Reproduzimos aqui a postagem da companheira Denise Oliveira, que está participando da greve da educação.
Greve na Educação: redes estadual, municipal e FAETEC
Desde junho, o Brasil vem sendo sacudido por vários
protestos. As primeiras manifestações se deram por conta de mais um aumento nas
passagens de ônibus.Mas, logo ficou claro a insatisfação generalizada com toda
sorte de imposições que os governos neoliberais dos diversos estados da
federação, e o governo pseudo dos trabalhadores vem imputando aos 180 milhões
de brasileiros.
As manifestações gigantescas foram absorvidas pela mídia, e
tão logo os governos do RJ-SP retiram o
aumento das passagens, as manifestações se acalmaram. Acalmaram nada! Saiu das
ruas a massa acéfala que diz amém a tudo que a mídia burguesa diz. Mas
permaneceu na rua, a militância organizada que nunca se cansa de lutar. E é
neste contexto que em 08 de agosto a rede estadual e municipal de educação
declaram greve por tempo indeterminado, e no dia 10 a rede FAETEC engrossou o cordão dos educadores indignados.
Por que estamos em greve há 40 dias? Porque temos no RJ um
governo tanto na esfera municipal como estadual, fascista, neoliberal ao
extremo, que não respeita a população que deveria dirigir, que não respeita
seus funcionários, que fecha escolas de forma arbitrária (até o presente
momento 130 escolas em todo estado foram fechadas). Por que temos tanto na
figura da senhora Claudia Costin (secretária municipal de educação), quanto na
figura do senhor Wilson Risolia (secretário estadual de educação), dois
ferrenhos inimigos da educação, da população, verdadeiros criminosos, pois ao
negarem o acesso a uma educação pública de qualidade aos que não podem pagar
escolas privadas, fazem destas crianças e adolescentes, alvo fácil para o
subemprego e marginalidade.
Não estamos em greve apenas por reposição das eternas perdas
salariais, mas por que não aceitamos a meritocracia como forma de bônus
salarial, não aceitamos que a Fundação Roberto Marinho, Seninha e outras sejam
a portadora da pedagogia. Afinal, somos
professores e temos formação pedagógica para realizar nossas aulas de forma
autônoma.
Não queremos e não aceitaremos que governos criminosos
continuem assassinando pessoas negras moradoras das comunidades, como o caso do Amarildo na
Rocinha, a Chacina da Maré, os ataques constantes da comunidades de Manguinhos,
que nada tem de pacificadas. Não queremos uma polícia covarde, que em nome de
acatar ordens, mata, espanca, usa gás lacrimogêneo e spray de pimenta em
passeatas como foi no Grito dos Excluídos e em todas as manifestações de
junho,julho e agosto. Inclusive batendo em professor em greve, como do dia 04
de setembro dentro do prédio da antiga SEEDUC, e no dia 11.09 quando ocupamos e
montamos acampamento na porta da Alerj.
Queremos negociar pautas como: o fim do fechamento das
escolas, o fim da otimização de turmas (junção de uma turma em outra acarretando
perda de carga horária ao professor e superlotando a turma existente), queremos
que um professor com uma matrícula trabalhe em uma única escola, queremos
dignidade e respeito aos funcionários das escolas. Queremos uma educação digna
e de qualidade.
A greve continua....e continuará até que sejamos ouvidos,
respeitados e tratados como cidadão pagante de inúmeros impostos, que acabam
sempre alimentando a sanha incontrolável de um governo corrupto, cercado de
“empreendedores” , que só pensam em suas contas na Suíça.
A GREVE CONTINUA, CABRAL A CULPA É SUA!
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