QUEM SOMOS NÓS

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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

sábado, 29 de agosto de 2015

Assad sobre o Irã: "somos o eixo da resistência" (Espaço Marxista)

Assad sobre o Irã: "somos o eixo da resistência"


O texto abaixo, retirado aqui, traz uma entrevista de Assad para a tevê libanesa, na última terça (26). O dirigente sírio diz ser legítimo o auxílio recebido do Hezbollah, bem como saúda o apoio dado pela Rússia e pelo Irã. Especificamente no caso do país persa, Assad elogia o recente acordo nuclear realizado com as potências mundiais e afirma que a Síria também se beneficiará, afinal "o poder do Irã é o poder da Síria, e uma vitória para a Síria é uma vitória para o Irã", mais que isso, completa o dirigente sírio, Irã e Síria são o mesmo eixo, o eixo da resistência.

Esse alinhamento causa arrepios de horror no sionismo e no imperialismo mundial. Consideram intolerável que haja no Oriente Médio uma pauta independente, mais que isso, antagônica, à da dobradinha Washington-Israel. Vale lembrar que o parceiro do imperialismo na região é a Arábia Saudita, a reacionária monarquia absolutista lar do wahhabismo, doutrina de fanáticos da al-Qaeda ao ISIS. Tais setores enxergam com preocupação o ascenso da influência iraniana, e contra tal "eixo do mal" vale de tudo, seja apoiar -camufladamente que seja- os já citados jihadistas salafistas, seja recorrer a hordas de mercenários, como o tal Exércio Livre -sic- Sírio.

Nessa disputa, nós do blog Espaço Marxista, ligado à Frente Comunista dos Trabalhadores, não estamos neutros. Estamos do lado do eixo da resistência síria-iraniana, que, conforme dito, tem contra si o jihadismo reacionário e os mercenários da OTAN. É questão de princípio, para nós, ombrear com esse campo -que inclui a Rússia, a China, os bolivarianos e os Estados Operários remanescentes como Cuba e Coreia do Norte- no combate ao imperialismo ocidental. Isso não quer dizer que depositamos confiança na direção nacionalista burguesa de Assad ou líderes assemelhados. Todavia, é preciso compreender as mediações em jogo, e não fazer como os sectários que Trotsky denuncia no Programa de Transição:

Os sectários só são capazes de distinguir duas cores: o branco e o preto. Para não se expor à tentação, simplificam a realidade. Recusam-se a estabelecer uma diferença entre os campos em luta na Espanha pela razão de que os dois campos têm um caráter burguês. Pensam, pela mesma razão, que é necessário ficar neutro na guerra entre o Japão e a China. Negam a diferença de princípio entre a URSS e os países burgueses e se recusam, tendo em vista a política reacionária da burocracia soviética, a defender contra o imperialismo as formas de propriedade criadas pela Revolução de Outubro.

Ao contrário de tais sectários -incluindo aí os canalhas da LIT (no Brasil, o PSTU), que chegam a pedir armamentos do imperialismo contra Assad (vide aqui)- nós temos lado nessa luta. E é o lado anti-imperialista, ainda que dirigido, por ora, por setores nacionalistas burgueses.

Segue abaixo o artigo.

Assad 'confident' of Russian support for Syria government
#SyriaWar
The Syrian president also said he believes the Iranian nuclear deal will benefit Syria

Syrian President Bashar al-Assad expressed "strong confidence" on Tuesday that Russia will continue supporting his embattled government, speaking in an interview with Hezbollah's Al-Manar television network. 

Assad also described as "legitimate" the presence in Syria of fighters from Hezbollah backing his forces.

The powerful Lebanese Shiite movement, along with Russia and Iran, have been Assad's major allies since Syria's revolt broke out in 2011. 

"We have strong confidence in the Russians, as they have proven throughout this crisis, for four years, that they are sincere and transparent in their relationship with us," Assad said.

His rare television interview came as Russian President Vladimir Putin discussed the Syrian crisis with Jordan's King Abdullah II on the sidelines of the Maks-2015 aerospace show in Moscow.

Assad described Russia as "principled", while "the United States abandons its allies, abandons its friends".

He added: "This was never the case with Russia's policy, neither during the Soviet Union, nor during the time of Russia... Russia has never said that it supported President Such and Such and then decided to abandon him."

Assad had been asked by Al-Manar's correspondent about US President Barack Obama's comments earlier this month that Russia and Iran "recognise that the trend lines are not good for Assad".

He rebuffed the statement, saying Iran, too, remained a steadfast ally.

He said the recent nuclear deal between Iran and world powers would strengthen Iran's role internationally, in turn benefiting Syria. 

"The power of Iran is the power of Syria, and a victory for Syria is a victory for Iran."

The president added: "We are on the same axis, the axis of resistance." 

Syrian state is 'legitimate' 

Officials in Washington and other Western nations have long called for Assad to go, insisting he could not play a role in a political solution to Syria's crisis.

Turning to the question of Hezbollah, he said "the difference (between Hezbollah and foreign anti-government fighters) is legitimacy. Who invited Hezbollah to Syria," Assad asked. 

"It came after an agreement with the Syrian state, and the Syrian state is a legitimate state," whereas "the other terrorist forces came to kill the Syrian people".

Several international efforts to bring about a political solution to the four year crisis that has left more than 240,000 dead in Syria have failed. 

Most recently, UN envoy to the Syrian crisis Staffan de Mistura launched a series of consultations in a step to rekindle talks between the government and political opposition.

But Assad accused de Mistura of making "biased statements," likely referring to the envoy's condemnation of government bombardment near Damascus that killed over 100 civilians on 16 August.

De Mistura's plan, set to begin in September, aims to set up four working groups to address safety and protection, counterterrorism, political and legal issues, and construction. 

The plan received support from a UN Security Council presidential statement last week.

On Tuesday, Assad said any initiative must be based on "fighting terrorism".

"Any initiative that does not have combatting terrorism as a priority has no value," Assad said.

Throughout the four-year war, Syria's government has used the term "terrorist" to refer to peaceful activists, rebels, and militants alike.
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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O MAIOR PERIGO DO MOMENTO

O MAIOR PERIGO DO MOMENTO

O "já ganhamos", o maior perigo do momento


Enquanto conspiração segue seu curso a todo vapor e a frente golpista homogeniza sua tática para derrubada de Dilma e prisão de Lula ... 

"Oposição acerta com Cunha estrategia para impeachment de Dilma" 

... Burocracia da CUT comemora perigosamente vitória antes do tempo, acreditando que "terceiro turno" (eufemismo covarde para o Golpe de Estado) foi sepultado no dia 20 com as manifestações de rua e a denúncia contra Eduardo Cunha no STF.

"Com 100 mil pessoas, ato em São Paulo sepulta terceiro turno e exalta democracia. Vagner Freitas: “Agora, voltamos a pensar o Brasil, buscando um entendimento nacional que propicie um desenvolvimento com distribuição de renda”"

Parágrafos finais da Declaração "Não ao Golpe!"

Os trabalhadores devem combater a direita por todos os meios, construir uma Frente Única anti-imperialista e antigolpista com as organizações de massa do país, a CUT, o MST, o MTST, como nas manifestações do dia 20 de agosto, exigindo que os aparatos destas organizações de massas que convoquem e construam uma verdadeira greve geral contra o Golpe.
Pela criação de comitês de Luta nas fábricas, nos bairros, nos sindicatos em defesa dos nossos direitos e contra qualquer movimento golpista, aliados ao armamento e milícias sindicais e populares para defender os partidos de esquerda, sindicatos, associações, etc.; a anulação de todas as medidas antioperárias e antipopulares neoliberais de Lula e Dilma e seguir a luta pela estatização dos setores estratégicos e energéticos do Brasil, dos recursos naturais nas mãos dos estrangeiros imperialistas, sob o controle dos trabalhadores, a suspensão dos direitos de concessões a mídia golpista, a nacionalização das empresas (incluindo igrejas) que patrocinam o golpismo pró-imperialista. Toda esta luta contra a direita, o imperialismo e o golpe de Estado, cuja vítima principal será a classe trabalhadora, como já estamos vendo pelo simples fortalecimento dos setores de direita no Congresso (redução da maioridade penal, terceirização, reforma política, etc.), também deve estar combinada a estratégia da superação das ilusões das amplas massas no covarde e aburguesado PT, na luta por um partido operário e revolucionário que conduza os trabalhadores a tomada do poder através da revolução social.

Assinam: Frente Comunista dos Trabalhadores (Liga Comunista, Coletivo Lenin-FO, Espaço Marxista e Tendência Revolucionária) e Fração Trotskista-Vangurada Proletária 
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LIÇÕES DA GREVE DO INSS EM MOVIMENTO (Liga Comunista - FCT)

Intransigência e truculência do governo
anima greve dos servidores da previdência social

Ordem da Presidência do INSS para corte de ponto dos servidores causa verdadeiro motim entre gerentes de recursos humanos e de agência.

Ocupação da superintendência de São Paulo pelos grevistas em 25/08
Por Raimundo Dias, trabalhador do INSS, simpatizante da LC e colaborador do Folha do Trabalhador 


Os funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social alcançam o seu 45º dia de greve sem que o Governo tenha apresentado sequer uma contraproposta formal às reivindicações dos trabalhadores.

A pauta desta campanha salarial, longe de buscar um reajuste da remuneração dos servidores, busca apenas corrigir distorções na política salarial do órgão, como o fato de 70% da remuneração atual da categoria ser composta de gratificação variável que, inclusive, não é integralmente contada para efeitos de aposentadoria. As outras questões são: jornada de trabalho de 30 horas para todos (atualmente apenas agências que cumprem certos critérios ditados pelo governo possui essa jornada), discussão das metas e ritmos de atendimento, reajuste para recomposição das perdas inflacionárias do último período, concursos, melhores condições de atendimento a população, etc.


Ocorre que, mesmo sendo considerada uma “pauta justa”, por parte de setores que compõe a própria base do Governo no congresso, este até o momento não se dispôs a negociar efetivamente. Até agora o Governo tem apenas reiterado sua pífia proposta de reajuste de 21%, divididos em 04 (quatro) anos, que não cobre sequer a inflação passada, calculada em 27%, imagine às futuras, projetadas para quase 10% somente no ano que vem.

Por outro lado, a direção do INSS, sob as ordens diretas do governo do PT, tem promovido uma verdadeira cruzada contra a greve nacional dos previdenciários, utilizando de todos os meios possíveis para por fim ao movimento paredista. Inicialmente, tentou cooptar os servidores a não aderirem ao movimento, através da circulação de um Memorando onde afirma que o Decreto 1480/95 proíbe o abono dos dias parados em virtude da greve.

Não surtindo efeito esta pressão psicológica, buscou a judicialização da greve, requerendo no STJ uma medida liminar que obrigasse aos trabalhadores a manter um contingente mínimo de 87% de servidores trabalhando nas agências e 70% na gerencias e superintendências.   Em meio a crise política instalada entre a oposição burguesa e o PT na cúpula dos poderes, o Judiciário, que invariavelmente atende aos reclames do governo quando se trata de litígios entre trabalhadores e patrões, não acatou a ordem do Executivo por completo e “apenas” torpedeou a greve para enfraquecê-la. Em sua decisão, o STJ concedeu apenas parcialmente o pedido do governo, concedendo liminar que obrigou aos trabalhadores a manterem um contingente de 60% de servidores na gerencias e superintendências, locais onde são cumpridas as decisões judiciais contra o órgão.

Por último, atendendo a ordem do Ministério do Planejamento, a presidente do INSS, Elisete Berchiol, convocou uma videoconferência com os chefes dos setores de recursos humanos e gerentes executivos de todas as gerencias regionais onde ordenou que fosse efetuado o corte de ponto dos servidores.

Entrega das chefias do INSS em Caruaru-PE

Após adotar tal postura, a presidente do INSS logo descobriu que se tratava de um verdadeiro “tiro nos pés”, pois nem bem anunciou a medida e diversos chefes de recursos humanos imediatamente entregaram suas funções e se declararam em greve, paralisando cerca de 70% de todos os recursos humanos da Previdência. Este movimento se alastrou como rastilho de pólvora por todo o país e foi seguido também por diversos gerentes de agências e até gerentes executivos, que em solidariedade aos companheiros que tiveram descontos nos contracheques do mês de julho, também colocaram suas chefias a disposição do órgão e aderiram ao movimento grevista. No ápice deste movimento espontâneo, diversos servidores das superintendências também aderiram à greve, tendo a própria superintendente da Regional Sudeste I, enviado carta à presidente da autarquia solicitando o cancelamento da ordem de desconto. Esta é uma clara demonstração de que diante de um movimento forte dos trabalhadores as represálias e perseguições do aparelho estatal servem apenas para contagiar a categoria em luta o que, via de regra, acaba por selar a vitória do movimento. Esta foi a primeira lição parcial desta greve.

Estas ações, que deram sobrevida ao movimento grevista dos previdenciários, aconteceram justamente na semana em que milhares de trabalhadores saíram às ruas para demonstrarem que não ficaram passivos diante das investidas contra seus direitos, seja através do ajuste fiscal promovido pelo governo do PT, seja através da imposição da chamada Agenda Brasil, proposta por Renan Calheiros, ou mesmo a tentativa de golpe orquestrada pela direita em conluio com a mídia reacionária, cujo objetivo é recrudescer ainda mais o regime contra a classe trabalhadora.

A política de Dilma e Levi, de fazer o "ajuste" sobre os trabalhadores em favor do grande capital, favorece a influência da oposição burguesa golpista e reacionária sobre a categoria. Mas é importante salientar que os setores de direita antipetistas do funcionalismo, os que ideologicamente o são por anticomunismo, não por coincidência também são os que furam a greve. Esta foi a segunda lição da greve.

O movimento paredista do INSS, que não é único no serviço público federal, é uma demonstração de que os trabalhadores não se vergam facilmente a tentativa de eliminação de suas conquistas, todavia possuem objetivos opostos àqueles que desejam a troca do atual governo por um composto pelas mesmas elites reacionárias que antes governavam e cujo único objetivo é atacar de forma mais incisiva os direitos e conquistas da classe trabalhadora.
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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Folha do Trabalhador 24

Folha do Trabalhador 24


Sumário


EDITORIAL
Contra o ceticismo e o derrotismo, erguer a Frente Comunista dos Trabalhadores!

APRENDENDO COM OS MESTRES
"Nenhum compromisso?"
V.I. LENIN

DECLARAÇÃO FCT-FT - Derrotar o Golpe de Estado em marcha no Brasil
Não ao Golpe!
FRENTE COMUNISTA DOS TRABALHADORES (LIGA COMUNISTA, COLETIVO LENIN-FO, ESPAÇO MARXISTA E TENDÊNCIA REVOLUCIONÁRIA) E FRAÇÃO TROTSKISTA-VANGUARDA OPERÁRIA


CONJUNTURA NACIONAL - OPINIÃO

TRABALHADORES DA PREVIDÊNCIA
Greve do INSS em resposta à política do governo Dilma, de ataques aos direitos dos trabalhadores, arrocho salarial e por melhores condições de atendimento à população
LIGA COMUNISTA

O golpe parlamentar e jurídico e a crise política no Congresso e na mídia
COLETIVO LENIN – FO

Contra a redução da maioridade penal
LIGA COMUNISTA

Golpistas da Câmara aprovam redução da maioridade penal
ESPAÇO MARXISTA


AI-5, HOJE
Lei “Antiterror” é votada pela direita para criminalizar a resistência popular contra o aumento do terror estatal e paraestatal sobre a população
COLETIVO LENIN – FO E LIGA COMUNISTA

Tempos Deprimentes
TENDÊNCIA REVOLUCIONÁRIA

A crise ecológica está deixando milhões de pessoas sem terra e sem teto
FRENTE INTERNACIONALISTA DOS SEM TETO


UNIR A IMPRENSA DE ESQUERDA CONTRA O GOLPISMO E A DIREITA!

Não ao golpe do impeachment ou da convocação de novas eleições
CORRENTE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA

PSTU apóia panelaço por derrubada de Dilma Rousseff, em FRENTE ÚNICA com a direita!
COLETIVO SOCIALISTAS LIVRES


ATIVIDADES DA FCT

MOVIMENTO ESTUDANTIL
Balanço da FCT sobre o 54º Congresso da UNE
COLETIVO LENIN

DEBATE INTERNACIONAL CLQI – RCIT: “A Crise do imperialismo, as novas potências e a luta pela revolução permanente no século XXI”
"O principal inimigo da nossa classe é o imperialismo dos EUA, que domina o capital financeiro mundial"
LIGA COMUNISTA


MÚSICA

Bezerra da Silva, cantor da moral proletária
LIGA COMUNISTA

O monopólio do tráfico, a ocupação militar das favelas e os efêmeros manés
LIGA COMUNISTA


TEORIA MARXISTA DO PARTIDO OPERÁRIO
Centralismo democrático e Greves
LIGA COMUNISTA E SOCIALIST FIGHT

Tendências e Frações
LC e SF

O sentido da democracia partidária
LC e SF

INTERNACIONAL

GRÃ BRETANHA
Projeto de lei antissindical dos Conservadores impõe o fim das greves e deve ser copiado por outros governos
SOCIALIST FIGHT/CLQI - GRÃ BRETANHA

COLÔMBIA
Sobre as tentativas de paz entre as farc-ep e o governo colombiano
ESPAÇO MARXISTA

IMPERIALISMO
OTAN bate os tambores de guerra no Leste Europeu
ESPAÇO MARXISTA

GRÉCIA
Cavalo Grego
TENDÊNCIA REVOLUCIONÁRIA

AMÉRICA LATINA
A nova guerra fria e as tarefas dos trabalhadores latino-americanos
TENDENCIA MILITANTE BOLCHEVIQUE CLQI - ARGENTINA

TURQUIA 1
Perigo de guerra na fronteira Síria! A atual crise no Oriente Médio e suas perspectivas
DÖRDÜNKÜ BLOK

TURQUIA 2
Perguntas ainda sem resposta acerca do massacre de 32 jovens socialistas em Suruc
AMED DICLE
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domingo, 16 de agosto de 2015

FRENTE COMUNISTA DOS TRABALHADORES: QUEM SOMOS E PELO QUÊ LUTAMOS

FRENTE COMUNISTA DOS TRABALHADORES: QUEM SOMOS E PELO QUÊ LUTAMOS

1) A FCT se constrói como uma aliança internacional de trabalhadores comunistas sob a perspectiva da reconstrução da IV Internacional e da revolução permanente. A FCT tem como órgão principal o jornal Folha do Trabalhador e possui também nos blogs e perfis em redes sociais de seus membros meios de difusão de suas concepções políticas.

2) A FCT está hoje presente em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. É uma organização com tendências. Foi constituída pela Liga Comunista, Coletivo Lenin, Tendência Revolucionária e blog Espaço Marxista após outubro de 2014, ainda com o nome de Comitê Paritário. Internacionalmente, a FCT tem relações com o Comitê de Ligação pela IV Internacional, tendência internacional composta também pelo Socialist Fight britânico e pela Tendência Militante Bolchevique argentina.

3) Nós da FCT fazemos uma análise internacionalista para entender a conjuntura no Brasil, baseada na geopolítica e na economia política mundiais. Acreditamos que a crise capitalista de 2008 que teve como epicentro os EUA e Europa abriu uma nova situação mundial. A recessão das metrópoles abriu espaço para a projeção comercial da China e Rússia. Duas economias capitalistas cujas tarefas nacionais burguesas foram resolvidas com revoluções sociais e ditaduras proletárias. Dispondo de grandes recursos energéticos e humanos as burguesias destes dois países avançaram sobre o recuo econômico dos EUA e UE, atingidos pela recessão aspiram converter-se em potencias imperialistas.

4) A atual articulação golpista no Brasil é movida diretamente pelo imperialismo, a exemplo dos golpes já impostos em outros países da América Latina, como Honduras e Paraguai). As experiências recentes “bem-sucedidas” ou parciais na Líbia, Síria, Ucrânia, demonstram que o imperialismo não se furta de recorrer ao armamento de mercenários, bandos fascistas e massacres sangrentos para impor seus objetivos. Trata-se de um contra-ataque para recuperar o terreno perdido após a crise de 2008 para o bloco capitalista Eurásico, nucleado a partir da expansão comercial da China e da Rússia. Trata-se de uma nova guerra fria que atravessa todos os atuais conflitos de envergaduras mundiais, como a reorientação da tática dos EUA em relação a Cuba, tentando simultaneamente cooptar a burocracia dirigente do Estado operário com o fim do bloqueio e acelerar a restauração capitalista.

5) A presença de um núcleo burguês em contrapeso aos EUA potencia lacunas em todo o sistema mundial, e objetivamente cria contradições que podem ser vantajosamente exploradas para a causa do proletariado internacional e todos os povos oprimidos sem por isso deixarmos de fazer a defesa intransigente da independência de classe e não depositarmos expectativas que qualquer fração da burguesia mundial possa realizar as tarefas históricas progressivas a serviço do progresso da humanidade. A FCT luta por uma FRENTE ÚNICA ANTIIMPERIALISTA, unindo BRICS, bolivarianos, Estados Operários remanescentes, nacionalismo árabe, movimentos islâmicos e Irã, africanos e “terceiromundistas”- sempre que estiverem sob ataque e/ou em contradição com o imperialismo.

6) Mesmo que a primeiro momento o Golpe de Estado no Brasil se apresente como um ‘golpe parlamentar’, um impeachment para estrangular uma Dilma cada vez mais isolada, qualquer que seja sua forma inicial, o resultado do processo será de maior repressão militar e policial contra a esquerda em geral e a população trabalhadora e oprimida nacional, para derrotar qualquer foco de resistência à recolonização imperialista do Brasil.

7) Diante desta ameaça, é necessário construir uma ampla frente única antifascista com as organizações de massas com objetivos práticos de organização comum de manifestações e do combate à direita, sem que isto signifique defender politicamente o governo Dilma ou o PT. Esta frente não implica em qualquer tipo de renúncia ao combate contra o governo burguês do PT. Apenas alteramos a forma de combate para demonstrar que a reação se fortaleceu porque o governo do PT lhe pavimentou o caminho. Não estabelecemos com os nossos aliados circunstanciais “programas” comuns, organismos permanentes, nem renunciamos a criticá-los.

8) Quanto mais acossado pelas pressões da direita e do imperialismo, o atual governo do PT mais ataca os direitos elementares da classe trabalhadora, única força política que organizadamente poderia esmagar a direita golpista. Por isso, estrategicamente impulsionamos a construção de uma oposição operária e comunista de combate a política anti-operária do governo Dilma e de um partido para lutar pela Revolução e o Socialismo!

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DECLARAÇÃO FCT-FT CONTRA O GOLPE

DECLARAÇÃO FCT-FT CONTRA O GOLPE

Derrotar o Golpe de Estado em marcha no Brasil
Não ao Golpe!
Mobilizar os trabalhadores para combater a sabotagem patronal da economia e as medidas covardes contra a população e de capitulação de Dilma à direita e a seu ministro Joaquim Levy!

Declaração da Frente Comunista dos Trabalhadores (Liga Comunista, Coletivo Lenin-FO, Espaço Marxista e Tendência Revolucionária) e Fração Trotskista-Vanguarda Operária


Desde o segundo semestre de 2013 está em marcha um golpe de Estado no Brasil. Os principais expoentes da frente golpista são banqueiros, empresários, ONGs, grande parte do parlamento e do poder judiciário ligado a oposição burguesa pró-imperialista, com o apoio ora aberto ora dissimulado da grande mídia nacional e internacional. O cerco é tão amplo que o instrumento mais ativo da caçada ao PT e a seu governo está instalado nada mais nada menos do que na polícia que é ligada ao poder executivo, a Polícia Federal.

Em 2009, quando a China passou a ser a principal parceira comercial do Brasil, a bíblia do mundo das finanças internacionais, a The Economist britânica, soou o alarme: “De que lado está o Brasil?”. Não estava nada contente com a política internacional de alinhamento de Lula com os bolivarianos e com os BRICS. O principal comentarista político da superpoderosa Rede Globo, Merval Pereira, anunciou que a crise política do governo Dilma atingiu no princípio de agosto, a situação de “tempestade perfeita”. Na “Cúpula do Trovão”, articulando de cima a frente golpista no Brasil está a embaixadora dos EUA no país, Liliana Ayalde, que assumiu o cargo em primeiro agosto de 2013, tendo no seu currículo a articulação do Golpe de Estado “suave” do Paraguai e sido expulsa da Bolívia em 2008, sob a acusação de tramar o mesmo contra Evo. A atividade de Ayalde é facilitada pelo fato de que o serviço de espionagem de seu país grampeou as conversações mais internas do governo brasileiro. O mega-especulador George Soros, que patrocinou diretamente o golpe fascista na Ucrânia e é dono de muitas ações da Petrobras declarou abertamente em entrevista à TV americana ABC que aposta na quebra econômica do Brasil. Jorge Paulo Lemann, dono da Ambev e o empresário mais rico do país patrocina o movimento pelo Fora Dilma e PT "VemPraRua". Mais nítido, impossível e só não percebe a conspiração golpista do imperialismo e do grande capital para derrubar Dilma quem não quer.

Além destas ferramentas nítida e diretamente usadas pela oposição burguesa, duas outras tem servido de forma indireta, mas com muita maestria, pela ofensiva reacionária que mais atingirá a população pobre e trabalhadora que propriamente ao governo do PT: a crise econômica e a política de capitulação do governo Dilma à pressão golpista.


O GOLPE DO IMPERIALISMO POR TRÁS
DA CRISE ECONÔMICA NO BRASIL, MERCOSUL E OS BRICS


A tal crise, na verdade um boicote econômico deliberado pelo grande capital vinculado aos EUA e muito maior que a sofrida pelo governo Salvador Allende às vésperas do sanguinário golpe desferido por Pinochet. O planeta inteiro, incluindo o Brasil, apresenta índices de crescimento negativos ou medíocres em relação ao período anterior a crise mundial de 2008. Mas sobre o Brasil está havendo um forte desinvestimento no país por parte do grande capital e a política econômica dependente mantida pelo PT não é páreo para este boicote financeiro. A economia do Brasil é vítima da derrubada dos preços das commodities provocada pelo imperialismo como parte da guerra fria comercial contra as bases econômicas dos BRICS e seus sócios dependentes e semicoloniais. Este ataque é desferido a partir da alta dos juros nos EUA, que fortalece o dólar, atrai os investimentos para os títulos do tesouro dos EUA e reduz os preços das commodities armazenáveis, obrigando o incremento da extração e evacuando os estoques, ampliando a oferta mundial de commodities e reduzindo seus preços, além de provocar o aumento histórico das cotas de extração do petróleo pela Arábia Saudita e nos próprios EUA, primeiro e terceiro produtores mundiais de petróleo. A mais valia extraída do Brasil é desviada para alimentar a reprodução ampliada em outros países, cessando o ciclo aqui enquanto não muda a gestão política do país, trata-se evidentemente de um estrangulamento golpista da economia do país, seguindo o roteiro de "regime change" da CIA. Nos últimos meses os especuladores golpistas retiraram do país 1 trilhão e duzentos bilhões de reais. O agravamento da crise econômica desestabiliza politicamente o país, com a mídia e a oposição burguesa culpando Dilma e o PT. Para além disto, os EUA buscam, neste momento, tornar o Brasil improdutivo para estrangular as bases de suprimento da China e fortalecer o anel do pacífico que são as suas bases na região. Estão desindustrializando e desenergizando um país inteiro de mais de 200 milhões de habitantes! O parque industrial sofre um lockout e toda economia dele derivada (comercio, serviços, etc.), estão liquidando a Petrobras e o programa nuclear.

“Eles já desativaram grande parte da produção de bens de capital (máquinas, equipamentos, instalações), que continuou desabando de - 11,2% no segundo semestre do ano passado para - 20,0% nos seis primeiros meses de 2015. O estratégico setor de bens de consumo duráveis é outro que também apresenta ritmo de sucateamento, passando de - 10,1% no segundo semestre de 2014 para -14,6% nos seis primeiros meses deste ano. Mas isso é a única coisa que as classes dominantes sabem fazer. Paralisar a produção, afogar os trabalhadores no inferno do desemprego, reduzir salários, recuperar a taxa geral de lucro da safra anterior da acumulação do capital. Os novos números da produção industrial revelam o verdadeiro objetivo do famigerado ‘ajuste fiscal’ que vem sendo implantado a ferro e fogo no Brasil, não importa suas consequências políticas e sociais. O que está em jogo é salvação da propriedade privada e a permanência da produção de capital. À luta de classes decidir o resultado desta partida”. (Roger Amarante, Crítica da Economia, 04/08/2015)

A "crise econômica" vem provocando inflação e desemprego. No primeiro semestre foram demitidos 345 mil trabalhadores. Enquanto isso, os banqueiros lucram com a crise. Itaú, Bradesco e Santander tiveram os maiores lucros de suas histórias no 2º trimestre de 2015. A “crise” é usada como instrumento político golpista para justificar um suposto apoio por parte da população em geral ao processo de impedimento de Dilma que parece cada vez mais iminente, o qual será necessariamente seguido pela cassação dos direitos políticos de Lula para que o mesmo não possa concorrer em 2018.

O nível internacional, o EUA e UE têm instalado e novas bases da OTAN, aumentando contingente nas bases no entorno da Rússia e China, e vem aplicando, desde 2011, golpes e financiando grupos terroristas em Estados com acordos comerciais e militares com o bloco Russo-Chinês, como a Síria, Líbia, Tailândia e Ucrânia, além de sanções econômicas contra a Rússia e especulações nas bolsas de Chinesas e a chamada guerra cambial, gerando instabilidade política e comercial nos países do bloco Eurásico.

Também a OPEP, oligopólio dos países produtores de petróleo controlado pela Arábia Saudita, braço direito dos EUA no mundo árabe, derrubou o preço do petróleo, levando a uma crise grave na Venezuela e na Rússia.

Outra agravante desta crise está no fato de que a China, vítima de ataques especulativos em suas bolsas de valores e realizando políticas anticíclicas e de contratendências a queda de suas taxas de lucro vem reduzindo a demanda de consumo de pelos produtos primários da América Latina, que em 2015 contribuiu para derrubar o PIB dos países do Mercosul.

No entanto esse cerco dos EUA e UE forçou a Rússia e a China a aumentarem exponencialmente suas relações econômicas, políticas e militares, e levou os dois países a iniciarem transações comerciais internacionais sem o uso do dólar Norte-Americano e a acelerarem a criação do banco dos BRICS.

Houve uma intensificação nas relações econômicas e militares com a América Latina. Na Venezuela a Rússia fechou um acordo militar. Na Nicarágua, a China esta para construir um novo canal do Atlântico-Pacífico, que rivalizará com o Canal do Panamá. No Brasil e Peru a China planeja construir a ligação da estrada de ferro que também ligará o Atlântico ao Pacífico, além de 30 Bilhões de investimentos nas industrias Mercosul e também uma base área na Argentina. No entanto, todos esses investimentos estão ameaçados com as intervenções políticas no EUA na América Latina e demais membros do bloco de países alinhados com a Rússia e a China.

O Imperialismo também voltou sua cobiça para a América Latina e pretende retomar o controle econômico e político sobre a região. Foi vazado por Eduard Snowden em 2013 e 2014 informações que revelaram a espionagem da CIA desde 2010 sobre a Presidente Dilma e o Ministério de Minas e Energia, com o claro objetivo de obter informações políticas e econômicas, principalmente sobre o Pré-sal e a Petrobrás.

O imperialismo vem organizando as facções burguesas pró-imperialistas com movimentos de ruas, lockouts e sabotagens econômicas em vários países da região, começando com Venezuela, Equador, Argentina e agora no Brasil. No Brasil, desde 2014, a ação da Lava-Jato da PF em conjunto com o juiz estrelinha da Globo, Sergio Moro, reduziu ou paralisou as atividades da Petrobras e das empresas off shore de óleo e gás, e paralisou as grandes empreiteiras do país, como Odebrecht, que prestam serviços por licitações nas três esferas do Estado brasileiro.

Essa verdadeira operação de sabotagem não só vem servindo para desestabilizar diretamente o PT e o governo Dilma, mas também desempregou milhares de trabalhadores ou talvez milhões se considerar o setor de serviços que gera empregos indiretos em torno das atividades industriais. Essa sabotagem é também o principal meio para quebrar com o que sobrou de estatal da Petrobras e será uma forma de reverter o regime de partilha do Pré-sal para colocar na jogada as empresas petroleiras anglo-americanas, como ja vem defendendo o PSDB no Congresso.

Mas o pior de tudo é que o próprio governo Dilma é vítima e cúmplice da pressão do imperialismo e dos bancos, e por isso montou um ministério de crápulas, dando o controle da economia do país para o ministro Joaquim Levi, homem de confiança do Bradesco, que aprofundou a recessão econômica como suposta forma de combater a inflação e cortar gastos do governo, mas que só melhorou mesmo o lucro recorde dos bancos e vem reduzindo e cortando de verdade os direitos dos trabalhadores a destruído e paralisado milhares de postos de trabalho nas indústrias e no comércio.

A real intenção de Levy, e por traz dele os bancos privados junto com a Operação Lava Jato, é um processo de desindustrialização coordenada com o as multinacionais imperialistas, que vai sucatear e privatizar as ultimas empresas estatais do país, como a Petrobrás e a Eletrobrás (setor primário), e a destruição do parque industrial nacional de bens de consumo (automóveis, eletrodomésticos, etc.) com a transferência para países da Aliança do Pacífico (México, Colômbia, Peru e Chile) cuja aliança na verdade é um livre comércio que favorece aos EUA.

CONTRA OS ATAQUES DO CONGRESSO E DO GOVERNO DILMA/LEVI!
CONTRA O GOLPISMO DA DIREITA, MAS NENHUMA CONFIANÇA
NO GOVERNO PT/PMDB!


Por tudo isto os trabalhadores não podem nutrir nenhuma ilusão que as burguesias dos BRICS vão oferecer qualquer resistência consequente contra a ofensiva imperialista, ao golpe de Estado seja qual a forma que ele se manifeste (impeachment, novas eleições ou mesmo golpe militar). Devem combater a direita por todos os meios sem abrir mão da construção de uma Frente Única anti-imperialista e antigolpista com as organizações de massa do país, a CUT, o MST, o MTST, como nas manifestações do dia 20 de agosto, exigindo que os aparatos destas organizações de massas que convoquem e construam uma verdadeira greve geral contra o Golpe. Pela criação de comitês de Luta nas fábricas, nos bairros, nos sindicatos em defesa dos nossos direitos e contra qualquer movimento golpista, aliados ao armamento e milícias sindicais e populares para defender os partidos de esquerda, sindicatos, associações, etc.; a anulação de todas as medidas antioperárias e antipopulares neoliberais de Lula e Dilma e seguir a luta pela estatização dos setores estratégicos e energéticos do Brasil, dos recursos naturais nas mãos dos estrangeiros imperialistas, sob o controle dos trabalhadores, a suspensão dos direitos de concessões a mídia golpista, a nacionalização das empresas (incluindo igrejas) que patrocinam o golpismo pró-imperialista.

Toda esta luta contra a direita, o imperialismo e o golpe de Estado, cuja vítima principal será a classe trabalhadora, como já estamos vendo pelo simples fortalecimento dos setores de direita no Congresso (redução da maioridade penal, terceirização, reforma política, etc.), também deve estar combinada a estratégia da superação das ilusões das amplas massas no covarde e aburguesado PT, na luta por um partido operário e revolucionário que conduza os trabalhadores a tomada do poder através da revolução social.
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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O que é e pra onde vai a Frente Comunista dos Trabalhadores (FCT)?



Este é um documento interno que o Coletivo Lenin defende em sua maioria e que trata de divergências com a linha geral da FCT, frente que compomos atualmente. Ele foi escrito há mais de um mês e por isso pode se encontrar defasado em algumas poucas questões; no entanto achamos proveitoso divulgar publicamente este debate, por este tratar de temas importantes de serem discutidos, inclusive para além das organizações envolvidas.

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       Após alguns meses de experiência numa atuação conjunta com as organizações que fazem parte da FCT e após algumas discussões sobre avaliação desta frente pelos militantes do Coletivo Lenin, se faz necessário escrever este documento para expor algumas posições que ficaram claras com o passar do tempo. Este texto servirá para discutir sobre a caracterização e o funcionamento da dita frente e trazer à tona as divergências mais importantes que observamos nesses meses de experiência. É importante ressaltar que algumas dessas divergências representam a posição majoritária dentro do Coletivo Lenin, enquanto outras, por ainda não terem sido discutidas e/ou por serem consideradas dispensáveis de centralismo são posições apenas dos militantes que assinam este documento. Cada uma das posições expressas a seguir será associada como sendo uma ou outra.


O que é a FCT?

Nesse ponto, traremos nossa caracterização da FCT. A Frente Comunista dos Trabalhadores era antes conhecida como Comitê Paritário. Para não se perder numa discussão sobre nomes, quando nos referirmos à Frente Comunista dos Trabalhadores, estaremos também nos referindo ao Comitê Paritário, uma vez que entendemos que a proposta trazida por tal espaço continuou a mesma, mesmo com a mudança de nome.
Qual seria então essa proposta? A FCT se configurou, desde o seu início, como uma frente, ou seja, um espaço para reunir organizações, correntes e militantes independentes em torno de demandas em comum. Não podemos falar por todas as organizações que decidiram compor tal espaço, mas o Coletivo Lenin decidiu construí-lo por entender a necessidade de se aproximar de organizações que possuem uma atuação e programa próximos aos nossos, além de coordenar ações em comum com essas organizações e também da importância de existir um espaço permanente com princípios minimamente revolucionários, que pudesse ser uma opção para a extrema esquerda que se encontra dispersa e a outras organizações e partidos que não conseguem seguir tais princípios. Como tal espaço se propôs a ser uma frente, tais princípios deveriam ser mínimos para tentar juntar o máximo de organizações possíveis (com programas diferentes) em torno de necessidades comuns. Na nossa opinião, isso se configuraria numa atuação e propaganda baseada na independência de classe, democracia para discussões de decisão de atuação conjunta e a denúncia e combate do Estado burguês e dos demais inimigos da classe trabalhadora.
Acredito que houvesse a intenção de alguns companheiros e organizações de, a partir da experiência da FCT, de se criar uma organização formal e centralizada. No entanto, isso ainda não aconteceu. A FCT ainda é uma frente descrita nos termos acima e entendemos, como colocaremos aqui os motivos, que criar uma organização neste momento seria um grande erro.
É importante frisar que a FCT ainda é uma frente porque nos parece que está havendo uma confusão sobre isso. Para esclarecer essa questão dialogaremos com o texto da segunda edição do jornal, na primeira página após a capa, intitulado “Quem somos – Frente Comunista dos Trabalhadores”. Citamos agora alguns trechos que, na nossa opinião, deixaram claro que a proposta da Frente Comunista dos Trabalhadores mudou.
“A FCT se constrói como uma aliança internacional de trabalhadores comunistas sob a perspectiva da reconstrução da IV Internacional e da revolução permanente”

O Coletivo Lenin não defende a reconstrução da IV Internacional. Entendemos a necessidade de um partido da revolução mundial. Achamos, no entanto, que defender a reconstrução de um órgão que se desfez em dezenas de pedaços é acreditar que a História vai andar pra trás. Além disso, a IV Internacional foi criada em 1938 sob a bandeira do Trotskysmo ser a única opção revolucionária à burocratização stalinista. Revoluções e guerras aconteceram depois e um monte de rachas dos chamados trotskystas, sem contar o surgimento de novas vanguardas. Se apegar a somente uma parcela da luta de classes que aconteceu em mais de meio século para defender um único programa correto (que por sinal, todos os outros 20 pedaços dizem ser o seu) é uma velha tradição dogmática que se nega a enxergar a pouca influência que tem na realidade e se nega a abrir mão de fórmulas mágicas para dialogar com a realidade concreta.

“A FCT está hoje presente em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará. É uma organização com tendências.”

Esperamos ter deixado claro que a FCT não é uma organização. A mera existência desse documento prova que não pode haver organização enquanto as divergências não forem devidamente discutidas. E também sobre como funcionaria tal organização visto que as divergências não serão sanadas na base do convencimento.

“A FCT possui mais de seis meses de existência. Internacionalmente, a FCT é seção do Comitê de Ligação pela IV Internacional, tendência internacional composta também pelo Socialist Fight britânico e pela Tendência Militante Bolchevique argentina com que as tendências da FCT passam a estabelecer relações fraternais.

Há algo de “longe demais” neste trecho. A FCT, além de organização, é agora uma seção nacional de um Comitê que nunca tivemos qualquer contato antes da FCT. Relação de seção é algo muito sério que não pode ser simplesmente estabelecido com uma frente. A frente está aberta para qualquer militante ou organização que tenha acordo com os seus princípios mínimos, mas não está aberta para se tornar seção de outra organização. Além disso, o Coletivo Lenin não passou a estabelecer relações fraternais com quaisquer dessas organizações. Essa discussão não foi levantada dentro do CL. Relações fraternais, apesar do nome legal, exigem de fato, relações fraternais e não somente reconhecimento público. Pouco conhecemos do programa e atuação de tais organizações. E do que conhecemos, temos sérias discordâncias.

“As origens políticas distintas... conduzindo-nos a uma compreensão comum da realidade, ou seja, a um programa comum, e, consequentemente, das nossas tarefas do momento.”

Discutiremos mais adiante nossas diferenças com esse “programa comum” que é segmentado em pontos no jornal. No entanto, mesmo que os militantes do Coletivo Lenin mais empenhados na tarefa de construir a FCT tenham esquecido de colocar tais divergência pelo CL, alguns militantes que assinam este documento já se colocaram contrários nos espaços de discussão da FCT, a pelo menos a um ponto do “programa”. Se tal divergência não é colocada no jornal, nem ao menos uma nota, como feito para a Tendência Revolucionária sobre o voto em Dilma no final do texto, mesmo quando é sabido que ela existe, fica óbvio que a proposta da FCT não é mais a de ser uma frente.


Como funciona a FCT?

A FCT possui alguns espaços de  comunicação entre os militantes das organizações que a compõem, onde um deles se destaca. Para além disso, a FCT se configura na realidade dos movimentos sociais (atos e espaços de movimentos sindicais, populares, estudantis, etc.) quase que completamente através do jornal. Sobre essas duas observações seria razoável concluir que a elaboração do jornal se desse majoritariamente através do  principal meio de comunicação, onde a maioria dos militantes podem acompanhar as discussões de maneira mais prática e dinâmica. No entanto, isso não acontece.
Alguns companheiros do CL aderiram aos espaços de discussão da FCT  tardiamente. Não vou discutir os motivos porque isso aconteceu para não levantar polêmicas desnecessárias. No entanto, aconteceu. Somente no dia primeiro de maio, 3 companheiros do Coletivo Lenin foram integrados aos espaços da FCT . Até essa data foram produzidos dois jornais da FCT sobre os quais as informações sobre como foi feito, como foram decididos os textos, opiniões sobre orçamento e tiragem, etc. foram passadas para nós a nível de informe quando já se estava consumado. Obviamente pode-se argumentar que isso é um problema interno do CL e não da FCT. E se argumentaria corretamente; mas esse não foi o único ponto. O CL, como um todo, após discutir tais questões, tirou suas posições próprias e inclusive decidimos mandar o texto “Os dois pesos e as duas medidas da mídia e da polícia” publicado no dia 15 de março, para ser incorporado ao segundo jornal, que inclusive foi divulgado para toda a FCT . Segundo um companheiro nosso que mais atua na FCT, tal texto não entrou no jornal porque ele “não participou ativamente da edição” do segundo jornal. Será que mesmo o companheiro do CL não tendo participado da confecção do jornal, nenhum outro militante da FCT levou em consideração esse texto na hora da confecção do jornal? Estes pontos nos fazem questionar a boa vontade de alguns companheiros em incorporar uma parcela do Coletivo Lenin em discussões fundamentais (majoritariamente em torno do jornal, principal órgão de divulgação da FCT) e a democracia sobre a qual os textos são escolhidos.
Para não levantar falsos apontamentos, fizemos uma pesquisa nas discussões da FCT anteriores à entrada dos 3 companheiros do CL para averiguar essa situação. Vimos que o jornal não é decidido em reuniões fechadas e burocráticas, e é também divulgado para discussões antes de qualquer decisão final. No entanto, temos severas críticas à forma como isso é feito. Não é clara a maneira como os textos que irão compor o jornal são divulgados previamente e para a grande maioria dos textos, isso sequer acontece. A única maneira que se tem acesso a todos os textos é quando o jornal já está praticamente finalizado. Isso desencoraja o militante que quer se colocar contra, pois sabemos muito bem da possibilidade de acusações de “basismo”, “democratismo”, de estar atrasando a publicação do jornal, que é muito mais importante do que ficar discutindo divergências “secundárias”.
Por exemplo, em relação ao segundo jornal, vimos que no dia 18 de Abril foi proposta uma pauta por um companheiro, uma capa foi proposta no dia 23 de Abril, uma versão provisória no dia 26 de Abril e a versão final já foi mandada para a gráfica no dia 28 de Abril. Para um jornal que se propõem ser bimestral, achamos 10 dias para discussão de todos os textos, que como já dissemos são divulgados apenas parcialmente e de maneira confusa, muitíssimo pouco. Alguns textos, com os quais temos discordâncias enormes nem sequer foram divulgados  e nem estavam na proposta de pauta.
Em relação ao primeiro jornal, é possível observar os mesmo problemas em escala relativamente maior. Entendemos que a primeira empreitada se apresenta sempre como a mais difícil, por isso nos isentamos de fazer críticas mais severas. No entanto, entendemos a necessidade de tentar sanar as debilidades do processo e não se acostumar a elas. Entendemos que essa iniciativa não foi tomada.
Nós vamos adiantar aqui respostas a uma das mais óbvias críticas ou comentários maliciosos que possam ser direcionados a nós. Apesar destas grandes discordâncias, alguns dos companheiros que assinam este documento tiveram a ideia de fazer a atividade de propaganda e divulgação do primeiro jornal na central do Brasil, antes do núcleo da FCT do Rio se convencer da importância dessa atividade. Foram responsáveis também não só pela ideia, mas pela execução da mesma, resultando na passagem de mais de 200 jornais num único dia; atividade que nenhum outro membro da FCT do Rio realizou, mesmo após terem decidido em reunião. Alguns de nós, fomos responsáveis pela maior venda de edições do segundo jornal no primeiro de maio carioca, passagem do primeiro jornal (já antigo) no primeiro de Maio e 29 de Maio e venda de algumas dezenas de exemplares no dia 29. Será que somos bons o suficiente pra vender jornais, mas somos “café com leite” pra participar de sua confecção? Nós que discordamos de diversos pontos do jornal, não estamos sentados criticando e inventando desculpas para não militar como muitos podem pensar. Isso é um argumento de autoridade. Então dizemos a quem possa interessar, que pense duas vezes, antes de dirigir críticas aos militantes que estão aqui manifestando suas divergências.

Por que o dito “programa” da FCT está errado?

Nossas divergências principais se resumem a 3 pontos, que em certo nível estão interligados. São eles:
I)                 Até onde deve ir a frente única com o PT
II)               A ideia de golpe nacional
III)              Frente única com o imperialismo “menos pior”

Tentaremos escrever nossas divergências de maneira rápida e clara, pois nosso objetivo nesse documento é prioritariamente nos manifestarmos e dizer que há divergências sérias dentro da FCT sobre as quais não se pode fechar os olhos nem desconsiderar e não discutir antes de se falar na criação de uma organização.

I)                  Sobre o PT e a frente única

Entendemos que a necessidade de frente única com o PT e demais espaços governistas se faz presente na conjuntura atual. Essa conjuntura é caracterizada por dois pontos. O primeiro é a referência que boa parte da classe trabalhadora ainda tem no PT, muito por conta de seu programa liberal-desenvolvimentista que consegue fornecer migalhas maiores para a classe trabalhadora, mas também por conta da direção deste partido de alguns organismos de base, como sindicatos, DCE’s e movimentos de esquerda. No entanto, como sabemos o PT não representa nenhuma alternativa revolucionária como direção da classe trabalhadora; lugar que só pode ser ocupado por um partido classista de massas e comprometido com a revolução socialista. Esse primeiro ponto, portanto não justifica a frente única com o PT. O segundo ponto, no entanto, retrata de forma mais triste nossa realidade. As organizações de esquerda não conseguem fazer frente ao projeto petista e apresentar uma alternativa concreta para a classe trabalhadora. Isso faz com que não possamos abandonar o PT a sua própria sentença e construir e apostar em espaços mais à esquerda, quando estes simplesmente ainda não existem concretamente. Principalmente num acirramento de conjuntura e pseudo polarização entre esquerda e direita, entre PT e PSDB.
Vimos uma escalada da direita liberal, junto com o que há de pior na humanidade (fascistas, intervencionistas, nazistas, etc.) em torno de um grande coro de “fora PT”. O PT viu parcialmente a necessidade de responder a esta escalada. Por isso mobilizou parcela de sua base, na tentativa teatral de dizer que o governo não sairia sem brigar. Nesse cenário, não nos negamos a nos posicionarmos nesse processo e fazer coro com o governo em espaços que reivindicassem o caráter público da PETROBRAS, contra o corte de direitos trabalhistas, a favor de programas sociais, e também contra o discurso golpista de parte da burguesia. Não nos negamos a combater a direita, tanto ideologicamente, quanto fisicamente quando necessário. No entanto, precisamos entender o processo que levou a esta escalada. O projeto falido de um partido burguês com discurso populista que atacou direitos da classe trabalhadora durante doze anos. A falta de referência da classe numa direção minimamente socialista (que coloque o debate por uma nova sociedade).  A frente única com o PT não pode ser entendida fora desse contexto, porque não pode ser defendida fora desse contexto. Dizemos isso para que não esqueçamos que o PT gere o principal inimigo da classe trabalhadora, o Estado.
A proposta de frente única deve ser colocada com o intuito de parar a ofensiva da direita (do liberal ao nazista), mas deve também denunciar para as bases do PT sobre sua direção. O que parece que é feito na agitação de frente única pela FCT é a exigência de que a direção do partido mobilize suas bases. Isso não poderia ser mais cômico. Acreditar que o PT se arriscaria a mobilizar greves, estando na gestão do Estado. Nossa principal tarefa na frente única, junto com a luta contra a direita, deve ser a de denúncia do PT e não de confirmação que só o PT pode parar o golpe. Uma organização revolucionária, por menor que seja, tem que se colocar como alternativa e não se esconder debaixo das asas de um partido que é a sombra do que já quis ser um dia.
Isso nos parece ficar claríssimo na posição de defender o voto crítico em Dilma no ano passado. Alguns companheiros do CL publicaram um documento com uma posição alternativa ao voto crítico no PT em 2014 no segundo turno. O texto coloca argumentos de forma mais ampla e desenvolvida. Seu nome é “Sobre as eleições e o segundo turno” e pode ser acessado no link seguinte http://coletivolenin.blogspot.com.br/2014/10/sobre-as-eleicoes-e-o-segundo-turno.html . A única posição aceitável de uma organização classista sobre eleições burguesas (declarações ou candidaturas) é aquela que se centre na denúncia do sistema eleitoral. Centrar significa tornar o centro. Não foi o que aconteceu com boa parte da esquerda que agitou tanto o voto crítico em Dilma. O que foi visto e é repetido ainda hoje é uma mistura de desespero e confusão, representados na criação de argumentos ultimatistas, que usam o pretenso golpe (antes militar, agora eleitoral, agora só publicitário) como desculpa para a posição em questão. Se cria uma atmosfera de golpismo, dando ênfases catastrofistas a alguns acontecimentos para justificar a frente única até as últimas consequências com um partido “menos pior”. Entendemos que as desculpas utilizadas para bater na direita e se esconder atrás do PT é não só esquecer que a sociedade se divide em classes e não em PT / PSDB, como fechar os olhos para as dificuldades apresentadas aos revolucionários nas eleições e na sociedade de maneira geral.
Achamos que esse aspecto se alastra por um amplo espectro de posições da FCT, relegar para segundo plano a luta de classes real em prol de golpismos de partidos burgueses, ou jogos de engravatados imperialistas. Como se o partido burguês que está no núcleo do Estado ou o lugar onde será a próxima copa do mundo fossem pontos mais importantes para a classe trabalhadora do que os eventos e lutas que a classe trabalhadora de fato participa. Para reflexão, nós gostaríamos de perguntar aos companheiros que votaram em Dilma no segundo turno do ano passado: O que teria acontecido de tão diferente caso o PSDB tivesse ganho as eleições? Depois de todos os ataques a direitos trabalhistas, cortes de serviços sociais, já se passou quase um ano das eleições e nós não conseguimos imaginar como o PSDB teria servido tão bem ao capital como o PT está fazendo.


II)               A ideia de golpe nacional.

Já adiantamos algo de nossa posição em relação a este ponto. Entendemos que o alarde de golpe nacional para a ordem do dia é uma das táticas (a mesma utilizada pelo próprio PT nas eleições inclusive) para induzir a classe trabalhadora a achar que a sociedade está completamente polarizada entre aqueles que odeiam o PT e são malvados e aqueles que precisam defender o povo do retrocesso. Isso parece aliviar a consciência de alguns militantes para correr pra debaixo da saia do todo poderoso PT, com todo seu aparato sindical e história de origem do movimento operário e deixar em segundo plano a carnificina de direitos trabalhistas, arrochos fiscais e salariais, venda de bens e empresas nacionais que o PT em toda a sua glória tem colocado em prática.
Entendemos a possibilidade de algum tipo de golpe (militar ou institucional) como muito remota e isso desde todo o início das manifestações da direita desse ano, das eleições de 2014, dos atos de 2013 (como inclusive alardeou um de nossos próprios militantes), etc.. A ideia de golpe, até onde nos lembramos foi colocada nas próprias eleições de 2010 (somente como golpe eleitoral) por alguns militantes do CL.
Entendemos um grave erro de avaliação das organizações e militantes que usaram como argumento de autoridade a piora na “correlação de forças” e decidiram dar um giro nas posições eleitorais e defender o voto crítico em Dilma (que de crítico não teve lá grande coisa) por medo do tal golpe que estava logo ali na esquina. Mesmo já tendo passado algum tempo, os companheiros que defenderam essa posição erroneamente ainda não admitem o erro e não fizeram autocrítica. Continuam usando artifícios, como frases do tipo “a direita mudou sua tática”, ou “a burguesia se redirecionou”, ou qualquer outra coisa do tipo para dizer que eles estiveram certos o tempo todo, mas foi a realidade que mudou.
O golpe nunca esteve perto de acontecer. Não houve articulação das forças armadas. O movimento “fora Dilma e PT” não tomou corpo orgânico. O que aconteceu foi uma parcela minoritária da burguesia, com suas mídias e palanques agitando palavras de ordem de contra corrupção e tentando manchar a imagem de um partido “patinho feio” da burguesia imperialista. Isso não é novidade pra ninguém, muito menos pra nós.
Apesar de entender o golpe como algo muito remoto de acontecer, ao contrário de alguns militantes, não somos cegos para a dialética da realidade e entendemos que essa possibilidade existe. E que o discurso da direita mais presente nas ruas abre portas para o aparecimento de organizações e atitudes fascistas e anticomunistas, como o ataque a partidos políticos e minorias oprimidas. Por isso temos total acordo com a palavra de ordem de frente única antifascista.
Uma organização revolucionária não pode apoiar suas análises em impressionismos, mas mais do que isso, não pode tentar transformar seus erros em acertos usando desculpas esfarrapadas. A autocrítica de erros não deve ser temida, pois é uma ferramenta poderosa para trilhar no caminho de acertos.


III)              Frente única com o imperialismo “menos pior”

Este ponto especificamente não apareceu no “programa” da FCT. No entanto, parece ser uma posição bastante presente na cabeça de alguns militantes da FCT. Para este ponto, vamos transcrever a contribuição individual do companheiro R a cerca desse tema:
“1. A atual discussão começou sobre a caracterização da Grécia, mas logo evoluiu pra um debate sobre o imperialismo. Como essa é uma das duas grandes diferenças que eu tenho com o CLQI (a outra é sobre questão da mulher, e pode ser que haja diferenças sobre a questão negra), vou aproveitar aqui pra defender melhor a minha posição e criticar a do CLQI.

2. Antes, vou explicar a minha linha sobre a Grécia:

- a Grécia é um país imperialista de segunda linha (indústria naval e capital financeiro, que explora os Bálcãs e o Chipre), comparável a Portugal.
- A saída da UE seria uma solução nacionalista a serviço da burguesia.
- A eleição da Syriza não foi o resultado de uma situação pré-revolucionária. Portanto, a pressão principal não vai ser das massas querendo ultrapassar os limites do governo, e sim da Troika para derrotar o governo e mostrar que a austeridade é inevitável
- Por isso, o eixo da política deve ser a defesa da frente popular contra a Troika, sempre mantendo uma política de exigências e denúncias. Para aproximar e organizar a base da Syriza, se deve chamar a formar comitês de base, como Trotsky defendeu na frente popular francesa. Uma linha de ataque frontal ao governo só seria válida se ele passasse a implementar os planos de austeridade.
- é possível que a frente popular consiga algumas vitórias, o que será positivo, porque vai quebrar o mito de que é impossível vencer a austeridade
- a linha sectária do KKE, de escolher a Syriza como alvo principal, é comparável à do PSTU no Brasil, com o agravante de que a Syriza é reformista. Ou seja, é stalinismo do terceiro período.

3. Do ponto de vista da teoria, existem dois níveis. Um é o do capital social, ou seja, de todos os capitais. O outro é o nível da relação entre os diferentes capitais, ligados aos Estados. A Rosa analisou o primeiro nível, o Lênin o segundo. O problema é que o segundo nível depende do primeiro, ou seja, pra entender a relação entre os Estados, é preciso entender o estágio atual do capitalismo como um todo. O próprio imperialismo só existe por, a partir de determinada época, o desenvolvimento desigual do capitalismo (que sempre existiu) passou a englobar continentes inteiros.

Por que eu tô falando isso?

Porque existe uma visão no movimento que iguala dependência política e ser uma semicolônia. Um país pode ser dependente de um imperialismo mais forte, e ainda assim ser imperialista. Ou pode oprimir outra nação e ainda assim ser semicolonial. O imperialismo é o estágio superior do capitalismo, o que vai definir se um país é imperialista ou não é se ele chegou ao nível monopolista do capitalismo.

4. Até nos clássicos existe muita confusão sobre isso. Eu vou citar três exemplos:
- No Imperialismo, o Lênin diz que Portugal era um país dependente, apesar do grande império colonial africano.
- No mesmo livro, ele diz que a Argentina não é semicolonial (o Gerry deve lembrar que o Grant usou essa citação pra não defender a Argentina na Guerra das Malvinas)
- Trotsky considerava a Sérvia imperialista, porque ela dominava a Bósnia e a Croácia.

Os setores oportunistas usaram essas indefinições para defender a "independência nacional" de seus países imperialistas. Por exemplo, o PC canadense defendendo que a tarefa principal era lutar pela "soberania nacional" contra os EUA. Ou os lambertistas, que dizem que todos os problemas sociais da Europa serão resolvidos rompendo com a UE.

5. Bem, então já dá pra entender melhor a minha posição. Vou resumir aqui pra ficar mais claro (sem me aprofundar na relação entre os níveis etc., que não caberia aqui):

- O critério para definir se um país é imperialista é econômico, é o nível de desenvolvimento do capitalismo, ou seja, país avançado, que tem capital monopolista e financeiro próprio, é país imperialista.
- o Lênin já falava em outros graus intermediários entre colônia, semicolônia e país imperialista. No mundo de hoje, eu diria, que a cadeia imperialista é: EUA - imperialismo europeu (que tem interesses parcialmente contraditórios com as burguesias alemã, francesa e inglesa), imperialismos de segunda linha (por questões geográficas, os imperialismos russo e chinês são imperialismos de segunda linha que cumprem o papel de potências regionais), subimperialismos (Brasil, África do Sul, Índia etc., países dependentes mas associados ao imperialismo), países capitalistas dependentes (= industrializados), semicolônias e colônias.
O objetivo não é falar de TODOS os países, por exemplo eu não falei de casos bizarros como Mônaco, Vaticano, Groenlândia etc.
- Existe uma integração econômica muito maior que na época do Lênin. Isso é a base material da UE, e significa que as formas mais violentas de conflitos interimperialistas estão excluídas, como as guerras mundiais.

6. Depois disso, vou criticar a posição do CLQI, colocada principalmente no documento do German sobre o Núcleo Russo-Chinês

Eu considero a linha dos companheiros um erro estratégico desastroso, porque significa o alinhamento a longo prazo com países imperialistas de segunda linha contra os EUA e a UE.

Os companheiros devem saber das minhas divergências sobre a Ucrânia, onde eu defendo a dupla derrota (contra o governo de direita pró-UE com componentes fascistas, e as "repúblicas democráticas" fantoches da Rússia, também com componentes fascistas), justamente por essa diferença de análise.

7. A outra crítica que eu faço aos companheiros do CLQI é sobre a questão das resistências anti-imperialistas, que não está diretamente ligada a essa análise econômica. Eu sou contra o critério objetivista dos companheiros, que consideram que qualquer setor que se enfrente com os países imperialistas é anti-imperialista.

Como consequência da destruição contrarrevolucionária da URSS, houve um florescimento de setores que acreditam numa utopia pequeno-burguesa regressiva de "volta atrás no tempo" e rejeitam a sociedade capitalista em bloco. É o caso do fundamentalismo. Eu não considero que seja possível formar uma frente única anti-imperialista com eles, somente com setores nacionalistas de esquerda ou socialistas no sentido amplo da palavra.

Essa diferença apareceu no caso Charlie Hebdo, em que eu fui contra a posição do CLQI, porque entendo que o atentado representava a imposição de uma concepção medieval de punir a blasfêmia.


Bem, eu acho que consegui explicar o fundamental das divergências. Qualquer dúvida, é só me falar!”

Apesar desse texto acima ter sido escrito num momento diferente deste documento, decidimos fazer uso dele por tratar de um dos pontos que consideramos importantes de serem discutidos, cujos posicionamentos que tem ido a público em nome da FCT consideramos estarem errados. Como exemplo, temos o texto “A agressão dos EUA contra a Ucrânia e a Frente Única Anti-imperialista” do segundo jornal da FCT, cujo trecho é citado abaixo:
 “Estamos contra os EUA, que é o principal inimigo da classe trabalhadora mundial, os oligarcas e Putin são inimigos que ocupam um posto secundário. Há muitas pessoas de esquerda do movimento operário, que veem os EUA e a Rússia como inimigos iguais da classe trabalhadora, mesclando tudo e se recusam a adotar uma política que defende a derrota do imperialismo americano. Elas tornaram-se liberais burgueses e são anticomunistas”.
Pode-se notar que a posição colocada se parece muito com da caricatura de um militante adolescente que tem seu primeiro contato com as injustiças do capitalismo e decide como ato político parar de tomar Coca-Cola ou não depositar dinheiro no banco mais rico; ou seja, se personifica as contradições do capitalismo nos EUA e na UE, e se coloca um sinal de igual entre luta anti-imperialista e luta antiamericana ou anti-europeia.
Cabe aqui um esclarecimento sobre a posição de dupla derrota. É preciso entender que essa posição é produto de nossa análise centrada na luta de classes da sociedade e não no conflito de duas ou mais frações da burguesia num determinado momento. Entendemos que a classe trabalhadora (Ucraniana e mundial) não deve depositar esperanças num lado ou em outro de uma guerra burguesa com componentes fascistas em ambos os lados. Defendemos uma dupla derrota das direções de ambos os lados (pró-EU e pró-Rússia) por entender que nenhum dos dois lados representa o interesse da classe trabalhadora, como tem feito algumas organizações anarquistas e o próprio SU. Entendemos que caso fosse possível estar intervindo na Ucrânia, tanto no oeste (principalmente antes do golpe que depôs o presidente Yanoukovitch), quanto no leste, nossa postura deveria ser a de uma terceira alternativa, atuando com a propaganda classista nos espaços de base e de luta contra a burguesia e o imperialismo (euro-americano ou russo).
Voltando à posição da FCT, esse parece ser mais um dos pontos onde o impressionismo toma o lugar do materialismo. Qualquer acontecimento no cenário mundial (e às vezes até nacional ou regional), por menor que seja, parece ser a última gota d'água, a fagulha de uma revolução mundial ou de uma nova guerra mundial. A falta de compreensão de como o capitalismo se reorganizou faz com que algo que pode parecer estranho à primeira vista (apesar de ser só mais uma manifestação contraditória, própria do capitalismo) terá grandes repercussões. Quando na verdade, o que a burguesia imperialista menos quer hoje é uma guerra mundial. Fica um jogo de poder, troca de insultos sutis entre chefes de Estados, demonstrações de força e até intervenções em pontos específicos (como o caso da Ucrânia); mas não há indício material de que passará disso.
Essa avaliação nos coloca sempre com a arma na cabeça e nos força a escolher entre lados, que são ambos nossos inimigos; além de relegar para segundo plano a luta de classes, que é raiz teórica do método do materialismo dialético e raiz prática do desenvolvimento histórico e social. Isso nos engana a pensar que a coalização russo-chinesa seja muito mais importante do que a revolução curda, por exemplo. Ficamos pensando que a dinâmica social é ditada diretamente por meia dúzia de chefes de estado e não enxergamos ou não ligamos as verdadeiras demonstrações de força da nossa classe pelo mundo a fora.


Pra onde vai a FCT?

Está havendo a organização do congresso da FCT, onde acreditamos que alguns companheiros colocarão a necessidade da criação de uma organização centralizada a partir do processo de fusão. Não cabe a nós tentar coagir os companheiros a não proceder com esse processo, nem usar de manobras políticas para impedir que isso ocorra.  No entanto, esperamos ter deixado claro que isso é um erro. Esse documento foi uma tentativa inicial de deixar claro nossas divergências com a linha política que até o momento tem predominado nos jornais da FCT. Nossa intenção foi de expor de maneira rápida e concisa essas divergências e não realizar um trabalho de convencimento de nossas posições, que levaria a muito mais páginas de texto. Com isso, pedimos que esse documento não seja encarado como um devaneio de alguns poucos militantes, mas que seja instrumento para uma reflexão sobre os pontos que levantamos. Estaremos abertos a críticas e disponíveis para esclarecimentos daqui em diante.
Nossa intenção principal ao levantar essas discussões foi a de mostrar que a FCT não está pronta para passar por um processo de fusão. As discordâncias para um programa em comum seriam muito grandes, onde a disputa interna em torno de tal programa seria muito desgastante e ofuscaria a militância no movimento, que acreditamos ser uma das prioridades nesse momento.
Propomos, portanto que a FCT continue como uma frente, baseada nos princípios que colocamos no início do texto e que se amadureça a discussão sobre os pontos centrais de divergências, até que o compromisso com a criação de uma nova organização seja acolhido por todas as organizações.
Em relação ao jornal, entendemos que o jornal da FCT é um ótimo instrumento de intervenção no movimento e, portanto gostaríamos de continuar a trabalhar com ele. No entanto, entendemos que as posições políticas que saíram na última edição nos colocaram numa situação política embaraçosa, onde tivemos que vender um material com o qual temos desacordos significativos. Ainda assim, decidimos nos comprometer com a sua divulgação. Queremos dizer que não iremos nos comprometer caso a mesma coisa aconteça novamente na próxima edição. Poderíamos requerer um espaço no jornal para colocar nossas divergências e pressionar para que textos com nossa posição fossem incluídos; mas nós apreciamos o jornal porque achamos que foi um ótimo passo na confecção de um material para as massas, onde divulgou-se lutas da classe trabalhadora regionais, nacionais e internacionais e uma política classista com palavras de ordem de transição. Nossa última intenção é que o jornal se torne um fórum de bate boca entre frações de uma frente muito pequena, cujas tarefas são muito maiores do que a necessidade de tentar convencer a parcela minoritária classe trabalhadora que conseguimos dialogar com o jornal sobre qual posição é a correta em episódios ou espaços que não temos a menor possibilidade de intervir.
Queremos deixar claro que gostaríamos que o único foco principal do jornal continuasse sendo a divulgação das lutas da classe trabalhadora, agitação de palavras de ordem de transição, defesa das conquistas trabalhistas, etc.. Não nos negamos a ajudar a construir uma posição conjunta sobre novos temas que possam surgir com a realidade nem queremos restringir ao extremo o perfil do jornal; por exemplo, os artigos sobre teoria “Comprovado: o universo sempre existiu, mas o Big Bang não” do primeiro jornal e “Do domínio do homem sobre a natureza a luta pelo socialismo” são dois textos que não se incluem no foco principal que propomos, mas que temos total acordo sobre a sua presença, desde que de forma minoritária, como aconteceu nas duas últimas edições.
Queremos, portanto exigir uma maior transparência na confecção do jornal, onde todos os textos que forem propostos para o jornal sejam disponibilizados no principal espaço de discussão da FCT  e claramente indicados que estão sendo propostos para o jornal; e que a partir disso seja feita uma lista com todos os títulos dos textos que foram aprovados e irão de fato compor o jornal com um mínimo de 1 semana de antecedência a confecção do jornal na gráfica, para que todos os interessados possa ler e se posicionar e propor possíveis alterações.
Por fim, agradecemos a todos pela paciência que dedicaram em ler este texto, apesar de sabermos que muitos companheiros irão discordar de nossas posições. Mais uma vez, nos colocamos disponíveis para críticas e conversas visando esclarecer quaisquer de nossas posições aqui expressas ou sobre outros assuntos.

Abraços.


Um dos companheiros que assina este documento destaca duas divergências. Acha que a possibilidade de golpe parlamentar foi maior do que o texto deixa a entender principalmente durante os atos da direita no meio do primeiro semestre deste ano. E acha também que o documento deveria deixar claro o indicativo de se manter a FCT, mesmo que o congresso decida por fundar uma nova organização, entre esta nova organização e o CL.


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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Greve dos trabalhadores da previdência (LC)

http://lcligacomunista.blogspot.com.br/2015/08/greve-dos-trabalhadores-do-inss.html?m=1

GREVE DOS TRABALHADORES DA PREVIDÊNCIA

Servidores do INSS se levantam em greve em resposta à política do governo Dilma/PT de ataques aos direitos dos trabalhadores, arrocho salário e por melhores condições de atendimento à população


Raimundo Dias, trabalhador do INSS, simpatizante da LC
e colaborador do Folha do Trabalhador no Cariri.



Seguindo o exemplo de outras categorias do serviço público federal, como Universidades e Judiciário, os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) se declararam em greve por tempo indeterminado desde 07/07/2015. A medida é uma resposta à truculência do governo do PT em tentar descarregar nas costas dos trabalhadores a conta da crise que, embora peremptoriamente alardeada pela mídia golpista, apenas se avizinha da economia brasileira.

Este movimento paredista é o primeiro após os previdenciários terem amargado uma tremenda derrota na greve de 2009, quando, mesmo tendo sido cumpridos todos os requisitos legais e antes mesmo de seu início, a greve foi declarada ilegal pelo Supremo Tribunal Federal, fato que demonstra que quando se trata de atacar os direitos da classe trabalhadora há uma aliança dos poderes da república em defesa do Estado capitalista. Na ocasião, além de não terem sido atendidas nenhuma das reivindicações, ainda foram descontados do salário dos servidores todos os 29 dias parados.

As consequências desta derrota foram sentidas pela categoria nos anos seguintes, com a introdução de metas, aumento da carga horária para 40 horas semanais, arrocho salário e publicação da IN 74, que responsabiliza o servidor em caso de erro da concessão, obrigando-o ao ressarcimento ao erário dos valores de benefícios recebidos indevidamente, mesmo que não seja comprovada a intenção do servidor em fraudar a previdência.

 Todas estas mudanças tiveram impactos negativos na saúde dos servidores que, acossados pela possibilidade de não receberem seus proventos de forma integral, estes atrelados ao cumprimento de metas cada vez mais absurdas, passaram a adoecer em massa, o que teve impacto direto no já precário atendimento à população e aumentado ainda mais a já enorme fila virtual no sistema de agendamento de atendimento, que foi o meio criado pelo governo para esconder a carência de quase 15 mil servidores no órgão. 

Todavia, o ponto de inflexão da postura dos servidores do INSS frente às investidas do governo ocorreu quando a presidente Dilma iniciou sua campanha nefasta de limitação ao acesso de vários benefícios sociais e previdenciários, através da edição das Medidas Provisórias 664 e 665. Tais medidas afetaram não somente a classe dos previdenciários, mas o conjunto da classe trabalhadora, o que fez emergir novamente o espírito de luta e solidariedade de classe da categoria. Por este motivo, os servidores do INSS, que hoje se levantam em greve com uma adesão de 85% da categoria, segundo dados da Fenasps, estão em luta não apenas por aumento salarial, mas por melhores condições de trabalho e atendimento à população e contra a política de eliminação dos direitos dos trabalhadores levada a cabo pelo governo do PT. Portanto, resta claro que a vitória desta greve não será apenas uma vitória da categoria, mas do conjunto da população trabalhadora, que depende dos serviços do INSS.

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