2015 começou sob intensos ataques dos governos e dos patrões,
com demissões em massa na Volks, Ford, Mercedes, ameaça ao seguro desemprego,
ao auxílio doenca, as pensoes, aos abonos salariais, etc; terceirizacao das
perícias médicas, aumento dos impostos, falta d`água e falta de energia
elétrica nos bairros operários.
Os metalúrgicos da Volks, na luta contra a ofensiva patronal,
que objetivava demitir 800 trabalhadores, foram além da política da
burocracia sindical e colocaram milhares
de manifestantes para travar a via Anchieta, juntamente com os trabalhadores da
Ford e da Mercedez. A exemplo desta histórica e emblemática vitória de uma
parcela importantíssima da classe trabalhadora brasileira, a esquerda deve
retomar métodos de luta mais efetivos e adotar combativa postura frente as
politicas de austeridade de Dilma. Muito embora, conduzida pela burocracia
sindical, a vitória desta batalha tenha sido parcial, por ter aceito a
imposicao do PDV e a demissao dos terceirizados.
A direita saiu fortalecida de 2014, ano marcado por tetativas
de golpes eleitorais e mobilizacoes de setores mais reacionários da classe
média, classe esta xenófoba, racista, antipopular e raivosa como nao se via
desde a marcha da família em 1964.
Dilma e o PT venceram amparados por uma base popular muito
receosa de ver seus direitos cassados por uma possível vitória eleitoral da
direita tradicional.
A CAPITULACAO DE DILMA AS PRESSOES DA DIREITA SÓ PAVIMENTA O
CAMINHO DA DIREITA
Mas, sob pressão da direita, a gestao Dilma assume o programa
derrotado nas urnas, acreditando que, atendendo as demandas do capital
financeiro e da burguesia, esvaziará as forcas golpistas.
A tática consiste exatamente em atacar os direitos adquiridos
pela classe trabalhadora e governar mais 4 anos sem golpe parlamentar ou
jurídico armado pelos Bancos Privados com o apoio da Grande Mídia.
CAPITULACAO EVITA GOLPISMO?
A direita explora a fragilidade do novo governo PT, assim
como vem explorando o mito do governo capitalista sem corrupção e a farsa de
que a crise econômica seria uma “marolinha”. Enquanto Dilma vem exaurindo seu
próprio capital político, a direita busca adquirir apoio popular se afastando de
grupos abertamente golpistas, pois sua tática é via um impeachment legitimado
por manifestações de rua amplificadas pela grande mídia, como ocorrido
recentemente no Paraguai e Ucrânia.
Mesmo adversárias das políticas do PT, várias organizações de
esquerda, equivocadamente, acreditam que a capitulação de Dilma dissipará os
riscos de golpe e, que, sendo assim, não se faz necessário combater a direita
com uma forte frente única anti-golpista. Este engano pode custar muito caro a
esquerda em geral.
O GOLPISMO E A NOVA GUERRA FRIA
A tática da internalização da política da direita só serve
para pavimentar o caminho da reação e não tem eficácia contra o golpismo. Por
que? Porque mesmo a mais neoliberal política econômica a ser aplicada por Dilma
não saciará o problema atual dos EUA, colocado pela nova guerra fria mundial,
onde o imperialismo tenta conter a crescente influência econômica, política e
militar do bloco de países liderados por Rússia e China.
O golpismo no Brasil é, sobretudo, produto desta nova conjuntura
internacional, oriunda da necessidade dos EUA de reconquistar seu pátio
traseiro latino-americano, expulsando do governo o PT (articulista continental
dos BRICS e defensor da desdolarização das transações comerciais), para substituí-lo
por um típico governo de direita pró-imperialista.
NÃO A COOPTAÇÃO POLÍTICA! POR UMA
FRENTE ÚNICA CONTRA A DIREITA E
CONTRA AUSTERIDADE FISCAL DE DILMA
Sabendo da movimentação da direita, tanto nas ruas como nas
instâncias mais altas do Estado (Congresso, STF, Polícia Federal e Ministério
Público), Lula estimula o MTST a convocar uma espécie de “frente popular de
massas” para tentar disputar as ruas com a direita, fazer uma blindagem
relativa de Dilma e preparar sua candidatura para 2018. O PT precisa cooptar os
movimentos sociais para: 1) Controlar o desgaste das greves e movimentos de rua
ao próprio Governo; 2) demonstrar para os grandes Bancos e Corporações Privadas
que estes ainda precisam do PT para governar sem crise social.
Nós, do Comitê Paritário, chamamos os trabalhadores
organizados nos movimentos sociais, grupos, coletivos e partidos de esquerda
neste encontro para sair daqui com uma Frente Única contra a política
anti-proletária de Dilma e em combate à direita e extrema-direita organizadas.
FRENTE ÚNICA SIM! FRENTE POPULAR NAO!
Não temos nenhuma ilusão na reedição de uma Frente Popular,
que desmonta a mobilização social para assegurar sua condição de eficaz gestora
do capital.
Acreditamos que esta Frente Única deve programar um calendário
nacional unificado de greves e agitação nas ruas, disputando-as palmo a palmo
contra a direita e os patrões. A Frente Única contra a direita deve coordenar
as lutas contra as demissões em massa nas categorias da indústria e outros setores
de serviços essenciais (ferroviários, metroviários, rodoviários), com os
movimentos populares de luta por moradia (FIST, MTST, MNLN).
Ao mesmo tempo, a própria Frente Única será capaz de dar um
salto de qualidade organizacional nos movimentos populares, na coordenação das
manifestações, e, consequentemente, conseguirá repelir qualquer tentativa de influência
ou sequestro da pauta de reivindicações dos trabalhadores pela ofensiva da direita
midiática, com seus conhecidos instrumentos ideológicos para insuflar a classe média conservadora,
infiltrando elementos de extrema-direita nas manifestações de esquerda.
Liga Comunista
Coletivo Lenin
Resistencia Popular Revolucionária
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