QUEM SOMOS NÓS

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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Khadafi cai, derrubado pelo imperialismo e seus agentes do CNT. Um derrota para os trabalhadores!

Ainda não acabaram os combates em Trípoli, mas já é possível ter uma ideia clara do que está acontecendo no país: é uma recolonização imperialista, feita pelas mãos dos seus agente internos, o Conselho Nacional de Transição.

Durante quase seis meses, os bombardeios da OTAN destruíram toda a estrutura de defesa líbia, permitindo que o CNT avançasse até tomar o poder. O próprio CNT se desmascarou como uma força pró-imperialista, ao pedir a "zona de exclusão aérea", que era uma licença para que a OTAN atacasse o país.

Muito diferente da imagem que tentam passar na mídia, tanto a OTAN como a ONU não existem para manter a paz nem fazer "Intervenções humanitárias" durante crises. São organismos controlados pelas grandes potências. E funcionam como os seus braços armados para conquistar os países que entram em conflito, mesmo que parcial e temporário, com a ordem mundial.

Isso é muito claro, por exemplo, quando a ONU cria uma "zona de exclusão aérea", para supostamente proteger a população líbia, mas nunca nem mesmo pensou em criar o mesmo tipo de coisa no Afeganistão, bombardeado pelo exército do EUA, o que tem causado milhares de mortos. O mesmo pode ser dito sobre o Iraque, a Palestina etc.

A partir da intervenção da OTAN, os movimentos pela democracia, contra os 40 anos de ditadura de Kadafi, tiveram que escolher o caminho a seguir: ou defender os trabalhadores contra o imperialismo, como precondição para a luta pela democracia, ou virarem marionetes nas mãos do CNT, que assumiu a direção da luta, para melhor negociar com o imperialismo a sua chegada ao poder.


O controle do CNT sobre o movimento


O movimento contra Kadafi, no começo, foi uma expressão real das revoltas populares que estão abalando o mundo árabe. As primeiras manifestações, de estudantes, foram reprimidas violentamente, deixando centenas de mortos. Já no final de fevereiro, mês em que começaram as manifestações, surgiu o CNT, como instrumento da burguesia de oposição a Kadafi, incluindo monarquistas e líderes tribais, pra canalizar a revolta em seu proveito. Com a militarização do movimento, e com a dependência de armas estrangeiras que essa militarização gerou, e ajudado pelas ilusões do povo na democracia burguesa. o CNT começou a controlar as coisas.

A maioria das milícias armadas não foi criada diretamente pelo CNT, era formada por trabalhadores e pelos setores de classe média proletarizada em geral, que inicialmente não se relacionavam com o CNT. E muitas vezes esses setores proletarizados foram atacadas pela OTAN, porque esta não tinha total confiança nelas. Justamente porque a sua composição de classe é diferente do CNT, podemos lutar para que as milícias rompam com ele.


http://mobile.dw-world.de/brazil/ua.2/mobile.A-15338959-9139.html

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI224260-15227,00-OTAN+BOMBARDEIA+MAIS+UMA+VEZ+TROPAS+REBELDES+NA+LIBIA+POR+ENGANO.html


Agora, todas as ilusões que poderiam haver em relação ao CNT vão desaparecer, porque o CNT vai começar o desarmamento das milícias para estabilizar a sua dominação no país. Por isso deixamos claro:

- Abaixo o governo do CNT! Por uma Assembleia Constituinte Revolucionária, com plenos direitos democráticos, controlada pelas milícias!

- Contra o desarmamento das milícias! Apontar as armas contra o CNT e a OTAN! Para isso, é perfeitamente válido um bloco com os setores do governo Kadafi que ainda estiverem resistindo! Obviamente, isso não significa nenhum apoio político a Kadafi nem à uma restauração de seu regime.


As respostas da esquerda


Quando começou a intervenção da OTAN, os companheiros da Liga Comunista nos criticaram por não "localizar no mundo real quem seriam os setores que realizariam a palavra de ordem" que nós levantamos: frente única contra a OTAN. Na verdade, a nossa posição foi essa justamente porque a gente sabia que alguns setores contrários a Kadafi poderiam se negar a tomar o papel de "terceirizados" do imperialismo. Isso praticamente não aocnteceu durante a operação da OTAN mas, agora, quando as coisas ficarem mais claras, está na ordem do dia.

Para nós a posição de alguns grupos nacionais e internacionais que, como a LC e a LBI aqui no Brasil, foram contrários também ás manifestações contra Kadafi no início de Fevereiro, reflete o derrotismo do movimento comunista fruto do profundo retrocesso deste período pós-soviético. Por isso, sempre que acontece um conflito entre um governo não-alinhado com os EUA e as massas, eles imediatamente se posicionam no campo do governo anti-imperialista, mesmo que de inicio as manifestações sejam unicamente de carater democrático sem necessariamente, na falta de uma direção revolucionária, haver já estabelecido uma direção pro-imperialista no movimento. Esse método, que aparentemente é concreto, mas abandona a dialética, por não acreditar que os processos podem sofrer transformações qualitativas, é idêntico ao usado pelas correntes stalinistas, como o PCR, e ex-stalinistas, como o PCdoB. Não por acaso, tiveram a mesma posição que a LC e a LBI, denunciando histericamente todos esses movimentos como uma armação da CIA desde o princípio das manifestações na Líbia.

 Como já dissemos anteriormente, na Líbia as manifestações em Fevereiro contra o governo tinham caráter progressivo frente aos 40 anos de opressão nacionalista-burguesa de Kadafi, foi apenas com a formação do CNT em Bengazi, apoiado pelo imperialismo, que a os setores proletarizados da Líbia passaram a ser dirigidos pelo campo pró-imperialistas, através do crescimento das ilusões democráticas oferecidas pelo CNT com o apoio da ONU e da OTAN.


Mas é muito pior a posição de partidos correntes como o PSTU, e o Enlace, MES e a CST, do PSOL, e de suas respectivas internacionais (LIT, SU e UIT), que apoiaram a queda de Kadafi, e apresentam essa derrota como o começo da revolução na Líbia! Esses traidores do trotskismo se colocam do lado da democracia burguesa e do imperialismo em todo conflito que acontece. Foi, talvez, uma das maiores traições da úlima década, a que essas correntes que se apresentam como trotskistas fizeram.

Isso é mais escanacarado no caso do PSTU, que apoiou desde os talibãs no Afeganistão, contra a invasão soviética, o golpe de Ieltsin, na URSS em 1991, os "dissidentes" cubanos de direita, até os golpistas contra Hugo Chávez.

Essas organizações oportunistas perderam todo o critério de classe, e sempre apoiam o mais popular na mídia empresarial. Aliás, já na nossa declaração de abril, falamos que, se o CNT chegasse ao poder, o PSTU ia dizer que era uma vitória.

Chamamos aos companheiros antiimperialistas que militam no PSTU, no MES e na CST, a que rompam com essas organizações vendidas e venham lutar pelo partido revolucionário conosco!


A chave é a questão do partido


Nós, desde a nossa declaração, levantamos que todo o nosso programa se torna um pedaço de papel se não for sustentado por uma organização que possa aplicá-lo na realidade.

Os trabalhadores líbios ficaram sem nenhuma forma de organização sindical e política de classe desde o começo da ditadura falsamente socialista, em 1969. Por isso, a tarefa principal hoje é reconstituir um instrumento para organizar a luta de classes. Sem isso, podemos escrever livros e livros de palavras de ordem, que não vai adiantar nada. Foi a ausência d partido que permitiu que o movimento caísse nas mãos do CNT, e que a base das milícias fosse iludida pelo discurso da burguesia.

Hoje, o atraso do movimento operário líbio em relação ao tamanho das suas tarefas coloca a necessidade da luta pela formação de um partido operário independente da burguesia, e da reconstrução do movimento sindical, popular e estudantil. Já começam a surgir associações sociais, aproveitando a demagogia do CNT sobre a democracia.


http://www.internationalviewpoint.org/spip.php?article2227

Mesmo que o CNT tenha canalizado a revolta dos trabalhadores líbios para uma séria derrota, a mobilização foi um exemplo do potencial da nossa classe. Seria impossível Khadafi cair sem as milícias armadas, porque o CNT não teria força social suficiente para isso, nem mesmo com a ajuda da OTAN. Acompanhando os trabalhadores dos outros países do Oriente Médio (que também foram derrotados - até o momento), os da líbia deram grandes mostras de heroísmo e disposição de luta. Mais importante que a derrota representada pelo CNT chegar ao poder, é esse potencial dos trabalhadores, que começou a se mostrar novamente no país,  e será a chave para as vitórias futuras!

Se os trabalhadores líbios querem um país realmente independente, precisam criar o seu partido e reconstruir o seu movimento, para lutar contra a recolonização. Essa luta só poderá ser vitoriosa se romper com o capitalismo, levando ao governo direto dos trabalhadores.
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CRISE ECONÔMICA NA EUROPA

Crise econômica na Europa: Burguesias de Grécia, Espanha, Portugal e Itália entram com pacotes de austeridade proposto pela UE e FMI. Trabalhadores reagem ainda mais radicalizados!

O início da crise européia: Grécia

Recentemente na Grécia foi aprovada a medida de austeridade mais dura já vista no país: redução de salários, aposentadorias, terceirizações e privatizações dos serviços públicos e de transportes, tudo em um único pacote aprovado em junho desse ano no parlamento, sob paralisações e protestos violentos contrários ao pacote. Milhões de trabalhadores pararam, milhares chegaram a queimar o Ministério das Finanças em Atenas, e uma multidão tentou impedir a entrada dos parlamentares para a votação de pacote em parlamento, mas foram reprimidos violentamente pela polícia.
 Uma grave crise econômica e social está arrasando o país e debilitando a “estabilidade” política e financeira da Europa. A Grécia em 2008 e 2009 sofreu pesadamente os efeitos da crise econômica de 2008, e milhares de trabalhadores foram às ruas contra os milhões de euros dados aos bancos e às empresas privadas e também contra a retirada de direitos trabalhistas, medidas essas encabeçadas por um governo de direita conservadora. Iludida pela propaganda da frente popular pseudo-socialista, a classe operária da Grécia elegeu em 2009 um governo de frente popular encabeçada pelo Partido Socialista Pan-Helênico (PASOK) com sua maioria no parlamento.
No entanto, o governo de frente popular recém eleito não conseguiu segurar a grave crise econômica e pressionado pela burguesia nacional e pela burguesia dos países imperialistas da União Européia, vem adotando medidas iguais ao do governo anterior, com mais redução de direitos trabalhistas previdenciários e ainda mais empréstimos aos bancos e grandes empresas do país dizendo sinicamente aos trabalhadores que “todos dever ajudar a economia grega a se recuperar”. Em Março e Abril de 2010 a classe trabalhadora da Grécia reagiu mais uma vez em grandes greves com manifestações organizadas pelas duas maiores centrais sindicais do país, e dirigidas pelo Partido Comunista da Grécia (KKE) e pelo Coalizão de Esquerda Radical(SIRIZA), e ainda setores  do próprio PASOK. No entanto o é lamentável as capitulações dessas organizações: Enquanto o PASOK chama os trabalhadores a fazerem “sacrifícios” pelos bancos, o KKE chama o “povo” a se levantar e ao mesmo tempo está comprometido com a democracia parlamentar e com o sentimento nacionalista que confunde ainda mais a classe trabalhadora, e o SIRIZA, apesar de chamar palavras de ordens pela nacionalização dos bancos e das empresas privadas, não chamam essas palavras de ordem nos espaços de organização da classe trabalhadora nem em suas propagandas de massas.
O grande problema das mobilizações operárias na Grécia, assim como em todos os países do mundo, é que não há uma organização operária marxista-revolucinária que leve a cabo a verdadeira tarefa do proletariado grego, que deve ir além da greve e das lutas por manutenção de direitos trabalhistas e nacionalizações de empresas privadas, e sim avançar para um governo direto das assembléias de trabalhadores e para a total planificação da economia como a única saída para a crise grega. Se os operários gregos continuarem a acreditar nas ilusões democráticas, parlamentares e na conciliação com a burguesia grega em prol da “união de todo o povo grego”, serão derrotados e sofrerão ainda mais com a exploração do imperialismo europeu e da burguesia grega, que foi o mesmo destino dos operários argentinos que derrubaram 5 presidentes em 2001.

A expansão da crise a ameaça ao projeto imperialista da UE

Com a crise na Grécia, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, convocou em maio de 2010 todos os governos dos países imperialistas da EU e o FMI a fazerem um pacote de 135 bilhões de euros para salvar a economia grega. Ela enfrentou duras críticas, além de perder popularidade em seu governo, mas deixou bem claro em seus discursos recentes que a crise na Grécia ameaça todo um “projeto” para Europa e se a economia grega quebrar de vez será a primeira “peça do dominó”. O primeiro-ministro grego, George Papandreou, aceitou o plano em 2 de maio. Esse plano visa salvar os bancos e empresas privadas gregas, e conseqüentemente o governo, porém a Grécia terá que pagar a dívida de quase 140% do PIB até 2014 e para isso impostos aumentarão 10% em todos os setores da economia, reduzir o salário e demitir milhares de funcionários públicos além de privatizar empresas públicas de energia e telecomunicações. É claro que os trabalhadores não ficaram felizes em ter que carregar este fardo, chamado de “sacrifício pela união do povo grego”, e como dito anteriormente, milhões de trabalhadores estão reagindo contra as medidas, demonstrando claramente a insatisfação com o pacote aprovado em Junho de 2011 que visa justamente dar continuidade aos empréstimos do FMI e do banco central europeu.
Porém, o “dominó” já caiu, e as economias da Espanha, Portugal e Itália gravemente afetadas pela crise de 2008 com desempregos recordes, estão também por um fio. O governo do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) do presidente José Luis Zapatero, da Espanha, já anunciou em maio de 2010 medidas de “contenção” da crise econômica agravada pela crise na Grécia, com grandes índices de inflação e de dívida externa e pública (11% do PIB) e taxa de desemprego em 20% da população (com maioria de emigrantes desempregados). Ano passado mais uma vez a veterana classe trabalhadora na Espanha, que já enfrentou até o exército fascista de Franco entre 1936 e 1939, se mobilizou contra essas medidas saindo às ruas com cerca de 2,5 milhões de trabalhadores do setor público e privado, atendendo ao chamado de vários sindicatos dirigidos por uma frente conjunta entre o PCE e outros partidos “socialistas”.
As mesmas medidas estão sendo tomadas pelo novo governo conservador de Aníbal Cavaco Silva em Portugal. O país da “Revolução dos Cravos” hoje tem seus trabalhadores como mão de obra barata dos países imperialistas, possuindo uma indústria muito fraca, e economia baseada em turismo e exportação de produtos agrícolas, assim como Grécia e a parte sul da Itália. Portugal vem passando pelos mesmos problemas econômicos e sociais da Grécia, e essas medidas de austeridade são muito parecidas com as do governo grego, e igualmente incluem corte de salários do setor público, aumento de impostos em vários setores, redução de direitos, reformas trabalhistas e na previdência para aumentar o tempo de trabalho e diminuir o “custo” do trabalho, planos de privatizações de serviços públicos, além do clássico empréstimo aos bancos e empresas privadas e o juramento sagrado ao imperialismo europeu e o FMI de que irá pagar a dívida externa nem que seja açoitando os trabalhadores e espremendo cada centímetro da mais-valia de suas forças de trabalho.
Já a Itália, oitava economia do mundo que é governada pela máfia legalizada de Berlusconi, vem sofrendo uma grave desaceleração econômica, muito acentuada pela dívida de 120% do PIB acumulada por 20 anos. Berslusconi porém foi rápido e já anunciou em agosto desse ano um pacote destruição de direitos históricos trabalhistas, através de um plano de privatizações de empresas estatais, aumento de impostos, reforma previdenciária com aumento do limite de aposentadorias, além de dar fim aos décimos terceiros. Nunca se viu na Itália tamanho plano de austeridade! Não foi por mero formalismo que a chanceler da Alemanha parabenizou a mafiosa saída de Berlusconi para a crise na Itália: jogou todo o peso da crise nos ombros dos trabalhadores.
Os governos dos países imperialistas da UE, com medo de ver ruir o seu “grande projeto” do bloco econômico e do euro, já injetaram junto com o FMI quase 1 trilhão de euros em “fundos” para “salvar” as economias dos países periféricos da União Européia. A grande verdade é que a burguesia imperialista da Alemanha, França e Inglaterra estão com um medo de não só ver ruir a UE e os seus esforços de dominação dos países periféricos nos últimos 20 anos, mas também sabem do que é capaz a classe trabalhadora européia quando se organiza para lutar.
 O imperialismo sabe que essa crise pode se agravar e abrir um leque de possibilidades para o futuro, que inclui a saída revolucionária à crise que pode ser empreendida pelo experiente e histórico proletariado europeu. A burguesia e os governos da Europa sabem que a Grécia, Espanha e Portugal além de vários países do leste europeu são, como dizia Lenin, os elos mais fracos da corrente da opressão capitalista. As recentes demonstrações de força dos trabalhadores da Europa reforçaram ainda mais esse medo das burguesias européias de que a corrente possa quebrar, e como disse a chanceler da Alemanha, Ângela Merkel, começar a queda do primeiro dominó.

A necessidade da reconstrução do movimento operário e de uma nova direção revolucionária

Embora o combativo proletariado europeu esteja se levantando contra a crise e contra os governos, o maior empecilho para vencer a crise ainda continua: Não há uma direção revolucionária nos movimentos operários em cada país, seja o país imperialista ou explorado pelo imperialismo. A crise de direção, depois do fim da URSS, se aprofundou e se transformou numa crise de consciência da própria classe, que hoje não vê perspectivas para o socialismo, juntamente com a diminuição dos quadros de vanguarda que atuem com políticas e táticas revolucionárias com níveis de organização nacional e internacional. Dessa forma, o movimento operário na Europa e no mundo continuará a ser derrotado se continuar dirigido por organizações compromissadas com as burguesias e com a democracia burguesa, sempre levando o proletariado para o caminho da conciliação de classe e do nacionalismo.
Muitos movimentos espontâneos, como o da juventude imigrante na Inglaterra em luta contra a falta de perspectiva social, contra a opressão e o racismo da polícia (mais informações (http://coletivolenin.blogspot.com/2011/08/declaracoes-sobre-inglaterra.html), não possuem direção política clara orientada taticamente e estrategicamente pelo socialismo, e o movimento hoje retrocede em formas de ludismo ou ataques contras forças produtivas, e em alguns casos até formas lumpens de ataque aos próprios trabalhadores, deixando claro a falta de uma direção socialista capaz de educar a juventude da classe operária na perspectiva do socialismo. Porém vemos claramente nesse exemplo de mobilização dos jovens proletários imigrantes o medo da burguesia européia de uma explosão ainda maior no ânimo das massas. O primeiro ministro da Inglaterra, David Cameron, mobilizou não só milhares de policiais como também o exército do Reino Unido e promoveu a prisão de 1,5 mil manifestantes incluindo jovens de 11 a 17 anos, deixando bem claro qual é o papel do Estado e de suas instituições militares e judiciais na “manutenção da ordem” contra qualquer mobilização proletária, e com isso dando o “exemplo” para as outras burguesias nacionais e governos da EU de como atuar em casos de revoltas das massas.
Porém o mais perigo é o espectro do fascista e reacionário que ronda a Europa e no mundo. Com a falta de uma direção operária e de movimento operário organizado, organizações fascistas e xenófobas estão se fortalecendo na Europa, promovendo ataques e perseguições a trabalhadores imigrantes.  Algumas organizações de extrema-direita já chegam a ter bancadas grandes em parlamentos, como na França e na Dinamarca, nesta ultima onde o governo é declarado de extrema-direita, chegou fechar as fronteiras pra imigrantes e diminuir o visto de permanecia a estrangeiros mesmo essa atitude sendo contraditório com os pactos e acordos da própria UE.
Com essa mudança na conjuntura política e econômica internacional sob a perspectiva de uma nova crise econômica global e o fortalecimento da extrema-direita, fica claro que somente a criação de uma nova Internacional Comunista revolucionária, baseada na experiência histórica e no programa revolucionário original da III e da VI internacionais, poderá responder de forma real e eficaz a esse novo período que se passa, para cumprir então o papel de direção internacional num novo levante revolucionário contra o capitalismo financeiro ou imperialista. Ao mesmo precisaremos em escala nacional vencer não só o oportunismo social-democrata, mas também o sectarismo e o divisionismo infantil de incontáveis pequenos grupos de esquerda, criando novas seções nacionais que deverão reunir a vanguarda revolucionária do movimento operário de cada país sob um programa revolucionário transitório para o socialismo, diferente das propostas de reformas e “melhorias” que vem sendo propostas e praticadas pelos partidos sociais-democratas, socialistas e trabalhistas desde o século XIX, até os PCs degenerados pelo stalinismo e ainda algumas correntes pseudotrotskistas oportunistas que reivindicam a IV.
Ainda que seja uma tarefa árdua, a única saída para a classe trabalhadora é pela porta da revolução mundial para o socialismo, como resposta para as crises econômicas e às opressões sociais e devastações ambientais geradas pelo capitalismo financeiro global. Não há outra solução: ou socialismo ou barbárie.
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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Mega eventos: e eu com isso?

Nos próximos anos o Brasil e o Rio de Janeiro sediarão os dois maiores eventos esportivos do mundo: a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, fato muito comemorado pela maioria dos brasileiros.

O Rio de Janeiro está recebendo projetos bilionários que visam preparar a cidade para receber esses megaeventos. As obras incluem instalações esportivas, reconstrução interna do estádio do maracanã, infraestrutura no campo dos transportes, (modernização e expansão do metro, construção de corredores de ônibus, várias obras de acesso às áreas urbanas e reformas do Aeroporto Internacional Tom Jobim) e projetos de “revitalização” da zona portuária.

Esses projetos aparecem na mídia burguesa como grandes empreendimentos que trarão melhorias de infraestrutura, crescimento econômico e mais segurança, mas o que todo trabalhador deve se perguntar é o que realmente vamos ganhar com tudo isso?

Para isso, precisamos recordar as experiências recentes com o Pan-americano de 2007. Com o Pan no Rio, os resultados que mais chamaram a atenção foram a Chacina no Complexo do Alemão e a luxuosa Vila Olímpica na faixa de expansão imobiliária, na Barra da Tijuca, com verba da Caixa Econômica Federal e com recursos do FAT(Fundo de Amparo do trabalhador) para ser vendida por ricos especuladores.

Devemos estar bem atentos e saber traduzir toda ideologia falseadora da realidade e entender quem são os verdadeiros beneficiados com todo esse investimento.  Vivemos numa conjuntura de crise mundial do capitalismo, com isso o capital precisa a todo o custo expandir sua margem de mais valia, os megaeventos são a desculpa para os empresários, por intermédio do Estado, promoverem diversas atrocidades com os trabalhadores utilizando as falsas promessas de trazerem melhoria de qualidade de vida e aproveitando  do ‘’patriotismo da cidade maravilhosa’’ para conseguir apoio das classes populares.

Na verdade quem esta rindo a toa com todos esses investimos são os empresários da construção civil, do turismo e especuladores imobiliários. Eles sim vão ser os verdadeiros beneficiados com seus lucros exorbitantes, mas para os trabalhadores mais pobres na sua maioria negros e mulheres, os efeitos desses projetos de intervenção urbana são os despejos de ocupações, remoções de favelas, aumento da repressão para o camelo com choque de ordem, ocupação militar da favela com as UPPS e o aumento do custo de vida em geral, e quanto mais próximo da realização dos jogos da Copa e Olímpiadas, mais o Estado de exceção vai se aprofundar para garantir a tranquilidade necessária para aumentar os lucros dos empresários.

Os principais responsáveis por construir toda a infraestrutura para realização desses megaeventos, os operários da construção civil, também estão sendo massacrados com suas péssimas condições de trabalho.

Esta situação ficou evidente quando foi a publico um dos acidentes que ocorrem nas obras desses projetos, a explosão de um barril de produtos químicos no estádio do maracanã, ferindo operários, serviu para mostrar como estão sendo tratados os operários que estão trabalhando sob pressão e riscos altíssimos. Esta explosão foi estopim para que os operário declarassem  greve reivindicando: aumento salarial, aumento do vale alimentação e um plano de saúde. Em junho, operários que trabalham na reforma do Mineirão também fizeram greve reenvidando aumento de salário e melhores condições.

Diante disso, temos uma luta longa pela frente, pelo menos até 2016 vamos nos deparar com esses ataques a classe trabalhadora, para isso, precisamos cada vez mais fortalecer a unidade entre os movimentos sociais e sindicatos para resistimos juntos!

Foram criados pelo Brasil nos Estados sede da Copa, Comitês Populares da Copa, no Rio de Janeiro foi por sua particularidade foi criado o Comitê Popular da Copa e Olímpiada do Rio. No dia 30 de Junho, ocorreu o sorteio das chaves da Copa na Marina da Glória, como resposta o Comitê Popular organizou um grande ato que marchou do Largo do Machado até o evento. Nessa manifestação ficou bem claro, como não podemos confiar nas direções desse comitê.

Para começar, nas plenárias de construção do ato, dirigentes do PT e PSOL com a desculpa de manter a unidade tentaram frear a todo custo criticas ao Governo Dilma, como se ela não estivesse envolvida até o com essa Copa, e no próprio ato tiveram um papel foi ainda mais pelego, que foi o de querer parar o ato à quilômetros de distancia do local onde estava sendo realizado o sorteio, mesmo assim a indignação dos que estão sofrendo com as remoções e precarização do trabalho fez com que o Ato avançasse em direção a Marina da Glória indiferente as orientações do carro de som.

Chegando a frente ao paredão policial composto pelo choque e a Policia Federal responsável por manter a “paz” da festa dos ricos, a esquerda oficial (PT,PSOL e PSTU) recuaram e nós Coletivo Lênin, a FIST (Frente Internacionalista dos Sem-Tetos), a RECC (Rede de Estudantes Classistas e Combativos), AIR (Acampamento Indigena Revolucionário), o Coletivo Alexandra Kollontai, RR (Reagrupamento Revolucionário) e os professores acampados em greve contrário a revelia da direção do SEPE foram à frente das lutas conseguindo desafiar a ameaça de repressão policial e forçamos a entrega da carta de reinvindicação por uma Copa do Povo.

Essa experiência foi importante para aprendemos que devemos caminhar nessa longa jornada de luta contra os efeitos da megaeventos dos empresário, sem nos guiar por essas direções institucionalizadoras da luta social, que desviam o foco da luta para a mesa de negociação do patrão, e seguirmos na luta organizados, confiando nas nossas próprias forças pela via da ação direta das massas, ocupando as ruas e barrando as remoções, despejos, unindo-se às a luta dos operários  da construção civil e profissionais da educação e da saúde.

Por isso, defendemos que:

Verba para educação, saúde e  habitação, Não à Copa do Patrão!

Que todas as Vilas Olímpicas construídas sejam futuramente destinadas à habitação popular.

O fim das remoções, despejos e expulsão dos trabalhadores das regiões centrais, e ainda que o planejamento dos investimentos seja feito por conselhos de trabalhadores.

 Que os investimentos em transportes se traduzam em diminuição das tarifas e no fim da precarização, superlotação e violência vivenciadas diariamente nos trens, metros e ônibus da cidade.
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Resolução do CL sobre a herança que reivindicamos do espartaquismo


Depois da ruptura com a TBI, noso pequeno coletivo fez uma extensa reavaliação do papel do espartaquismo, a corrente política que surgiu com a Liga Espartaquista/EUA, e que é reivindicada hoje também pela LQI (LQB no Brasil), TBI e RR.

Nós consideramos que o espartaquismo, até a década de 1970, foi uma corrente revolucionária (mas não a única corrente revolucionária, como as correntes que o reivindicam dizem). Por isso, a nossa ruptura com a TBI não significa o abandono de todas as posições do espartaquismo.


As posições-chave que reivindicamos do espartaquismo são:

- a caracterização do Estado surgido da revolução cubana como "Estado Operário Deformado" (essa posição deve ser entendida no contexto da nossa Resolução sobre os chamados Estados Operários Burocratizados), que rompia tanto com o sectarismo do Comitê Internacional da Quarta Internacional, que dizia que Cuba permanecia um estado burguês numa formação social capitalista, tanto quanto com o centrismo do SU, que considerava a direção cubana, pelo fato de ter expropriado a burguesia, como revolucionária e trotskista inconsciente.

- a defesa do integracionismo revolucionário, programa formulado por Richard e Clara Fraser, do SWP, que defendia a luta dos trabalhadores negros em conjunto com os trabalhadores brancos, para a sua integração numa sociedade socialista, rompendo com o separatismo negro e com o integracionismo reformista de Martin Luther King. A intervenção da Liga Espartaquista no movimento pelos direitos civis foi o ponto alto de sua luta no movimento de massas.



 As posições-chave que rejeitamos do espartaquismo são:

- A sua stalinofilia, já visível no seu não posicionamento diante da ocupação da Tchecoslováquia pela URSS em 1968, mas descarada nos anos 1980. A Liga Espartaquista e a TBI abriram mão, na prática, da luta pela revolução operária contra a burocracia. Em vez disso, acreditaram que a burocracia é que iria defender os chamados Estados Operários burocratizados. O maior resultado dessa concepção foi o seu apoio ao golpe que impôs a Lei Marcial na Polônia em 1981, destruindo todas as formas de organização operárias. Naquela situação, só se justificava a repressão sobre a direção pró-capitalista do Solidariedade, e não sobre a sua base operária, que era a principal força que poderia derrubar a burocracia de forma revolucionária.

- A bizarra concepção de que a "teoria gera o programa", exatamente ao contrário da tese marxista ("Sem teoria revolucionária, não há movimento revolucionário", Lênin). Essa concepção leva a organização a se tornar uma "guardiã" dogmática do programa, não o adaptando às mudanças da luta de classes, e vendo em toda divergência inimigos potenciais, seja em outras organizações, seja dentro de si mesma.



Esse é o nosso balanço sobre as posições políticas do espartaquismo. O processo histórico concreto de degeneração das correntes espartaquistas é muito complexo, e ainda estamos estudando os detalhes.

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Declarações sobre a Inglaterra


- Sei que vai parecer clichê, mas não dá pra começar a falar sobre os incidentes nos arredores de Londres, sem comentar sobre a propaganda ridícula que a mídia burguesa faz das rebeliões que acontecem, seja lá em qualquer lugar que seja.
Essa mídia podre só vende notícias que atende seus interesses. Suas opiniões e “fatos” são somente para os ricos. Por isso tanto interesse em colocar a máscara de lobo mau nos manifestantes ingleses, dizendo que eles são desocupados e arruaceiros membros de gangues, e desacreditar qualquer nova perspectiva de mudança revolucionária que esse movimento de massas possa trazer.

- Aproveitando do começo meio clichê... Quem vai pra rua se rebelar é vândalo, certo? Mas agora quando um policial atira na cabeça de um homem quase em frente a sua casa, pelo simples fato desse homem ser negro. Qual é a explicação? Pobrezinho do policial que se confundiu? Temos que averiguar todos os fatos? O homem negro era extremamente assustador? NÃO!! O nome do homem negro era Mark Duggan. Ele foi e é o retrato da juventude negra oprimida nos quatros cantos do planeta. E a polícia não é inocente em lugar nenhum do mundo. A polícia é uma instituição RACISTA de matadores profissionais, que responde diretamente ao Estado burguês com o objetivo de manter a “ordem” nesse sistema falido.
             
Pelo fim da polícia! Em qualquer lugar do mundo! Que os trabalhadores tenham o direito de se organizar e se defender independente do Estado.
- O racismo não nasce simplesmente no meio da sociedade. Ele é colocado lá por pessoas que tem interesse que a sociedade se divida entre raças que se odeiam e perderem o foco da verdadeira luta: entre trabalhadores e patrões. O racismo criado pela burguesia e colocado em prática principalmente pelo Estado só interessa a eles próprios. E essa é uma das principais causas dessas manifestações decorrentes na Inglaterra. O contra ataque da parte mais oprimida da sociedade capitalista, cuja opressão fica cada diz mais intensa devido às crises econômicas.
- Defendemos o uso da violência organizada por parte dos manifestantes pra se defender da polícia racista e assassina. E também defendemos as ações de furtos, quando estes forem direcionados a apropriação de bens de consumo vitais, como, por exemplo, o roubo de um supermercado pra conseguir comida e bebida; ou ainda roubar uma loja de roupas pra ter o que vestir. O que é diferente de roubar jóias ou celulares pra tentar enriquecer em meio a situação. Nesse caso, por mais que seja justo se rebelar, essa prática reproduz os conceitos da burguesia de fazer qualquer coisa pra conseguir dinheiro.

- Somos contra o uso da violência contra a classe trabalhadora, sendo assim contra qualquer saque ou destruição realizado à casa de trabalhadores, assaltos a passageiros de ônibus, etc. Não achamos que os manifestantes são unicamente vândalos e membros de gangue (ao contrário do governo), mas somos terminantemente contra o ganguismo, que só serve aos interesses da burguesia pra dividir a classe trabalhadora e fazer os trabalhadores se voltarem uns contra os outros.
- Essas manifestações dificilmente poderão tomar um rumo revolucionário, derrotando o racismo burguês e exterminando as contradições cada vez mais evidentes a cada crise que acontece; a não ser que haja a busca da aliança com a classe trabalhadora em todo o país, por demandas transitórias, que coloquem em cheque o domínio do capital, e oriente os trabalhadores para um horizonte socialista.
- Essa aliança se coloca cada vez mais difícil, por causa da crise de direção do movimento operário, e mais ainda por conta da crise do próprio movimento operário, que se encontra alheio a uma perspectiva de socialismo, e onde o capital em si, acaba intensificando as contradições nos setores mais oprimidos da sociedade, tornando possível que os trabalhadores de níveis financeiros mais elevados, não enxerguem a necessidade objetiva do socialismo como cura pras pestes contagiosas que são essas crises econômicas, guerras, desemprego, etc.
Organizar a vanguarda para criar um instrumento de intervenção metódica nas lutas cotidianas da classe trabalhadora e orientar a mesma para a necessidade e a urgência de uma sociedade socialista é a tarefa que está colocada. Esse instrumento é o Partido Revolucionário dos Trabalhadores e a sua construção está colocada para o agora!
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