QUEM SOMOS NÓS

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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

MORADORES DAS FAVELAS: A HORA É DE LUTAR!

Panfleto que vem sendo usado pelo Coletivo Lenin nas mobilziações das favelas no Rio de Janeiro


O Coletivo Lenin é uma pequena organização marxista baseada no programa da extinta IV Internacional, o Partido Mundial da Revolução Socialista. Nosso maior objetivo é reunir e formar uma sólida vanguarda comunista dentro dos movimentos sociais para fundar um Partido Revolucionário dos Trabalhadores, capaz de alavancar a luta pelo socialismo nacional e internacionalmente.


Desde o lançamento do Choque de Ordem pela Prefeitura do Rio de Janeiro, controlada pelo PMDB, nós do Coletivo Lenin vimos alertando a população pobre e trabalhadora do Rio para a onda de ataques que se encaminhavam com a vinda da Copa e das Olimpíadas para a cidade. Desde então, diversas ocupações de sem-teto já foram despejadas e centenas de camelôs foram agredidos, tiveram suas mercadorias levadas e seus depósitos queimados.

Agora chegou a vez das favelas. Após as fortes chuvas que abalaram a cidade no mês de Abril, a Prefeitura de Eduardo Paes arranjou a desculpa perfeita para poder removê-las sem se queimar com a população da cidade. Alegando que as comunidades correm sério risco e apresentando como justificativa laudos falsos, a Prefeitura vem retirado mais e mais moradores de suas casas e dando em troca o mísero Aluguel Social de R$400, que mal dá para pagar a comida para uma família, quanto mais pagar uma moradia digna.


Os verdadeiros interesses da Prefeitura

Mas afinal, porque a Prefeitura está tão interessada em remover diversas favelas? O que ela ganha com isso? É simples: Eduardo Paes só conseguiu se eleger tendo sua candidatura financiada por banqueiros e empresários, pois é assim que as coisas funcionam no sistema capitalista. Até mesmo Lula só chegou onde está se vendendo para os patrões contra quem dizia lutar. E como diz o velho ditado “quem paga a banda escolhe a música”. Assim, por trás das remoções estão os interesses dos empresários em utilizar o espaço privilegiado de diversas comunidades para construir hotéis para os turistas, sedes de empresas, shoppings e por aí vai. E tudo isso nós pudemos ver em menor escala, mas com total clareza, em 2007, quando o Rio sediou os Jogos Pan-Americanos.

Não podemos acreditar que os Governos são neutros ou que estão a serviço dos trabalhadores. Vivemos em uma sociedade dividida em classes, onde os interesses de um grupo só se concretizam quando conseguem derrotar os de outro. O mesmo patrão que explora os moradores das favelas e demais trabalhadores é quem colocou Eduardo Paes no poder e agora está atacando as comunidades. Da mesma forma, a polícia racista do Estado não existe para garantir a segurança dos trabalhadores, mas sim para por em prática uma política de extermínio da população negra e pobre. Política essa que está diretamente ligada aos interesses dos patrões em gastarem cada vez menos com melhorias sociais.

Organizar para resistir

A única forma de resistirmos a esses ataques de Eduardo Paes, do Governador Sérgio Cabral (PMDB) e do Prefeito de Niterói, Jorge Roberto (PDT) é nos mobilizarmos e unirmos. Os patrões e seus lacaios no governo já aprenderam essa lição há muito tempo e por isso mesmo vêm sendo bem-sucedidos em seus ataques contra a população pobre e negra do Rio e também contra a classe trabalhadora em geral.

Não podemos depositar confiança alguma nesses governos. Da mesma forma, não podemos dar credibilidade a companheiros como o deputado Marcelo Freixo do PSOL quando estes se limitam a propor pequenas reformas do Estado, como o aumento do Aluguel Social ou quando tentam desviar as mobilizações para dentro dos palácios de governo, através de Audiências Públicas que não ajudam em nada. Mas se é assim, então qual é a saída?

Nós do Coletivo Lenin defendemos que o mais importante no momento é lutar por um plano de obras que garanta moradia de qualidade para os que vivem em favelas e comunidades carentes, dando prioridade para aqueles que se encontram em áreas de risco. E esse plano de obras deverá ser pago com o lucro dos patrões. Somos nós, trabalhadores, que produzimos toda a riqueza do país, mas essa riqueza acaba parando nas mãos de uma minoria, que a usa para pagar carro do ano, mansões luxuosas e viagens ao exterior. Está mais do que na hora de nós mesmos decidirmos o que deve ser feito com o fruto do nosso suor!

Por isso, chamamos todos os moradores de favelas a se organizarem através de suas Assembléias de Moradores para discutir e se mobilizar. Mas não podemos parar por aí. Se quisermos que nossa luta seja vitoriosa devemos também integrar as diversas comunidades em uma só campanha de enfrentamento contra governos e patrões. Para isso, precisamos romper com aqueles que se propõem a organizar nossa luta, mas acabam conciliando com a Prefeitura e seus aliados. Devemos tornar essas assembléias espaços democráticos onde todos possam discutir suas opiniões e fazer valer as decisões da maioria.

Pela união com o movimento sem-teto

Acreditamos, ainda, que a luta dos moradores de favelas contra as remoções é exatamente a mesma luta das ocupações de sem-teto contra os despejos. Ambos setores da classe trabalhadora sofrem com a especulação imobiliária e com a super-exploração da mão de obra negra e feminina, que recebe os salários mais baixos e é jogada para os piores postos de emprego. A luta por moradia é uma só, companheiros!

E por isso mesmo, estamos mobilizando diversos sem-teto do Rio de Janeiro através da Frente Internacionalista dos Sem-Teto (FIST) para garantir um dia de mobilizações que tome toda a cidade e mostre para nossos inimigos que não iremos desistir de nossas casas e que estamos dispostos a lutar por muito, muito mais!

Assim, chamamos todos os moradores de favelas e ocupações, em aliança com os trabalhadores e suas organizações, a defenderem o seguinte programa:

- Nenhuma confiança na polícia racista dos patrões! Abaixo as ilusões nos governos, nos parlamentares e na justiça, pois estes só representam os interesses dos empresários e banqueiros!

- Organizar assembléias democráticas em cada comunidade, como as que já existem em diversas ocupações e favelas, para impulsionar a luta dos trabalhadores desabrigados! A luta é uma só! Unir o movimento de desempregados, camelôs, sem-teto e sindicatos para fortalecer a resistência ao extermínio dos pobres e negros!

- Exigir a taxação progressiva sobre o lucro das empresas e bancos para custear um plano de obras que garanta moradia para todos os sem-teto e desabrigados!

- Exigir que os royalties do pré-sal destinados ao Rio sirvam para pagar moradia, educação e saúde de qualidade para todos os trabalhadores!

Se somos nós que produzimos toda a riqueza da sociedade, então somos nós que devemos decidir o que fazer com ela!

Devemos todos lutar para que o lucro dos bancos e empresas sirvam para pagar melhorias sociais!

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