismo na região é a Arábia Saudita, a reacionária monarquia absolutista lar do wahhabismo, doutrina de fanáticos da al-Qaeda ao ISIS. Tais setores enxergam com preocupação o ascenso da influência iraniana, e contra tal "eixo do mal" vale de tudo, seja apoiar -camufladamente que seja- os já citados jihadistas salafistas, seja recorrer a hordas de mercenários, como o tal Exércio Livre -sic- Sírio.

Nessa disputa, nós do blog Espaço Marxista, ligado à Frente Comunista dos Trabalhadores, não estamos neutros. Estamos do lado do eixo da resistência síria-iraniana, que, conforme dito, tem contra si o jihadismo reacionário e os mercenários da OTAN. É questão de princípio, para nós, ombrear com esse campo -que inclui a Rússia, a China, os bolivarianos e os Estados Operários remanescentes como Cuba e Coreia do Norte- no combate ao imperialismo ocidental. Isso não quer dizer que depositamos confiança na direção nacionalista burguesa de Assad ou líderes assemelhados. Todavia, é preciso compreender as mediações em jogo, e não fazer como os sectários que Trotsky denuncia no Programa de Transição:

Os sectários só são capazes de distinguir duas cores: o branco e o preto. Para não se expor à tentação, simplificam a realidade. Recusam-se a estabelecer uma diferença entre os campos em luta na Espanha pela razão de que os dois campos têm um caráter burguês. Pensam, pela mesma razão, que é necessário ficar neutro na guerra entre o Japão e a China. Negam a diferença de princípio entre a URSS e os países burgueses e se recusam, tendo em vista a política reacionária da burocracia soviética, a defender contra o imperialismo as formas de propriedade criadas pela Revolução de Outubro.

Ao contrário de tais sectários -incluindo aí os canalhas da LIT (no Brasil, o PSTU), que chegam a pedir armamentos do imperialismo contra Assad (vide aqui)- nós temos lado nessa luta. E é o lado anti-imperialista, ainda que dirigido, por ora, por setores nacionalistas burgueses.

Segue abaixo o artigo.

Assad 'confident' of Russian support for Syria government
#SyriaWar
The Syrian president also said he believes the Iranian nuclear deal will benefit Syria

Syrian President Bashar al-Assad expressed "strong confidence" on Tuesday that Russia will continue supporting his embattled government, speaking in an interview with Hezbollah's Al-Manar television network. 

Assad also described as "legitimate" the presence in Syria of fighters from Hezbollah backing his forces.

The powerful Lebanese Shiite movement, along with Russia and Iran, have been Assad's major allies since Syria's revolt broke out in 2011. 

"We have strong confidence in the Russians, as they have proven throughout this crisis, for four years, that they are sincere and transparent in their relationship with us," Assad said.

His rare television interview came as Russian President Vladimir Putin discussed the Syrian crisis with Jordan's King Abdullah II on the sidelines of the Maks-2015 aerospace show in Moscow.

Assad described Russia as "principled", while "the United States abandons its allies, abandons its friends".

He added: "This was never the case with Russia's policy, neither during the Soviet Union, nor during the time of Russia... Russia has never said that it supported President Such and Such and then decided to abandon him."

Assad had been asked by Al-Manar's correspondent about US President Barack Obama's comments earlier this month that Russia and Iran "recognise that the trend lines are not good for Assad".

He rebuffed the statement, saying Iran, too, remained a steadfast ally.

He said the recent nuclear deal between Iran and world powers would strengthen Iran's role internationally, in turn benefiting Syria. 

"The power of Iran is the power of Syria, and a victory for Syria is a victory for Iran."

The president added: "We are on the same axis, the axis of resistance." 

Syrian state is 'legitimate' 

Officials in Washington and other Western nations have long called for Assad to go, insisting he could not play a role in a political solution to Syria's crisis.

Turning to the question of Hezbollah, he said "the difference (between Hezbollah and foreign anti-government fighters) is legitimacy. Who invited Hezbollah to Syria," Assad asked. 

"It came after an agreement with the Syrian state, and the Syrian state is a legitimate state," whereas "the other terrorist forces came to kill the Syrian people".

Several international efforts to bring about a political solution to the four year crisis that has left more than 240,000 dead in Syria have failed. 

Most recently, UN envoy to the Syrian crisis Staffan de Mistura launched a series of consultations in a step to rekindle talks between the government and political opposition.

But Assad accused de Mistura of making "biased statements," likely referring to the envoy's condemnation of government bombardment near Damascus that killed over 100 civilians on 16 August.

De Mistura's plan, set to begin in September, aims to set up four working groups to address safety and protection, counterterrorism, political and legal issues, and construction. 

The plan received support from a UN Security Council presidential statement last week.

On Tuesday, Assad said any initiative must be based on "fighting terrorism".

"Any initiative that does not have combatting terrorism as a priority has no value," Assad said.

Throughout the four-year war, Syria's government has used the term "terrorist" to refer to peaceful activists, rebels, and militants alike.
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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O MAIOR PERIGO DO MOMENTO

O MAIOR PERIGO DO MOMENTO

O "já ganhamos", o maior perigo do momento


Enquanto conspiração segue seu curso a todo vapor e a frente golpista homogeniza sua tática para derrubada de Dilma e prisão de Lula ... 

"Oposição acerta com Cunha estrategia para impeachment de Dilma" 

... Burocracia da CUT comemora perigosamente vitória antes do tempo, acreditando que "terceiro turno" (eufemismo covarde para o Golpe de Estado) foi sepultado no dia 20 com as manifestações de rua e a denúncia contra Eduardo Cunha no STF.

"Com 100 mil pessoas, ato em São Paulo sepulta terceiro turno e exalta democracia. Vagner Freitas: “Agora, voltamos a pensar o Brasil, buscando um entendimento nacional que propicie um desenvolvimento com distribuição de renda”"

Parágrafos finais da Declaração "Não ao Golpe!"

Os trabalhadores devem combater a direita por todos os meios, construir uma Frente Única anti-imperialista e antigolpista com as organizações de massa do país, a CUT, o MST, o MTST, como nas manifestações do dia 20 de agosto, exigindo que os aparatos destas organizações de massas que convoquem e construam uma verdadeira greve geral contra o Golpe.
Pela criação de comitês de Luta nas fábricas, nos bairros, nos sindicatos em defesa dos nossos direitos e contra qualquer movimento golpista, aliados ao armamento e milícias sindicais e populares para defender os partidos de esquerda, sindicatos, associações, etc.; a anulação de todas as medidas antioperárias e antipopulares neoliberais de Lula e Dilma e seguir a luta pela estatização dos setores estratégicos e energéticos do Brasil, dos recursos naturais nas mãos dos estrangeiros imperialistas, sob o controle dos trabalhadores, a suspensão dos direitos de concessões a mídia golpista, a nacionalização das empresas (incluindo igrejas) que patrocinam o golpismo pró-imperialista. Toda esta luta contra a direita, o imperialismo e o golpe de Estado, cuja vítima principal será a classe trabalhadora, como já estamos vendo pelo simples fortalecimento dos setores de direita no Congresso (redução da maioridade penal, terceirização, reforma política, etc.), também deve estar combinada a estratégia da superação das ilusões das amplas massas no covarde e aburguesado PT, na luta por um partido operário e revolucionário que conduza os trabalhadores a tomada do poder através da revolução social.

Assinam: Frente Comunista dos Trabalhadores (Liga Comunista, Coletivo Lenin-FO, Espaço Marxista e Tendência Revolucionária) e Fração Trotskista-Vangurada Proletária 
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LIÇÕES DA GREVE DO INSS EM MOVIMENTO (Liga Comunista - FCT)

Intransigência e truculência do governo
anima greve dos servidores da previdência social

Ordem da Presidência do INSS para corte de ponto dos servidores causa verdadeiro motim entre gerentes de recursos humanos e de agência.

Ocupação da superintendência de São Paulo pelos grevistas em 25/08
Por Raimundo Dias, trabalhador do INSS, simpatizante da LC e colaborador do Folha do Trabalhador 


Os funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social alcançam o seu 45º dia de greve sem que o Governo tenha apresentado sequer uma contraproposta formal às reivindicações dos trabalhadores.

A pauta desta campanha salarial, longe de buscar um reajuste da remuneração dos servidores, busca apenas corrigir distorções na política salarial do órgão, como o fato de 70% da remuneração atual da categoria ser composta de gratificação variável que, inclusive, não é integralmente contada para efeitos de aposentadoria. As outras questões são: jornada de trabalho de 30 horas para todos (atualmente apenas agências que cumprem certos critérios ditados pelo governo possui essa jornada), discussão das metas e ritmos de atendimento, reajuste para recomposição das perdas inflacionárias do último período, concursos, melhores condições de atendimento a população, etc.


Ocorre que, mesmo sendo considerada uma “pauta justa”, por parte de setores que compõe a própria base do Governo no congresso, este até o momento não se dispôs a negociar efetivamente. Até agora o Governo tem apenas reiterado sua pífia proposta de reajuste de 21%, divididos em 04 (quatro) anos, que não cobre sequer a inflação passada, calculada em 27%, imagine às futuras, projetadas para quase 10% somente no ano que vem.

Por outro lado, a direção do INSS, sob as ordens diretas do governo do PT, tem promovido uma verdadeira cruzada contra a greve nacional dos previdenciários, utilizando de todos os meios possíveis para por fim ao movimento paredista. Inicialmente, tentou cooptar os servidores a não aderirem ao movimento, através da circulação de um Memorando onde afirma que o Decreto 1480/95 proíbe o abono dos dias parados em virtude da greve.

Não surtindo efeito esta pressão psicológica, buscou a judicialização da greve, requerendo no STJ uma medida liminar que obrigasse aos trabalhadores a manter um contingente mínimo de 87% de servidores trabalhando nas agências e 70% na gerencias e superintendências.   Em meio a crise política instalada entre a oposição burguesa e o PT na cúpula dos poderes, o Judiciário, que invariavelmente atende aos reclames do governo quando se trata de litígios entre trabalhadores e patrões, não acatou a ordem do Executivo por completo e “apenas” torpedeou a greve para enfraquecê-la. Em sua decisão, o STJ concedeu apenas parcialmente o pedido do governo, concedendo liminar que obrigou aos trabalhadores a manterem um contingente de 60% de servidores na gerencias e superintendências, locais onde são cumpridas as decisões judiciais contra o órgão.

Por último, atendendo a ordem do Ministério do Planejamento, a presidente do INSS, Elisete Berchiol, convocou uma videoconferência com os chefes dos setores de recursos humanos e gerentes executivos de todas as gerencias regionais onde ordenou que fosse efetuado o corte de ponto dos servidores.

Entrega das chefias do INSS em Caruaru-PE

Após adotar tal postura, a presidente do INSS logo descobriu que se tratava de um verdadeiro “tiro nos pés”, pois nem bem anunciou a medida e diversos chefes de recursos humanos imediatamente entregaram suas funções e se declararam em greve, paralisando cerca de 70% de todos os recursos humanos da Previdência. Este movimento se alastrou como rastilho de pólvora por todo o país e foi seguido também por diversos gerentes de agências e até gerentes executivos, que em solidariedade aos companheiros que tiveram descontos nos contracheques do mês de julho, também colocaram suas chefias a disposição do órgão e aderiram ao movimento grevista. No ápice deste movimento espontâneo, diversos servidores das superintendências também aderiram à greve, tendo a própria superintendente da Regional Sudeste I, enviado carta à presidente da autarquia solicitando o cancelamento da ordem de desconto. Esta é uma clara demonstração de que diante de um movimento forte dos trabalhadores as represálias e perseguições do aparelho estatal servem apenas para contagiar a categoria em luta o que, via de regra, acaba por selar a vitória do movimento. Esta foi a primeira lição parcial desta greve.

Estas ações, que deram sobrevida ao movimento grevista dos previdenciários, aconteceram justamente na semana em que milhares de trabalhadores saíram às ruas para demonstrarem que não ficaram passivos diante das investidas contra seus direitos, seja através do ajuste fiscal promovido pelo governo do PT, seja através da imposição da chamada Agenda Brasil, proposta por Renan Calheiros, ou mesmo a tentativa de golpe orquestrada pela direita em conluio com a mídia reacionária, cujo objetivo é recrudescer ainda mais o regime contra a classe trabalhadora.

A política de Dilma e Levi, de fazer o "ajuste" sobre os trabalhadores em favor do grande capital, favorece a influência da oposição burguesa golpista e reacionária sobre a categoria. Mas é importante salientar que os setores de direita antipetistas do funcionalismo, os que ideologicamente o são por anticomunismo, não por coincidência também são os que furam a greve. Esta foi a segunda lição da greve.

O movimento paredista do INSS, que não é único no serviço público federal, é uma demonstração de que os trabalhadores não se vergam facilmente a tentativa de eliminação de suas conquistas, todavia possuem objetivos opostos àqueles que desejam a troca do atual governo por um composto pelas mesmas elites reacionárias que antes governavam e cujo único objetivo é atacar de forma mais incisiva os direitos e conquistas da classe trabalhadora.
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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Folha do Trabalhador 24

Folha do Trabalhador 24


Sumário


EDITORIAL
Contra o ceticismo e o derrotismo, erguer a Frente Comunista dos Trabalhadores!

APRENDENDO COM OS MESTRES
"Nenhum compromisso?"
V.I. LENIN

DECLARAÇÃO FCT-FT - Derrotar o Golpe de Estado em marcha no Brasil
Não ao Golpe!
FRENTE COMUNISTA DOS TRABALHADORES (LIGA COMUNISTA, COLETIVO LENIN-FO, ESPAÇO MARXISTA E TENDÊNCIA REVOLUCIONÁRIA) E FRAÇÃO TROTSKISTA-VANGUARDA OPERÁRIA


CONJUNTURA NACIONAL - OPINIÃO

TRABALHADORES DA PREVIDÊNCIA
Greve do INSS em resposta à política do governo Dilma, de ataques aos direitos dos trabalhadores, arrocho salarial e por melhores condições de atendimento à população
LIGA COMUNISTA

O golpe parlamentar e jurídico e a crise política no Congresso e na mídia
COLETIVO LENIN – FO

Contra a redução da maioridade penal
LIGA COMUNISTA

Golpistas da Câmara aprovam redução da maioridade penal
ESPAÇO MARXISTA


AI-5, HOJE
Lei “Antiterror” é votada pela direita para criminalizar a resistência popular contra o aumento do terror estatal e paraestatal sobre a população
COLETIVO LENIN – FO E LIGA COMUNISTA

Tempos Deprimentes
TENDÊNCIA REVOLUCIONÁRIA

A crise ecológica está deixando milhões de pessoas sem terra e sem teto
FRENTE INTERNACIONALISTA DOS SEM TETO


UNIR A IMPRENSA DE ESQUERDA CONTRA O GOLPISMO E A DIREITA!

Não ao golpe do impeachment ou da convocação de novas eleições
CORRENTE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA

PSTU apóia panelaço por derrubada de Dilma Rousseff, em FRENTE ÚNICA com a direita!
COLETIVO SOCIALISTAS LIVRES


ATIVIDADES DA FCT

MOVIMENTO ESTUDANTIL
Balanço da FCT sobre o 54º Congresso da UNE
COLETIVO LENIN

DEBATE INTERNACIONAL CLQI – RCIT: “A Crise do imperialismo, as novas potências e a luta pela revolução permanente no século XXI”
"O principal inimigo da nossa classe é o imperialismo dos EUA, que domina o capital financeiro mundial"
LIGA COMUNISTA


MÚSICA

Bezerra da Silva, cantor da moral proletária
LIGA COMUNISTA

O monopólio do tráfico, a ocupação militar das favelas e os efêmeros manés
LIGA COMUNISTA


TEORIA MARXISTA DO PARTIDO OPERÁRIO
Centralismo democrático e Greves
LIGA COMUNISTA E SOCIALIST FIGHT

Tendências e Frações
LC e SF

O sentido da democracia partidária
LC e SF

INTERNACIONAL

GRÃ BRETANHA
Projeto de lei antissindical dos Conservadores impõe o fim das greves e deve ser copiado por outros governos
SOCIALIST FIGHT/CLQI - GRÃ BRETANHA

COLÔMBIA
Sobre as tentativas de paz entre as farc-ep e o governo colombiano
ESPAÇO MARXISTA

IMPERIALISMO
OTAN bate os tambores de guerra no Leste Europeu
ESPAÇO MARXISTA

GRÉCIA
Cavalo Grego
TENDÊNCIA REVOLUCIONÁRIA

AMÉRICA LATINA
A nova guerra fria e as tarefas dos trabalhadores latino-americanos
TENDENCIA MILITANTE BOLCHEVIQUE CLQI - ARGENTINA

TURQUIA 1
Perigo de guerra na fronteira Síria! A atual crise no Oriente Médio e suas perspectivas
DÖRDÜNKÜ BLOK

TURQUIA 2
Perguntas ainda sem resposta acerca do massacre de 32 jovens socialistas em Suruc
AMED DICLE
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domingo, 16 de agosto de 2015

FRENTE COMUNISTA DOS TRABALHADORES: QUEM SOMOS E PELO QUÊ LUTAMOS

FRENTE COMUNISTA DOS TRABALHADORES: QUEM SOMOS E PELO QUÊ LUTAMOS

1) A FCT se constrói como uma aliança internacional de trabalhadores comunistas sob a perspectiva da reconstrução da IV Internacional e da revolução permanente. A FCT tem como órgão principal o jornal Folha do Trabalhador e possui também nos blogs e perfis em redes sociais de seus membros meios de difusão de suas concepções políticas.

2) A FCT está hoje presente em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. É uma organização com tendências. Foi constituída pela Liga Comunista, Coletivo Lenin, Tendência Revolucionária e blog Espaço Marxista após outubro de 2014, ainda com o nome de Comitê Paritário. Internacionalmente, a FCT tem relações com o Comitê de Ligação pela IV Internacional, tendência internacional composta também pelo Socialist Fight britânico e pela Tendência Militante Bolchevique argentina.

3) Nós da FCT fazemos uma análise internacionalista para entender a conjuntura no Brasil, baseada na geopolítica e na economia política mundiais. Acreditamos que a crise capitalista de 2008 que teve como epicentro os EUA e Europa abriu uma nova situação mundial. A recessão das metrópoles abriu espaço para a projeção comercial da China e Rússia. Duas economias capitalistas cujas tarefas nacionais burguesas foram resolvidas com revoluções sociais e ditaduras proletárias. Dispondo de grandes recursos energéticos e humanos as burguesias destes dois países avançaram sobre o recuo econômico dos EUA e UE, atingidos pela recessão aspiram converter-se em potencias imperialistas.

4) A atual articulação golpista no Brasil é movida diretamente pelo imperialismo, a exemplo dos golpes já impostos em outros países da América Latina, como Honduras e Paraguai). As experiências recentes “bem-sucedidas” ou parciais na Líbia, Síria, Ucrânia, demonstram que o imperialismo não se furta de recorrer ao armamento de mercenários, bandos fascistas e massacres sangrentos para impor seus objetivos. Trata-se de um contra-ataque para recuperar o terreno perdido após a crise de 2008 para o bloco capitalista Eurásico, nucleado a partir da expansão comercial da China e da Rússia. Trata-se de uma nova guerra fria que atravessa todos os atuais conflitos de envergaduras mundiais, como a reorientação da tática dos EUA em relação a Cuba, tentando simultaneamente cooptar a burocracia dirigente do Estado operário com o fim do bloqueio e acelerar a restauração capitalista.

5) A presença de um núcleo burguês em contrapeso aos EUA potencia lacunas em todo o sistema mundial, e objetivamente cria contradições que podem ser vantajosamente exploradas para a causa do proletariado internacional e todos os povos oprimidos sem por isso deixarmos de fazer a defesa intransigente da independência de classe e não depositarmos expectativas que qualquer fração da burguesia mundial possa realizar as tarefas históricas progressivas a serviço do progresso da humanidade. A FCT luta por uma FRENTE ÚNICA ANTIIMPERIALISTA, unindo BRICS, bolivarianos, Estados Operários remanescentes, nacionalismo árabe, movimentos islâmicos e Irã, africanos e “terceiromundistas”- sempre que estiverem sob ataque e/ou em contradição com o imperialismo.

6) Mesmo que a primeiro momento o Golpe de Estado no Brasil se apresente como um ‘golpe parlamentar’, um impeachment para estrangular uma Dilma cada vez mais isolada, qualquer que seja sua forma inicial, o resultado do processo será de maior repressão militar e policial contra a esquerda em geral e a população trabalhadora e oprimida nacional, para derrotar qualquer foco de resistência à recolonização imperialista do Brasil.

7) Diante desta ameaça, é necessário construir uma ampla frente única antifascista com as organizações de massas com objetivos práticos de organização comum de manifestações e do combate à direita, sem que isto signifique defender politicamente o governo Dilma ou o PT. Esta frente não implica em qualquer tipo de renúncia ao combate contra o governo burguês do PT. Apenas alteramos a forma de combate para demonstrar que a reação se fortaleceu porque o governo do PT lhe pavimentou o caminho. Não estabelecemos com os nossos aliados circunstanciais “programas” comuns, organismos permanentes, nem renunciamos a criticá-los.

8) Quanto mais acossado pelas pressões da direita e do imperialismo, o atual governo do PT mais ataca os direitos elementares da classe trabalhadora, única força política que organizadamente poderia esmagar a direita golpista. Por isso, estrategicamente impulsionamos a construção de uma oposição operária e comunista de combate a política anti-operária do governo Dilma e de um partido para lutar pela Revolução e o Socialismo!

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DECLARAÇÃO FCT-FT CONTRA O GOLPE

DECLARAÇÃO FCT-FT CONTRA O GOLPE

Derrotar o Golpe de Estado em marcha no Brasil
Não ao Golpe!
Mobilizar os trabalhadores para combater a sabotagem patronal da economia e as medidas covardes contra a população e de capitulação de Dilma à direita e a seu ministro Joaquim Levy!

Declaração da Frente Comunista dos Trabalhadores (Liga Comunista, Coletivo Lenin-FO, Espaço Marxista e Tendência Revolucionária) e Fração Trotskista-Vanguarda Operária


Desde o segundo semestre de 2013 está em marcha um golpe de Estado no Brasil. Os principais expoentes da frente golpista são banqueiros, empresários, ONGs, grande parte do parlamento e do poder judiciário ligado a oposição burguesa pró-imperialista, com o apoio ora aberto ora dissimulado da grande mídia nacional e internacional. O cerco é tão amplo que o instrumento mais ativo da caçada ao PT e a seu governo está instalado nada mais nada menos do que na polícia que é ligada ao poder executivo, a Polícia Federal.

Em 2009, quando a China passou a ser a principal parceira comercial do Brasil, a bíblia do mundo das finanças internacionais, a The Economist britânica, soou o alarme: “De que lado está o Brasil?”. Não estava nada contente com a política internacional de alinhamento de Lula com os bolivarianos e com os BRICS. O principal comentarista político da superpoderosa Rede Globo, Merval Pereira, anunciou que a crise política do governo Dilma atingiu no princípio de agosto, a situação de “tempestade perfeita”. Na “Cúpula do Trovão”, articulando de cima a frente golpista no Brasil está a embaixadora dos EUA no país, Liliana Ayalde, que assumiu o cargo em primeiro agosto de 2013, tendo no seu currículo a articulação do Golpe de Estado “suave” do Paraguai e sido expulsa da Bolívia em 2008, sob a acusação de tramar o mesmo contra Evo. A atividade de Ayalde é facilitada pelo fato de que o serviço de espionagem de seu país grampeou as conversações mais internas do governo brasileiro. O mega-especulador George Soros, que patrocinou diretamente o golpe fascista na Ucrânia e é dono de muitas ações da Petrobras declarou abertamente em entrevista à TV americana ABC que aposta na quebra econômica do Brasil. Jorge Paulo Lemann, dono da Ambev e o empresário mais rico do país patrocina o movimento pelo Fora Dilma e PT "VemPraRua". Mais nítido, impossível e só não percebe a conspiração golpista do imperialismo e do grande capital para derrubar Dilma quem não quer.

Além destas ferramentas nítida e diretamente usadas pela oposição burguesa, duas outras tem servido de forma indireta, mas com muita maestria, pela ofensiva reacionária que mais atingirá a população pobre e trabalhadora que propriamente ao governo do PT: a crise econômica e a política de capitulação do governo Dilma à pressão golpista.


O GOLPE DO IMPERIALISMO POR TRÁS
DA CRISE ECONÔMICA NO BRASIL, MERCOSUL E OS BRICS


A tal crise, na verdade um boicote econômico deliberado pelo grande capital vinculado aos EUA e muito maior que a sofrida pelo governo Salvador Allende às vésperas do sanguinário golpe desferido por Pinochet. O planeta inteiro, incluindo o Brasil, apresenta índices de crescimento negativos ou medíocres em relação ao período anterior a crise mundial de 2008. Mas sobre o Brasil está havendo um forte desinvestimento no país por parte do grande capital e a política econômica dependente mantida pelo PT não é páreo para este boicote financeiro. A economia do Brasil é vítima da derrubada dos preços das commodities provocada pelo imperialismo como parte da guerra fria comercial contra as bases econômicas dos BRICS e seus sócios dependentes e semicoloniais. Este ataque é desferido a partir da alta dos juros nos EUA, que fortalece o dólar, atrai os investimentos para os títulos do tesouro dos EUA e reduz os preços das commodities armazenáveis, obrigando o incremento da extração e evacuando os estoques, ampliando a oferta mundial de commodities e reduzindo seus preços, além de provocar o aumento histórico das cotas de extração do petróleo pela Arábia Saudita e nos próprios EUA, primeiro e terceiro produtores mundiais de petróleo. A mais valia extraída do Brasil é desviada para alimentar a reprodução ampliada em outros países, cessando o ciclo aqui enquanto não muda a gestão política do país, trata-se evidentemente de um estrangulamento golpista da economia do país, seguindo o roteiro de "regime change" da CIA. Nos últimos meses os especuladores golpistas retiraram do país 1 trilhão e duzentos bilhões de reais. O agravamento da crise econômica desestabiliza politicamente o país, com a mídia e a oposição burguesa culpando Dilma e o PT. Para além disto, os EUA buscam, neste momento, tornar o Brasil improdutivo para estrangular as bases de suprimento da China e fortalecer o anel do pacífico que são as suas bases na região. Estão desindustrializando e desenergizando um país inteiro de mais de 200 milhões de habitantes! O parque industrial sofre um lockout e toda economia dele derivada (comercio, serviços, etc.), estão liquidando a Petrobras e o programa nuclear.

“Eles já desativaram grande parte da produção de bens de capital (máquinas, equipamentos, instalações), que continuou desabando de - 11,2% no segundo semestre do ano passado para - 20,0% nos seis primeiros meses de 2015. O estratégico setor de bens de consumo duráveis é outro que também apresenta ritmo de sucateamento, passando de - 10,1% no segundo semestre de 2014 para -14,6% nos seis primeiros meses deste ano. Mas isso é a única coisa que as classes dominantes sabem fazer. Paralisar a produção, afogar os trabalhadores no inferno do desemprego, reduzir salários, recuperar a taxa geral de lucro da safra anterior da acumulação do capital. Os novos números da produção industrial revelam o verdadeiro objetivo do famigerado ‘ajuste fiscal’ que vem sendo implantado a ferro e fogo no Brasil, não importa suas consequências políticas e sociais. O que está em jogo é salvação da propriedade privada e a permanência da produção de capital. À luta de classes decidir o resultado desta partida”. (Roger Amarante, Crítica da Economia, 04/08/2015)

A "crise econômica" vem provocando inflação e desemprego. No primeiro semestre foram demitidos 345 mil trabalhadores. Enquanto isso, os banqueiros lucram com a crise. Itaú, Bradesco e Santander tiveram os maiores lucros de suas histórias no 2º trimestre de 2015. A “crise” é usada como instrumento político golpista para justificar um suposto apoio por parte da população em geral ao processo de impedimento de Dilma que parece cada vez mais iminente, o qual será necessariamente seguido pela cassação dos direitos políticos de Lula para que o mesmo não possa concorrer em 2018.

O nível internacional, o EUA e UE têm instalado e novas bases da OTAN, aumentando contingente nas bases no entorno da Rússia e China, e vem aplicando, desde 2011, golpes e financiando grupos terroristas em Estados com acordos comerciais e militares com o bloco Russo-Chinês, como a Síria, Líbia, Tailândia e Ucrânia, além de sanções econômicas contra a Rússia e especulações nas bolsas de Chinesas e a chamada guerra cambial, gerando instabilidade política e comercial nos países do bloco Eurásico.

Também a OPEP, oligopólio dos países produtores de petróleo controlado pela Arábia Saudita, braço direito dos EUA no mundo árabe, derrubou o preço do petróleo, levando a uma crise grave na Venezuela e na Rússia.

Outra agravante desta crise está no fato de que a China, vítima de ataques especulativos em suas bolsas de valores e realizando políticas anticíclicas e de contratendências a queda de suas taxas de lucro vem reduzindo a demanda de consumo de pelos produtos primários da América Latina, que em 2015 contribuiu para derrubar o PIB dos países do Mercosul.

No entanto esse cerco dos EUA e UE forçou a Rússia e a China a aumentarem exponencialmente suas relações econômicas, políticas e militares, e levou os dois países a iniciarem transações comerciais internacionais sem o uso do dólar Norte-Americano e a acelerarem a criação do banco dos BRICS.

Houve uma intensificação nas relações econômicas e militares com a América Latina. Na Venezuela a Rússia fechou um acordo militar. Na Nicarágua, a China esta para construir um novo canal do Atlântico-Pacífico, que rivalizará com o Canal do Panamá. No Brasil e Peru a China planeja construir a ligação da estrada de ferro que também ligará o Atlântico ao Pacífico, além de 30 Bilhões de investimentos nas industrias Mercosul e também uma base área na Argentina. No entanto, todos esses investimentos estão ameaçados com as intervenções políticas no EUA na América Latina e demais membros do bloco de países alinhados com a Rússia e a China.

O Imperialismo também voltou sua cobiça para a América Latina e pretende retomar o controle econômico e político sobre a região. Foi vazado por Eduard Snowden em 2013 e 2014 informações que revelaram a espionagem da CIA desde 2010 sobre a Presidente Dilma e o Ministério de Minas e Energia, com o claro objetivo de obter informações políticas e econômicas, principalmente sobre o Pré-sal e a Petrobrás.

O imperialismo vem organizando as facções burguesas pró-imperialistas com movimentos de ruas, lockouts e sabotagens econômicas em vários países da região, começando com Venezuela, Equador, Argentina e agora no Brasil. No Brasil, desde 2014, a ação da Lava-Jato da PF em conjunto com o juiz estrelinha da Globo, Sergio Moro, reduziu ou paralisou as atividades da Petrobras e das empresas off shore de óleo e gás, e paralisou as grandes empreiteiras do país, como Odebrecht, que prestam serviços por licitações nas três esferas do Estado brasileiro.

Essa verdadeira operação de sabotagem não só vem servindo para desestabilizar diretamente o PT e o governo Dilma, mas também desempregou milhares de trabalhadores ou talvez milhões se considerar o setor de serviços que gera empregos indiretos em torno das atividades industriais. Essa sabotagem é também o principal meio para quebrar com o que sobrou de estatal da Petrobras e será uma forma de reverter o regime de partilha do Pré-sal para colocar na jogada as empresas petroleiras anglo-americanas, como ja vem defendendo o PSDB no Congresso.

Mas o pior de tudo é que o próprio governo Dilma é vítima e cúmplice da pressão do imperialismo e dos bancos, e por isso montou um ministério de crápulas, dando o controle da economia do país para o ministro Joaquim Levi, homem de confiança do Bradesco, que aprofundou a recessão econômica como suposta forma de combater a inflação e cortar gastos do governo, mas que só melhorou mesmo o lucro recorde dos bancos e vem reduzindo e cortando de verdade os direitos dos trabalhadores a destruído e paralisado milhares de postos de trabalho nas indústrias e no comércio.

A real intenção de Levy, e por traz dele os bancos privados junto com a Operação Lava Jato, é um processo de desindustrialização coordenada com o as multinacionais imperialistas, que vai sucatear e privatizar as ultimas empresas estatais do país, como a Petrobrás e a Eletrobrás (setor primário), e a destruição do parque industrial nacional de bens de consumo (automóveis, eletrodomésticos, etc.) com a transferência para países da Aliança do Pacífico (México, Colômbia, Peru e Chile) cuja aliança na verdade é um livre comércio que favorece aos EUA.

CONTRA OS ATAQUES DO CONGRESSO E DO GOVERNO DILMA/LEVI!
CONTRA O GOLPISMO DA DIREITA, MAS NENHUMA CONFIANÇA
NO GOVERNO PT/PMDB!


Por tudo isto os trabalhadores não podem nutrir nenhuma ilusão que as burguesias dos BRICS vão oferecer qualquer resistência consequente contra a ofensiva imperialista, ao golpe de Estado seja qual a forma que ele se manifeste (impeachment, novas eleições ou mesmo golpe militar). Devem combater a direita por todos os meios sem abrir mão da construção de uma Frente Única anti-imperialista e antigolpista com as organizações de massa do país, a CUT, o MST, o MTST, como nas manifestações do dia 20 de agosto, exigindo que os aparatos destas organizações de massas que convoquem e construam uma verdadeira greve geral contra o Golpe. Pela criação de comitês de Luta nas fábricas, nos bairros, nos sindicatos em defesa dos nossos direitos e contra qualquer movimento golpista, aliados ao armamento e milícias sindicais e populares para defender os partidos de esquerda, sindicatos, associações, etc.; a anulação de todas as medidas antioperárias e antipopulares neoliberais de Lula e Dilma e seguir a luta pela estatização dos setores estratégicos e energéticos do Brasil, dos recursos naturais nas mãos dos estrangeiros imperialistas, sob o controle dos trabalhadores, a suspensão dos direitos de concessões a mídia golpista, a nacionalização das empresas (incluindo igrejas) que patrocinam o golpismo pró-imperialista.

Toda esta luta contra a direita, o imperialismo e o golpe de Estado, cuja vítima principal será a classe trabalhadora, como já estamos vendo pelo simples fortalecimento dos setores de direita no Congresso (redução da maioridade penal, terceirização, reforma política, etc.), também deve estar combinada a estratégia da superação das ilusões das amplas massas no covarde e aburguesado PT, na luta por um partido operário e revolucionário que conduza os trabalhadores a tomada do poder através da revolução social.
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