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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Partiu rolezinho?


Os shoppings do Rio de Janeiro e de São Paulo já estão tendo prejuízo por fecharem as suas portas pra impedir a entrada de jovens negros da periferia, que marcam os seus rolezinhos pelo Facebook.

As desculpas são as mais esfarrapadas possíveis, geralmente usando a desculpa da "segurança". Alegam que se "infiltram" pessoas no rolezinho pra roubar. Sendo racistas, não diferenciam quem rouba e quem está lá só pra zoar, já que todos fazem parte da mesma população "perigosa" negra.

Para a burguesia e a classe média racista, trabalhadores e negros em geral só podem entrar no shopping se for pra fazer trabalho braçal, na limpeza ou como seguranças. Nas próprias lojas, o racismo já começa na seleção dos empregados, ainda mais se é loja de produtos de luxo, e vai aumentando conforme sobe a hierarquia das empresas.

Assim, o rolezinho, que é um simples lazer e, em si, não tem nada de político, acabou virando uma questão política. Cenas de violência policial gritante aconteceram. Isso levou o movimento negro, o movimento de favelas, os sem-teto e vários outros movimentos sociais a fazerem atos de solidariedade aos jovens que estão sofrendo repressão por fazer rolezinho.

Poucas pessoas lembram, mas a exclusão que foi deixada às claras com o rolezinho aconteceu também num ato histórico do movimento sem-teto carioca, organizado pela antiga Frente de Luta Popular (FLP) em 2000, no Rio Sul. Mais de 200 sem-tetos ocuparam a praça de alimentação do shopping pra comer pão com mortadela, provocando o mesmo ódio racial e de classe da parte dos comerciantes.

Sobre esse ato, os cineastas militantes Vladimir Seixas e Helem Ferreira realizaram o documentário Hiato, Passeio no Shopping.

A FLP foi uma frente de movimentos populares do Rio de Janeiro, que se desfez em 2006 por causa das diferenças de concepção entre os setores que a formavam. Alguns companheiros da Rede de Comunidades contra a Violência, das ocupações Chiquinha Gonzaga e Quilombo das Guerreiras e da OATL e da Oposição Operária foram da FLP.

Depois do escândalo racista da repressão ao rolezinho, algumas manifestações aconteceram. A mais importante até agora foi a dos companheiros do MTST paulista, nos Shoppings Jardim Sul e Campo Limpo, na quinta passada (16/01).

No sábado (18/01), foi a vez do Plaza Shopping, em Niterói/RJ, num ato dirigido dessa vez pelo movimento negro. Já no domingo (19/01), foi o Leblon Shopping, no Rio, que fechou as suas portas. Sem poder entrar no shopping, o movimento teve que ir para o seu "point" preferido no bairro: a casa do desgovernador Sérgio Cabral.

Durante essa semana, novos atos estão marcados em todo o país. Pedimos aos companheiros que vão organizar ou participar deles, que comentem aqui com as datas e convidamos a quem quiser escrever, que mande pro nosso e-mail (c.comunista@yahoo.com.br), que a gente publica!

Mas, até então, os setores que fizeram atos políticos nos shoppings não conseguiram mobilizar a mesma juventude que participa dos rolezinhos. Isso vai depender da capacidade dos movimentos se enraizarem nas periferias. Para isso, é necessária a reconstrução do movimento nos setores mais explorados e oprimidos da classe trabalhadora. O Coletivo Lênin se dedica a dar uma contribuição para essa tarefa.

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