Reproduzimos a declaração do companheiro Denes (MA), com que temos total acordo!Ele pede que outro movimentos também divulguem e assinem. Nós vamos falar com os companheiros da FIST e do Espaço Socialista.
Por moradia digna ao povo Maranhense: Abaixo o Governo de Roseana Sarney!
Dados oficiais indicam que mais de 500 mil famílias
maranhenses não possuem moradia adequada, configurando o Estado do Maranhão
como o maior déficit habitacional do Brasil. A situação no campo é tão ruim
quanto nas cidades. Apesar da metade da população maranhense viver em áreas
rurais, quase 50% não tem o acesso a terra, mesmo com a extensão das áreas
devolutas ou da União. Além disso, a maioria dos posseiros não tem documentação,
enquanto empresas e latifundiários, junto ao Estado, vem tomando terras e
expulsando essas famílias. Nesse ínterim, os mega-projetos dos governos
estaduais e federal (PAC, obras da COPA) cumprem um papel essencial na
destruição das já precárias condições de vida dos moradores mais pobres em todo
o país.
Com investimentos de mais de R$ 100 milhões, a Via
Expressa é uma das obras construídas para marcar a celebração dos 400 anos de
São Luís e, segundo propagandas do Governo, beneficiará 300 mil habitantes em
diversos bairros de São Luís. O projeto prevê a ligação da Avenida Colares
Moreira – passando pela Carlos Cunha – à Daniel de La Touche, na altura do Ipase.
A nova avenida terá cerca de 9
km de extensão, passando por mais de 20 bairros. Mas a
emissora do grupo Sarney não diz que a avenida que foi estadualizada
(transformada em MA) para interligar dois shopping
centers na capital maranhense terá, segundo a mídia oficial, apenas um
terço entregue durante as festividades. Também não diz que o Vinhais Velho,
bairro mais antigo de São Luís, possui grande riqueza de manguezais, sítios
arqueológicos, a igreja mais antiga da missão Jesuítica e está ameaçado pelo
"progresso e desenvolvimento" que está passando por cima da
comunidade com a construção deste megaprojeto. A Via também atingiria uma
extensa área verde e de mananciais do Sítio Santa Eulália e bairros como
Maranhão Novo, Vila Palmeira, Anil, Cohama e Cohafuma. Nada disso fala o
garoto-propaganda do Governo do Estado.
Segundo a Lei Federal 3924/61, qualquer ato que
importe na destruição ou mutilação dos monumentos históricos será considerado
crime contra o Patrimônio Nacional e, como tal, punível de acordo com o
disposto nas leis penais. Vinhais Velho é um sítio arqueológico, ocupado por
remanescentes dos índios Uçaguaba, dos Tupimambás – com grande importância
histórica, sendo, portanto, patrimônio cultural brasileiro nos termos dos
artigos 20 e 216 da Constituição brasileira. Assim deveriam ficam preservados:
a Igreja de São João Batista; o Cemitério, de 1690; o Porto de Embarque e
Desembarque, construído em 1960; a Escola Municipal Oliveira Roma, da década de
1970; as fontes naturais, reservas naturais de mangues, juçaras, ipês e outros.
Desde 1986 não há um
homicídio ou outro crime na área da Vila Vinhais Velho.
O governo do Estado se nega a
nos conceder o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), justificativa a qual
pouco sabemos dos reais desastres nas espécies animais e vegetais.
A intenção primeira do Governo Roseana Sarney era
destruir toda a Vila. Devido a isso, a comunidade Vinhais Velho organizou um
“abraço” simbólico de mais de 200 pessoas, representantes de várias entidades
que se juntaram à luta contra a passagem da Via Expressa no local. Dias depois,
moradores, como parte das atividades da resistência, construíram barricadas e
faixas de protestos para dias mais tarde, a PMMA intervir. A violência
perpetrada pelos órgãos de repressão do Estado foi tamanha que eles não
pouparam Deputados Federais que estavam presente no dia da retirada das barricadas.
"Torceram o meu braço, chutaram minha canela, amassaram o meu carro, me
agrediram com gás lacrimogêneo, bala de borracha, produtos químicos, empurrões,
me imobilizaram e ainda extraviaram o meu carro, cujo paradeiro desconheço.
Policias do CHOQUE, helicóptero do Grupo Tático Aéreo (GTA), GUARDA NACIONAL,
todos armados atirando na multidão onde estavam presentes crianças e
idosos". Adicionado a isso, o governo sofreu derrotas na Justiça por conta
das denúncias na Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas
(ONU) e na Organização dos Estados Americanos (OEA).
A especulação imobiliária é subsidiária dessa
política destruidora de lares. Do lado da área a ser construída a VIA EXPRESSA
há um terreno enorme pertencente, adivinhem, a Edson Lobão Filho. Uma das
coisas mais revoltantes é que a indenização que está sendo oferecida para as
famílias é de apenas R$ 29.000,00 (Vinte e Nove Mil Reais), segundo informações
passadas pelas próprias pessoas da comunidade.
Foram ou estão em processo de despejo mais de 30
comunidades só na Ilha de São Luís para dar lugar a apartamentos, shoppings,
resorts. Entre maio de 2007 e setembro de 2008, cerca de 11 despejos em massa
foram realizados nos municípios de São Luís, São José de Ribamar e Paço de Lumiar.
Segundo os dados apresentados no documento no período de um ano mais de 2.322
famílias foram atingidas, ou seja, mais de nove mil pessoas, se levar em
consideração a estrutura básica familiar de quatro pessoas. A comunidade Novo
Angelim, próximo à Avenida Jerônimo de Albuquerque foi alvejada por jagunços, a
Suzano destrói a comunidade Cajueiro no Itaqui Bacanga para construir seu pier.
Um governo que cheira a
sangue da ditadura, que ameaça de morte os lutadores sociais como foi o caso do
senhor Cesar do Vale que recebeu uma ameaça não pode apenas ser apenas alvo de
denúncias e exigências. Vale deu um depoimento na TV afirmando que as obras do
PAC do Rio Anil foram realmente paralisadas por Roseana Sarney logo depois que
ela assumiu o governo do Maranhão em Abril de 2009. Vale recebeu um telefonema
onde uma voz masculina que ele não conhecia, perguntou se Vale tinha dado uma
entrevista para o pessoal de Jackson. Quando Vale afirmou que tinha concedido a
entrevista, a voz desconhecida perguntou: “você lembra-se do Gerô?”. Vale
respondeu que lembrava e a voz desconhecida finalizou; “cuidado, você pode ter
o mesmo fim dele”, e desligou. Gerô era um poeta popular negro que escrevia
literatura de cordel e se apresentava nas ruas de São Luís com um violão e cantando
músicas de protesto contra as injustiças sociais, a dominação sarneysista no
Maranhão e a discriminação racial. Gerô foi assassinado por razões e
circunstancias misteriosas.
Conclamamos a sociedade maranhense assinar este
abaixo-assinado e a se mobilizar para impor uma grande derrota à Oligarquia
Sarney!
Não mais violência aos mais pobres do campo e da
cidade!
Por um programa de moradias!
POR UM GOVERNO DOS TRABALHADORES DO CAMPO E DA
CIDADE!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirObrigado pela postagem, pessoal. Eu vou mandar outra versão corrigindo algumas imperfeições e adicionando outras informações.
ResponderExcluirNão falo em nome da LITEU. Na verdade, o texto é de minha autoria (Denes o ativista maranhense) de forma que tento para outros coletivos e movimentos se subscrevam à nota.
Obrigado pela postagem.
ResponderExcluirDenes, colocamos a versão atualizada.
Um abraço!
Valeu de novo!
ResponderExcluirHá braços!