Reproduzimos aqui o texto do companheiro Willian Alves de Almeida, de São Paulo
Testemunhamos recentemente a morte
bárbara do jovem homossexual e negro Kaique Augusto dos Santos, 16 anos, cujo
corpo foi encontrado na Avenida Nove de Julho em 15/01/14, após estar
desaparecido desde 11/01 após ter freqüentado uma casa noturna para o público
GLBT na Avenida Vieira de Carvalho, próxima a Praça da República.
Para total indignação de qualquer
pessoa com um mínimo senso de humanidade, o jovem que foi espancado, teve todos
seus dentes arrancados e tinha uma barra de ferro dentro de sua perna, teve
como registro no seu B.O. como “suicídio” sendo que pelas características da
agressão, certamente o jovem foi vítima de skinheads nazi-fascistas, tendotestemunhas observado o fato,
porém a família certamente sendo pressionada pela PM, aceitou a tese do“suicídio".
Esses casos de homofobia e
transfobia estão aumentando de forma considerável, de acordo com artigo sobreassunto da LER-QI, só esse ano já ocorreram 18 assassinatos de homossexuais noticiados pela grande mídia, o
que mostra um acenso do neo-conservadorismo fundamentalista, vide o destaque de
pastores evangélicos dentro do governo, compra de horários nas emissoras
abertas dentro do chamado “horário nobre”, até mesmo fanfarrões do quilate de
Olavo de Carvalho e Rodrigo Constantino tendo livros vendidos com destaque nas
grandes livrarias, e o último recentemente virou colunista na Revista Veja.
O preconceito contra o público GLBT
sempre esteve enraizado dentro da elite paulistana, logicamente esse
preconceito tem origens na formação desta sociedade, que por se sentir mais
européia ou estadunidense do que brasileira tende a desprezar tudo que é
diferente do padrão social “branco/heterossexual/cristão ou evangélico”, e é
demonstrada em atos como: Resistência contra a parada gay, comentários racistas
em sites de direita, piadas em programas humorísticos.
A tarefa das organizações de
esquerda diante de tal quadro desesperador deve ser a formação de frentes para
conscientização e apoio ao público GLBT, demonstrando que estamos juntos na
mesma luta pela igualdade de direitos. Somente uma frente sólida entre
revolucionários lutando em conjunto com negros, gays, lésbicas e transexuais
irão começar a acender a faísca de uma transformação que permitirá uma nova
sociedade sem preconceitos de gênero e classe! A força de nossa união é a chave
para a liberdade sexual e política!