Na plenária do dìa 25/06, com mais de 2mil presentes no largo do São Francisco, foram aprovadas ao fim da plenária duas manifestações na final da Copa das Confederações: uma na
parte da manhã e outra antes do jogo. O que não ficou claro para
todos os presentes foi que a divisão das manifestações foi uma
tática usada pelo PSOL e pelo PSTU para eles não se comprometerem
com o ato de tarde, onde com certeza as chances de confronto com a
polícia seriam muito mais altas.
Por
isso, na parte da manhã, o ato do Comitê Popular da Copa,
organizado
pelo
o PSOL, PSTU e algumas ONGs, teve cerca de 5 mil pessoas, mas se
limitou a ir da Praça Saens Peña para a Praça Afonso Pena (na
direção oposta ao Maracanã).
A
ironia da história é que o PSTU e o PSOL, que nunca deram muito
valor às reuniões do Fórum contra o Aumento, se aproveitaram da
popularidade e do trabalho dele pra esvaziarem o
ato de tarde e
dividirem a manifestação do próprio Fórum!
Já
na parte da tarde, estavam presentes entre
3mil
e
5 mil pessoas, essas convocadas pelo Fórum contra o Aumento e as
organizações que participam dele desde
o início,
como MEPR e nós do CL, além da FIST, FARJ, UNIPA, LBI,
ex-militantes do MEP e outros grupos da
esquerda
não
eleitoreira. Também havia alguns
setores de direita antipartido, que dessa
vez não
tiveram coragem de fazer provocações porque eram minoria. Esse
foi o ato que conseguiu ir até o entorno do Maracanã.
Saimos
da Saens Penha as 17h30. Chegando
na São Francisco Xavier, no cruzamento com a Avenida Maracanã, já
no horário do jogo, não conseguimos avançar devido ao cerco de
toda a tropa de choque e da força nacional de segurança. Até
então, a PM comum tinha acompanhado o ato e tentou
intimidar os manifestantes tentando revistas
as mochilas durante a concentração. Durante
todo o percurso também havia
cinco helicópteros da PM.
Tudo
indicava
que a PM deixou o ato avançar até lá pra montar uma armadilha,
cercando os manifestantes por todos os lados na
região do cruzamento da Rua São Franciso Xavier com a Av. Maracanã.
O
choque fez um cerco nas principais saidas, em forma de U, que deixou
a situação ainda mais tensa.
Não
havia correlação de forças mas, infelizmente, depois de 10 minutos
já parados em frente à tropa absurdamente desproporcional, algumas
pessoas começaram a jogar paus e outras coisas contra o Choque e a
Força Nacional que bloqueavam a Avenida Maracanã. A
partir daí foi o confronto mais covarde da PM contra o movimento.
Havia
muitos policias em todas as saídas, e em um dado momento ficamos
presos na rua Barão de Mesquita ao lado do Colégio Militar,
cercados nas três saídas da rua, com o choque atirando bombas de
efeito moral, bala de borracha e bombas de gás mais fortes que o
normal, e nós não tínhamos pra onde correr. Foi quase um massacre.
Quem
conseguiu sair, foi porque tentou furar o bloqueio da Barão de
Mesquita no sentido de volta à Praça Saens Peña porque tinha menos
policial. Levantavamos as mãos e mesmo assim o choque, de sacanagem,
atirou na gente com bombas de efeito moral a menos de 5 mentros sem
qualquer necessidade e por pura diversão e revanchismo.
Mas
conseguimos voltar pra Praça Saens Peña. Um professor da rede
estadual levou um tiro de bala de boracha acima do olho. Ficamos
sabendo lá de um outro grupo que foi cercado pelo Choque e pela
Força Nacional na praça Vanhargen. Foi tenso, até os advogados da
OAB foram
atingidos.
O gás dessa vez era tão forte que foi sentido até por quem estava
no estádio.
Resultado:
o PSOL e o PSTU foram oportunistas e covardes por racharem os atos. A
polícia claramente
nos
deixou seguir até o ultimo
cerco
pra depois nos atacar, esperando que alguém provocasse. Foi um show
de arbitrariedades da PM armada com bombas mais fortes e organizados
estrategicamente para nos cercar. Dessa
vez toda a midia estava voltada pro jogo da final, e
mesmo
assim, tivemos mais visibilidade que o ato da manhã.
Ainda
houve
protestos contra a privatização do maracanã dentro do estádio,
feito por dançarinos da apresentação da final, e foram reprimidos
pela FIFA. Também teve um dançarino que protestou contra a cura
gay.
Fechamos
esse mês da Copa com luta contra 6 mil PMs do Choque e da Força
Nacional, enquanto os coxinhas da direita, o PSOL e o PSTU assistiam
a um jogo em que o Brasil (que estava medíocre nos outros jogos)
ganhou de 3 a 0 da Espanha, que tem um nível técnico muito superior
atualmente (tirem suas próprias conclusões...).
Para
o movimento dos trabalhadores, a tarefa agora
intervir para o avanço da consciencia política classista nas
milhares de pessoas novas que
apareceram
nas manifestações de junho, e ajudar elas a se organizarem
permanentemente nos sindicatos, grêmios, CAs, movimento sem-teto e
grupos de
esquerda.
Assim, podemos manter uma mobilização muito maior do que a que
estava acontecendo nos últimos anos.
Por
isso chamaos aos camaradas que começaram agora
a participar do movimento, ou se já está na luta há mais tempo, e
quer conhecer uma perspectiva comunista revolucionária, entre em
contato com a gente do Coletivo Lênin!
Em
breve fecharemos o balanço completo dessa jornada de lutas e
mobilizações históricas de junho.
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