Romper com o PSTU para construir o Partido Revolucionário!
Meu nome é T.B. e sou militante da juventude do PSTU no Rio de Janeiro desde 2008.
Comecei a militar no movimento secundarista. Logo, entrei no Enlace/PSOL. Com o tempo, eu vi que o Enlace é uma corrente totalmente eleitoreira, que gira em volta do gabinete do vereador Marcelo Freixo, e que capitula a tudo o que estiver na moda, como o Hugo Chávez.
Por isso, fui para o PSTU, porque via um partido muito mais organizado, intervindo nas lutas e dizendo que era trotskista. Uma das coisas que me fizeram entrar no partido foi a política de construir a CONLUTAS e a CONLUTE. Naquele momento, eu achava que isso era mais radical.
Com o tempo, comecei a ver que partido tinha uma aliança quase permanente com o PSOL, que estava dentro da UNE. Se ele estava com um programa semelhante ao da FOE, para que ficar fora dos congressos da UNE, onde participam milhares de estudantes?
No princípio, eu pensei que era sectarismo. Mas, depois, eu vi que isso tinha uma função, que ficava mais evidente na CONLUTAS: montar um aparato próprio. Lendo os escritos de Trotsky, “Sobre a questão da unidade sindical”, e o “Esquerdismo”, de Lênin, vi que essa manobra dificultava mais ainda disputar a base destas entidades. Foi quando eu comecei a desconfiar que o PSTU abandonava os clássicos da marxismo.
Mesmo nas chapas para as entidades de base, nunca são levantadas as palavras de ordem do Programa de Transição (escala móvel, controle operário, expropriação etc), com a desculpa de que isso “afastaria a base”. Se for assim, então para que serve a agitação? Para seguir a massa? Além disso, o PSTU sempre esconde o próprio programa atrás do do PSOL.
Mas tudo ficou claro quando li algumas obras de Nahuel Moreno, principalmente “Revoluções do Século XX” e “Teses sobre a Atualização do Programa de Transição”. A tática do Congresso Nacional de Estudantes, a formação da CONLUTAS pra fundir com a Intersindical, tudo isso era coerente com o morenismo.
Moreno revisou a tese do Programa de Transição, segundo a qual a possibilidade das direções oportunistas criarem um Estado Operário era uma exceção. Para Moreno, isso foi a regra desde a Segunda Guerra Mundial. Por isso, o morenismo divide as revoluções socialistas em duas fases, o “fevereiro” e o “outubro”, sendo que a primeira é dirigida pelos oportunistas. Por isso, o PSTU PRECISA manter uma frente permanente com o PSOL. E por isso, cria estes aparatos para poder melhor negociar com os reformistas.
Estudando a história do morenismo, percebi que essa política de capitulação ao oportunismo existe desde os anos 1950. Durante a contra-revolução que destruiu a União Soviética, a LIT chegou ao cúmulo de emblocar com a social-democracia e o imperialismo a favor do Soliariedade (que era apoiado pela Igreja Católica e pela CIA) e dos fundamentalistas que combatiam a ocupação soviética no Afeganistão. Hoje, a LIT carateriza Cuba como uma “ditadura” sem conteúdo de classe. Isso vai levar a corrente a apoiar a contra-revolução lá, se ela for disfarçada de “movimento pela democracia”!
O pior é que é quase impossível discutir isso dentro do partido. A maior parte da base é captada porque faz greves, passeatas etc. Mas não tem uma formação sólida. Por isso, o partido vive num ritmo sindicalista, em que não se discute política, e tudo o que se pensa é na próxima eleição ou greve. Na juventude ainda é pior, o partido é uma verdadeira máquina de moer militantes Os jovens da classe trabalhadora não conseguem aguentar o ritmo, e ficam só os de classe média. E mesmo assim, muito, quando saem do ME, param de militar. Por isso, qualquer divergência política é tratada com suspeita e “queimação” do militante. Então, não restou solução para mim senão sair.
Por tudo isso, é necessário romper com o PSTU, se quisermos construir um partido revolucionário no Brasil. Esta carta é um convite a todos os militantes que estão insatisfeitos com a burocratização e o sindicalismo da direção do partido: vamos romper e lutar pelo partido revolucionário!
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