Esse é o panfleto que distribuímos na UFRJ a partir de hoje (28/05)
Reajuste salarial ! Plano de carreira decente! Condições dignas de trabalho!
São por causa dessas 3 mínimas exigências que milhares de professores de 43, de um total de 59 universidades federais do Brasil estão em greve.
Isso mostra a política de precarização da educação que o governo federal vem empregando desde sempre, onde professores têm que se mobilizar enormemente para lutar contra os ataques constantes que o governo impõe para privatizar a educação, e quando possível conseguir um mínimo de conquista.
Ainda vítimas do REUNI, tentativa do governo de enfiar goela abaixo uma proposta de expansão (bandeira histórica do movimento sindical docente e estudantil) tão mal estruturada, que parece que o objetivo desde o início era piorar as condições de trabalho e de estudo dos alunos e trabalhadores das instituições federais de ensino; professores sofrem com salários baixos, salas de aula caindo aos pedaços e todo tipo de descaso do governo. O nível de terceirização só sobe. Cada vez mais os funcionários da universidade perdem direitos e são cada vez mais explorados, quando a universidade a mando do governo contrata empresas terceirizadas, que impõe condições desumanas de trabalho aos seus empregados, ao invés de absorver esses trabalhadores no seu próprio quadro de funcionários.
Mas a tentativa de transformar as universidades em meras fábrica de mão-de-obra não ataca só os professores, mas também a grande maioria dos estudantes. Muitos dos quais sofrem com a falta de um plano minimamente digno de assistência estudantil, onde faltam vagas de alojamento, creches públicas para filhos e filhas de funcionários e alunas (que muitas vezes, tem que largar os estudos para serem mães), bolsas de custeamento para transporte, alimentação, lazer, cultura, xerox e livros, que acabam restringindo o acesso ao material didático para aqueles que não têm dinheiro para comprar livros e pagar pelas xerox.
Isso quando não acontecem tentativas diretas de privatizar ainda mais a educação, como é o caso que está acontecendo AGORA com o Hospital Universitário da UFRJ. Após meses de discussão sobre o perigo de desabamento do prédio, culminando com a implosão de metade do mesmo, 1 ano depois, surge uma proposta de passar a gestão do HU para as mãos da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSH). Coincidência ou não, a privatização nunca é a solução.
Isso só prova que o governo obedece somente aos interesses daqueles que tem dinheiro, dos banqueiros e empresários. Suas medidas são somente para beneficiar a estes. Por isso a privatização do HU. Por isso o REUNI, política genial do governo pra repassar dinheiro pras mãos de empresários do ensino privado em momentos de crise. Que ao invés de investir verbas numa expansão do ensino público e gratuito de qualidade, gasta 4 vezes mais pra criar um programa de acesso fajuto nas universidades privadas. Por isso quase metade do PIB vai pra mão de banqueiros e empresários pra pagar dívida pública e menos de 5% vai pra educação.
Não podemos mais nos iludir. Não podemos cair na asneira de pensar que qualquer instância do governo representa a nós, professores e alunos. Não precisamos de burocratas corruptos pra nos dizer como gerir a nossa universidade, nem nenhum espaços que vivemos e ajudamos a construir.
Assim como nos hospitais universitários, devemos defender a gestão das universidades públicas por todos aqueles que nelas trabalham e estudam. A única maneira para barrar a política neoliberal do governo é que os professores e os estudantes decidam por si só a prioridade dos investimentos, projetos, modelo de ensino, etc.
Para que isso se torne uma realidade, temos que criar dentro do movimento estudantil uma corrente, que combata ideologicamente e na prática as políticas de privatização e sucateamento da educação. Uma corrente que defenda:
-Todo apoio às greves dos professores, com comitês abertos de greve.
- Incorporação dos terceirizados às greves, com reivindicação de contratação imediata destes nas universidades.
- Um plano de assistência estudantil decente, com passe-livre universitário, bandejões gratuitos, creches públicas para alunas e funcionárias.
- 10% do PIB pra educação! Estatização das universidades privadas sob controle dos trabalhadores e estudantes; com o objetivo de acabar com o vestibular!
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