Estamos publicando essa notícia pelo seu valor histórico (infelizmente o caso vai ser o primeiro de muitos).
O capitalismo funciona para a ampliação constante do mercado, e não tem nenhunm mecanismo de controle do dano que provoca no meio ambiente. Por isso, a única forma de impedir o colapso ambiental é com a destruição do capitalismo e a sua substituição por uma economia planificada democraticamente, o socialismo.
Apesar de todas as nossas divergências estratégicas, achamos que o marxista franco-brasileiro Michel Lowy deu um importante avanço ao marxismo. Ele aplicou criativamente a Teoria da Revolução Permanente de Trotsky á questão ambiental, e demonstrou que somente os trabalhadores e camponeses podem cumprir a tarefa de impedir a catástrofe ecológica que nos ameaça.
Devemos lutar para que os povos que serão obrigados a emigrar tenham plenos direitos de cidadania e direitos como minoria nacional nos países em que forem viver.
O Rio + 20 e todas as conferências dos países imperialistas não vão tomar nenhuma medida concreta contra o aquecimento global. A saída é exigir que os sindicatos e movimentos camponeses lutem para que todos os investimentos das empresas petroleiras e termoelétricas sejam usados para financiar a pesquisa de energias alternativas. E que esses investimentos sejam públicos e controlados pelos trabalhadores e camponeses dos povos afetados.
Essa palavra de ordem parece absurdamente radical e fora da realidade. Mas temos que admitir que essa é a única perspectiva concreta para impedir a catástrofe que vai acontecer nas próximas décadas!
Nação de Kiribati se prepara para emigração em massa
No que pode ser o primeiro grande deslocamento humano causado pelas mudanças climáticas, as 113 mil pessoas que constituem a população de Kiribati devem fugir do aumento do nível do mar que ameaça seu país indo para Fiji
Nesta semana, o presidente do país, Anote Tong, anunciou que está negociando a compra de 20 km² de terras em Fiji, para poder realocar a população de 113 mil kiribatianos.
“Esta é a nossa última opção, não existe plano B. Nosso povo terá que se mudar, pois as marés estão alcançando nossas casas e vilas”, afirmou Tong.
O governo chegou a traçar outras opções, como criar paredões, que custariam cerca de US$ 1 bilhão, para conter o aumento do nível do mar ou construir ilhas, parecidas com plataformas de petróleo flutuantes, para abrigar os habitantes, ao custo de US$ 2 bilhões.
Como nenhuma dessas iniciativas ganhou força, parece que a saída para a sobrevivência do país está mesmo na realocação de sua população.
O presidente Tong deseja primeiro enviar trabalhadores especializados para Fiji, pois eles seriam mais bem recebidos pela população local e contribuiriam positivamente para a economia.
“Não queremos migrar as 100 mil pessoas de Kiribati de uma vez para Fiji. Precisamos de emprego e queremos ser encarados não como refugiados, mas como imigrantes com habilidades para oferecer. Desejamos ter um papel na sociedade local e não sermos vistos como cidadãos de segunda classe. O que precisamos é que a comunidade internacional crie um pacote urgente de financiamento para ajudar países em necessidade como Kiribati”, afirmou Tong.
O governo lançou inclusive um programa chamado “Educação para Migração”, que tem como objetivo melhorar as capacidades de trabalho dos kiribatianos para torná-los emigrantes mais preparados.
Muitas das ilhas de Kiribati já estão desaparecendo, pois a maioria delas não está nem um metro acima do nível do mar. Lavouras e fontes de água potável se perderam devido ao avanço do oceano.
Comunidades que já foram afetadas pelas marés estão ocupando provisoriamente acampamentos na principal cadeia de ilhas do país, Tarawa, onde está localizado o centro administrativo do governo.
Segundo dados do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), o nível dos oceanos poderá subir de 18 a 59 centímetros até o fim do século, com relação aos níveis de 1980-1999.
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