Como resultado do nosso balanço sobre o espartaquismo, e sobre as tarefas específicas para a reorganização do partido mundial da revolução socialista, o Coletivo Lênin declara a sua nova linha sobre a questão da internacional:
1. Nós defendemos que, depois da Segunda Guerra Mundial, a única organização internacional existente era a Quarta Internacional. Por isso, era obrigatório o trabalho dos comunistas dentro dela.
Depois da ruptura em 1953, surgiram dezenas de correntes internacionais trotskistas. Para nós, o acordo sobre a política e a tática que deveria ter sido adotada, na época, em relação a estas correntes não é precondição para a fusão entre grupos revolucionários hoje. O que realmente importa são as posições programáticas.
Por exemplo, negamos a tese do SU de que a direção cubana seja revolucionária, a tese lambertista de que as forças produtivas pararam de se desenvolver e que, portanto um programa democrático pode substituir o programa de transição, a tese espartaquista de que o programa gera teoria, a concepção morenista de "revolução de fevereiro" etc.
2. Nós rejeitamos a ideologia da continuidade da Quarta Internacional, que é usada pelas organizações que vieram do Comitê Internacional para dizer que só existe uma corrente revolucionária, e todas as outras são centristas ou reformistas.
3. A partir da década de 1960, por causa da radicalização da luta de classes em escala mundial, surgiram novas correntes revolucionárias (a esquerda do guevarismo e do maoísmo, algumas correntes estudantis orientadas para a classe trabalhadora etc).
Por causa do pouco peso do trotskismo no movimento operário, a maioria dessas correntes nunca se organizou internacionalmente.
O que distingue estas correntes das reformistas e centristas é que elas defendem abertamente a luta pela revolução socialista, sem nenhuma etapa intermediária, em consequência disso rompem com o programa mínimo, levantando bandeiras anticapitalistas, e que defendem que a ditadura do proletariado deve ser exercida por organismos de poder direto dos trabalhadores (e a necessidade de uma revolução, nos países sob domínio da burocracia, para estabelecer o poder direto dos trabalhadores).
Hoje, portanto, existe uma pluralidade de correntes revolucionárias. A construção da Internacional só vai acontecer quando levar essa pluralidade em conta.
4. Levando as teses anteriores em conta, o CL resolve:
a) Não chamar mais "Pela refundação da Quarta Internacional", porque isso significaria tentar voltar atrás no tempo, e não permitiria a unidade com os grupos revolucionários vindos de outras tradições.
Depois da crise de 1951-1953, seria infrutífera qualquer tentativa de "refundar a Quarta Internacional", ignorando os erros de concepção presentes desde a fundação (avaliação de um colapso iminente do capitalismo, fruto da estagnação do desenvolvimento das forças produtivas, consequente impossibilidade da política reformista da socialdemocracia, tese sobre a derrubada iminente do stalinismo pela revolução mundial). Hoje em dia, a política de "refundar a Quarta Internacional" só pode levar a fusões de poucos e pequenos grupos nacionais sem base no movimento de massas, uma caricatura de internacional.
Em vez disso, nossa palavra de ordem será Por uma nova Internacional Comunista Revolucionária, Pelo Partido Mundial da Revolução Socialista"
b) Não se centralizar por nenhuma corrente internacional atual, porque nenhuma delas tem o "monopólio" da política revolucionária.
Em vez disso, devemos colaborar com várias correntes internacionais revolucionárias, para criar fóruns conjuntos onde possa se avançar para fusões rumo à nova Internacional.
c) Em escala nacional e internacional, lutar pela unidade dos revolucionários em partidos leninistas com direito a tendências.
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