Este documento é uma elaboração comum do Comitê Paritário constituído pelo Coletivo Lênin e pela Liga Comunista / Comitê de Ligação pela IV Internacional (TMB / Argentina, Socialist Fight / Grã Bretanha), estabelecido na jornada de discussões de São Paulo dos dias 08 e 09 de novembro de 2014.
A crise de 2008,
debilitou o domínio do imperialismo dos EUA e Europa sobre países
como o Brasil, e favoreceu a influência das burguesias chinesa e
russa. Os conflitos na Síria, Ucrânia e as últimas eleições
estiveram marcados por essa nova disputa.
Durante e após as
eleições setores da classe média manipulados pelo imperialismo
foram as ruas com todo o seu ódio, preconceitos e violência contra
nós trabalhadores, defendendo a qualquer custo a derrota do PT.
Derrotados nas
urnas, querem agora derrubar o governo Dilma, agitando por uma nova
ditadura militar para facilitar a aceitação de um golpe parlamentar
como imposto em Honduras, Paraguai e Ucrânia.
Toda essa onda
reacionária acontece porque eles têm medo de perder seus
privilégios, de que o PT, pressionado por manifestações e greves,
seja obrigado a fazer as reformas necessárias a melhoria vida dos
trabalhadores. No entanto, o PT não fará essas reformas, porque
mesmo depois de quase tomar um pé-na-bunda dos empresários e
banqueiros, e quase perder a presidência num golpe
eleitoral-midiático, o PT mais uma vez deixa de lado os movimentos
sociais e os trabalhadores para negociar a sua “governabilidade”
com a direita.
Só reformas
populares poderiam melhorar as condições de vida da nossa classe. A
reforma agrária contra o agronegócio daria terra ao trabalhador do
campo. A reforma urbana acabaria com a especulação imobiliária e
daria moradia digna a todos que necessitam.
Os transportes, a
saúde, a educação e a mídia precisam ser estatizados e passar ao
controle da população trabalhadora, assim como as grandes
indústrias e as multinacionais. Também é preciso pôr fim a
polícia assassina e as prisões em massa de nosso povo pobre e
negro.
Todas essas reformas
só serão possíveis com uma verdadeira Revolução Socialista, onde
conquistemos o poder de decisão e a organização da produção nas
indústrias e empresas, no campo e nas cidades, para atender às
necessidades de toda a nossa classe. É disso que a direita e o
imperialismo têm medo, de uma nova e grande Cuba na América Latina.
Mais do que derrotar
a ofensiva imperialista e golpista no Brasil, temos que ir além,
fazer um governo dos conselhos dos trabalhadores da cidade e do
campo. Uma revolução no Brasil colocaria imediatamente o imenso
proletariado brasileiro na vanguarda da revolução continental, não
poderia ser contida por bloqueios imperialistas nem se submeteria aos
limites estabelecidos por uma burocracia. Mas para isso não podemos
nutrir qualquer ilusão no PT que governa para os empresários e
banqueiros. Somente nós, trabalhadores, podemos fazer o nosso
futuro.
Por sua vez, se não
avançamos nesta luta, seremos esmagados pela perspectiva contrária,
de uma nova onda golpista reacionária, que nos imporá o desemprego,
a falta de moradia, o arrocho salarial, as drogas, a prostituição,
a mendicância, o trabalho escravo, e uma repressão policial ainda
mais bárbara do que a que já sofremos. Mais do que nunca, hoje,
está colocado para os trabalhadores brasileiros socialismo ou
barbárie!
Tenham um bom fim-de-semana
ResponderExcluirA Venezuela encerra o 15º ano do ciclo chavista. A cada dia, a situação do país — lucrativo mercado para empreiteiras brasileiras — se torna mais crítica política, social e economicamente. A inflação, acima dos 63% anuais, tende a avançar para o patamar dos três dígitos, aguçando o conflito social. O declínio de 25% no preço do petróleo aprofunda a crise (Chávez assumiu com o barril a US$ 30, imperou com o óleo a US$ 140 e hoje o país não consegue sequer comprar alimentos com a cotação a US$ 80.) A Venezuela, que depende do petróleo para 96% da receita de exportações, virou um pária internacional — sobretudo em direitos humanos, com a oposição encarcerada —, e o governo imerso em corrupção.
A população enfrenta a cada vez mais aguda falta de produtos alimentícios e essenciais, por conta da escassez de divisas para as importações. A disparada de quase 30% do dólar no paralelo torna os produtos importados inacessíveis para uma vasta parcela da população. Os ricos continuam comprando o que lhes apraz no exterior. A criminalidade e a violência dispararam. O caos social não está longe.
[...]
No pós-globalização, o chavismo adota o planejamento centralizado da economia, que não deu certo em lugar algum. O Estado avançou sobre as empresas, nacionalizando-as e, portanto, jogou a eficiência no fundo do poço e afugentou investidores. Tudo em nome do “socialismo do século XXI”.
ResponderExcluirOi, Seu Madruga (?)
esses dados refletem bem o isolamento internacional da Venezuela (como você diz, "um pária internacional", assim como a dependência da economia do país em relação ao petróleo.
Mas na verdade, a Venezuela não adotou o planejamento centralizado da economia, ainda é uma economia de mercado, ou seja, capitalista. Do nosso ponto de vista, a causa principal da crise econômica e social do país é o isolamento e o boicote, tanto por parte das grandes potências, como por parte do próprio empresariado venezuelano.
Nós não defendemos o tipo de planejamento econômico que existiu na URSS e demais países stalinistas, ele não tinha mesmo como funcionar sem uma ampla democracia, em que o povo pudesse escolher as prioridades da política econômica, influindo sobre o que seria produzido e criticando a má qualidade, quando houvesse.
Nós já escrevemos sobre a sabotagem econômica na Venezuela aqui: http://coletivolenin.blogspot.com/2014/03/venezuela-sabotagem-economica-e-como.html