Na noite desta quinta-feira, um dia após o feriado da
Consciência Negra, manifestantes de diversos movimentos sociais se reuniram na
Candelária às 17h e marcharam pela Avenida Presidente Vargas até o busto de
Zumbi dos Palmares para relembrar a luta histórica contra o racismo e a
transfobia.
As pessoas não foram muitas, mas a força foi imensa. Apesar
da presença provocadora da polícia do ato, que escoltou o ato do início ao fim,
os manifestantes não se acovardaram. A maior parte das falas denunciou, a plenos
pulmões, pra quem quer que estivesse passando, o papel racista, assassino,
defensor da propriedade privada da corja que é a Instituição da PM.
Com direito à vaia para a estátua de duque de Caxias, os
manifestantes entoaram: “Não acabou... Tem que acabar... Eu quero o fim da
polícia militar”; “Sem hipocrisia, essa polícia mata preto todo dia”; “O povo
unido é o povo forte... Não teme a luta, não teme a morte”; “Todo camburão tem
um pouco de navio negreiro”; entre outras.
Além disso, muito foi dito contra a agressão às pessoas trans
(muitas vezes praticadas pela própria polícia) que sofrem agressões físicas e
psicológicas no dia a dia de suas vidas pelo simples exercício da sua liberdade
de escolha de gênero.
Ao final do ato, numa atitude simbólica, emocionante e
corajosa, os manifestantes acenderam velas em frente da estátua de Zumbi, em
lembrança de todos os lutadores e lutadoras, moradores e moradoras de
comunidade, que foram assassinados covardemente pela polícia, por estarem
lutando por uma sociedade mais justa ou pela sua simples cor de pele, local de
moradia ou gênero.
O Coletivo Lenin esteve presente do início ao fim do ato,
pois concordamos que a luta contra o racismo e a transfobia é não só justa, mas
revolucionária. Isso acontece porque o capitalismo não pode mais existir sem a
segregação de grupos da classe trabalhadora em postos de trabalhos mal pagos e
sem mínimas possibilidades de luta contra os patrões. Não existe capitalismo
sem preconceito e sendo assim, o preconceito racial e de gênero só terá fim com
o início da libertação da classe trabalhadora e com fim do capital.
Exatamente por isso, saudamos a luta de todos os companheiros
e companheiras que estão sempre na luta contra a polícia assassina e contra os
preconceitos divisionistas da classe trabalhadora. Que o dia de hoje e a
coragem do povo trabalhador que saiu às ruas sejam a verdadeira celebração do
dia da consciência negra e do combate à transfobia.
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