QUEM SOMOS NÓS

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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Uma campanha eleitoral de denúncia do regime e participação nas lutas dos trabalhadores!



As eleições do próximo mês de outubro acontecem num cenário muito diferente das de 2012. A grande mudança foi o novo ascenso, desde junho do ano passado, que encerrou um período de quase duas décadas de estagnação do movimento da classe trabalhadora no Brasil. 



O governo do PT com partidos tradicionais da classe dominante impôs medidas duras de repressão para garantir os lucros bilionários com a Copa, e vai fazer o mesmo até as Olimpíadas de 2016. Vivemos debaixo de uma onda de prisões políticas sem precedentes desde a ditadura. O bloqueio do bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, com o cárcere privado de mais de 500 manifestantes, e dos próprios moradores do bairro, durante a final da Copa, mostrou que os partidos da burguesia são capazes de rasgar as mínimas garantias legais da Constituição para impedir as lutas contra as consequências dos megaeventos. E essas consequências têm sido remoções de comunidades inteiras, as UPPs, que escondem o tráfico, enquanto militarizam mais ainda as favelas, o aumento absurdo dos alugueis e passagens. 

A direita tradicional (DEM-PSDB) tenta jogar a culpa de todos os problemas do país no governo do PT. Na verdade, durante o governo FHC, a situação ainda era pior, e toda a demagogia deles tem só um objetivo: acabar com os pequenos programas sociais desenvolvidos pelo PT, e entregar de vez o governo ao capital financeiro. A vitória deles significaria uma piora ainda maior das condições sociais

Pior ainda, a identificação feita pela direita tradicional e pela mídia golpista (Globo, Veja etc) do PT com a esquerda e o socialismo abriu espaço para um crescimento de setores da extrema-direita. Eles são saudosistas da ditadura, fundamentalistas religiosos, defendem o linchamento de negros, e atacam qualquer coisa que represente uma conquista feita pelo movimento social. Um dos fatores que facilita o crescimento desse setor é a rendição sem luta de grande parte da esquerda.

Conforme o tempo passa, os sucessivos governos do PT não resolvem nenhum problema estrutural do país. Não garantem moradia digna, não garantem saneamento em boa parte do país, não garantem terra para os sem-terras, não destroem as instituições racistas, como as várias polícias militares, não garantem mais nem o próprio direito à manifestação. O desgaste do governo e seus aliados, que foi mostrado a partir do começo do ascenso, vai levar à volta da direita tradicional ao governo, mais cedo ou mais tarde, e a um fortalecimento das tendências golpistas da extrema-direita. 

Por isso, é necessário ultrapassar os limites do regime atual do Brasil, uma democracia burguesa que não eliminou os resquícios da ditadura e que, na verdade, nunca existiu na favela. O problema não é simplesmente do PT, todas as tentativas de mudar a sociedade pela via eleitoral fracassaram. Uma mudança real exige o fim do sistema em que os grandes empresários controlam o Estado e a economia, ou seja, o capitalismo. A mudança radical só pode ser feita nas ruas, e através da violência popular organizada. A história mostra que foi com revoluções socialistas, como na Rússia, em Cuba ou na China, que os trabalhadores conseguiram conquistar, terra, trabalho e paz. Ao mesmo tempo, temos que aprender com a experiência das revoluções do século XX, e saber que o socialismo não existir sem um governo direto dos trabalhadores, através das suas organizações de luta.


Vale a pena votar?

Muitas das milhares de pessoas que foram às ruas desde junho do ano passado chegaram à conclusão de que a democracia parlamentar que existe no Brasil é um sistema corrupto, que nunca vai servir para o povo. E eles estão certos.

Então, a chegada das eleições coloca um problema a ser resolvido por todos os que querem mudar radicalmente a sociedade: qual é a melhor opção para aumentar a consciência política dos trabalhadores, boicotar as eleições ou participar delas?

O maior argumento dos defensores do boicote é o de que os trabalhadores já superaram a ilusão nas eleições, então seria a hora de defender diretamente o boicote eleitoral e a revolução. 

Na verdade, essa proposta é que é uma ilusão. A explosão popular de junho desapareceu muito rápido. Mesmo no auge, ainda existia muita confusão sobre política entre os manifestantes, o que permitiu que os atos fossem dirigidos pela direita durante alguns dias. Se tivesse acontecido um salto na consciência política da grande maioria do povo, teriam sido criadas novas organizações e movimentos, e alguns dos existentes teriam se fortalecido muito. Não foi isso o que aconteceu. Apesar do ascenso, ainda existe uma despolitização muito grande entre os trabalhadores. Nessas condições, uma campanha pelo boicote ajudaria a espalhar as ideias conservadoras de que "política é tudo a mesma coisa", "não adianta fazer nada" etc.

Para nós, do Coletivo Lênin, é muito melhor se apoiar em candidaturas que estejam participando das lutas e denunciando a farsa que é acreditar que as eleições podem transformar radicalmente a sociedade. Vão existir quatro candidatos de partidos à esquerda do PT nessas eleições, mas nem todos eles merecem o nosso apoio. 

- O PSOL vai ter como candidata Luciana Genro. Em várias cidades, o PSOL vai se aliar com partidos da direita, e a própria Luciana aceitou financiamento da Gerdau e da Taurus em campanhas eleitorais anteriores.

- O PSTU tem tido uma visão bizarra sobre a situação política do país, muitas vezes se confundindo com a direita nas críticas ao PT e nos ataques aos Black Blocks, o que é um reflexo da suas posições internacionais proimperialistas


Voto crítico no PCB! Mauro Iasi presidente! Vote Edmilson Rosário (RJ) e Mário Medina (SP) para deputados federais!

As candidatura independentes e de denúncia do regime nessas eleições são as do PCB e do PCO. 



O centro da campanha do PCB vai ser a defesa do Poder Popular, ou seja, do poder alternativo dos trabalhadores e outras classes oprimidas, sem a burguesia. O PCB está denunciando a falsa polarização PT-PSDB e está participando de todas as lutas dos trabalhadores. 



O PCO tem como centro da sua campanha a defesa do governo dos trabalhadores da cidade e do campo, além de defender abertamente o fim da polícia e a formação de autodefesas armadas dos trabalhadores, uma reivindicação contra um dos pilares do Estado capitalista.


Isso não significa que não temos críticas ao PCB e ao PCO. O PCB, muitas vezes, mantém frentes com o PSOL por causa de uma política errada de "unidade da esquerda", muitas vezes passando por cima da delimitação programática necessária. 


Já o PCO, no último período, confundiu os protestos contra a Copa despolitizados, vindos de setores de classe média, com protestos legítimos, de movimentos dos trabalhadores, contra as consequências da Copa, e chegou a atribuir a derrota da seleção brasileira na Copa a uma campanha da direita. 



Além disso, os dois partidos estão longe de serem o partido revolucionário de que os trabalhadores precisam, e um dos motivos é o regime de ambos, que não garante plenamente o direito de tendência. Mesmo assim, os dois têm sido importantes pontos de apoio para as lutas.



Devido a nossa maior afinidade política e atividade conjunta com o PCB, chamamos a votar Mauro Iasi para presidente. E defendemos o voto ou no PCO ou no PCB para governador, senador e deputados estaduais.




Pela primeira vez, nós do Coletivo Lênin vamos lançar um candidato, o companheiro Edmilson Rosário (5026), através de uma cessão de legenda do PSOL. Ele é militante do movimento popular na cidade do Rio de Janeiro há quase vinte anos. A candidatura vai estar a serviço da luta contra o genocídio do povo negro, contra as UPPs, pelo fim da Polícia Militar, e em defesa de um sistema de transportes público, com tarifa zero e controlado pela população.


Em São Paulo, vamos apoiar o companheiro Mário Medina (5084), da corrente Resistência Popular Revolucionária/PSOL. Ele é militante do movimento estudantil e a sua campanha vai levantar as reivindicações pelo salário mínimo do DIEESE (R$ 2.750,00), fim do serviço militar obrigatório e fim da Polícia Militar, entre outros.

Também em São Paulo, tem as candidaturas da organização Liga Comunista pela legenda do PCO, com os companheiros Antonio Junior (2919) para Dep. Federal e Levi Sotto (29290) para Dep. Estadual. Ambos são militantes e operários metalúrgico e da construção civil, e já estão iniciando a campanha defendendo a justa redução da jornada de trabalho sem redução de salário e contra as demissões que estão acontecendo nas indústrias de SP.




Nós não temos ilusões em ganhar algum mandato. A nossa campanha não é financiada por grandes empresas, e sim autossustentada. Para nós, o importante não é ganhar votos, e sim transformar a própria campanha numa ferramenta para impulsionar e popularizar as lutas e explicar pacientemente aos trabalhadores a necessidade da revolução socialista e do partido revolucionário. Participe com a gente dessa luta contra o regime e para transformar a consciência dos trabalhadores!


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