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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Iêmen, Dias de Raiva contra o governo pró-imperialista

Por Paulo Dias

As revoltas de massas e mesmo algumas situações pré-revolucionárias abertas no mundo árabe após os eventos na Tunísia continuam a se espalhar. Agora é a vez do Iêmen, onde os manifestantes tentam derrubar o governo de Abdullah Saleh (não custa lembrar que ele foi que anexou em 1989 o Iêmen do Sul, um regime nacionalista que dividia o país e era apoiado pela União Soviética, e que foi criado pela luta antiimperialista em 1967).

No Iêmen, a situação se parece mais com a do Egito e menos com a da Tunísia (onde houve embriões de dualidade de poderes). A oposição burguesa (Encontro Unido) está conseguindo canalizar as manifestações para o desgaste eleitoral do regime e para uma reação democrática (como aconteceu no Brasil em 1984, após a derrota das Diretas Já).

Isso mostra mais uma vez a necessidade da formação de um partido revolucionário dos trabalhadores para mostrar ao movimento a perspectiva do socialismo, com o governo direto dos operários e camponeses em toda a região.

Abaixo o governo Saleh!

Formar comitês de bairro e por local de trabalho!

Criar o partido revolucionário dos trabalhadores, com maioria de mulheres

Pela Federação Socialista no Oriente Médio!

Mundo árabe em revolução

Iémen. Segundo "Dia da Raiva" perpetua luta pela saída de Abdullah Saleh

por Joana Viana, Publicado em 05 de Fevereiro de 2011 no IONLINE

Presidente não se recandidata em 2013. Mas como os egípcios, iemenitas exigem que saia "já"

O porta-voz do Joint Meeting Parties, coligação de partidos da oposição do Iémen, disse ontem ao jornal "News Yemen" que os opositores não vão pôr fim aos protestos contra o regime de Ali Abdullah Saleh enquanto o presidente não abandonar o poder. A garantia de Mohammed al-Qubati surgiu a meio da tarde de ontem, durante mais um "Dia de Raiva" pacífico na capital do país e depois de o presidente ter anunciado que não se vai recandidatar nas presidenciais de 2013, mas que, como Hosni Mubarak no Egipto, pretende concluir o seu mandato.

"Precisamos de liberdade. Sai, Ali Abdullah Saleh, sai!" Como nos outros países do mundo árabe, as palavras de ordem dos cerca de 100 mil opositores iemenitas que ontem voltaram a sair às ruas de Sana pedem o mesmo: que o presidente do regime autocrático, há 32 anos no poder, abandone o governo.

Ao contrário da Tunísia - cujo presidente, Ben Ali, fugiu do país ao fim de alguns dias de protesto - no Iémen, as manifestações continuam a ganhar força. As semelhanças com o Egipto não acabam aí: não só as manifestações estão a acontecer numa praça de Sana com o mesmo nome daquela onde os egípcios se concentram há mais de uma semana (Praça Tahrir, "Libertação" em árabe), como ontem já existia uma forte concentração de milhares de apoiantes do regime de Abdullah Saleh entre os opositores. "Vim aqui hoje para fazer parte deste protesto contra o extremismo, para promover a democracia e para mostrar que estou contra o caos", disse ao "The New York Times" Sadiq al-Qadoos, um entre os milhares de manifestantes que mantêm o seu apoio ao presidente.

A diferença em relação às revoluções noutros países da Península Arábica é a natureza dos protestos, que se mantêm pacíficos até agora, apesar da pobreza e das tradições tribais do país, que inicialmente ajudaram a prognósticos de violência na capital.

Operação Iémen
Se o Twitter e o Facebook têm cumprido o seu papel de plataformas de protesto para os povos árabes em revolução, ontem as atenções dos hacktivistas do grupo online Anonymous viraram-se para o Iémen. Depois de entrar nos websites dos presidentes tunisino e egípcio, tornando-os inacessíveis aos internautas dos países, o alvo do grupo de hackers activistas é agora Abdullah Saleh - cujo site foi ontem bloqueado.

Os Anonymous continuam a defender as suas acções de apoio aos opositores dos regimes como uma forma de proteger as liberdades da internet - que, desde o eclodir da Revolução Jasmim na Tunísia, tem sido controlada pelos regimes. Mesmo assim, o grupo não consegue fintar críticas. "Quem participa nesses ataques sabe conscientemente que está a incorrer num crime cibernético", dizia ontem à BBC News Graham Cluley, consultor tecnológico da empresa de segurança cibernética Sophos. "Se alguém não está preparado para ir [para os protestos] mandar pedras, devia pensar duas vezes antes de inundar esses websites de tráfego", defendeu. Ainda assim, na área da segurança cibernética há quem compreenda a táctica do grupo. "Os membros do Anoymous acreditam que, de alguma forma, têm de mostrar apoio aos povos desses países", disse à AFP o director do PandaLabs, Luis Corrons. "É uma coisa global e eles acreditam que, assim, estão a ajudar a obter liberdade para esses países", acredita o responsável pelo laboratório de detecção de malware da firma de segurança Panda Security.

Dominó
Com os protestos no Iémen e no Egipto a aquecer, também a capital da Jordânia foi ontem palco de uma manifestação com centenas de pessoas que pedem a saída do primeiro-ministro. Marouf al-Bakhit foi escolhido pelo rei Abdullah II da Jordânia no início da semana, numa estratégia de controlo de danos.

Mas al-Bakhit continua a não satisfazer as centenas de pessoas reunidas ontem em Amã. O número de manifestantes, contudo, foi bastante mais reduzido do que os dos protestos tunisinos ou egípcios, ou até do que a anterior concentração em Amã contra a subida de preços. Ao quorum reduzido junta-se uma agravante: a Frente de Acção Islâmica, principal partido da Oposição, anunciou ontem estar disposta a dar uma hipótese a al-Bakhit para que cumpra as reformas políticas prometidas. Um dos membros do braço da Irmandade Muçulmana na Jordânia, Nimer al-Assaf, disse mesmo: "Estamos muito optimistas com as mudanças que vão acontecer".

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