No dia 8/11, a ocupação da USP quer fazer um ATO CONTRA A VIOLÊNCIA POLICIAL E PELO FORA PM DA USP.
A ocupação permanece, desde quarta passada (dia 02/11), quando vários estudantes foram presos por fumar maconha no campus da USP.
Na quinta-feira, a polícia já tinha conseguido a reintegração de posse do prédio da reitoria. A reintegração de posse é um instrumento judicial que é usado quando alguém toma posse ilegalmente de um terreno ou imóvel de outra pessoa. Ou seja, para a justiça dos ricos, os estudantes não estão se manifestando, e sim roubando o prédio da reitoria para eles!
Essa atitude da justiça é ridícula, mas também é usada todos os anos nas greves dos bancários, contra os piquetes. Só mostra o papel da justiça, que muitos (inclusive na esquerda) acham que é "neutra": manter a dominação dos ricos e reprimir os movimentos.
Mesmo assim, os estudantes tiveram a coragem de manter a ocupação, que está para ser destruída a qualquer momento. Nós do CL saudamos a luta dos companheiros. Mesmo não tendo como mandar ninguém para São Paulo, faremos de tudo para organizar a solidariedade aqui no Rio.
Continuação de muita luta
Esse movimento é uma continuidade da importante ocupação de 2007, que foi um contraponto muito forte contra a política da direção da UNE (UJS/PCdoB), que tem imobilizado as lutas estudantis, quando não tem fechado direto com as reitorias para reprimir o movimento.
A ocupação de 2007 teve problemas sérios. Uma parte dos ocupantes via a ocupação como um fim de si mesmo, e havia um sentimento na base contra todas as entidades estudantis, o que impedia uma luta por dentro delas contra as suas direções pelegas. Mas, mesmo assim, ela criou uma cultura de luta muito forte, que desembocou na campanha contra a repressão ao SINTUSP, principalmente o companheiro Brandão, e na nova ocupação de agora.
O SINTUSP, onde a LER tem uma influência grande, tem encabeçado várias lutas e prestado solidariedade aos estudantes, mostrando qual é a tarefa de um sindicato realmente classista.
O que fazer?
Em todo esse período, o PSTU e o PSOL têm feito de tudo para desmobilizar o movimento e têm defendido a desocupação em todas as assembleias. Isso não é novidade, porque eles fizeram a mesma coisa em 2007. Para esses burocratas, a disputa das entidades é mais importante que as lutas diretas.
Para nós, do CL, existem duas questões relacionadas - e as duas precisam levar o movimento para fora dos muros da universidade.
A primeira é a questão da violência policial.. Entre os estudantes da USP existem poucos negros e moradores das favelas, onde os vermes fazem as piores coisas com os trabalhadores. Por isso, é preciso unir a luta estudantil com as associações de moradores (por exemplo, com a Associação da Zona Oeste de Diadema, que faz parte da CSP-Conlutas), dando um claro conteúdo de classe.
Só assim, vai ser destruído o discurso da mídia empresarial e da direita, que dizem que a ocupação é um movimento de estudantes "privilegiados".
A segunda é a necessidade de legalizar a maconha. A maconha foi proibida no Brasil na década de 1930, como forma de marginalizar a cultura negra, já que muitos ex-escravos trouxeram o hábito de fumar a diamba diretamente da África.
Se na USP, a proibição da maconha já é usada para agredir estudantes, quanto mais na favela, onde existe toda a indústria capitalista do tráfico, para militarizar as comunidades e fazer de cada jovem negro um suspeito em potencial nas mãos da polícia racista!
Por isso, nós do CL, somos a favor da legalização da maconha, ao mesmo tempo em que criticamos o uso abusivo do álcool e das drogas como fator de alienação do povo. Nós não acreditamos no argumento hipócrita da direita, de que a culpa do tráfico é a do consumidor. Isso responsabiliza os indivíduos por um problema social, tirando do foco toda a verdadeira discussão sobre o tráfico e seu papel no capitalismo e na repressão ao povo. Um argumento moralista que várias vezes se combina com o racismo!
Adiante!
Uma luta consequente dos estudantes junto com os trabalhadores exige uma organização. A LER tem atuado, no geral, com uma linha correta, ligando a luta com a questão da polícia e dos trabalhadores nas comunidades.
Mesmo assim, a LER tem alguns problemas na sua linha estudantil, sendo que o principal é tentar substituir a luta por dentro da UNE por entidades artificiais, como a ANEL, o que isola as alas classistas do movimento e as afasta da base de massas do PCdoB.
Por isso, mesmo sabendo que devemos atuar em bloco com a LER em muitas lutas, em que eles têm posições corretas, achamos necessário criar uma corrente revolucionária no movimento estudantil, que defenda a aliança com os trabalhadores, principalmente as mulheres e negros, e que dê o combate dentro da UNE por uma política de luta de classes.
QUEM SOMOS NÓS
- Coletivo Lênin
- Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.
domingo, 6 de novembro de 2011
FORA PM DA USP! UNIR A OCUPAÇÃO COM AS LUTAS NAS COMUNIDADES CONTRA A VIOLÊNCIA POLICIAL!
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