QUEM SOMOS NÓS

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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

sábado, 18 de outubro de 2014

Solidariedade com a revolução curda! Ato dia 27/10, às 14h!




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Na segunda-feira, dia 27, vai acontecer, na frente do Consulado da Turquia (Praia de Botafogo, 288, bloco B, sala 1405), às 14h, uma manifestação em solidariedade à revolução curda. Os curdos enfrentam a ameaça dos fundamentalistas islâmicos da organização paramilitar Estado Islâmico, e ao mesmo tempo os ataques da Turquia, que quer esmagar a revolução com sangue. Nesse momento é fundamental a nossa demonstração de solidariedade internacionalista, como já está sendo feito em vários países!

Os curdos são uma população de cerca de 50 milhões de pessoas, que representam a maior nação sem Estado do mundo. Eles estão divididos entre a Turquia, a Síria, o Iraque e o Irã, e sofreram repressão violenta na sua luta pela independência em todos esses países. Atualmente, as mudanças provocadas no Oriente Médio desde a Primavera Árabe abriram novas possibilidades para a luta de libertação nacional do povo curdo. No Iraque, existe um governo autônomo curdo, dentro do Estado criado pela invasão americana em 2003.

Já em Rojava, que é o Curdistão sírio, está acontecendo uma verdadeira revolução socialista, dirigida pelo PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão). O PKK foi formado em 1978, sob a direção de Abdullah Öcallan, como um partido maoísta. Alguns anos depois, começou a luta armada contra a Turquia. Na época, era uma organização muito autoritária, com um forte culto à personalidade do seu dirigente, e métodos brutais, como alistamento forçado, assassinato de civis e lavagem de dinheiro do tráfico de drogas para financiar o partido.

 Em 1999, Öcallan foi preso e, na prisão, influenciado pela derrota provisória da luta armada do PKK e pelo fim da União Soviética, começou a fazer uma autocrítica profunda das suas concepções políticas. Através de leituras do anarquista Murry Bookchin, a direção do PKK, e depois todo o partido, passou a defender uma teoria chamada de confederalismo democrático. Ou seja, eles defendem a criação de um poder popular formado por uma confederação de cidades, cada uma controlada por assembleias de bairro.

Ainda dentro da autocrítica, o PKK se tornou uma organização feminista. Ao lado do seu braço armado, a YPG (Unidade de Defesa Popular), foi criado um braço armado só de mulheres, a YPJ (Unidade de Defesa Feminina). A importância da YPJ é tão grande que foi uma mulher, Meisa Ebdo, que dirigiu a resistência armada contra o Estado Islâmico na cidade de Kobanê. Nos cantões (as cidades autônomas), existem estruturas femininas paralelas em todos os níveis.

O confederalismo também é uma resposta aos conflitos étnicos do Oriente Médio. Cada assembleia de bairro em Rojava elege três representantes para a assembleia geral da cidade, sendo que pelo menos uma deve ser mulher, e os representantes são divididos em um curdo, um turco e um sírio cristão. Não por acaso, membros das minorias religiosas sírias, como os cristãos e muçulmanos xiitas e sufis, têm se refugiado em Rojava, para fugir da violência religiosa.

Isso não significa que o PKK mudou completamente, existem vários relatos de que ainda está presente o autoritarismo na prática da organização, e muitas dessas mudanças ainda não foram realmente incorporadas pelo partido, mas parece claro que existiu sim uma mudança.

O fato que colocou o PKK nas manchetes de todos os jornais do mundo foi a proteção que eles ofereceram aos refugiados yazidis. Os yazidis são uma religião milenar. Eles cultuam o Anjo Pavão, que segundo a religião deles, foi punido por Deus pelo seu orgulho, e foi para o inferno antes de se arrepender. Por causa da semelhança entre esse mito e o diabo no cristianismo e no Islã, os yazidis são considerados satanistas pelo Estado Islâmico, e são assassinados através de crucificação e decapitamento.

Na sua marcha genocida, o Estado Islâmico já matou mais de 10 mil pessoas nos últimos meses. Recentemente, eles se declararam como o Califado, ou seja, o governo mundial de todos os muçulmanos, e governam as regiões que controlam com uma interpretação ultrarrigorosa da Sharia, a lei religiosa islâmica, criada na Idade Média.

Como Trotsky explicou, as tarefas das revoluções burguesas, como a separação entre Estado e religião, direitos iguais para as mulheres, democracia e independência nacional, só podem ser realizadas na era do imperialismo através de revoluções socialistas. A revolução curda é a segunda revolução socialista do século XXI (a primeira foi a do Nepal, traída pela sua direção maoísta), e merece todo o nosso apoio, como parte da luta pela reconstrução do movimento comunista!


Para os companheiros que queiram saber mais sobre a revolução curda, recomendamos:

www.facebook.com/resistenciacurda

www.rojavareport.wordpress.com (blog oficial de Rojava, em inglês)

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