QUEM SOMOS NÓS

Minha foto
Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Brasil! Parar a Copa! Romper com a Frente Popular! (Comitê de Ligação dos Comunistas)


Reproduzimos aqui a declaração dos companheiros do LCC (Comitê de Ligação dos Comunistas), corrente internacional presente nos EUA, Nova Zelândia e Zimbábue, para discussão sobre a situação política e a estratégia dos revolucionários brasileiros na luta contra os efeitos da Copa.




É a grande luta dos trabalhadores contra a crise capitalista no Brasil!

Abaixo a frente popular do PSTU etc. com o PT e a burguesia!

Construir conselhos de trabalhadores e autodefesas para defender a classe das forças do Estado!

Pela Greve Geral para unir o proletariado e lutar por um Governo Operário e Camponês!


Desde a abertura da nova crise mundial em 2007, o Brasil sofreu um duro golpe no seu crescimento econômico, compartilhado por todos os outros BRICS, menos a China e a Rùssia, que são potências imperialistas ascendentes, que estão transformando os outros BRICS em semicolônias. DIante da crise, os trabalhadores começam a lutar para não pagá-la com a perda dos seus salários e demissões em massa. Todos os trabalhadores começam a ver a necessidade da união, mas como ela vai acontecer? Com medo dos trabalhadores se unirem pela base, os partidos reformistas e centristas e os burocratas de esquerda nos sindicatos lidam com a nova militância e a exigência de unidade com uma estratégia de contenção, a "tática de unidade de ação", que significa unidade com a burocracia dominante. Mas eles não esperavam que um movimento de massas fosse se levantar contra a Copa do Mundo, no coração do plano do imperialismo e do regime de frente popular do PT para fazer os trabalhadores brasileiros pagarem pela crise capitalista global!


Os burocratas tentam prender os trabalhadores à frente popular com a "tática de unidade de ação".

O PSOL demonstrou há muito tempo a sua capitulação ao governo de frente popular, com a sua unidade com a burocracia sindical, e com os partidos burgueses nas eleições. A unidade do PSTU com a burocracia começou há 6 anos atrás, no sindicato dos professores do Rio Grande do Sul, através da estratégia de contenção da "tática de unidade de ação". Ela foi implementada em várias eleições sindicais em todo o país. As experiências com essa tática estão mostrando que ela serve pra fortalecer a burocracia e promover a versão PSTU do governo de frente popular.

O PSTU foi mais além com a "tática de unidade de ação" com a burocracia e estendeu essa tática a uma frente nacional nos sindicatos, o Espaço de Unidade de Ação. Essa frente popular nacional foi formada há 2 anos atrás, e ganhou apoio em várias atividades e encontros, incluindo o que levantou a palavra de ordem contra a Copa, "Na Copa vai ter luta". A direção do PSTU alegou que essa tática era importante para unir a esquerda. Apesar do nome, não se trata de unidade para uma ação específica, e sim uma frente popular organizada onde os grupos compartilham um programa de reformas comum, prendendo os trabalhadores à CUT e ao PT.

 A "esquerda" marxista no Brasil, como em todo lugar, continua muito fragmentada, mas não vê problema em se unir debaixo das bandeiras da CUT. Por exemplo, na educação, enquanto o governo aplicava o seu plano de privatização, o PNE (Plano Nacional de Educação), os professores estavam em greve em todos os Estados do país e lutar em escala nacional era uma necessidade reconhecida por todos. Mas a burocracia não chamou a unificação das greves. A CUT terminou chamando uma greve a favor do PNE, então os trabalhadores ficaram presos novamente na "tática de unidade de ação", aplicada pela esquerda da frente popular.

Quanto mais a luta de classes se intensificava no período, mais a burocracia traidora de esquerda tentava prendê-la à frente popular da CUT e do PT. Essa tática, iniciada pelo PSTU no movimento sindical, levou a uma frente eleitoral com o partido governista PCdoB nas eleições burguesas de 2012, na cidade de Belém. Agora o MES/PSOL entrou na central sindical CSP-CONLUTAS para promover o Espaço de Unidade de Ação.


A Copa do Mundo: um plano do imperialismo e da burguesia nacional para fazer os trabalhadores pagarem pela crise

A Copa levou a luta de classes a um auge. Ela aprofundou as contradições de classe no Brasil, já que os patrões a usaram para resolver a crise com violência, fazendo investimentos em serviços de infraestrutura que não vão durar depois dela e, ao mesmo tempo, esmagando a resistência da classe trabalhadora ao ataques aos seus bairros, seus direitos básicos e suas vidas.

Nenhuma organização resolveu adotar a palavra de ordem das massas como eixo de intervenção no movimento. A CST/PSOL (UIT) defende uma greve geral para parar a Copa, "Não vai ter Copa", mas por dentro do Espaço de Unidade de Ação, na extrema esquerda da frente popular. A maioria da burocracia de esquerda levantou a palavra de ordem "Na Copa vai ter luta", contra as massas que falam "Não vai ter Copa".

Isso prova que as massas estão muito à frente dos burocratas de esquerda que lutam agora para conter o ascenso. Afirma que lutar "na Copa" significa atividade sem objetivo que não aponta nenhuma tarefa concreta para os trabalhadores. Significa derrota para os trabalhadores, num momento em que a Copa expressa tudo de podre e destrutivo no capitalismo em crise. Mas a luta para parar a Copa já está acontecendo, e toda a classe está se manifestando por essa reivindicação. A nossa tarefa é levantar essa bandeira e aprofundá-la politicamente.


A luta contra a Copa do Mundo é parte do ascenso global dos trabalhadores para não pagarem pela crise dos patrões

Se somando aos levantes mundiais no novo período de crises, apareceu o movimento de massas contra a Copa do Mundo, em junho passado, no Brasil. Antes, houve sinais de uma situação transitória: greves de professores e da construção civil em todo o país, greve dos portuários e petroleiros, luta dos sem-tetos, o levante dos bombeiros do Rio de Janeiro etc. No começo de 2013, o movimento da juventude contra o aumento das tarifas do transporte público cresceu , até a Copa das Confederações, que viu um grande aumento das manifestações de rua. As redes sociais foram a chave para construir as manifestações. O levante foi uma surpresa para todos, ninguém estava preparado. A palavra de ordem "Não vai ter Copa" veio espontaneamente do movimento de massas. Nenhuma organização propôs a palavra de ordem ao movimento.  

Depos da manifestação nacional em 20 de julho, veio um chamado à Greve Geral em 1° de julho. A burocracia sindical rapidamente se unificou para dizer que a greve geral foi chamada pela "direita" e por "fascistas", e que só ela poderia chamar uma greve geral. As centrais sindicais, CSP Conlutas (controlada pelo PSTU) e Intersindical (controlada pelo PSOL) fizeram "unidade de ação" com a CUT (controlada pelo governo/PT), e com outras centrais patronais e burguesas (FS, UGT, Nova central etc), e boicotaram a greve geral, chamando um "Dia Nacional de Luta" em 11 de julho. A greve geral de 1° de julho não aconteceu. Mas, no dia 11, as massas deixaram a burocracia sozinha fazendo as suas falsas manifestações, e fizeram uma greve geral. O Rio Grande do Sul parou completamente. Muitas cidades do país pararam. Depois do levante de junho, o movimento sempre cresceu. Sem-tetos, jovens, moradores das favelas, o proletariado, os professores e os motoristas de ônibus começaram greves. As greves dos professores e garis do Rio de Janeiro e dos motoristas de ônibus de Porto Alegre provaram aos trabalhadores brasileiros que as maiores conquistas foram ganhas contra a política da burocracia sindical. 


No mês anterior à Copa do Mundo, estamos vivendo uma onda de greves, e o movimento "Não vai ter Copa" está crescendo

Para o movimento popular, que está à frente da maioria dos protestos, a palavra de ordem "não vai ter  Copa" reflete as necessidades das pessoas que estão perdendo suas casas e sendo excluídos por causa da Copa. Para o movimento operário, há indignação e raiva crescentes porque os bilhões de reais gastos na Copa do Mundo vão para os bolsos dos ricos, enquanto as condições de vida e trabalho só pioram. O movimento de massas crescente não vai se limitar à Copa, mas também vai criar muito protesto popular nas próximas eleições. Por exemplo, jovens radicalizados como a FIP, que surgiu nas manifestações do Rio de Janeiro em junho passado, levantaram a bandeira, "Não vai ter Copa nem eleição!"

A burocracia de esquerda é obrigada a aderir ao "Não vai ter Copa", propondo, em vez da agitação das massas, palavras de ordem que desviam a luta contra a Copa. "Copa pra quem?", "Se não tiver direitos, não vai ter Copa", "Na Copa vai ter luta" etc. É tanta a pressão vinda de baixo que a burocracia de esquerda, no seu Espaço de Unidade de Ação, será forçada a chamar uma greve geral, mas já mostrou que vai tentar contê-la.

A burocracia já está se preparando para isso. A CSP Conlutas (PSTU), no Espaço de Unidade de Ação com a "esquerda" da CUT (CUT Pode Mais) fez um encontro nacional para discutir a copa. Como dissemos, eles são contra a palavra de ordem das massas, "Não vai ter Copa', e chamam por "Na Copa vai ter luta", para lutar contra as "injustiças" da Copa. Eles querem uma Copa limpa sem ataques aos trabalhadores e sem corrupção! Eles alegam que a palavra de ordem das massas é muito radical. Mas ela veio do movimento de massas e expressa claramente as suas necessidades. Nenhuma organização ou programa pôde levantar essa palavra de ordem, porque sabem que não podem controlar um movimento assim dentro da frente popular. Agora, querem enfraquecer e conter as lutas para legislarem para reformar as "injustiças" nas próximas eleições!


Preparar a Greve Geral!

Temos que levantar a palavra de ordem das massas e politizá-la. A greve geral é o caminho para unir os trabalhadores com o movimento popular e a juventude. Ela deve ser ligada ao não pagamento da dívida externa e da dívida da Copa. Ela deve se unir com as greves nas indústrias, setor automobilístico, educação, construção etc. Uma greve geral contra a Copa pode ser o meio para unir todas as lutas isoladas. A greve geral é o caminho para unir a classe trabalhadora no caminho para a revolução socialista. Ela torna possível levantar reivindicações que vão permitir que os trabalhadores se unam e se organizem para expropriar, ou seja, tomar de volta, a propriedade capitalista, expropriada de gerações de trabalhadores e camponeses explorados.

Nas greves atuais já se debate a greve geral. A UIT-QI foi a primeira organização a chamar a greve geral. Até as organizações ligadas ao governo foram obrigadas a aderir ao movimento "Não vai ter Copa", como o MST, apesar do governo ter criado o movimento "Vai ter Copa!" Somente organizações centristas como o PCO, que cobrem o PT pela esquerda, não aderiram ao movimento "Não vai ter Copa". Infelizmente, os que chamam a unificação das greves atuais e lutam por uma greve geral não baseiam essa unidade em parar a Copa, e sim na palavra de ordem reformista "Na Copa vai ter luta", para continuarem assim a operar dentro do Espaço de Unidade de Ação da burocracia de esquerda, e não romperem com a frente popular.

É por isso que isolar as greves do movimento para parar a Copa só ajuda a união da frente popular! Por exemplo, a campanha da CCR (Corrente Comunista Revolucionária) na APEOESP chama todos os professores a se unirem numa greve geral, mas ignora a luta contra a Copa, que pode estender essa unidade a toda a classe trabalhadora e tornar possível uma greve geral. Já se ouvem nas fileiras dos que estão em greve, e são muitos, gritos de "Não vai ter Copa!" e ameaças ao governo. Da mesma forma, a FLTI (Fração Leninista-Trotskista Internacional), chamando a unidade de todas as lutas, se foca na indústria automobilística, e ignora o movimento de massas contra a Copa, que é a chave para unir toda a classe trabalhadora em uma greve geral.

O movimento contra a Copa é o que une os trabalhadores ao movimento popular e à juventude, contra a maior expressão da aliança do governo de frente popular com as grandes empresas e o imperialismo - a Copa do Mundo! O objetivo da "esquerda burocrática" é desviar as massas para "lutas" sem sentido que não vão a lugar nenhum a não ser as próximas eleições, onde ela vai instalar a sua frente popular nos sindicatos como uma frente popular com o governo e o PT. Os revolucionários têm o dever de expor as alas esquerdas da frente popular e substituir os seus dirigentes traidores por um partido e um programa capazes de abrir caminho para a revolução socialista!


Parar a Copa do Mundo!

Romper com a Frente Popular!

Não pagamento da dívida externa! Não pagar a dívida da Copa!

Salário mínimo vital, educação, saúde, moradia e previdência social gratuitas!

Abaixo a frente popular do PSTU com a CUT e o governo do PT!

Unir todos os trabalhadores e camponeses em luta numa conferência nacional para preparar a greve geral!

Construir conselhos e autodefesas operárias!

Por um partido revolucionário de massas e pelo programa revolucionário!

Por um novo Partido Mundial da Revolução Socialista!

Expropriar todas as propriedades imperialistas e capitalistas nacionais!

Instituir o controle operário da produção. Por um plano nacional de produção para as necessidades, e não para o lucro!

Por um Governo Operário e Camponês e pelos Estados Unidos Socialistas das Américas!


Escrito por um simpatizante brasileiro da LCC

Nenhum comentário:

Postar um comentário