QUEM SOMOS NÓS

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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Atos de 30 de agosto: Todo apoio à classe trabalhadora que luta nas ruas e nos sindicatos! É preciso combater o Governo, a direita e os burocratas!


Estamos agora iniciando o mês de Setembro e ao contrário do que a direita, a Globo e de todos aqueles que foram às ruas cantar o hino nacional e não voltaram mais; a luta permanente da classe trabalhadora contra a burguesia e o Estado continua com toda a força. As centrais sindicais se viram pressionadas pelas lutas que vem acontecendo desde Junho e foram obrigadas a tomar alguma atitude para não deixar passar em branco esse importante episódio da luta de classes no Brasil.

Foi tirado mais um dia nacional de paralisações e lutas. Diferente do dia 11 de Julho, no entanto, as centrais patronais e governistas rumaram pelo caminho do peleguismo e da desmobilização que já estão acostumadas a trilhar. Aqui no Rio, isso ficou claro com o rompimento da unidade com as centrais que minimamente combatem o Estado (CONLUTAS E Intersindical) e a decisão de fazer um ato de fachada separado das lutas reais.

Isso se deve em primeiro lugar a um fator muito simples. A palavra de ordem “FORA CABRAL” está na ordem do dia, principalmente agora com a greve dos professores e trabalhadores da educação. As centrais sindicais, principalmente a CUT e a CTB, aparelhadas respectivamente pelo PT e PCdoB (que compõem a base do governo federal com o PMDB) estão diretamente atreladas ao Governo Cabral do PMDB. O mesmo Governo responsável pelas UPP’s, pelo assassinato do Amarildo e de tantos outros trabalhadores e pala repressão diária da classe trabalhadora nas favelas, nas greves e nas manifestações e lutas contra as injustiças sociais.

A única maneira de passar por cima da direita que controla as centrais sindicais que só existem no papel e da burocracia criminosa da CUT e CTB é mobilizar os trabalhadores e trabalhadoras nos locais de trabalho para compor as fileiras das luta reais contra o Estado e os patrões. A classe trabalhadora organizada é a única capaz de dar uma reposta à altura a todos os problemas que a burguesia e Cabral não conseguem e nunca conseguirão resolver. Temos que ajudar na mobilização de todas as categorias, marcar assembleias, fazer de tudo para que esse dia não seja só "pra inglês ver", colocando em movimento milhões de trabalhadores. Essa é a maneira de revitalizarmos o movimento, e de impedirmos que os pelegos continuem a desviar e derrotar as lutas.

Além disso, precisamos aproveitar esse momento para dizer que o principal problema não é esse ou aquele governador. Que mesmo expulsando Cabral do seu trono, a derrota sobre a burguesia só será definitiva quando os trabalhadores não dependerem mais de governantes corruptos para decidirem seu destino. Esse debate quase não tem sido feito dentro do movimento. As organizações maiores, como o PSOL e o PSTU se recusam a fazer essa agitação nas centrais sindicais que dirigem (CONLUTAS e Intersindical) com a desculpa de se distanciar das massas. O problema é que enquanto se usa isso como desculpa, muito pouco se faz para a construção de uma nova sociedade e pela solução verdadeira dos problemas da classe trabalhadora. Por isso achamos necessário defender neste 30 de Agosto:

- FORA CABRAL! Por um Governo dos trabalhadores!
- Todo apoio à greve dos professores!
- Estatização do sistema de transportes e tarifa zero, financiada por impostos progressivos!
- Nacionalização do Pré-Sal e 100% dos seus lucros para a Saúde e a Educação! Por uma PETROBRAS 100% pública e estatal, sob controle dos trabalhadores.
- Pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários, para acabar com o desemprego.
- Que os trabalhadores cuidem da sua própria segurança. Pelo fim da polícia violenta e racista!
- Apoio às lutas dos camponeses pela terra!

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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Pela readmissão da companheira Thaís Gomes! Contra o machismo e a perseguição política no SEPE-Caxias


Fonte: FIP


FIP repudia perseguição política contra militante pela burocracia sindical

A Frente Independente Popular (FIP) – Rio de Janeiro novamente vem a público demonstrar seu repúdio ao ato de perseguição política e vergonhoso caso de machismo contra uma de nossas companheiras, desta vez por parte da burocracia sindical.

Trata-se da companheira Thais Gomes, estudante de Direito e militante do movimento popular, que foi demitida do Sepe-RJ (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação) pelo fato de ter um relacionamento com Filipe Proença, professor de História da rede estadual e ativista de uma organização anarquista.

Em um trecho da nota publicada nas redes sociais, a própria companheira Thais afirma que foi “demitida pelo Sepe Caxias no dia 12 de julho deste ano. O argumento ‘oficial’ foi o corte de gastos. Assim como na velha lógica patronal procurou-se omitir os reais motivos da demissão: a perseguição política. A decisão de me demitir foi tomada numa reunião ocorrida após o ato das centrais sindicais no dia 11 entre alguns integrantes da chapa 1. Não era uma reunião de toda a direção, nem sequer de toda a chapa 1, mas apenas de algumas pessoas que se julgaram no direito de demitir alguém por meras especulações sobre sua prática política, sem nem mesmo consultar o restante da direção sobre isso. Tal comportamento evidencia não somente um ato autoritário, conhecido como ‘passar o rodo’ mas também uma total falta de compromisso com os interesses da categoria. Afinal os critérios para a demissão de uma funcionária serem estabelecidos não pelas necessidades da categoria, mas por supostas discordâncias políticas entre membros da direção e a funcionária, mostra que os interesses que este setor da direção procura servir visivelmente não são os da categoria. Frise-se no mais que embora essa decisão não tenha sido tomada por toda a direção, não houve qualquer retratação do restante da direção.
Acredito ser fundamental citar também que nessa reunião alguém informou que eu namorava um professor da Rede Estadual que é militante anarquista, e assim sem terem qualquer dado da minha atuação política deduziram que eu seguia a mesma linha ideológica do meu companheiro. É de causar repulsa o fato de um sindicato que deveria estar defendendo os interesses das trabalhadoras reproduza a lógica machista de que a mulher é apenas um objeto ou apenas uma parte de seu companheiro, e desta forma enseje uma demissão não por algo que a própria mulher pense ou tenha feito, mas pelas práticas e ideologias do homem com quem se relaciona.”

Repudiamos de forma categórica este gesto absurdo por uma parte da direção do Sepe e sindicalistas ligados ao PSOL.

Foi por esse e outros inúmeros motivos que a FIP se formou como alternativa independente para as lutas populares em nossa cidade, exatamente para se desvencilhar e demarcar campo com os partidos eleitoreiros e burocratas que criam inúmeros empecilhos para o avanço da luta combativa. Daqui pra frente, qualquer companheira ou companheiro que sofrer qualquer tipo de perseguição política, contará com a nossa irrestrita solidariedade!

Frente Independente Popular (FIP)
19 de agosto de 2013

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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O Coletivo Lênin e a Frente Independente Popular (FIP)


Após os atos do mês de junho, presenciados em todo o Brasil, e os do mês de julho, em lugares que o movimento teve uma certa continuidade, como no Rio de Janeiro; vivemos um inevitável esvaziamento dos protestos, caracterizados anteriormente pela presença massiva da população nas ruas. No Rio, além disso, os espaços organizativos sofreram uma descentralização, onde diversos grupos começaram a organizar atos em separado. Podemos dizer que isso aconteceu pela incapacidade da direção tradicional majoritária da esquerda carioca, caracterizada principalmente pelo PSTU e as correntes do PSOL, em dar uma resposta à altura para as demandas da classe trabalhadora e organizar uma defesa consistente contra a repressão do Estado, tanto a nível ideológico/político quanto a nível defensivo para resistir às ações covardes da PM, que foram mais frequentes e piores nesse período.
Em vista disso, alguns grupos de menor peso político se juntaram para debater e apresentar uma alternativa política à da direção tradicional, criando assim a Frente Independente Popular. O Coletivo Lenin acompanhou o processo de formação da Frente junto com os companheiros do MEPR, OPOP, anarquistas organizados na OATL, UNIPA, além de outros setores e também militantes independentes. A proposta da Frente foi a de ir além dos limites pacifistas e reformistas dos setores recuados do PSOL e PSTU. Por isso, apoiamos a ideia desde o começo.
Qualquer pessoa que esteve no movimento desde sua origem, não pode negar a necessidade de uma proposta que denunciasse claramente o papel do Estado, sem qualquer confiança em CPI de ônibus do PSOL ou as vazias moções de repúdio do PSTU. A tentativa de formular esta proposta foi a criação da FIP, que tomou forma com o primeiro documento de propaganda, divulgado amplamente no facebook pelos militantes que dela estavam participando. O Coletivo Lenin tomou a decisão de assinar tal documento e contribuir para a construção da recém criada FIP. Esta decisão foi amparada, como já dissemos pela necessidade urgente da organização de uma alternativa à direção do movimento que ainda possuía fôlego para continuar, e pelo fato da Frente se propor a usar palavras de ordem para propaganda que eram varridas para debaixo do tapete pela burocracia do PSTU e PSOL no Fórum de Lutas do Rio; tais como o fim da polícia militar, a demanda de tarifa zero como uma das principais bandeiras, além de outros aspectos com os quais o Coletivo Lenin teve total acordo. Portanto, afirmamos aqui que de forma nenhuma foi um erro termos participado da construção da Frente Independente Popular.
Infelizmente, a FIP que no nosso entender, deveria ser um bloco construído dentro do movimento e não por fora dele, de organizações políticas conscientes da necessidade de organizar a classe trabalhadora contra os empresários, o Estado e sua polícia sob a direção de palavras de ordem que colocassem na ordem do dia a necessidade de destruição do capitalismo, deu então um passo atrás na sua tarefa. Foi votada pela grande maioria, na sua reunião do dia 02 de Agosto, realizada na UERJ, o boicote ao ato do dia 30/08, que vem sendo construído por diversas centrais sindicais. E junto com isso, foi aprovado também o boicote à quaisquer atividades realizadas por centrais sindicais, que na avaliação dos setores anarquistas e do MEPR, são centrais corruptas, politiqueiras e não combativas, incluindo na sua avaliação a Intersindical e a CONLUTAS. Estas duas ultimas, mesmo que sejam na prática correias de transmissão da politica do PSOL, PCB e PSTU, tem dentro importantes categorias que se colocam hoje em oposição pela esquerda ao governo PT e governos estaduais, e que não devem ser abandonados na disputa contra os setores reformistas do movimento.
Apesar do Coletivo Lenin fazer algumas dessas mesmas críticas às direções das atuais centrais sindicais, seria inadmissível para nós, cair no absurdo de igualar os burocratas profissionais da direção das centrais aos milhões de trabalhadores filiados à elas. Entendemos que se distanciar da classe trabalhadora, num momento de luta, dessa forma é um erro brutal que só favorece a própria burocracia. Deixar a base da classe trabalhadora nas mãos de bandidos das centrais patronais, dos comprados da CUT e CGT, e dos burocratas da CONLUTAS e Internsindical é exatamente o oposto que uma frente, com a proposta inicial da FIP, deveria fazer.
Tendo acontecido isso, o Coletivo Lenin não faz mais parte e não reivindica mais nenhum material da Frente Independente Popular a partir do dia 02 de Agosto.
Continuamos achando válida a proposta de tentar criar uma frente para disputar a política do atual movimento, e estaremos presentes, sempre que possível, nas atividades da FIP que acharmos classistas e combativas. Mas não podemos nos comprometer com uma política que está errada no seu ponto mais central, que é como se portar perante a classe trabalhadora.
Após o dia 02 de Agosto, poderíamos citar outros pontos defendidos pela FIP que vieram a tona, com os quais temos também divergência, como o boicote às eleições por princípio *(e não como tática) e a postura sectária perante os partidos políticos da esquerda institucional e reformista, mas esse não é objetivo desse texto. Ao invés disso deixamos aqui a linha que levaremos para o movimento que, apesar de menos numeroso, continua firme e forte contra o capital, contra o Estado burguês e contra a repressão covarde da PM.
- Fora PM das favelas já! Pelo fim imediato das UPP’s! Pelo fim da PM.
- Pela derrubada do Governo Cabral.
- Tarifa ZERO já nos transportes coletivos! Pelo estatização das empresas de transporte sob controle dos trabalhadores.
- Ajudar a construir o dia nacional de mobilizações no 30/08 nos locais de estudo e trabalho, por fora das estruturas engessadas da burocracia sindical.
- Pela redução da jornada de trabalho para 30h/semana sem redução de salário, para dar fim ao desemprego.

- Que as empresas arquem com os custos dos transportes dos trabalhadores! Chega de 6% de desconto do salário para transporte! 
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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Os atos de junho e as lutas de julho no Brasil e no Rio de Janeiro


Em Junho de 2013 construímos e vivenciamos o ascenso de massas que teve como estopim o aumento das passagens de ônibus em todas as principais cidade e capitais do país, e que de certa maneira modificou o cenário político nacional da luta de classes no Brasil. No entanto essas manifestações não foram plenamente avaliados pelas diferentes organizações do movimento dos trabalhadores no Brasil.
Esse processo de lutas ainda não acabou, pois as mobilizações continuaram durante o mês de Julho em algumas cidades como no Rio de Janeiro, onde elas conseguiram se manter como um movimento de massas de esquerda contra o Governo do Estado e a violência da PM, através de passeatas constantes e ocupações, e deverão perdurar até proximidade dos mega-eventos. Assim através de um breve balanço desse período, devemos definir as tarefas diante delas se não quisermos perder uma oportunidade histórica.

"Jornadas de Junho"?

Pra começar, temos que entender as causas da insatisfação popular que permitiram que centenas de milhares de pessoas fossem às ruas.
A crise internacional, que começou em 2008, e que ainda não mostra sinais de que vai se resolver, está, é claro, no pano de fundo dos atos, mas não diretamente. Diferente de países como a Grécia ou a Espanha, em que algumas cidades contam com 30% de desempregados e o governo impôs até mesmo reduções de salários, a crise no Brasil tem tido efeitos mais indiretos, com o recente aumento dos preços e dos juros em 2012 e 2013. Tudo isso reflete as contradições do subimperialismo brasileiro, que ainda não está esgotado, apesar dos sinais de crise do modelo atual de gestão capitalista com o alto endividamento do povo, resultado direto do período anterior, entre 2009 a 2012, com crescimento baseado no estímulo de consumo através da expansão de crédito para os trabalhadores (expansão da construção civil , automóveis, eletrodomésticos e serviços) e da redução de tarifas e impostos sobre produtos nacionais, como a política central do governo para absorver a produção e atrasar os efeitos da crise internacional no Brasil.
Esses aumentos se combinaram, em algumas cidades, com todo o ataque às condições de vida provocados pela preparação dos megaeventos. Remoções, especulação causando aumento absurdo do valor dos imóveis e aluguéis, violência policial cada vez maior contra os moradores de favelas e periferias, tudo isso ficou ainda mais presente no dia-a-dia das cidades que serão sedes da Copa. O Rio de Janeiro, onde vai ser as Olimpíadas, foi o local dos atos maiores e mais radicalizados.
A luta contra a remoção da Aldeia Maracanã, em Janeiro de 2012, foi o começo do fim da estabilidade do governo Sérgio Cabral (PMDB-PT). Toda a frustração com a remoção da Aldeia foi canalizada em Junho e Julho, quando aconteceram os atos contra o aumento que, no Rio, foram resultado da influência da luta em São Paulo, dirigida pelo MPL, ao mesmo tempo que as organizações de esquerda do Rio já vinham se organizando no Fórum de Lutas Contra o Aumento das Passagens desde Janeiro e Junho de 2012 nos aumentos dos ônibus, barcas e metrô. Aqui, no início de Junho de 2013 nós conseguimos fazer uma passeata com cerca de 5 mil pessoas, depois de outras violentamente reprimidas pela polícia, no mesmo dia em que a polícia atirou até mesmo em repórteres em São Paulo.
Foi a rejeição da população contra a violência desproporcional da polícia e o apoio à luta justa contra os aumentos que permitiu na semana do dia 17/06 o ato do Rio tivesse mais de cem mil pessoas, e mais de sessenta mil em São Paulo. Nesse dia no Rio cerca de 20 mil dos manifestantes foi pra Assembleia Legislativa (ALERJ), onde tomaram a escadaria tentando tomar a Assembléia  e enfrentaram a PM, fazendo ela recuar vários quarteirões e ainda alguns policiais se esconderem dentro da Assembléia montando barricadas contra os manifestantes enquanto esses tentavam tomar a casa. Foi esse enfrentamento que fez os governos recuarem, e revogarem o aumento na terça.
Aí tudo ficou muito mais complexo: diferente da ilusão espontaneísta e distorcida de grande parte da extrema-esquerda (o maior exemplo é o PSTU), infelizmente as multidões que foram às ruas no dia 18 (SP) e 20 (RJ), assim como os atos espalhados por todo o país, foram as ruas com um conteúdo político difuso, majoritariamente atrasado, e de forma nenhuma foi uma explosão popular progressiva
O PIG (Partido da Imprensa Golpista), através da Globo, da Record e da Veja, viram que não adiantava mais queimar as manifestações dizendo que eram todos "vândalos". Então, eles tiveram que mudar a sua tática, o que foi representado pela "autocrítica" do "intelectual" Arnaldo Jabour, que passou a "apoiar" a luta. Como eles mudaram? Fácil, dando um conteúdo nacionalista, "contra a corrupção", despolitizado e levantando bandeiras da direita para os atos, assim esvaziando e expulsando o conteúdo de esquerda com a hegemonização do discurso ufanista na massa atrasada.  
O ato de São Paulo, em que a FIESP fez projeção da imagem da bandeira verde-amarela da Casa de Orleans e Bragança nos prédios, e a agressão de elementos da extrema-direita (sob o apoio da maioria da massa) contra os militantes de esquerda, mostraram que de forma nenhuma nessa semana se tratava de uma rebelião popular. Infelizmente foi uma massa despolitizada, numa etapa histórica ainda marcada pelo fim da URSS e pelo discurso da "morte do socialismo" que então gerou a crise de consciência e falta de alternativa da nossa classe trabalhadora. Foi nesse contexto, com os partidos de esquerda adaptados à democracia burguesa, deslocados da classe trabalhadora e minoritários, que então a maioria dos que foram as ruas acabaram servindo de massa de manobra do discurso moralista, ufanista nacionalista da direita.
Isso é o que é minimizado pelo PSTU, MRS, LER etc, quando tratam as agressões anticomunistas como se fossem um problema único de grupos fascistas isolados. As organizações que não entendem que a direita tradicional tem sim uma estratégia para voltar ao governo, e que isso passa por desgastar e atacar o governo do PT, não são capazes de analisar e nem de se orientarem na realidade política nacional.
Alguns setores da direita certamente pensaram em um golpe "cívico", no modelo do Paraguai e de Honduras, naqueles dias. Mas foram derrotados pelo setor majoritário da burguesia, que prefere, no momento, a estabilidade proporcionada pelo governo do PT na obtenção dos lucros, inclusive os que ainda estão por vir com os mega-eventos, ainda mais quando uma parte das massas, principalmente os setores de "classe média" defendem uma pauta ainda mais reacionária que a própria Globo, pela pena de morte, redução da maioridade penal, e com muitas simpatias pela ditadura militar.
Nós avaliamos erradamente que o golpe era a possibilidade principal mas, logo depois, fizemos autocrítica, mas sempre nos distanciando da ilusão espontaneísta que vê um ascenso de massas nas manifestações amorfas influenciadas pela mídia empresarial durante a semana dos dias 18 e 20 de Junho.
Porém nesse mesmo ato do dia 20 de julho foi o ápice da violência da PM do Rio nas manifestações, com a ação do Choque e o BOPE por todo o centro do Rio de Janeiro atacando qualquer agrupamento de pessoas após os confrontos na prefeitura. Nesse dia até a "classe média" mais pacifista, que inchou o ato com a manobra da mídia burguesa de direita, sentiu na pele o terror e a violência da PM nas favelas. Muitos grupos de esquerda enfrentaram a PM em vários focos para atrasar a ação desta contra todo o ato, e depois disso a PM ficou ainda mais queimada, mesmo entre alguns setores da própria burguesia.
Após ver que estava perdendo o controle da situação, e após conseguir arrancar fortes concessões do Governo Dilma/PT, a direita tirou as massas manipuladas das ruas, o que melhorou bastante a qualidade política das manifestações. Isso ficou bem claro depois, quando na Plenária do Fórum de Lutas do Rio estiveram presentes cerca de 2 mil pessoas, e mais ainda nos atos na final da Copa das Confederações.
Assim no Rio, depois de ver o estrago que a direita fez nos atos de massa e também a escalada da violência policial, o Fórum de Lutas, com o conjunto da esquerda socialista e anarquista, organizou mais três atos onde o conteúdo político voltou a ser progressivo e anti-capitalista, contra a violência da PM e do governo e contra a privatização do Maracanã e as remoções. Depois de um momento de indefinição, as lutas foram retomadas a partir da visita do Papa Francisco, já unificadas pela palavra de ordem de Fora Cabral, que coroa todas as lutas parciais contra a política do governo.
Já não eram manifestações de dezenas de milhares, geralmente eram de duas a quatro mil pessoas. Mas, mesmo assim, são a expressão de uma tendência muito positiva para o ascenso.  A imprensa, novamente, votou a criminalizar os movimentos, agora escolhendo como bola da vez o Black Block.

Em Julho, luta contra o governo Cabral e a violência policial

O movimento que tem tido mais visibilidade tem sido o Ocupa Cabral, na rua em que ele mora, no Leblon. Fica uma ocupação pequena estrategicamente na rua, e varios atos acontecem, atualmente com um apoio muito grande por parte da população.
Além disso, as comunidades têm aproveitado a situação favorável para lutarem contra a violência policial e a farsa das UPPs, organizando manifestações contra a opressão policial e polarizando ainda mais a luta contra governo como uma luta de classes. Primeiro, foi a Maré, que conseguiu expulsar o Caveirão da favela depois de uma chacina em que morreram onze pessoas, e em que a própria PM reconheceu que três deles eram trabalhadores. Depois na Rocinha, o caso do Amarildo, que continua desaparecido, numa situação em que a responsabilidade da polícia e as desculpas incompetentes têm ficado às claras. Pela primeira vez um o desaparecimento de um trabalhador negro morador de uma comunidade teve visibilidade e solidariedade nacional e internacional, com manifestações da comunidade e atos em Rio de Janeiro e São Paulo contra a violência das UPPs nas favelas, sendo mais um tapa-na-cara do governo de Sérgio Cabral, com o movimento atacando diretamente o seu projeto de militarização das favelas e comunidades proletárias do Rio.
Por causa dessas lutas, a bandeira de desmilitarização da PM, que era minoritária até mesmo dentro da vanguarda, se transformou numa campanha com visibilidade internacional. Outra coisa que desmoralizou a polícia ainda mais foi o uso de P2 nas manifestações, que foi amplamente comprovado por filmagens da Mídia NINJA e de manifestantes, que inclusive flagraram os P2 agredindo pessoas e quebrando lojas.
No dia 07/08, como expressão da fraqueza do governo Cabral, que passou a recuar em uma série de políticas que beneficiam as construtoras em detrimento dos trabalhadores, e da nova conjuntura na cidade de forte clima de luta e resistência, a Aldeia Maracanã foi reocupada pelos índios apoiados pelo movimento, dessa vez com condições bem melhores de resistir!
Em todos esses movimentos, vemos que existe um recuo muito grande da esquerda institucional. O PSOL tem apostado tudo na realização da CPI dos Ônibus, jogando ilusões de que a ALERJ vai punir os milicianos e corruptos que beneficiam as empresas de transporte. O PSTU tem tido uma linha tão recuada nos atos desde Junho, muitas vezes fugindo antes do enfrentamento, que a nota que eles escreveram criticando o Black Block criou uma repulsa muito grande na vanguarda que está se manifestando.
Apesar das nossas divergências com os maoístas do MEPR e com a Unidade Vermelha, temos estado junto com eles em muitos enfrentamentos importantes, quando o PSTU e a maioria do PSOL fogem.
Ao mesmo tempo, os setores pseudo-anarquistas e despolitizados têm crescido um pouco. Eles têm criado vários problemas nas plenária do Fórum de Lutas , tentando implodir as reuniões e fazendo polêmicas imbecis contra a existência de mesa nas reuniões (!) e outras coisas do tipo que em nada contribuem para o método de organização do Fórum de Lutas.
O que vai definir uma saída progressiva na luta pelo Fora Cabral é a intervenção organizada dos trabalhadores nas lutas. No dia 11 de julho, o ato convocado pelas burocracias sindicais foi grande, mas as centrais não organizaram as suas bases para participarem em massa e, muitas vezes, fizeram o mesmo discurso da Globo, criminalizando os setores mais radicalizados. Parece que as coisas estão começando a mudar, agora, com a greve dos professores municipais e estaduais, no meio da luta pelo Fora Cabral. 
A nossa atuação principal tem sido no movimento estudantil e de trabalhadores da UFRJ e da PUC, intervindo e construindo as Plenárias do Fórum de Lutas do Rio, que tem sempre se aliado com a FIST, a Aldeia Maracanã e os outros movimentos populares da cidade. No Rio a necessidade agora é enraizar comitês regionais por locais de estudo, moradia e trabalho, preparando a nossa atuação no dia 30 de agosto e manter polarização contra a violência da PM e do governo.
Nós do Coletivo Lenin estamos concretizando essa política atuando taticamente em conjunto com os companheiros da Oposição Operária e de setores de base independente do PSOL, para que a luta ultrapasse as barreiras burocráticas das direções das centrais e coloque na ordem do dia:
· derrubada do governo Cabral;
· pelo fim da PM;
· tarifa zero através da estatização dos transportes públicos;
· contra a precarização do trabalho e a marginalização e a exclusão social que antecede os mega-eventos;

· redução da jornada para 30 horas sem redução de salário e com reajuste salarial mensal acima da inflação!
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domingo, 4 de agosto de 2013

A HORA QUE O VENTO VIROU PROCUREI O PSTU E NÃO ACHEI (Luiette Ornellas)


A companheira Luiette é uma ex-militante do PSTU (e da Convergência Socialista). Estamos reproduzindo esse texto que ela fez, apesar das nossas divergências em alguns pontos, porque é um relato detalhado da política recuada do PSTU nos atos desde junho. Nós já compartilhamos no Facebook, mas estamos postando no blog pra ele não se perder na linha do tempo. Aproveitamos a ocasião para defender a Luiette de alguns ataques de baixo nível que aconteceram depois da divulgação do texto, inclusive falando sobre o trabalho dela, que não cabem num debate político sério.


A HORA QUE O VENTO VIROU PROCUREI O PSTU E NÃO ACHEI.

Quando o facebook, via Anonymous, dá caráter de massa as manifestações, infelizmente não foi somente a burguesia que tomou uma calça arriada, os partidos de esquerda também.

Por que?
Porque não conseguem intervir fora de espaços clássicos para atuação dos revolucionários. Uma pena! Trabalhadores e jovens com sede de mudança estão em vários espaços.

Qual o problema de atuar no facebook?
Acho muito interessante que tanto na Europa, como agora no Brasil, as manifestações foram articuladas via facebook. Isso significa atuar sem centralidade, onde as pessoas podem captar vários debates ao mesmo tempo e ir se encontrando dentro de cada um. Pra além é claro de facilitar a vida de todos na convocação dos eventos, na discussão de pautas, e inclusive para desmentir a mídia oficial.

Onde entra os revolucionários?
Entram no momento em que precisa dar organicidade, politizar a luta, preparar a pauta política, ajudar na palavra de ordem, na definição dos trajetos, construir espaços democráticos de discussão, espaços onde o que se aprova seja respeitado! Afinal os revolucionários não defendem a Democracia Operária?

As massas vieram pra rua quando foram convencidas de que era hora de todos levantarem do sofá e fazer alguma coisa. Tá. E aí?

Cem mil na rua com todas as contradições. Mandando baixar bandeiras dos partidos ... errado!!! Errado porque é contra a democracia e é contra o direito de livre expressão. Mas representava contraditoriamente um rechaço aqueles que se utilizaram por anos das lutas da juventude e dos trabalhadores para elegerem seus candidatos.

Neste dia que entrou pra história, 17/06, cem mil na rua, ou seja, multidão literalmente, o PSTU parou em direção a Av. Churchil e depois da multidão toda passar, e do conflito acalmar, o PSTU se aproximou da ALERJ.

Estava com adesivo do partido, mas naquele momento, fiquei em crise. Nunca pensei na minha vida que viria tal situação.

Mas até aí tudo bem. Foi uma massa muito puta com tudo e desconfiando de todos, inclusive dos partidos de esquerda. Mas ainda assim: o PCB avançou, PSOL avançou, por que o PSTU não??????????

Foram CEM MIL NA RUA!!
E o PSTU vacilou! Não entendo!
Mas depois foram .. tudo bem, fiquei mais tranquila e voltei a me localizar perto do partido. Partido este que dei a fase de ouro da minha vida, foram 19 anos acreditando que este partido poderia dirigir uma revolução.

Voltei pra casa SUPER EMPOLGADA.
Em 1 dos meus perfis no facebook destinei totalmente a luta e os outros, levemente compartilhava matérias. Temos cerca de 15 mil pessoas na nossa rede social. Rede constituída em cima de um trabalho técnico. No entanto, o vento virou e era necessário ser mais que uma produtora. Era necessário, como militante que fui, voltar as ruas, reaprender, ouvir, me localizar e ajudar a construir o maior evento do momento que era a luta de massas no Brasil.
Importante dizer que no meu perfil estão várias pessoas das 3 esferas de governo, esposas de políticos etc, mas que independente do meu trabalho, tinha o direito de defender a sociedade que quero pro meu filho.

Entramos no ascenso! Vamos então a luta!

Avaliando que a mobilização poderia potencializar uma crise de regime, de governabilidade, os governos recuam e reduzem as passagens.

Mais fortalecida estava a luta.

Ajudei e muito a convocar o dia 20, eu sabia e dizia que íamos ser mais de 1 milhão. Fomos mais de 1 milhão.

Felizes estávamos! Levei minha sobrinha e minha irmã que pela primeira vez participavam de 1 passeata mas meu coração dizia que não seria algo tranquilo.

Começamos a caminhar quando percebemos que o espaço aéreo foi fechado pela polícia. Não tinha imprensa oficial. De repente apagam as luzes da Presidente Vargas e jogam bombas dos helicópteros sobre nós.

O que fazer? Sair correndo? Chorar? Oh minha passeata acabou!
Não! Era a hora e agora de RESISTIR!
Quando não deu mais pra suportar tanta bomba, era hora de correr e se proteger.

No meio da correria encontramos militantes do PSTU dizendo que foram atacados por fascistas. Era possível! Existia contradições!

Fomos então para o Souza Aguiar prestar solidariedade.
Vi de perto a polícia jogando bomba na frente do hospital e cercando os manifestantes. ERA TOQUE DE RECOLHER EM PLENO 2013.

Voltei a rua e vi a polícia passando e jogando bombas dentro dos bares na Lapa. O governo, a polícia não queria mais ninguém nas ruas! Ficamos ilhados na Lapa, na casa de um amigo, e até 1 hora da manhã ouvíamos a polícia jogar bombas nas ruas. Várias pessoas se protegeram na FND e no IFCS, pois por ser território federal e a PM não podia entrar.

Fazemos o que com tudo isto?
Ficamos com medo? Voltamos pro sofá? Voltamos a pensar na eleição do DCE ou do sindicato? Em 2014? Ou vamos pra rua organizar a resistência, enfrentar nossos inimigos, lutar pelos nossos direitos, fazer reuniões, e mesmo sabendo que a massa poderia ter dúvida em voltar, nós não teríamos.

Era a chegada a hora de discutir estratégias.

Quando abro o meu facebook no dia seguinte vejo militante do PSTU botando currículo de tempo de militância, que nunca dormiu, e que aqueles que acordaram tinham que respeitá-los. Bizzarroooooo!!!!!! Falta de diálogo e debate político TOTAL.

Me localizei na discussão e fui fazer o debate contra o fascismo, em solidariedade ao PSTU, mas principalmente pela necessidade de organizarmos a luta e a resistência. Rumo a Assembléia Popular com mais de 3 mil pessoas na frente do IFCS, sentadas no chão e votando e dirigindo a mesa.

Vi muitos dirigentes do PSTU e de todas as organizações usar as fotos da plenária/assembléia pra incentivar a luta. Pois é, o PSTU teve uma intervenção, que pra minha surpresa foi dedicada somente a luta contra o fascismo, não que não tivesse que fazer, tinha que ser feito, óbvio, mas não houve nenhuma discussão política mais de fundo do que representava tudo que estava acontecendo. Enfim, a plenária votou dia 27 com trajeto da Candelária a FETRANSPOR e dia 30 a tarde no final da Copa das Confederações. O PSTU já tinha sido atacado pelo fascismo, o fórum já tinha votado uma carta em solidariedade, mas em nenhum momento este partido foi honesto com a assembleia e disse que não iria até a FETRANSPOR, e que não iria a tarde dia 30.

OK, seguimos o debate contra o fascismo, impusemos uma derrota fragorosa a eles qdo chamaram um ato na Candelária contra todos os partidos, e seguimos na convocação do dia 27.

Aí começa a pior experiência de todos que estavam na passeata, que beirava 70 mil pessoas. MULTIDÃO! Não era MIL PESSOAS! ERAM 70 MIL!

O PSTU e os sindicatos da CONLUTAS, bem como PCdoB, travaram os carros de som, e disseram que eles encerrariam o ato na Cinelândia.

COMO ASSIM?????? CADÊ A DEMOCRACIA OPERÁRIA??????????

A multidão atropelou o carro de som e seguiu. Fomos a FETRANSPOR e depois voltamos pra Cinelêndia. Não houve enfrentamento nenhum com a polícia!!!!!! NÃO HOUVE!!!!!

Pq não foram?????? Qual explicação??? Por que reter carro de som como o PCdoB, que cansou de fazer isso com o movimento?????

PIOR ESTAVA POR VIR:
PSTU solta uma nota dizendo que realizou um ato quando acabou a manifestação. Como assim? A passeata não havia terminado!! O trajeto foi votado por mais de 3 mil pessoas!! Assembléia de MASSA!!! Passeata de MASSA! E eles escolheram fazer um ato de fechamento da passeata de vanguarda, deixando o ato sem carro de som e sem fechamento politico com intervenções etc.
CONLUTAS solta uma nota dizendo que a passeata se dividiu e depois encontrou o ato da CONLUTAS na Cinelândia. Não é verdade!!!!
Quando chegamos na Cinelândia não tinha ninguém da CONLUTAS. Fechamos o ato de mega fone, e todos estavam tão felizes que não queriam nem ir embora.

Chega o dia 30.
Todos os partidos vão no ato pela manhã chamado pelo comitê popular da Copa, ok. Mas quando fomos chegando pro ato a tarde o comentário era: o PSTU fez uma plenária e decidiu que não viria a tarde!!!!! BIZZARRO!!!!!!

Se o PSTU não reclamasse, como agora, de quem dirige a luta ou que pode se construir com uma possível vitória, ok, vão pra casa e pegam os informes no facebook ou na Globo. Mas não é isso!! Pra além deles ficarem o tempo todo se diferenciando das outras organizações, eles como partido que se propõe a ser, NÃO PODERIA VOTAR NUNCA QUE NÃO ACATARIA A DECISÃO DA ASSEMBLÉIA E NÃO IRIA MAIS NO ATO, e deixaria o ato por conta de quem quisesse dirigir.

Final da Copa das Confederações, vitória na redução das passagens, o MPL SP sai dar ruas, mas enganaram-se os que pensaram que a luta iria parar.

Depois de tudo faltava política!!! Faltava política pra continuidade da luta!!!

Não tinha mais mídia internacional, era hora de botar pra fora o movimento Ocupa Cabral, até então ocupados na casa do Sérgio Cabral.

Mais de 700 jovens basicamente da zona sul voltam as ruas em defesa dos ocupantes, contra a repressão absurda do dia 20, e travam uma guerra contra polícia. Sozinhos eles estavam!!! Por que o PSTU não estava lá??????? Deixaram as ruas, para quem quisesse dela participar!!!!
Deixaram!!!! Sinto MUITOOOOO!! Sinto de verdade!!!!!!

Qual é pô!!! Não vão aos atos, descumprem votações, e ainda querem subir no pedestal e dar lição de moral nas pessoas!!!!! Não dá!!!

O processo toma novo fôlego, mas agora com uma pauta principal: FORA CABRAL!!!

O movimento agenda um ato no Leblon pelo FORA CABRAL.
Todos lá, tudo bem ... PSTU conseguiu até ajudar na agitação. Juro, fiquei feliz, fiquei até com eles na passeata. A Rocinha e o Vidigal descem, e a passeata é tomada de um sentimento de coragem. Impressionante como o desaparecimento do Amarildo, e a morte dos 10 trabalhadores na Maré, por operação da mesma polícia que jogou bomba do helicóptero e que botou o choque a força nacional para nos atacar dia 20, viram bandeira de luta no Rio, no Brasil e no mundo inteiro!

O ato passa na Globo que é a apedrejada. Fiquei assustada, mas depois vi tanto apoio entre pessoas comuns, que acho que eu mesma não entendi a situação.

Antes que o ato voltasse pro Leblon o partido foi embora.

A passeata seguiu e qdo voltou pro Sérgio Cabral foi violentamente reprimida. O Sérgio Cabral queria ganhar apoio dos moradores do Leblon que estavam fazendo abaixo assinado pra que ele saísse de lá. Tudo foi estratégico. Desceu o cacete com bombas etc e depois bateram em retirada, provocando uma revolta generalizada de todos que estavam lá. Foi um ABSURDO TOTAL. Todos ficamos naquela resistência ao passo que odiando mais ainda tudo que aconteceu. Um setor parte para os bancos e outro setor parte pra Toulon. No dia seguinte a Globo fazia a festa e jogava a opinião publica contra a gente.

Fomos todossssssssssssssss pro debate na internet, nas ruas, e ganhamos a opinião pública pro debate Toulon X Amarildo!!! Eu faço uma avaliação que vencemos.

A partir desse dia, vi que não estávamos sozinhos mesmo.

Papa no Rio, a CONLUTAS chama concentração no Largo do Machado e qdo a passeata começa pro Palácio o PSTU vai embora!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Perguntei uma dirigente do PSTU se eles iriam pra passeata e ela me disse que como não tinham vistos os Black Blocs eles iriam. Não tinha os Blacks qdo eles resolveram não ir. Vi a hora que os Black Blocs chegaram!!!!

Mais uma vez saíram em bloco e deixaram os demais a revelia da repressão. repito, se o PSTU não fizesse balanço de ninguém por estar nas ruas desse ou daquele jeito ok, mas não é o caso!!! São OS DONOS DA VERDADE! DONOS DA REVOLUÇÃO!!! OS MELHORES LUTADORES! OS MAIS COERENTES! OS MAIS INTELIGENTES! OS QUE TEM O MELHOR PROGRAMA!!!!! OS QUE CONHECEM MAIS A HISTÓRIA E TÊM A CERTEZA QUE ELA IRÁ SE REPETIR!!!!!

Pode ir embora e depois ficar fazendo acusações????????????????
Como sabiam o que tinha acontecido se não estavam lá??????

Li um texto do PSTU falando que os Black Blocs jogam molotovs!!!!!!
Falam igual a Globo!!! Igual o Sergio Cabral e cia!!!!!

12 lutadores presos entre eles NINJAS!!! A galera se reorganiza e volta pro Largo organizando uma passeata em direção a delegacia.

ADVOGADOS DAS RUAS!!! Diga-se de passagem, DE LUTA!!!!
Também têm discussão política, táticas e estratégia, pois tb participei de reunião com eles. Tiraram todos da prisão na mesma noite, mas ainda sim ficou o Bruno.

Nós não somente provamos que não foi o movimento, que não foi o Bruno, como mostramos os culpados. E só conseguimos fazer isso porque hoje o movimento tem apoio da população que mora em torno o palácio, porque temos mídias livres e independentes, porque o NINJA que se reúne, discute política, conjuntura, que respeita as narrativas independentes, e atua de forma descentralizada, seguindo o fluxo, e que tem estratégia, NÃO SAIU DAS RUAS!!!!!!!! Porque jovens resolveram SER NINJASSSSSSSSSSSSS e mostrar a VERDADE!!!!!!!!!

Pois é, a luta ganha moral, e apoio da sociedade.

Sérgio Cabral não satisfeito coloca na pauta um decreto ditatorial. Um verdadeiro ataque!! Que vamos lutar como? Com que armas? Se a policia não sai da rua e ataca todas as manifestações??? Ficaremos em casa até a polícia deixar novamente a gente manifestar???????

Abre então uma crise na burguesia! E a luta contra o Cabral vai pra SP e POA.
Globo desmoralizada e desmentida vai a esquerda e bate no Cabral, a igreja através do papa dá declarações importantes, a polícia é desmoralizada por ver que um policial queimou outro policial, o pau come entre eles.

Enquanto isso o OCUPA CABRAL recebe comida, bebida, dinheiro da população do Leblon. Incrível! Menos de 3 horas vi umas 4 pessoas chegando com doação. Eu mesma fui procurada por um senhor entregando uma nota de 100 CEM REAIS!!! CEM REAIS!! pra ocupação!!!! Eles me disseram que aquele senhor sempre vai lá!!! Adolescentes que não estavam na manifestação levando comida. Pizzaria mandando entregar pizzas!!! E o povo ainda acha que a população tá contra???? Os carros todos que passavam buzinavam, pessoas gritavam pelas janelas!!! Façam aquilo que eu não consigo fazer!!! Resistam!!!!

Estive na plenária de terça feira (30/7), do Fórum de Lutas do Rio, onde o PSTU votou pelo ato do dia de ontem, com concentração 17:30 na Rocinha. No entanto os militantes, em torno de 7 pessoas da juventude, que foram direto pro Leblon, foram embora do ato antes que a Rocinha chegasse para passeata. Conversei com uma menina do partido e ela me disse que iam embora por conta da presença da polícia, e que a esposa do Amarildo não ia descer pois no ato tinham Black Blocs. Desculpa, mas a presença da polícia não é nenhuma novidade, revista das mochilas tb não é novidade, e quanto o fato da esposa do Amarildo não descer, não é verdade. Consultei os camaradas do Forum de Lutas que estavam na Rocinha com ela, e os mesmos disseram que ela fez uma linda intervenção orientando que a Rocinha fosse pro Leblon. Não cabe a nós aqui expor estratégia de segurança dela. A passeata foi linda, com muitas atividades de mística, teve o apoio da população, dos carros passando, e não houve nenhum confronto com a polícia. Não entendo esse medo instalado hoje na militância do partido. Me lembro bem das capas das agendas revolucionárias, inclusive arremessando molotovs. O partido está sendo questionado por essas ações em todas as plenárias, por votar atos e não comparecer ou sair antes que comece ... Durante a manifestação militantes do partido que votaram pelo ato no Leblon estavam na internet debatendo data de reunião. Fiquei chocada!!!! Como posso acreditar nestes pequenos burgueses?????

Não ia fazer este texto, pelo menos não pensava que ia ser necessário, mas o ataque aqueles que surgiram nas passeatas, como os Black Blocs, por um vazio de direção para repressão, e perfilam 15 a 20 pessoas, que não tem programa, que não querem construir partido, mas querem fazer que nem eu, meus amigos, o Ninja, os Advogados, os socorristas, NÃO FUJIR A LUTA, serem acusados pelo simples fato de o governo ser derrotado em 3 propostas e que provavelmente a juventude irá ficar feliz e procurará os anarquistas pra se organizar, foi um erro histórico!!!!!!

Meu desabafo vem no sentido de não reconhecer mais, as ações, do partido que ajudei a construir, até porque as vitórias que estamos tendo no Rio são frutos de todos atos que estamos fazendo,As vitórias que estamos tendo não são dos partidos, são sim, dos lutadores que estão nas ruas, abrindo mão de uma série de coisas, por uma causa que é todos.

Cuidado!!! Já li textos deles dizendo que a vitória vem daquela greve geral chapa branca de 11 de julho de que erradamente me convenci. Como um dia de luta foi lindo, mas como uma greve nunca! Nem a juventude do PSTU fez nada pela manhã no Rio de Janeiro. Na última plenária me convenceram que iam fazer ações, até votei a favor do 30 de agosto, vou estar porque estou em todos os atos.

Mas AS VITÓRIAS não serão do dia 11 e do dia 30! Serão de todos os dias!!!

Sem guerrilhas, por uma luta de massas nas ruas, sem medo, sem terrorismo, pela construção fraterna de um caminho pra nossa luta, sem ataques aos que estão lutando, e pela entrada em cena da classe operária, para que como sujeito social estabeleça a correlação de forças que precisamos para alcançarmos a vitória!

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Frente Independente Popular (RJ)


Nós, do Coletivo Lênin, nos somamos à construção da Frente Independente Popular, lançada no dia 02/08 (sexta-feira), como um pólo dos setores combativos na luta pelo Fora Cabral e pelas reivindicações dos movimentos sindical, popular e estudantil.

Reproduzimos aqui a convocatória da Frente, com algumas modificações, porque a primeira reunião já aconteceu (e foi um sucesso!).



Frente Independente Popular 

Bandeiras da Frente 

1) Fora Cabral e a farsa eleitoral 

2) Pelo fim da violência policial 
-fim da PM 
-fim das ocupações militares das favelas 
- fim do CEIV 

3) Direito à cidade 
-tarifa zero para toda a população 
-fim das remoções e despejos 
-moradia, saúde e educação 

4) Direito aos recursos ambientais 
-pelo fim dos leilões do petróleo e controle da produção pelos trabalhadores 
-não à construção da terceira pista do Galeão 
-fora TKCSA 


É necessário prosseguir as mobilizações populares e a unificação para a ação. Após sucessivos protestos, não vemos nenhuma proposta real compatível com as exigências radicais das ruas. O podre Estado brasileiro, representado nos seus governantes anti-povo, só lançou mão de uma resposta para a luta popular: a repressão. Vimos Caveirões nas ruas, manifestantes enquadrados por formação de quadrilha, policiais sem identificação e infiltrados, Exército com poder de polícia, a criação de uma Comissão ilegal para investigar o chamado "vandalismo" e uma série de outros crimes de Estado. Enquanto isso, nas favelas, a polícia segue matando, como foi na chacina da Maré e do desaparecimento de Amarildo. 

Para que a luta possa continuar devemos nos organizar mais. O objetivo da Frente Independente Popular que estamos construindo é unificar os movimentos, coletivos, organizações e indivíduos que têm estado desde o primeiro momento na luta, defendendo o caminho da independência e combatividade. Não podemos permitir que nossa luta seja apropriada por grupos políticos com objetivos eleitorais, os mesmos que têm criminalizado a resistência ativa do povo, reproduzindo o discurso da imprensa burguesa sobre "vandalismo". As bandeiras do Fora Cabral e a farsa eleitoral, contra a violência policial, pelo direito à cidade e aos recursos naturais pertencem ao povo e só a luta nas ruas irá garanti-las. Não será nas urnas ou através de qualquer candidato que atingiremos nossos objetivos, mas somente pelo trabalho de base e ação direta. 

Viva a Luta Popular! 

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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Sistema de delegação e movimento de massas


Uma polêmica tomou conta de algumas das últimas reuniões do Fórum de lutas contra o aumento das passagens. O debate que aconteceu é muito positivo, porque é um reflexo dos desafios que surgiram com o crescimento do Fórum.

A proposta que defendemos com a Oposição Operária é a de que cada plenária regional (por bairro, local de trabalho ou estudo) eleja delegados que levem o que foi decidido para a plenária central. Essa proposta enfrentou dois tipos de críticas.

A primeira foi feita pelas pessoas que acham que ainda é prematuro eleger delegados. É verdade que só estão começando a funcionar as plenárias da Grande Tijuca e do Méier, mas nós temos que ter clareza, desde o início, de que para organizar movimentos de massa é necessária uma estrutura democrática que coordene as ações de dezenas de milhares de pessoas e que possua espaços nos quais todos possam levar suas demandas. Então o primeiro passo é manter o funcionamento das regionais que estão em andamento. O segundo é decidir coletivamente a dinâmica do sistema de delegação para que este passe a funcionar na prática, auxiliando na criação de novos espaços de base.

Por isso, chamamos as pessoas que ainda acham que não dá pra eleger delegados a participarem das regionais, e montarem outras, para que o sistema de delegação saia do papel o mais rápido possível.

Achamos que a segunda crítica, contudo, é a mais importante. Ela foi feita pelos setores que são contra a representação por princípio. Vamos analisar o que está acontecendo sob um ponto de vista de classe, que vai mostrar a quem interessa cada posição.

Uma trabalhadora ou trabalhador que tem que cuidar da sua família e mora na Baixada ou na Zona Oeste é o tipo de pessoa mais afetado pelos preços das passagens. Ela ou ele não tem a menor condição de comparecer em todas as atividades realizadas semanalmente (plenárias, atos, reuniões etc.). Muitas vezes fica até mesmo contramão ir até o Centro da cidade pra se reunir ou manifestar. 

Por isso as plenárias por local de moradia, trabalho e estudo são importantes. Elas ajudam a integrar ao movimento os setores mais afetados pelo sistema de transporte. Um delegado que representa uma plenária com dezenas de pessoas, por exemplo, em Campo Grande, TEM que ter mais voz e poder de decisão do que uma pessoa que sempre vai nas plenárias do IFCS, representando a si mesma.

Além disso, a delegação impede que algum grupo político forme um bonde pra tomar a plenária e votar nas suas posições sem nenhuma participação real no movimento. É verdade que no sistema de delegação podem existir fraudes (plenárias fantasmas), mas isso pode ser facilmente resolvido com um estatuto pautado em reuniões abertas, transparência e divulgação das decisões de cada plenária.

Outra coisa importante é que a ideia de manter somente a plenária no IFCS é conservadora, porque reflete o período passado do Fórum, em que somente algumas dezenas de pessoas participavam. É completamente impossível que uma reunião com centenas de pessoas permita que todos tenham voz.

Qualquer movimento de massas precisa de uma estrutura de delegação. Imagine um sindicato, por exemplo, o da UFRJ, que representa cerca de dez mil trabalhadores. Ele se organiza em cada centro da universidade, então não é preciso praticamente uma greve para que todas as pessoas parem para tomar qualquer decisão sobre a categoria. 

É justamente esse o centro da polêmica com os companheiros que são contra a delegação por questão de princípio. O que eles defendem é uma proposta individualista, que favorece as pessoas que têm mais tempo livre (ou seja, aquelas que não trabalham) e só funciona enquanto o movimento é pequeno.  

A única maneira de organizar os trabalhadores e jovens das periferias no Fórum é levando o Fórum pra cada local de moradia, trabalho e estudo.
           

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