A tragédia que os jornais estão noticiando hoje é a consequência inevitável do acúmulo de lixo durante um mês que foi provocados pelos prefeitos derrotados nas eleições passadas.
Como a maioria das pessoas deve estar sabendo, aconteceu uma coisa muito comum no Brasil. Como o resultado das eleições, que agora são informatizadas, foi no dia 06/10, os partidos que perderam usaram os quase três meses antes dos eleitos assumirem pra roubar o máximo de dinheiro público que pudessem.
A primeira medida para isso, principalmente em Belford Roxo e Duque de Caxias, onde quase não acontecem concursos públicos, é a demissão de todas as pessoas contratadas pelos governos anteriores e a renovação ou realização de novos contratos de terceirização, para fazer mais maracutaias ainda.
Em Duque de Caxias, por exemplo, governada por Zito (PP) que, além de ser envolvido com grupos de extermínio ainda tem participação na empresa terceirizada de limpeza urbana, a Locanty, o lixo simplesmente parou de ser recolhido. Aconteceram cenas vergonhosas da própria população queimando o lixo pra evitar o mau cheiro e a contaminação. A mesma coisa em Nova Iguaçu, governada por Sheila Gama (PDT) e em Belford Roxo, por Alcides Rolim (PT). Como dá pra ver, estão envolvidos partidos da frente no governo e da oposição de direita.
Com as enchentes, que acontecem todo ano, mas que nunca os prefeitos milionários se preocupam em fazer planejamento para evitar, porque não vai derrubar as casas deles, o lixo obstruiu o escoamento da água, causando enchentes mesmo em lugares que estavam livres delas há muitos anos. Além do estrago e das mortes provocadas pelas enchentes (nem vamos dar o número, porque vai subir mesmo), existe agora um risco muito maior: epidemias provocadas pelo lixo e pelo sistema de saúde precário, em que inclusive boa parte dos funcionários também está com os salários atrasados nessas cidades.
Os prefeitos, como sempre, estão livres da justiça, que só é cega quando o crime é dos ricos. Zito, por exemplo, sumiu há duas semanas, depois que a Polícia Federal fez uma busca na casa dele com 14 mandados (!), investigando o desvio de simplesmente R$ 700 milhões da verba da saúde através das ONGs.
Numa situação dessas, é o papel dos movimentos sindical, popular e estudantil estar à frente da solidariedade com os moradores afetados, e da luta contra esses governos que estão a serviço dos empresários e das quadrilhas que governam cada cidade.
Na Baixada, os movimentos são mais fracos do que na capital, e um dos motivos disso é a repressão violenta que sofrem. Por exemplo, no final do ano passado, uma tentativa de ocupação urbana feita pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) foi violentamente reprimida em Caxias.
Mas existem exceções, como as regionais do SEPE na Baixada e o MST de Nova Iguaçu, que são praticamente os únicos movimentos que fazem oposição classista a esses governos. Devemos ajudar a construir esses movimentos. E a lutar com uma política que mostre que a corrupção e as péssimas condições de vida dos moradores da Baixada são o produto do sistema capitalista, que não funciona para atender às necessidades do povo, e sim para enriquecer as grandes empresas, às custas de ataques contra os trabalhadores e do meio ambiente.
- Divulgação imediata das contas de todos os municípios, e de todos os contratos com as terceirizadas!
- Integração imediata de todos os trabalhadores terceirizados, com os mesmos direitos dos efetivos!
- Expropriação dos bens dos políticos e empresas corruptos, para serem transformados em bens públicos sob controle dos trabalhadores!
- Solidariedade de classe aos atingidos pelas enchentes. Pedimos que todas as entidades, organizações e movimentos doem os seguintes mantimentos para o SEPE/Caxias:
QUEM SOMOS NÓS
- Coletivo Lênin
- Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Baixada Fluminense, do lixo à lama!
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