No
dia 1 de Abril, logo após
o ato de descomemoração
dos 50 anos do golpe, militantes do PSTU , que em coluna voltavam
para a sua sede na Lapa, e 3 autonomistas acabaram se desentendendo.
O PSTU alega que esses 3 indivíduos
estavam em sua coluna, fazendo provocações
tentando desorganizar a coluna até
a chegada no prédio
da sede na Lapa (que por sinal estava cercada com 3 viaturas da PM!),
e que durante a dispersão
de seus militantes foram atacados verbalmente pelos militantes
anarquistas, porém,
sem em nenhum momento reagiram atacaram-os fisicamente. Já a FIP alega que dois
militantes anarquistas foram agredidos, porém
não
há
provas disso, como fotos ou videos. Mesmo assim achamos que isso deve
ser apurado por uma comissão
independente.
Após
dispersão
da maioria dos militantes do PSTU , esses "ativistas" se
reuniram e foram com um grupo em torno de 20 indivíduos,
alguns black blocks e outros da base da FIP, e se dirigiram para a
sede do partido novamente. O PSTU chegou a receber um desses indivíduos que inclusive se identificou como membro da FIP, na própria sede do partido para discutir o desentendimento mais cedo. Porém
não
se chegou a nenhum entendimento, e após
este militante sair, eles começaram
o ataque contra a sede do partido, e assim quebraram janelas,
apedrejaram a sede, picharam a entrada da sede ("+Black Block –
PSTU"), e quase derrubaram
o portão
de ferro da entrada.
Para
nós
do CL, esse tipo de procedimento se caracteriza com
muita semelhança a
um ataque fascista contra uma organização
do movimento dos trabalhadores.
Mesmo sendo esta uma organização
centrista
e
com politica nacional e internacional morenista, defendemos o PSTU
contra esse ataque irresponsável
e inconsequente
que
não
se justifica,
independente do que possa ter causado o desentendimento anterior.
Não
é
a primeira vez que militantes do Black-Bloc, ou que participam da
base da FIP, tentam intimidar outras organizações
do movimento, sempre com o silêncio
e a conivência
das organizações
majoritárias
da FIP. Militantes do MEPR, setor hegemônico
na FIP, em todo o momento diz que não
tem responsabilidade sobre o que aconteceu, o que pode até
ser verdade, mas ao mesmo tempo de forma cínica
lavam as mãos
e não
condenam o ataque, muito pelo contrário,
alguns militantes já disseram que o PSTU "fez por merecer"
ou "colheu o que plantou" além
de fazer chacota. A
nota
oficial divulgada
pela
FIP, não
apresenta
qualquer repudio ou denuncia contra o ataque, o que mostra a condescendência dos grupos e indivíduos da FIP com esse episódio
de violência gratuita contra uma organização
que, ainda que centrista, possui base no movimento de
trabalhadores.
Ainda
que
os grupos MEPR e o OATL não
tenham
participado
diretamente
do
episódio
de violência contra a sede do PSTU, o que se viu foram alguns
militantes dessas organizações,
e alguns independentes da FIP ironizando o ataque ou procurando
"justificá-lo"
acusando as diversas práticas
oportunistas do PSTU. Mesmo sendo verdade tais praticas, essa
agressão
não
se justifica. Como bons stalinistas que são,
os militantes do MEPR acusaram a nós
do Coletivo Lenin e a outros militantes que os criticaram de sermos
P2, provocadores e polícia.
Diante
disses fatos, EXIGIMOS QUE O MEPR, a OATL E OUTROS COLETIVOS DA FIP
DENUNCIEM O ATAQUE À
SEDE DO PSTU. Qualquer outra atitude só
vai mostrar, mais uma vez, a conivência
deles com esse ataque irracional
à
sede do PSTU.
Ao
mesmo tempo, o PSTU, que
se manifesta publicamente dizendo que a polícia
é
parte da classe trabalhadora, procurou
a
delegacia
para registrar um Boletim de Ocorrência, mais uma vez apostando nos instrumentos legais do Estado Burguês. No entanto O
PSTU alega que em nenhum momento registrou denuncia diretas contra
qualquer grupo ou indivíduo
que compõe
a FIP, e que fez o BO somente para registrar
do fato e ter isenção
no custo da depredação
do patrimônio do condomínio
no qual se situa a sede, caso venham a responder por isso.
E
em causalidade com este
argumento do PSTU,
até agora felizmente
nenhum
militante, movimento ou coletivo foi intimado. Justamente o contrário
do que os militantes da FIP vem
afirmando, de que estão sendo criminalizados.
Para
nós
a FIP sempre foi uma iniciativa divisionista do MEPR e da OATL em
relação
ao conjunto do movimento contra o aumento das passagens no Rio, com o
estrito
objetivo de auto-construir as suas organizações
à
custa do movimento
sempre
entrando
em conflito com outros
grupos.
A
causa disso é
a sua linha reacionária,
que considera o boicote eleitoral uma questão
de princípio
e joga todos os partidos legalizados no mesmo saco, comparando
partidos de trabalhadores com
partidos
burgueses e utilizando da mesma linha anti-organização
e anti-partido da Rede Globo e os empresários, uma forma oportunista
para tentar aproximar uma base que se formou nessa ideia reacionária
e capta-los para o MEPR, apresentando este como uma alternativa
"radical" e "revolucionária"
aos partidos. Esse antipartidarismo, a vontade de se diferenciar
sempre através
de qualquer ação
direta (a maioria voluntarista, pois fazem mesmo quando não
há
condições
para isso), o repúdio
às
organizações
de massas dos trabalhadores, e a condescendência com a sua base de
autonomistas voluntaristas que atuam muitas vezes em ações
individuais isoladas( levando a casos como o ataque à
sede do PSTU!), estão
transformando a FIP num alvo fácil
de infiltração
de provocadores, e isso poderá
ser uma ameaça,
inclusive física,
para o restante do movimento.
Acreditamos
que existem militantes independentes, revolucionários
honestos, que atuam na FIP e não
são
oportunistas como os grupos majoritários que a compõem.
Para eles também
fazemos esta nota e fazemos um apelo: Não
descartamos que, se a FIP continuar sem condenar esse tipo de atitude
e se mantiver condescendente com a violência contra outras
organizações
do movimento, vai permitir cada vez mais a infiltração
de provocadores em suas estruturas, e ela e
seu nome
servirão
de cobertura para atacar fisicamente outras organizações
e dividir o movimento nesse período antes e durante a Copa do Mundo.
Essa tática
já
foi usada pela burguesia inúmeras
vezes, e a violência
dentro do movimento só
facilita que ela seja aplicada, e futuramente esse tipo de
enfrentamento
entre organizações
do campo da esquerda vai servir de justificativa para a intervenção
do Estado nas sedes de partidos, grupos e organizações
de esquerda, com uma futura caçada
aos militantes do próprio movimento e de qualquer uma dessas
organizações.
A
unidade de todos os setores do movimento é
necessária
para conquistarmos novas vitórias,
dentro do clima de ataque por parte da mídia
e nesse cenário
de militarização
em que vivemos. A acusação
entre militantes e os métodos
de calúnias,
que não
são
exclusividades de alguns grupos da FIP (o próprio
PSTU já
fez acusações
absurdas contra os Black Blocks), só
servem aos megaempreendimentos e grandes empresários,
que são
nossos verdadeiro inimigos. E ainda, a extrapolação
da agressão
verbal para a agressão
física
só
impedirá
a unidade dos trabalhadores na resistência contra o massacre social
provocado pelos megaeventos, e nos levará
a todos a derrota.
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