Como nós tínhamos divulgado, aconteceu hoje uma reunião do movimento contra o aumento das passagens, no Rio de Janeiro. Logo depois, teve um ato, o "catracaço", em que os manifestantes pularam as roletas dos ônibus pra protestar e dialogar com a população. Mais uma vez, a população apoiou o ato, porque está revoltada com o aumento das passagens e o preço abusivo de tudo na cidade, por causa da especulação com a Copa e as Olimpíadas.
A quantidade de gente foi um pouco menor do que na quinta-feira passada, foram mais ou menos 100 pessoas. Mas esse problema pode ser revertido porque foi votado um CALENDÁRIO DE LUTAS.
A proposta é que a gente tente construir atos semanais na Candelária nas quartas-feiras,porém começando nessa sexta o primeiro ato, seguidos de reuniões para avaliação nas segundas-feiras.
Ato violento ou pacífico, uma falsa polêmica criada pra rachar o movimento
Infelizmente, a unidade entre todas as correntes que nos estusiasmou tanto no ato passado já acabou! O PCdoB (que fez campanha para Eduardo Paes e Sérgio Cabral), o PSOL, o PCB e o PSTU inventaram um debate totalmente tendencioso.
Eles queriam votar na reunião que todos os atos seriam pacíficos. Diziam que isso era pra evitar que correntes como o MEPR (Movimento Estudantil Popular Revolucionário, maoísta) fizessem ações diretas isoladas nas passeatas. Felizmente, eles perderam a votação, e tiveram que discutir o que realmente importa, o calendário de lutas!
Nós já criticamos o MEPR e outros grupos e indivíduos algumas vezes por algumas ações radicalizadas que foram isoladas da base que estava se manifestando. Como não havia preparo nem consciência de que ia acontecer uma ação radicalizada, isso acabou levando os atos à dispersão e a serem presas fáceis da polícia. Não vamos nem dar exemplos, por uma questão de segurança, porque este não é o melhor espaço para fazer esse tipo de crítica, já que pode ser lido por qualquer um.
Mas seria ridículo ser contra toda a violência em manifestações. Quando a base já espera um enfrentamento, e o comando se organiza para isso, a violência é um meio válido para atingir os objetivos do ato. Por exemplo, foi o caso do ato contra a privatização da Telebrás, em 1998, quando os manifestantes tentaram inviabilizar o leilão. Ou o ato contra o Vestibular na greve de 2001 na UFRJ, para impedir a realização da prova. Ou quando o MLST (Movimento pela Libertação dos Sem-Terra) depredou o Congresso em 2006, exigindo ser recebido pelo governo. Esses são apenas três exemplos de que um ato de massas pode usar a violência de forma inteligente.
Mas o PCdoB governista, o PSOL, o PCB e o PSTU condenam a violência em praticamente qualquer caso. Eles têm alguns motivos diferentes para isso (por exemplo, o PSOL pra não se "queimar" como partido legal e parlamentar, o PSTU para não perder o seu apoio na burocracia sindical, e o PCB pra não "ficar mal" com o PSOL), mas todos os motivos têm a mesma base: eles têm ilusões graves sobre o papel do Estado burguês. Apesar de falarem o contrário, não entendem na prática que o Estado é um mecanismo de dominação de classe e repressão, o que qualquer morador das periferias sabe. Eles sempre acham que vão conseguir "fazer pressão" para que o Estado cumpra as suas promessas de direito à manifestação.
Por isso, não adianta só rejeitar a proposta desses partidos, que querem antes dos atos decidir que eles não vão ser radicalizados. Temos que entender que essa proposta serve para aplicar uma política: romper a frente única, e rachar o movimento contra o aumento das passagens. O objetivo do PCdoB, PSOL, PCB e PSTU é expulsar os setores mais radicais (MEPR, os anarquistas e o CL) para transformar os atos em um palanque para as próximas eleições parlamentares e estudantis!
Ao contrário, devemos manter todos os setores no movimento, e o nível de violência a ser usado deve ser definido por um comando eleito e revogável para as manifestações, baseado nas condições concretas de cada caso.
Ficamos devendo as fotos e vídeos
Nós ainda não vamos postar os vídeos e fotos porque ainda temos que desfocar os rostos dos manifestantes, já que esse ato foi mais radicalizados e publicar isso pode atrair a repressão. Nós identificamos na reunião um P2 que costuma seguir o movimento há algum tempo!
Mas quando fizermos isso, vamos postar tudo no nosso perfil do facebook!
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