QUEM SOMOS NÓS

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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Construir o Dia Nacional de Lutas é passar por cima dos pelegos!

Depois das grandes mobilizações do mês passado, que conseguiram se manter, numa escala menor, mesmo depois da direita ter parado de tentar insuflar e influenciar o movimento, as direções da CUT e das outras centrais sindicais (Força Sindical, CTB, CGTB, NCST, UGT, CSB e CSP-CONLUTAS) se reuniram e marcaram o dia 11/07 com um Dia Nacional de Lutas. As reivindicações são:

- Reduzir o preço e melhorar a qualidade dos transportes coletivos;
- Mais investimentos na saúde e educação pública;
- Fim do fator previdenciário e aumento das aposentadorias;
- Redução da jornada de trabalho;
- Fim dos leilões das reservas de petróleo;
- Contra o PL 4330, da terceirização;
-  Reforma Agrária

Como todos sabemos, a maioria dessas centrais só existe no papel e é controlada por partidos de direita. A própria CUT, que já foi a maior central sindical da América Latina, está totalmente burocratizada e sob controle das várias correntes do PT, que atrelam os sindicatos ao governo. Por que eles teriam interesse em organizar essa luta?

A resposta é que centenas de milhares de pessoas foram às ruas, grande parte delas trabalhadores sindicalizados. Se as centrais não fingissem que querem lutar, poderiam ficar ainda mais desacreditadas diante das categorias. Essa também é a explicação da maioria das reivindicações ser muito vaga. Tudo isso é uma estratégia para canalizar e desviar o movimento.

A CSP-CONLUTAS, que é a central mais combativa de todas essas, se adaptou a essa armação dos pelegos, e não está denunciando o papel das outras centrais que, com exceção da CUT (que, apesar de tudo, organiza greves e lutas, mesmo que com reivindicações rebaixadas e métodos burocráticos), são fantasmas e a favor dos patrões.

Vendo todo esse cenário, alguns grupos estão dizendo que tudo isso é uma farsa, mas não tem nenhuma proposta do que fazer em relação a isso. Diferente da ridícula "greve de Facebook" que foi convocada para o começo do mês, vão acontecer lutas reais no dia 11, apesar da grande maioria ser sem a ampla participação dos trabalhadores, pelo fato da maioria dos sindicatos serem muito burocratizados.

A nossa atitude, então, deve ser a de tentar ultrapassar os pelegos dentro do próprio Dia de Lutas! Temos que ajudar na mobilização de todas as categorias, marcar assembleias, fazer de tudo para que esse dia não seja só "pra inglês ver", colocando em movimento milhões de trabalhadores. Essa é a maneira de revitalizarmos o movimento, e de impedirmos que os pelegos continuem a desviar e derrotar as lutas.

Ao mesmo tempo, temos que dar uma alternativa às reivindicações rebaixadas e vazias que eles estão defendendo. Temos que resgatar as bandeiras que foram levantadas pelos movimentos de esquerda durante as lutas de junho, principalmente as que se chocam diretamente com o sistema capitalista e o governo:


- Estatização do sistema de transportes e tarifa zero, financiada por impostos progressivos!

- Nacionalização do Pré-Sal e 100% dos seus lucros para a Saúde e a Educação! Por uma PETROBRAS 100% pública e estatal, sob controle dos trabalhadores.

- Pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários, para acabar com o desemprego.

- Que os trabalhadores cuidem da sua própria segurança.Pelo fim da polícia violenta e racista!

- Apoio às lutas dos camponeses pela terra!

8 comentários:

  1. Olá amigo, bom dia.
    Uma dúvida, como funcionaria a penúltima reivindicação citada:

    "Que os trabalhadores cuidem da sua própria segurança.Pelo fim da polícia violenta e racista! "

    Digo...a ideia não é literalmente ACABAR com a polícia e que cada um se defenda de sua maneira certo ? Como seria então ?

    Bom texto, bom dia.

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  2. Um vários momentos a policia foi extinta e os trabalhadores fizeram sua própria segurança. os crimes diminuiram, como também os motivos que provocam a ocorrencia deles também.

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  3. Durante a guerra civil espanhola, as revoltas negras nos EUA, durante a guerra civil Russa, revolta da vacina, Canudos, Contestado.

    Na guerra civil espanhola tinha a "Coluna de ferro", que era uma milícia popular, em sua maioria composta de presidários libertados pela demolição dos presídios durante a revolução. Eles eram altamente disciplinados e grandes combatentes em defesa da liberdade e da revolução, contra o facismo e o Estado. Não houve nenhuma incidencia de crimes ou violações vindo dessa coluna. Pelo contrário, os relatos de estupros, saques, execuções e torturas vinham dos militares e dos fascistas.

    aqui um link com um relato de um combatente da coluna de ferro:
    http://ccl.yoll.net/colunadeferro.htm

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    1. Obrigado pela respostas.

      De qualquer forma, vc acha que no Brasil esse modelo ao ser aplicado seria bem sucedido ? Não estou criticando, estou perguntando por dúvida mesmo.
      É a primeira vez que vejo alguém propor isso.

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  4. Aliás, no nosso País como isso funcionaria, todos os presos seriam libertados ?
    Haveria algum tipo de controle, tipo...presos por crimes hediondos continuariam presos...ou algo assim ?

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  5. Bem, anônimo, em linhas gerais nós concordamos com o Zé.

    Nas condições atuais do Brasil, não existe organização dos movimentos populares suficiente para substituir a polícia por autodefesas armadas formadas pelos próprios trabalhadores.

    Então, por que nós levantamos essa palavra de ordem, se ela não pode ser colocada em prática agora? Nós consideramos como uma palavra de ordem transitória, ou seja, que aponta para um tipo de sociedade diferente da que vivemos, uma sociedade socialista. O papel das palavras de ordem transitórias é permitir que os trabalhadores possam testar na prática outra forma de funcionamento da sociedade, diferente do capitalismo.

    Por exemplo, já existem autodefesas em alguns movimentos de luta pela terra, mesmo que elas sejam provisórias e sejam mais usadas contra os jagunços. O nosso objetivo é justamente difundir esse tipo de ideias.

    Sobre a questão dos criminosos comuns, a experiência das revoluções chinesa, espanhola, argelina e nicaraguense mostra que é possível que um movimento revolucionário dê uma outra perspectiva de vida para os jovens que vieram da classe trabalhadora, mas que acabaram seguindo o caminho do crime.

    Não necessariamente seria possível soltar todos os presos (por exemplo, na revolução russa, isso foi feito e deu errado) mas, de qualquer forma, é preciso encontrar alternativas ao sistema prisional, que não cumpre o papel que diz realizar, de reeducar e reintegrar os presos. Na verdade, as prisões no capitalismo segregam os presos pobres os fazem eles entrarem mais fundo ainda na criminalidade.

    A solução passa pela reeducação pelo trabalho, mas em cada situação específica isso acontece de uma forma diferente. A nossa perspectiva desde agora não é prever como isso seria, mas denunciar o papel desumano das prisões no capitalismo e nos orientar para uma política contra o crime que tenha como objetivo realmente trazer de volta os presos à classe trabalhadora, o que só pode acontecer juntamente com uma transformação de toda a sociedade.

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  6. haha "Bem, anônimo," foi ótimo. Não sei muito bem o motivo de eu ter deixado como "anônimo". Meu nome é Flávius e agradeço muito as respostas.
    Tenho que pensar um pouco sobre o assunto.

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