Reproduzimos aqui a convocatória dos companheiros do coletivo Bancários de Base/SP
Todos os anos nossas campanhas seguem o mesmo roteiro: o sindicato não está presente no dia a dia, não reúne representantes e delegados sindicais, inventa uma pauta rebaixada (em congressos compostos por burocratas, sem a presença de trabalhadores), não realiza atividades preparatórias e assembleias, conduz uma greve de fachada, fecha um acordo ainda mais rebaixado e encerra a campanha com a presença maciça de gerentes e fura greves nas assembleias, sem que os pontos que afetam nossa vida tenham sido realmente discutidos. Isso precisa mudar!
Precisamos discutir: estabilidade no emprego, fim das metas e do assedio moral, mais contratações, isonomia, planos de cargos e salários, PLR linear, etc., durante a campanha salarial! Precisamos de uma assembleia para definir a pauta da campanha salarial! Precisamos eleger em assembleia os nossos representantes para a mesa de negociação!
Precisamos aprender com os manifestantes que começaram a mudar o país no ano passado, e com as demais categorias que desde então fizeram suas greves por cima da direção dos sindicatos: precisamos nos auto organizar. Em 2013 demos um primeiro passo quando bancários que estão na base fizeram piquetes de verdade, sem precisar da direção do sindicato, trancando os prédios e dando prejuízo aos bancos.
Este ano temos que dar continuidade a esse processo. Ainda não podemos legalmente fazer greve sem o sindicato, mas podemos organizar a greve sem a diretoria! Discuta com seus colegas, reúna-se, participe!
Para dar o pontapé inicial na preparação de uma campanha salarial alternativa, vamos realizar em São Paulo o Encontro da Frente Nacional de Oposição Bancária. O Encontro é aberto a todos os trabalhadores que queiram fazer uma campanha salarial de verdade, uma greve que não seja de fachada, sem a direção do sindicato, sem os burocratas e traidores. Junte-se a nós!
Depois das manifestações de 2013, várias categorias de trabalhadores aprenderam uma importante lição: é preciso tomar o controle de suas lutas das mãos dos burocratas e pelegos que dirigem os sindicatos. Foi assim com os garis do Rio, ABC e BH, condutores de Porto Alegre e agora do Rio, professores municipais do Rio e São Paulo, etc.
Esses trabalhadores fizeram suas greves passando por cima da direção dos sindicatos. Formaram comandos de greve, elegeram seus próprios representantes, trabalhadores que estão no dia a dia dos locais de trabalho, enfrentaram os patrões e conseguiram importantes vitórias. Os bancários precisam fazer o mesmo!
O país está mudando, os trabalhadores já não aguentam mais ser enganados. Quem achava que a Copa do Mundo iria calar a boca do povo caiu do cavalo. Antes de ter começado, a Copa já era! Os trabalhadores aprenderam que pela luta se conquista. Queremos educação, saúde, transporte, moradia de qualidade, queremos o fim da corrupção, queremos melhores salários e condições de trabalho. Estamos nas ruas protestando e não vamos mais parar!
Os grandes ausentes nessas lutas são os sindicatos. As principais organizações dos trabalhadores não estão participando das lutas que estão mudando o país, por um motivo: eles não querem mudanças, eles estão aliados aos patrões, eles defendem os governos. As centrais sindicais, CUT, CTB, Força, UGT, etc., estão alinhadas aos partidos do governo (PT, PMDB) ou da oposição (PSDB, PSB), partidos que representam os interesses dos banqueiros, dos latifundiários, empreiteiras, industriais, especuladores estrangeiros, etc.
Os trabalhadores precisam romper com essas entidades e esses partidos e construir suas próprias organizações. A Frente Nacional de Oposição Bancária é formada por coletivos de várias partes do país que tem em comum o fato de que não se aliam com representantes dos partidos patronais, não fazem chapas para os sindicatos e entidades com a presença de governistas, não participam dos congressos viciados, em que os burocratas que estão há anos ou décadas afastados da nossa realidade inventam pautas rebaixadas e preparam a derrota das nossas lutas.
A Frente Nacional de Oposição Bancária ainda está em construção, e precisa da sua participação, das suas ideias e da sua disposição para se tornar grande, pois grandes são as tarefas que temos pela frente para mudar a realidade dos bancários e do nosso país!
É PRECISO MUDAR, É POSSÍVEL VENCER!
Auditório do SINSPREV - Rua Antonio de Godoi 88, 2º andar, em frente ao largo Santa Ifigênia
QUEM SOMOS: O coletivo Bancários de Base é formado por trabalhadores que estão no dia a dia das agências e departamentos, enfrentando a cobrança dos gerentes, o excesso de clientes e a sobrecarga de serviço. Nos reunimos periodicamente para discutir maneiras de mudar essa realidade. O sindicato e outras entidades não têm servido mais como espaço para nossa organização, por isso somos oposição à diretoria e discutimos entre nós tudo que nos diz respeito. Participamos da Frente Nacional de Oposição Bancária – FNOB, formada por coletivos de todo o país que também tem como compromisso organizar os trabalhadores a partir da base. Não somos controlados por nenhum partido nem aceitamos financiamento de nenhum tipo de entidade. Elaboramos nossos panfletos com nossos próprios recursos e divulgamos nossas idéias em nossa página na internet (www.bancariosdebasesp.blogspot.com.br.). Participe! Somente com a participação coletiva podemos encontrar maneiras de melhorar nossa situação como trabalhadores bancários. Fale conosco! (bancariosdebase@yahoo.com.br)
QUEM SOMOS NÓS
- Coletivo Lênin
- Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.
sábado, 17 de maio de 2014
Encontro da Frente Nacional de Oposição Bancária - SP, 31/05 e 01/06
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário