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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

domingo, 18 de março de 2012

Nenhuma punição pelo Estado aos bombeiros e policiais grevistas!

Desde a última greve dos Bombeiros em maio do ano passado, o Estado tem intensificado a repressão aos grevistas. Ano passado, 439 bombeiros foram presos após a ocupação do quartel general da corporação, no centro da cidade do Rio de Janeiro.

Esse ano não foi diferente. Durante a greve na Bahia, quando os grevistas ocuparam o plenário, a tropa de choque do exército os expulsou de usando bombas de gás lacrimogênio e tiros de borracha, com prisão das lideranças. Ao mesmo tempo, no Rio de Janeiro, os policiais e os bombeiros fizeram uma assembléia durante a noite para deliberar a greve e, logo após aprovarem, mais de 150 lideranças foram presas.

O mais recente ataque foi a expulsão de 13 bombeiros e prisão de mais de 130 membros do GMar(salva-vidas dos bombeiros), por terem realizado protestos e paralização de 3 dias.
Nós do Coletivo Lênin somos contra qualquer repressão (e prisão) à greve por parte do Estado, e defendemos a imediata libertação dos grevistas e a readimissão dos que foram expulsos e fim dos processos.

Acreditamos que a forte repressão aos policiais e bombeiros pode e está sendo estendida para o os movimentos de trabalhadores de verdade, como o caso do pedido de cassação do mandato parlamentar da ex-dirigente sindical e vereadora Janira Rocha, do PSOL. Para não falar do caso da manifestação contra o aumento do preço das barcas onde, antes mesmo do movimento fazer a manifestação, vários organizadores foram chamados a depor na DP e indiciados.

Sobre as greve dos policiais e bombeiros: somos claramente contra suas reivindicações porque as principais são o crescimento do aparato repressor do Estado e a PEC 300, ou seja, melhores condições dostrabalhadoresda PM poder reprimir (mais detalhes no link). O PSOL e o PSTU foram os principais apoiadores políticos das greves de policiais, os mesmos que expulsaram e humilharam os trabalhadores sem-teto de Pinheirinho em São José dos Campos, São Paulo. É uma contradição explícita apoiar asmelhoriaspara o aparato repressivo, chamando os policiais deirmãos trabalhadores, enquanto defenderam Pinheirinho da repressão policial.

Por isso temos que colocar em prática uma política revolucionária que exponha as contradições da repressão policial e o papel do Estado na opressão aos verdadeiros trabalhadores.
  • Pela libertação e anistia dos presos politicos da greve de policiais e bombeiros;
  • Readmissão dos expulsos
  • Contra a cassação da vereadora Janira Rocha(PSOL);
  • Pelo corpo de bombeiros público, desmilitarizado e controlado pela população

4 comentários:

  1. A contradição que vejo, em posições como a do post, é que, ao mesmo tempo em que há o posicionamento contra as reivindicações de caráter policial/ militar, há também a posição contra a punição aos que realizaram tal reivindicação.

    Dizer que a punição contra tal espécie de reivindicação pode se estender às demais reivindicações da classe trabalhadora (trabalhadores "de verdade", no texto), é criar uma identificação, justamente, entre as reivindicações policial/ militares e as reivindicações da classe trabalhadora "de verdade".

    As corporações de caráter policial-militar têm uma normatização própria, que foi o que justifica (à luz dessa normatização) a punição. São regras específicas que não se aplicam à classe trabalhadora (apropriadamente falando).

    O que parece claro, para mim, é que a punição evidencia contradições dentro do próprio aparato estatal (o que é óbvio) e que, como é comum nesses casos, a corda arrebenta do lado mais fraco (os praças amotinados, soldados que estão na "base" da cadeia).

    Nesse sentido, entre os tubarões (Cabral et caterva) e os peixinhos (Daciolo etc.) a escolha é evidente, mas não a ponto de um "apoio" ou do levantamento de palavras de ordem ("pela libertação", "pela readmissão etc.), o que não quer dizer que não possamos repudiar o tratamento dado pelo governo do Estado aos grevistas.

    Isto é, é tema complexo e, se não for corretamente mediado, pode dar azo a interpretações equivocadas.

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  2. Verdade, Tejo, é um assunto complicado. Quando falamos que a repressão vai se estender (e está se estendendo), é justamente ela permite a maior organização do aparato repressivo. Diante disso, nós não podemos ficar neutros.

    Pra pegar um exemplo histórico interessante, podemos falar do Caso Dreyfus. Foi o caso de um militar judeu que foi falsamente acusado de alta traição às portas fechadas, por causa do antissemitismo. A posição do POF (Partido Operário da França, a seção da Segunda Internacional no país) era "neutra", porque eles diziam que, como era uma questão interna do Exército, não era do interesse dos trabalhadores. O Lênin, na época, condenou publicamente as posições do POF e disse que uma agitação de massas sobre o caso poderia levar a uma revolta popular na França. Como sabemos, Lênin defendia que o partido tem que ser um "tribuno do povo", lutando contra todas as formas de opressão na sociedade.

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  3. "[a repressão] permite a maior organização do aparato repressivo".

    Ocorre que as reivindicações do campo "trabalhador" policial/ militar têm como objetivo, justamente, a maior organização desse mesmo aparato repressivo. Esta é consequência do êxito daquelas.

    A comparação com o Caso Dreyfus não me pareceu pertinente. Onde lá havia uma questão de discriminação étnica/ racial (situação que deve ser repudiada com todas as forças pelos comunistas), aqui há a repressão governista contra setores do seu braço armado (utilizando, repito, as normas específicas de tal setor). Seria diferente se se considerasse os membros do campo policial/ militar efetivamente como trabalhadores (trabalhadores "de verdade", no post), mas não me parece que essa seja a posição do CL.

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  4. Tejo,

    fizemos a comparação com o Caso Dreyfuss porque, nesse caso, também houve correntes que defenderam que os trabalhadores tinham que se abster de intervir porque era uma disputa no interior da burguesia.

    Para defender um setor diante da repressão do estado, ele não precisa ser parte da classe trabalhadora. Por exemplo, todo marxista sabe que é correto defender o Julian Assange, do Wikileaks, mesmo ele sendo um burguês, contra os processos fraudulentos que estão levantando contra ele.

    Mesmo que as greves sejam por reivindicações reacionárias, é errado permitir o estado reprimir. O estado não está reprimindo a greve por causa das reivindicações, e sim porque ela expressa uma forma de luta contra o governo. Não foi à toa que a Globo fez uma matéria tendenciosa na época da greve dizendo que o verdadeiro objetivo era o "Fora Cabral" (quem dera!). E nesse caso, como em muitos outros, o ataque à liberdade de organização de um é uma brecha para o ataque a todos.

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