QUEM SOMOS NÓS

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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Especial Dia Internacional da Mulher, parte 1 de 3: Nada de fábrica queimada! ou Como surgiu o Dia Internacional da Mulher

Na maioria dos meios de comunicação, ou não se fala de como surgiu o dia internacional da mulher ou se conta sempre a mesma história. A tal história de greve (alguns dizem em 1857, outros nem dizem o ano) em que várias mulheres (o número sempre muda) foram queimadas, e a cor lilás do tecido que elas fabricavam que virou um símbolo da luta feminista.

Pois bem, essa história não é verdade! Ela foi fabricada nos anos 1960 na Alemanha Ocidental, e tem um objetivo muito claro. É apagar as origens socialistas do Dia Internacional da Mulher, inclusive colocando outra cor para evitar o vermelho, que sempre foi associado ao comunismo e à luta das mulheres.

Mas qual é a verdade?

No começo do século XX, surgiram no movimento dos trabalhadores várias campanhas pelo direito das mulheres ao voto e por igualdade de salários. A partir de 1908, o Partido Socialista, dos EUA, começa a comemorar o dia das mulheres, mas não no dia 8 de março.
Em 1910, uma campanha da Segunda Internacional, que agrupava todos os partidos operários e marxistas da época, torna o dia das mulheres um evento internacional. A proposta foi feita pela revolucionária alemã Clara Zetkin, que depois se tornou fundadora do Partido Comunista Alemão e da Internacional Comunista. Mesmo assim, ainda não havia uma data específica para comemorar.


O 8 de março ficou marcado por causa da revolução russa

O calendário que era adotado na Rússia antes da revolução era o calendário juliano, em que as datas tinham uma diferença de 13 dias para o calendário ocidental. Esses dias foram cortados pela Igreja Católica no Ocidente para acabar com a defasagem entre as datas e os fenômenos astronômicos, mas essa mudança não foi seguida pela Igreja Ortodoxa russa.

O que isso tem a ver com o assunto? Tudo, porque o dia 8 de março, que foi escolhido desde 1914 para ser o dia das mulheres na Alemanha, caía no dia 23 de fevereiro na Rússia. E foi no dia 23 de fevereiro de 1917 que começou a revolução de fevereiro, com uma manifestação de tecelãs por fora da decisão do partido bolchevique.

Como Trotsky escreveu, na História da Revolução Russa: “23 de fevereiro ( 8 de março) , era o dia internacional das mulheres, estavam programado atos, encontros etc. Mas não imaginávamos que este "dia das mulheres" viria a inaugurar a revolução. Estava planejado ações revolucionárias mas sem data prevista. Mas pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixam o trabalho de várias fábricas e enviam delegadas para solicitarem sustentação da greve... o que se transforma em greve de massas.... todas descem às ruas".

Ou seja, foram as mulheres, o setor mais oprimido da classe trabalhadora, que deram o pontapé inicial do que foi a Revolução Russa.
Em 1921, a Conferência Internacional de Mulheres, da Internacional Comunista, aprova o dia 8 e março como o dia internacional da mulher, o que foi adotado a partir de 1922.

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