Direita se unifica em torno do golpista 15M e direção do MTST segue PSOL, PSTU, PCB na dispersão de forças diante da imperativa necessidade de construir a resistência unificada no dia 13 de março
No encontro da "Frente pelas reformas populares", convocado pelo MTST, no dia 7 de Março, ficou clara a aposta da direção do MTST, e do MES-Juntos, corrente do PSOL, na equivocada tática de criar um ato da “terceira via” no dia 11, em alternativa ao ato dia 13, convocado pela CUT contra à direita, e ao ato do dia 15, convocados pela direita.
Para nós do Comitê Paritário, o que justifica a existência desta frente é unir forças de esquerda para combater a direita e sua escalada golpista. A principal medida desta escalada será a organização de um dia nacional de protesto da coxinhada. Por isso, essa proposta da direção do MTST, entidade que convocou a frente desde dezembro, em canalizar forças para um ato no dia 11, é um erro gravíssimo para a classe trabalhadora na atual conjuntura em que a direita levanta a cabeça para convocar um ato nacional golpista contra Dilma no dia 15 de Março.
Como alertando desde 2014, existe uma movimentação golpista em todos os países da América Latina que compõem aliança comercial e política com o bloco Russo-Chinês. Os imperialismos dos EUA e Europeu estão na ofensiva pela retomada das zonas de influência e territórios perdidos na crise de 2008-2009 para o Bloco Eurásico; e, para retomar suas posições comerciais e impedir a ascensão política e econômica da China, vem apostando em fabricar Golpes de Estado e guerras civis, como visto na Ucrânia, Oriente Médio, Paraguai e Honduras. Nesse contexto, o Golpe no Brasil seria uma forma de retomar o espaço geopolítico na América Latina.
Ao mesmo tempo, a burguesia industrial paulista e os bancos privados se encontram num velho dilema econômico que se agravou como efeito da crise postergada no Brasil: a tendência da queda da taxa de lucros da burguesia nacional e financeira, após varias fusões efetivadas desde a crise internacional até agora. A única forma que a burguesia pode encontrar para continuar crescendo ou tentar reverter a queda da taxa de lucro é através de uma política de terra arrasada contra os trabalhadores, ou seja, arrocho salarial, redução e liquidação de direitos trabalhistas, cortes de pensões, fim de programas sociais, e a inviabilização ao máximo do impostos sobre grandes fortunas.
Na realidade, essa proposta de organizar um ato dia 11, “nem 13, nem 15”, supostamente para delimitar-se do governismo e da direita, negligencia o perigo real do golpe de Estado e capitula à opinião publica fabricada pela mídia pro-imperialista. Trata-se de uma política objetivamente divisionista, onde a direção do MTST se coloca no mesmo nível das direções pequeno burguesas do PSOL, PSTU e PCB, embora seja a força política com maior capacidade de mobilização popular urbana, a direção do MTST apostou no divisionismo das forças antigolpistas em prol de um suposto “terceiro campo”, quando se faz necessário que sua brava coluna de trabalhadores sem-teto componha em peso o ato do dia 13 contra os golpistas e em defesa dos direitos da classe trabalhadora.
A história cobrará o erro da direção do MTST, assim como dos partidos da esquerda pequeno-burguesa como o PSOL, PSTU, PCB (provando este último que não aprendeu nada com a desastrosa política deste partido diante do golpe de 1964), pois sua disposição de luta para derrotar a direita é mera fraseologia pela unidade, quando na prática, objetivamente esvaziam um ato unitário contra a direita.
Quando o que é preciso unir forças contra a direita e atropelar a política burguesa e conciliadora e do PT a fim de evitar o pior para os trabalhadores, a terceira via defende a luta contra o golpismo de modo diletante, sem ser consequente
Um ato no dia 13 ou vários atos políticos, ainda que unificados, não dispersarão, por si, a escalada golpista. Com cerca de 100 mil pessoas, em um Brasil bem menos populoso e com uma mídia golpista infinitamente menor que a atual, o “comício da Central do Brasil” de 1964 foi completamente impotente para deter o Golpe de Estado. Para derrotar a escalada golpista, a direita precisa ser enxotada das ruas pelas massas organizadas em comitês de autodefesa que demonstrem através da constituição de uma muralha proletária que os golpistas não passarão. Neste processo, as massas precisam desarmar política, midiática e militarmente aos golpistas com seus próprios métodos e passando por cima de suas direções tradicionais. Todavia, esta situação expressara um acumulo de experiência, forças e organização corresponde a um estagio mais avançado da guerra atual.
Um ato político, um comício, expressa uma medição de forças nas ruas. Daí a importância de concentrarmos no ato do dia 13. Dispersar forças, neste momento, em nome de uma suposta preservação da independência política frente ao governismo, esvazia o lado da resistência antigolpista em favor da mobilização da direita, que será amplificada pela mídia pró-imperialista.
Por outro lado, a mais ampla unidade da massa dos trabalhadores do campo e da cidade, sem terras e sem tetos, estudantes e proletários, estabelecera uma resistência não apenas a direita burguesa, mas também a esquerda burguesa, dificulta as manobras burguesas e conciliadoras da direção petista e ao ataque aos nossos direitos desferidos por Dilma para agradar aos golpistas, e contribuirá para a maturação das condições políticas para que as massas passem por cima da resistência própria política burguesa de Lula.
Não deve-se criar a ilusão que o PT e o PCdoB têm forças para evitar o golpe ou impedir que Dilma faça novas concessões à direita ou que a mesma sucumba ao golpe. Só com a classe trabalhadora comprando a briga poderemos vencer a burguesia e a classe média golpistas, e também combater de verdade as políticas de arrocho e austeridade já iniciadas no governo Dilma e que se intensificarão num futuro governo golpista do PMDB-PSDB.
Vivemos um momento chave na história do Brasil, onde ou a classe trabalhara avança em sua organização e ação, ou a burguesia golpista, apoiada pela pequena-burguesia, destruirá o nosso futuro com um subsequente estabelecimento de um regime bonapartista. O primeiro passo para combater os golpistas e os imperialistas é convocar toda a classe trabalhadora para o dia 13 de Março.
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