QUEM SOMOS NÓS

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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Um passo à frente na luta contra o capital

Toda a força aos movimentos populares do Rio de Janeiro!
Nasce a União de Resistência dos Povos em Luta

Nota da Direção do Coletivo Lenin

Nos últimos dias 22,23 e 24 foi realizado, na ocupação Quilombo das Guerreiras um seminário para tentar aproximar diversos setores dos movimentos populares e também indígenas, convocado sob o nome de III Confederação Tamoia dos Sem-Teto em homenagem às históricas lutas contra a opressão e dominação das elites, que se estende desde a resistência dos índios tamoios no Rio há mais de 200 anos até os dias de hoje no capitalismo com a resistência dos sem-teto e moradores de comunidades em processo de remoção.
Esse seminário foi o resultado dos esforços conjuntos de organizações ligadas às causas indígenas e urbanas, com o centro do evento tendo sido lançar uma plataforma comum de ação e de resistência entre os movimentos, organizações, ocupações e comunidades ali presentes, como um contra-esforço à ofensiva do capital e do Estado com os recentes projetos de preparação para a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Após três dias de grandes debates e discussões, durante os quais circularam cerca de 200 pessoas, aprovou-se na Plenária Final a criação de uma frente de lutas, chamada de União de Resistência dos Povos em Luta, que será um fórum permanente de organizações e movimentos, todos unidos em torno da luta contra o genocídio indígena, da luta pela moradia e da resistência aos ataques e remoções promovidos pelo capital e o Estado para a preparação da Copa e das Olimpíadas.
A primeira tarefa dessa União de Resistência será organizar uma coluna própria no 1º de Maio no Rio, convocado pela CSP-Conlutas, denunciando os ataques das prefeituras e dos governos estadual e federal contra os povos indígenas, moradores de prédios ocupados e das favelas, buscando ainda organizar uma manifestação em frente ao Museu do Índio, no Maracanã, que está ameaçado de despejo para virar estacionamento.
Ao final da Plenária, foi formada uma comissão para sintetizar uma carta de princípios dessa frente, além de preparar uma carta aberta apresentado a União de Resistência e convocando os demais movimentos sociais que não estiveram presentes no seminário para comporem essa luta. Também foi decidido que, para garantir a divulgação e o crescimento da União de Resistência, serão produzidos boletins periódicos que deverão circular nas comunidades e ocupações e nos diversos setores dos movimentos sociais, além de um blog e uma lista de e-mail para contatos.
Já integram essa frente o Acampamento Indígena Revolucionário (AIR), a Frente Internacionalista dos Sem-Teto (FIST), o MCP (Movimento de Comunidades Populares), o Coletivo Guerreiros Urbanos, alguns moradores das históricas ocupações Quilombo das Guerreiras e Chiquinha Gonzaga, além do Coletivo Comunista Alexandra Kolontai e nós do Coletivo Lenin (CL). O Fórum de Educadores Populares, mesmo tendo participado ativamente da organização do seminário, foi o único setor presente que não integrou a União de Resistência, tendo requisitado que se faça uma reunião de balanço da comissão organizadora do evento, a qual eles integraram. Já o MTD (Movimento dos Trabalhadores Desempregados), que também esteve presente no seminário, ainda não se posicionou de forma clara se irá integrar ou não a frente criada.
          A criação dessa frente é uma enorme vitória para os movimentos sociais do Rio (e também uma iniciativa para que se faça o mesmo em outros lugares do Brasil), que desde 2008 vem sofrendo uma grande repressão por parte dos governos. Desde nossa entrada no movimento popular do Rio de Janeiro, integrando o então Comitê Contra o Choque de Ordem, nós do Coletivo Lenin sempre defendemos a necessidade do fragmentado movimento popular carioca se unificar para responder aos ataques e remoções dos governos. A criação da União de Resistência dos Povos em Luta é o primeiro grande passo dessa importante batalha!
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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Declaração da Direção do CL sobre a Líbia

    Tarefas políticas e militares na Líbia: frente única contra os ataques da OTAN!
     
                    Desde o dia da visita de Obama ao Brasil em Março, a Líbia está sofrendo uma série de bombardeios feitos pelas forças aéreas dos países-membros da OTAN. Essa intervenção começou a partir do "pedido" do Conselho Nacional de Transição, uma frente pró-imperialista que fala em nome da oposição da Líbia, que pediu a chamada "zona de exclusão aérea" a ONU, assim como armas e aparato militar para derrubar Kadafi.
                    Sabemos que qualquer pedido desse tipo, feito aos países imperialistas, será usado como argumento para que as potências invadam o país, com os seus próprios objetivos. No caso, tanto os governos da Itália como da França, não por coincidência os que têm mais relações comerciais com a Líbia, estão na linha de frente da operação da OTAN que, se tiver sucesso, deixará as reservas de petróleo líbias diretamente nas mãos do imperialismo europeu e norte-americano. 
                    Nessa condição em que está estampado um processo de pilhagem descarado aos recursos energéticos dos países árabes e africanos por forças militares opressoras do imperialismo e setores alinhados, defendemos frente única com todos os setores do movimento de massas que estejam no campo contrário à operação da OTAN. Entendemos que os operários, proletários e semi-proletários da Líbia só sairão vitoriosos desta guerra quando primeiro derrotarem as forças de intervenção imperialistas e os rebeldes do Conselho Nacional de Transição de Bengazi, para então derrotar as forças do próprio Kadafi e então seguir com suas demandas democráticas, demandas estas que somente serão cumpridas pelos próprios proletários armados da Líbia consolidados no poder através de comitês proletários organizados nas cidades!
    O processo na Líbia
                   
                   Na Líbia, desde o dia 16/02, houve uma série de protestos contra a ditadura pró-imperialista de Kadafi, que foram reprimidos com muita violência, deixando centenas de mortos. O começo dessas mobilizações foi parecido com o que aconteceu no Egito e na Tunísia, mas depois de dez dias, em 26/02, foi formado o Conselho Nacional de Transição, formado por ex-membros da ditadura, empresários líbios, líderes regionais fundamentalistas e defensores dos direitos humanos ligados à Human Rights Watch. 
                    Todos os membros do CNT são ligados ao imperialismo, de uma forma ou de outra. Dessa forma temos que fazer autocrítica da posição anterior (no artigo O Conselho Nacional é a Cova da Revolução), que foi postada por um militante e continha duas caracterizações não aprovadas pelo Coletivo Lenin: caracterizava o CNT como uma Frente Popular e dizia que havia um processo revolucionário na Líbia. A Liga Comunista (LC), organização de São Paulo, fez essa crítica a nós em seu jornal (O Bolchevique #3). Além disso, fizeram mais uma críticas corretas:
                    1) O processo líbio não é uma revolução, pois houve a formação de um poder paralelo no leste da Líbia sob controle da oposição, mas isso não tem nada a ver com dualidade de poderes no sentido leninista da expressão, porque o novo governo também é burguês, sendo que não há qualquer organização operária ou organismos de poder de proletários urbanos. Ou seja, os operários e proletários do leste da Líbia estão sendo dirigidos e cooptados pelo CNT, composto pelos mais diversos membros da burguesia pró-imperialista. O CNT não é um movimento de massas, e sim a cabeça de um governo burguês estabelecido em Benghazi. 
                   2) Na declaração se dizia que o CNT "namorava" com o imperialismo. Isso é verdade em relação às palavras escritas na declaração. Mas a experiência mostrou que o CNT foi formado justamente para pedir uma intervenção militar no país. Por isso, o CNT foi armado desde o seu surgimento pelo imperialismo, como documentos diplomáticos vazados comprovaram, e logo militarizou a luta transformando-a num conflito entre exércitos regulares burgueses que disputam nesse momento o poder na Líbia para ver quem é mais capacho do imperialismo, sendo ambos responsáveis pela morte de milhares de operários e proletários líbios.
                    
    Qual posição?
               Diante disso, o que os trabalhadores e sua vanguarda comunista deveriam fazer numa situação tão complexa?
               Para parte da esquerda, só o fato de ser contra Kadafi já tornava a oposição progressiva. Esse foi o caso do PSTU, que costuma apoiar automaticamente qualquer luta de massas independente de seu conteúdo político. Se o CNT chegar ao poder, o PSTU vai chamar isso de "vitória", como chamou, no Egito, a substituição do governo Mubarak por uma ditadura militar.
               Por outro lado, partidos stalinistas, além de organizações como a LBI (Liga Bolchevique Internacionalista) e a já citada LC - que reivindicam a tradição trotskista - ficaram, desde o começo, no campo militar de Kadafi. A LBI chegou a dizer que Kadafi tem atritos com o imperialismo. Na verdade, ele teve, até a década de 1980, porém seguindo o retrocesso que foi o fim da URSS, se alinhou completamente com o imperialismo, chegando até a apoiar a "guerra ao terror" dos EUA!
               Para nós do Coletivo Lênin, os trabalhadores e comunistas líbios deveriam ter participado das mobilizações contra Kadafi em fevereiro, para disputá-las e tirá-las do controle do CNT. Ao mesmo tempo, não deveriam se dissolver no exército da oposição. Pelo contrário, deviam tentar formar milícias operárias e camponesas para intervir de forma independente no processo, se confrontando militarmente com Kadafi e suas tropas.
              Durante todo esse processo inicial, deveriam levantar a bandeira de Fora Kadafi! Assembleia Constituinte Revolucionária, supervisionada por comitês de trabalhadores e camponeses, para dar um rumo realmente progressivo à aspiração por democracia do povo líbio. Só essas palavras de ordem podem desmascarar a demagogia do CNT, que quer uma democracia burguesa pró-imperialista.
               As correntes que não concordam com essa política dizem que a oposição líbia é semelhante à direita venezuelana e à oposição iraniana e que, por isso, estar junto com ela na luta contra a ditadura seria capitular ao imperialismo. Esses exemplos estão totalmente fora do contexto! No caso da oposição venezuelana ele chamam sim o governo Chávez de ditadura, mas ele tem todas as liberdades democráticas de uma democracia burguesa. Por isso, a sua ladainha "antiditatorial" não passa de palhaçada e desculpa para justificar o seu golpismo. No caso do Irã, a oposição que reclamou de fraude eleitoral expressamente reivindicava o regime fundamentalista no país desde 1979. O objetivo deles, como dissemos em julho de 2009 no nosso artigo Irã: derrubar a ditadura fundamentalista, era criar "um regime fundamentalista alinhado aos EUA,como na Arábia Saudita".
               Está claro então que os marxistas não priorizam a defesa de pequenas conquistas de determinado governo, e sim a auto-organização dos trabalhadores, que é muito mais fácil numa democracia burguesa do que numa ditadura burguesa. Por isso, não são indiferentes ao regime ou acham que é tudo a mesma coisa, como os anarquistas e ultra-esquerdistas. 
                 Dessa forma, na Líbia, a luta contra a intervenção da OTAN não pode suspender a luta pela Assembleia Constituinte Revolucionária. Para atuar de forma independente, numa situação em que não há sindicatos e partidos operários, os trabalhadores devem criar comitês por local de trabalho e moradia, e armar os comitês para a sua autodefesa e para preparar a ofensiva. Nesse movimento organizado e armado de proletários líbios, não poderia haver nenhuma confiança e apoio político a nenhum dos dois setores pró-imperialistas, o governo Kadafi e o CNT. Então nesse momento, a tática principal dos proletários da Líbia passa a ser derrotar as forças imperialistas da OTAN e as pró-imperialistas do CNT, para então derrotar as forças de Kadafi e consolidar a Assembléia Constituinte Revolucionária dos proletários Líbios como unica forma real de estabelecer uma democracia operária na Líbia.  Mas sabemos que tais demandas extremamente complexas só serão consolidadas através de um instrumento político dos trabalhadores líbios: o partido revolucionário, com maioria de mulheres, para lutar pelo governo direto dos trabalhadores.
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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Fascistas organizam ato pró-Bolsonaro em SP

Por uma Frente Única Anti-Fascista!
Organizar os trabalhadores e a juventude contra o racismo, o machismo e a homofobia!

Uma crescente onda de reacionarismo

Desde o ano passado temos publicado posts nesse blog relatando atos de violência contra homosexuais e travestis, na sua maior parte ocorridos nos grandes centros urbanos, como Rio de Janeiro e São Paulo.

Está claro que uma onda de violência homofóbica tem ganho força no Brasil, onda essa que só foi reforçada pela candidatura de Dilma em aliança com os emrpesários e banqueiros, que se calou quanto a esses assuntos para garantir o apoio dos mais reacionários setores da sociedade, como as igrejas evangélicas (conferir Aborto, religião e eleições - Pelos direitos democráticos das mulheres e homossexuais!, de janeiro de 2011). E apesar dessa onda de reacionarismo focar principalmente na homofobia/opressão aos GLBTTs, ela não tem se limitado a isso, como demontraram centenas de jovens paulistas que lançaram mensagens de ódio aos nordestinos através do Twitter na época do segundo turno e após a vitória de Dilma nas urnas (matéria no O Globo).

Recentemente, esses reacionários, em sua maior parte pequeno-burgueses ou filhos da pequena-burguesia, encontraram um porta-voz no Deputado Federal e defensor da ditadura, Jair Bolsonaro (PP-RJ), que há duas semanas atrás, em entrevista ao programa CQC, fez afirmações homofóbicas e racistas. Frente ao circo midiático armado em torno da polêmica, grupos nacionalistas e declaradamente fascistas organizaram um ato em São Paulo "em defesa da liberdade de opinião" (leia-se, em defesa do direito de oprimir negros, nordestinos e GLBTTs). Alguns grupos da esquerda se organziaram e foram capazes de mobilziar um contra-ato para mostrar a esses opressores que seus atos e opiniões não passaram impunes.

Segundo relatos dos companheiros da Liga Comunista (LC), porém, as maiores organizações da esquerda não deram as caras no contra-ato (PSOL, PSTU, PCdoB e PT), tendo aparecido, além da própria LC, apenas a LER-QI, um deputado do PT e algumas dezenas de ativistas independentes ligados ao movimento estudantil e ao Sindicato de Trabalhadores da USP.

A audácia dos fascistas e reacionários em terem convocado um ato público em defesa de Bolsonaro demonstra o ar de segurança que esses setores, que antes agiam de forma semi-clandestina, estão tendo de se mostrar em público, ar esse que sem dúvida está baseado na sequência de ataques e demonstrações públicas de reacionarismo que tem passado impunes, a não ser quando chegam à grande mídia.

Para nós revolucionários a democracia não é nenhum conceito universal. Para nós, a defesa da democracia de expressão está submetida à luta de classes: no geral, quanto mais abertura houver, mais condições de se organziar contra seus opressores os trabalhadores e a juventude terão. Entretanto, quando se trata da orgnização de grupos reacionários, inimigos da classe trabalhadora, não temos nenhum rabo-preso em dizer que estes devem ser calados, pois seu objetivo é reprimir os movimentos sociais e atacar os setores mais oprimidos da sociedade (negros, mulheres e GLBTTs)!

Por uma resposta classista e combativa ao recionarismo da direita!

Em 1934, grupos anarquistas e os trotskistas da Liga Comunista Internacionalista (LCI) dispersaram um ato dos Integralistas de Plínio Salgado na Praça da Sé na base de pancadas e tiros, fazendo com que os fascistas brasileiro se desarticulassem consideravelmetne e nunca mais fossem capazes de organizar outro ato público de grandes proporções, evento que entrou para a história como a Revoada dos Galinhas Verdes, marcado pela frase "Integralista não corre, voa" (os integralsitas vestiam-se com uniformes verdes de ar militaresco).

Da mesma forma que os trotsksitas da extinta LCI, defendemos a organização de uma ampla Frente Única Anti-Fascista para dar uma resposta à altura aos diversos grupos reacionários que tem se revelado país afora. E como a própria mídia burguesa relatou (matéria do SP Agora), os fascistas pró-bolsonaro estavam preparados para o confronto, com armas brancas dos mais diversos tipos. Além disso, como se é de esperar de um braço do Estado burugês, a polícia paulista esteve presente na manifestação, mas não para "segurar a onda" dos fascistas, e sim para impedir qualquer tipo de radicalização por parte da esquerda, organizando um cordão de isolamento em torno do contra-ato (link para vídeo). Portanto, não podemos achar que o combate ao reacionarismo fascista se trata apenas de pintar faixas e fazer cartazes, mas temos que estar praparados para possíveis confrontos.

Ainda segundo relatos dos companheiros da LC, após o contra-ato foi realziada uma plenária com os presentes onde houve acordo em torno da proposta de se organizar uma Frente Anti-Fascista. Defendemos não só o fortalecimento dessa Frente em São Paulo, como também a sua extensão (via movimento estudantil e sindical) à outras cidades, como o Rio de Janeiro. Encaramos como tarefa maior de uma frente desse tipo, se articular de maneira ativa (e não simplesmente reativa) para deixar claro para os fascistas e reacionários que a classe trabalhadora e a juventude não aceitarão qualquer forma de opressão e que resistirão a elas através de todos os meios necessários, incluindo aí o confronto físico.

Contra toda a forma de opressão, organizar a juventude e os trabalhadores contra a onda fascista e reacionário que tem se fortalecido país afora! Que a UNE, UBES, ANEL, CUT e CONLUTAS-CSP encampem o chamado à construção de uma Frente Única Anti-Fascista e integrem seus atos e contra-atos!
Nós do Coletivo Lenin nos comprometemos desde já com essa proposta, através da nossa atuação no movimento estudantil (via Movimento Hora de Lutar) e no movimento sem-teto. Junte-se você também a essa importante luta!
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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Nota sobre a morte de José de Alencar

A Burguesia Brasileira e a Frente Popular do PT/PMDB estão de luto
Morre José de Alencar!
Por Marcos
José de Alencar foi um dos maiores nomes da burguesia brasileira. Nos anos ‘60 fundou a Coteminas, indústria têxtil que se tornou uma das maiores do Brasil. Sua empresa cresceu muito na ditadura até o fim dos anos ‘80, tendo sido um dos que comeram do famoso bolo do crescimento dos militares. Após perder muito dinheiro nos períodos de governo de Collor até FHC, devido ao enfraquecimento da indústria nacional e das políticas neoliberais de FHC e do capital financeiro, em 2002 se elege vice-presidente pelo PL em coligação com o PT, integrando a frente popular que elegeu Lula Presidente. Ao lado deste grande burguês estavam PT, PSOL (antes de ser abortado pelo PT), PCdoB, PCB e PSTU (chamou voto no 2º turno).
 Alencar cumpre um papel decisivo nessa eleição, tencionando a campanha da Frente Popular a “manter a linha” e ao mesmo tempo rebatendo a campanha de difamação e boatos da Rede Globo e PSDB na época, que levou à famosa “Carta ao povo brasileiro”, em que Lula se comprometeu a manter a política econômica de FHC nos trilhos, mas não beneficiar somente o setor financeiro e as trans-nacionais, deixando claro que iria fazer uma policia de assistência social, porém dando as mãos com o capital nacional e internacional no seu projeto de governo: “Brasil de Todos”, mas principalmente da burguesia!
Na era Lula se torna o representante da burguesia industrial do Brasil no governo. Graças às políticas econômicas e sociais de seu governo com Lula, houve um grande fortalecimento da indústria nacional e a criação de um extenso mercado consumidor interno, ambos destruídos na era Collor-Itamar-FHC. Ao mesmo tempo em que fortalece a indústria nacional e o mercado interno, ajuda Lula e o PT a ampliarem politicamente seus aliados burgueses, capitalistas industriais (Vale, EBX, Gerdau e etc.) e financeiros (Itaú, Bradesco, Unibanco, Real, seguradoras...). Com essa política conciliadora, garante o apoio de outros partidos burgueses para o governo, como o PMDB, PDT, PR, PSB entre outros, ganhando base para a Frente Popular vencer as eleições de 2006 e  2010.
Também devido à política econômica, faz com que o Brasil e as empresas nacionais saíam quase ilesos da crise de 2008, coroando o Brasil como a maior potência econômica na América Latina e 11ª maior economia do mundo ao final de seu mandato em 2010. No seu governo, o Brasil fortalece seu papel sub-imperialista como amortecedor de crises regionais e amplia as transnacionais brasileiras, como Petrobrás, Vale e EBX, para explorar países como Bolívia, Equador, Chile, Angola e até mesmo Argentina, esta última que não conseguiu se recuperar da crise de 2001 graças ao MERCOSUL, porque mesmo deixando de ser (relativamente) dependente do EUA, assim como o Brasil, criou uma dependência econômica do próprio Brasil e da China.
Por bastante tempo José de Alencar fica a frente do Ministério da Defesa, sendo responsável pelas negociações e manutenções dos interesses do alto comando militar do Brasil, assim como o seu sucessor, Nelson Jobim, e defende a não abertura dos arquivos militares assim como a não punição dos torturadores, garantindo a manutenção dos privilégios desses parasitas e fechando os arquivos da ditadura para sempre.
Dessa forma, José de Alencar foi um dos maiores quadros políticos da burguesia brasileira, garantindo grandes lucros aos banqueiros nacionais e internacionais além de colocar a burguesia industrial no mesmo patamar da burguesia do setor financeiro, e, além disso, foi co-responsável ao lado de Lula pelo maior freio da luta de classes no Brasil, uma Frente Popular que foi capaz de desestruturar e dividir o movimento operário em prol da aliança de burocratas sindicais e burguesia industrial e financeira (a partir de 2006) compondo um mesmo governo.
Para os comunistas e para os trabalhadores, não há o que chorar nem haverá luto pela morte de um dos maiores quadros da burguesia nacional. Não estamos perdendo nenhum companheiro, somente o perde o PT, PCdoB e PMDB.
Para nós comunistas será apenas um inimigo de classe a menos no Brasil e no mundo, e mesmo assim existe o direito a herança no capitalismo, então o império de José Alencar continua de pé e também seus feitos políticos em prol da conciliação de classe.
 Somente a revolução levará José de Alencar e o resto da burguesia de fato para o túmulo. Até esse chegar esse dia, temos muita luta para travar!

Declarações de seus “amiguinhos” (fonte: Portal G1):

Sergio Cabral 
“José Alencar e o presidente Lula provaram a força do Capital e do Trabalho unidos pela prosperidade do seu povo 
Manuela D'Ávila, deputada (PCdoB-RS) 
“Triste noticia a morte de José Alencar, grande brasileiro.” 
Jandira Feghali, deputada (PCdoB-RJ)
“Lamento com muita tristeza a morte de José de Alencar. Marcou por sua sensibilidade e determinação. Superou obstáculos, vontade de viver!” 
Aguinaldo Diniz Filho, da Associação Brasileira da Indústria Têxtil
“José Alencar deixa saudades. Ele é uma positiva referência para o setor, para os jovens, os empresários e políticos e, acima de tudo, para aqueles que acreditam na honestidade, no trabalho e na fé como base para a construção de um futuro melhor e mais justo para todos.”
Antonio Carlos Mendes Thame, presidente do PSDB de São Paulo
“Crítico dos modelos de política econômica vigentes, foi um dos primeiros a se impor contra as taxas de juros praticadas e as formas de contenção da inflação.  Suas contribuições para a democracia brasileira são inúmeras." 
Cândido Vaccarezza, líder do governo no Congresso (PT-SP)
“Um sentimento de perda profunda, que não é só do PT, mas do Brasil inteiro. Cada um sente a perda como se fosse alguém da família. E nós, políticos, sentimos que há uma perda profunda na política brasileira. Uma parte do Brasil se foi hoje com José Alencar.” 
Alvaro Luiz Pinto, almirante , presidente do Superior Tribunal Militar
“Hoje, o país ficou órfão de um brasileiro que, como poucos, lutou em muitas frentes, todas em prol do crescimento e do engrandecimento da sociedade.”
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