Aqui
no Rio de Janeiro, não aconteceram grandes greves, como em outras
cidades, o que realmente parou foi parte do setor público (professores
estaduais, universidades etc). A responsabilidade é das centrais e dos
sindicatos, principalmente do ramo dos transportes, que voltaram atrás e
desmarcaram as atividades que estavam planejando.
Para
nós, a explicação desse boicote é a seguinte: o Rio é a cidade mais
afetada pelos megaeventos e, aqui, as mobilizações foram as mais
radicalizadas, chegando ao auge da ocupação da ALERJ no dia 17/06. Por
isso, os pelegos da CUT, CTB, Força Sindical, NCST etc acharam melhor
não fazer uma greve que poderia sair do controle deles.
Mesmo
assim, o ato no final da tarde foi muito importante, contanto com cerca
de 10 a 15 mil pessoas. Isso confirma uma tendência ao ascenso, desde
que as mobilizações derrotaram os aumentos e a
direita deixou de tentar influenciar as manifestações.
Por
isso, o ato teve a participação principal dos trabalhadores organizados
nos sindicatos, com as palavras de ordem da esquerda, pela
desmilitarização da polícia, pela estatização do sistema de transportes,
contra as chacinas nas comunidades e as remoções.
Mais
uma vez, a polícia racista de Sérgio Cabral atacou essa manifestação,
se colocando contra o movimento organizado dos trabalhadores. Quase no
final da Av. Rio Branco, por causa de algum incidente envolvendo o Black
Block, provavelmente com algum infiltrado policial lá dentro, começou a
porradaria, que se estendeu até o final da passeata.
Os
pelegos da direção da CUT (PT e PCdoB) resolveram encerrar a
manifestação. Pra piorar, ainda repetiram o discurso da Rede Globo,
chamando os manifestantes que estavam resistindo de "vândalos e
baderneiros e
arruaceiros". Inclusive, a DS, da """esquerda""" do PT, depois chegou a exigir que a ABIN investigue o Black Block (!!!), mostrando o seu caráter de corrente traidora.
Depois
da dispersão do ato, uma coluna de mais ou menos mil pessoas seguiu até
o Palácio Guanabara, enfrentando uma repressão policial absurda, com
direito até a Caveirão e canhão de água (os manifestantes fizeram uma
paródia da música do Olodum: "tá com sede?/ bebeu água?/ olha olha olha a
água mineral/ no cu do Cabral/ você vai ficar
legal!").
Mesmo assim, não tem um dia no Rio de Janeiro mais sem alguma manifestação. No sábado, foi a vez do ato/escracho/zoação no casamento de Beatriz Perissé Barata,
neta de Jacob Barata, dono de empresa de ônibus. Deve ter sido o ato
mais engraçado da história, sob a revolucionária palavra de ordem "Pego
ônibus lotado, me dá um bem-casado!"
Estamos
felizes de nem ser mais possível acompanhar tantas manifestações que
estão acontecendo. O próximos passos que vamos dar, e que convidamos
todxs a participarem com a gente, vão ser
1)
Reunião da Plenária Contra o Aumento, no IFCS, na terça-feira às 18h. O
primeiro ponto de pauta vai ser sobre a organização do Fórum, e estamos
defendendo uma proposta com os companheiros da Oposição Operária, de
organizar o Fórum nos locais de moradia, trabalho e estudo, com caráter permanente.
2)
Preparar na UFRJ e na categoria bancária (onde estamos atuando) o novo
Dia Nacional de Lutas, que vai ser em 30 de
agosto. Dessa vez, temos que garantir assembleias no máximo de
sindicatos, pra organizar a luta. Não vamos deixar os pelegos impedirem a
gente de fazer uma greve geral na cidade.
A pelegada do PCdoB fez mais do que só repetir o discurso da globo, os caras tentaram entregar um militante pra PM (o PSTU Baixada até soltou uma nota denunciando) e desceram o sarrafo em qlqr um que tivesse com o rosto coberto.
ResponderExcluirAqui tem a nota do PSTU:
http://pstubaixada.blogspot.com.br/2013/07/quem-reprime-e-policia.html
E aqui uma denúncia de um dos que foram agredidos por gente do PCdoB / CTB (sob o "argumento" de que era anarquista!):
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=512756745459915&set=a.492761707459419.1073741827.100001767825754&type=1&theater
O PSTU fez a autocrítica sobre a criminalização aos anarquistas, que igualou com neonazistas?
ResponderExcluirSão filhas da puta como esses da DS/PT que apoiaram, diretamente ou não, o golpe militar... Ainda aplaudem a ABIN. Depois a gente diz não saber daonde vem o fascismo. Traição? Não, é coerência de sindicaleiro biônico. É inimigo de classe mesmo.
ResponderExcluire o PSTU irresponsável faz uma nota semanas antes, que dá coro à onda de criminalização do Black Bloc, desde a criminalização aos anarquistas à passividade política diante do enfrentamento. Teria dó ou acharia graça se não fosse tão trágico...
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ResponderExcluirEssa denúncias sobre a violência contra os anarquistas são importantes, e faltaram mesmo no nosso artigo.
Quanto ao PSTU, ele fez uma autocrítica sobre a criminalização dos anarquistas (vamos ver se é só da boca pra fora...):
http://www.pstu.org.br/node/19514
Só uma retificação - o PSTU não criminalizou os anarquistas, mas denunciou ataques feitos por eles a um membro do PSTU. A questão é que o PSTU os criticou, generalizando. Daí a autocrítica.
ResponderExcluirOs anarquistas não coadunam com esse tipo de postura, o de arrancar bandeiras de partidos ou de centrais sindicais nas manifestações. Essa atitude foi de algum grupo anarquista isolado.