QUEM SOMOS NÓS

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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

sábado, 30 de março de 2013

Relato do ato do dia 27/03, contra a demissão do bancário Messias Américo, por perseguição política da CEF


Novamente, o relato foi escrito por ele mesmo! Fizemos pequenos cortes em pontos relacionados a críticas internas sobre a mobilização.


Olá Pessoal, bom dia a tod@s!

Ontem demos mais um passo na  nossa labuta por aquilo que acreditamos e entendemos como sendo o certo.  E ainda que na minha opinião o ato potencialmente poderia ter tido o comparecimento de mais pessoas, ousamos mais uma vez optar pelo caminho da luta e enfrentar não só a patronal como também a paralisia política das entidades “representativas”. O Fato aconteceu. (...)

Não tem mais volta na opção por lutar. Na visão dos dirigentes da categoria deveríamos ter dado uma de “bonzinho” e obteríamos o “perdão”.  Crime e castigo “ameno”.   “Confesso que errei, mas estou arrependido e permanecerei quietinho, pedindo a sua reconsideração. Oh Meu senhor patrão perdoai”.  Estão buscando construir desde o início a sua isenção por um desfecho negativo para nós e insinuam o tempo que indo pelo caminho que adotamos, estamos “cavando nossa própria cova”.  Muito confortável eximir-se da luta e do enfrentamento quando se coloca a disjuntiva. Muito mais fácil e confortável ceder, conciliar, trair o compromisso.
Estamos sim na luta, algo que assumimos como compromisso, inclusive em detrimento de outras coisas que a vida nos oferece, para o bem e para o mal.  Não existe este negócio de abrir mão de valores, postura e coerência militantes.  Isto é atitude consciente e sempre soubemos os riscos e os custos.

Portanto comp@s, nada pode nos  tirar a plena convicção de seguirmos até o fim, e sabemos muito bem que na luta de classes muitas vezes o justo e merecido não acontecem.  Assim precisamos nos organizar para os próximos passos.  Temos reunião no Martinelli para quarta,   03 de abril ás 19hrs. Desta vez se alegarem reformas no prédio,  entraremos e faremos  a discussão “sentados nos sacos de cimento”. Nós somos a categoria, a entidade é nossa. (...)

Portanto Camaradas, continuemos  firmes até  a vitória.  Estamos tod@s  de parabéns, fazendo História.  E aos que desistiram da luta, ou capitularam, ou conciliaram, se omitiram e acovardaram, viraram “quinta-coluna” ou no resultado prático passaram para a outra trincheira, não esqueçamos de dizer a eles, o tempo todo, em alto e bom que a HISTÓRIA É IMPLACÁVEL.

Sejamos o personagem Corisco do Glauber.

-  ......se entrega Corisco... se entrega Corisco..

...EU NÃO ME ENTREGO NÃO..

Galera, mandem-nos sua reflexão sobre tudo o que rolou e rola e  manifestação do exposto e proposto.

Valeu!

Messias.

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Os novos direitos das empregadas domésticas e a classe média com saudades da escravidão


Uma  herança da escravidão

"A abolição vai quebrar o país, porque não existe dinheiro pra pagar salários para todos os escravos". "Nós já gastamos muito com comida e roupas para eles, a abolição vai falir as fazendas". 

Esses são os argumentos que os senhores de engenho usavam um pouco antes da abolição. A semelhança deles com a ladainha que temos ouvido depois da aprovação pelo Senado da PEC 66/2012, com 17 novos direitos trabalhistas para as empregadas domésticas, igualando com os direitos dos demais trabalhadores,  não deixa dúvidas.

O Brasil, como pais atrasado que é, preserva essa instituição detestável, herança direta das mucamas da época da escravidão. São as domésticas que vivem no seu trabalho, comem da comida dos patrões, dormem em quartos de empregada minúsculos, precisam acordar de madrugada pra atender a algum pedido de seus chefes ou cuidas das crianças deles, muitas vezes sofrem assédio sexual dos patrões e seus filhos, se tornando uma parte subalterna da família, e perdendo a sua liberdade de ir e vir e suas possibilidades de se desenvolver como ser humano (estudar, viver com a sua família, ter o seu lazer etc).

Quase todas as domésticas brasileiras são negras ou nordestinas, e o fato delas viverem junto com as famílias de seus chefes é usado com o maior cinismo do mundo como argumento de que eles não são racistas, quando a situação é exatamente o contrário. Não faz muito tempo em que o trabalho doméstico era o único refúgio para as jovens negras ou nordestinas que vinham do interior sem nenhum treinamento profissional.

Nos países de capitalismo avançado, esse tipo de trabalho foi desaparecendo, sendo substituído pelas diaristas, que prestam o serviço doméstico (geralmente só um serviço, como cuida de crianças, passar, limpar a casa etc, e não todos o serviços domésticos, como acontece com as mensalistas), mas sem se vincularem de uma maneira quase servil a determinada família.


Porque o PT propôs essas reformas

O governo do PT com as grandes empresas aprofunda o capitalismo no Brasil, e o estende em forma de neocolonialismo para o resto da América Latina e para a África de língua portuguesa. Nessa fase de ascensão do subimperialismo brasileiro, tem havido um aumento das oportunidades de emprego, com uma minoria significativa indo para as mulheres. Isso fez com que muitas trocasse o trabalho doméstico degradante por empregos no comércio, indústria, serviços etc, que dão melhores salários e mais liberdade de movimentação.

Diferente da  cegueira de organizações que acham que o governo do PT é igual ao do PSDB, temos que ter claro que Lula e Dilma, mesmo que governando para os banqueiros, o agronegócio e os industriais, fizeram concessões para uma parte da classe trabalhadora, para manter a sua sustentação popular. E é por isso que eles são atacados pelo setor mais reacionário das classes dominantes brasileiras, mesmo que sejam aceitos pelos EUA e demais potências imperialistas.

Essas concessões acontecem quase sempre para os setores da classe trabalhadora que não tem organização sindical. Justamente porque esses setores desorganizados são mais facilmente controláveis pelo governo. As medidas como o Bolsa-Familia, ProJovem, Prouni etc, são uma forma de redistribuir uma pequena parte da renda nacional sem tocar nas relações de exploração que existem na sociedade. Ou seja, elas aliviam um pouco a situação do povo, mas não são capazes de resolver os problemas estruturais que causam a pobreza – o que só é possível com a luta pelo socialismo.

As empregadas domésticas servem perfeitamente para o projeto do governo. Como o trabalho delas é individual, é quase impossível se organizarem sindicalmente. E até mesmo cobrarem pra esses novos direitos saírem do papel. Aliás, o grande problema da PEC é que ela não explica como a duração da jornada de trabalho vai ser fiscalizada, abrindo margem pra vários tipos de fraudes.

No caso das empregadas domésticas, o que o governo está fazendo é simplesmente tratar elas como trabalhadoras normais, iguais a quaisquer outros, e não como escravas. Isso mostra o máximo que o PT faz em defesa dos trabalhadores. E por outro lado, mostra a visão escravista de uma parte da classe dominante brasileira e das camadas médias que querem manter os seus privilégios baseados na superexploração racista, que nem as tímidas medidas do governo conseguem aceitar!


A classe média protesta contra o “absurdo” de ter que pagar suas empregadas de acordo com a lei

Não poderia deixar de acontecer o espetáculo ridículo das dondocas e dos representantes da “classe média” lamentando os “excessos” da lei, dizendo que ela gera desemprego, porque quase ninguém vai ter como pagar “tanto” pelas suas empregadas etc etc.

O caso mais imbecil é de um tal de Instituto Doméstica Legal, que não por acaso é presidido por um homem branco que não tem muita cara de que sabe arear panelas. Eles estão fazendo uma campanha exigindo que as contribuições trabalhistas sejam mais baixas ou que sejam parcialmente pagas pelo governo. Ou seja, que o governo use o nosso dinheiro pra pagar as empregadas que eles dizem que não têm dinheiro pra pagar!

As camadas médias no Brasil têm sido, na grande maioria mas com exceções importantes, uma base de toda reação. Foi ela que organizou a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que preparou o golpe. Foram os estudantes de escolas particulares que mais fizeram atos contra as cotas. Agora, são esses setores, que sempre se favoreceram com o racismo estrutural que permitiu contratar empregadas com salários de fome e sem direito nenhum, que estão vendo o seu mundo ameaçado pelo terrível medo de ter que passar as próprias roupas.

Ser contra os novos direitos porque eles podem causar desemprego é a mesma coisa que ser a favor  do trabalho infantil porque as crianças aumentam a renda familiar. A nossa luta não deve ser pra empregar mais gente nessas condições aviltantes, e sim para que se abram possibilidades de trabalho, com todos os direitos, que não precisem dessa superexploração.   


O trabalho doméstico é escravidão!

Não entender o caráter capitalista do governo do PT leva ao apoio a ele, como faz o MST (não falamos das correntes do PT, porque elas apoiam o governo simplesmente porque se corromperam com os cargos em que estão). Não entender porque ele não é igual ao governo neoliberal do PSDB leva a não se subestimar a oposição de direita, e muitas vezes fazer o mesmo discurso que ela, como é o caso do PSTU e de alguns setores do PSOL.  

Diante dessa luta, nós temos primeiro que nos posicionar estrategicamente contra o racismo estrutural da sociedade brasileira, e denunciar claramente o que significam as exigências de que os direitos das domésticas sejam menores do que os dos outros trabalhadores. Isso tem que ser feito às claras, porque debaixo dessa argumentação econômica sobre impostos está o mesmo racismo que é onipresente no país.

Em segundo lugar, é preciso defender, contra todas as dificuldades, a autoorganização das empregadas domésticas. A maioria dos sindicatos de domésticas são controlados pelos patrões. É preciso criar oposições classistas nesses sindicatos. Mesmo que seja impossível organizar a categoria por local de trabalho, algumas táticas, como manifestações de rua e organização por bairro podem permitir uma visibilidade pra essa luta.

Em segundo lugar, é preciso unificar a categorias das trabalhadoras domésticas com o restante do movimento sindical e popular. Muitas domésticas são sem-teto ou têm companheiro/as e parentes em outras categorias organizadas. Essas categorias podem e devem se somar à luta pelos direitos das domésticas, que vai favorecer a grande maioria das famílias trabalhadoras.. 

A defesa das trabalhadoras domésticas é uma luta contra o machismo e o racismo que estão na base da nossa sociedade, por isso, é uma forma de mobilizar um dos setores mais explorados de todos para mudar a sua vida cotidiana. O nosso objetivo estratégico, como falamos, não pode ser o apoio ao governo, e sim a luta por uma sociedade sem exploração, o socialismo. Como parte da luta pelo fim da exploração, temos que lutar pela socialização do trabalho doméstico, ou seja, que a limpeza, preparo de comida, lavagem de roupas etc, sejam feitas em escala industrial fora das casas , livrando as mulheres dessa merda de trabalho. Foi essa a experiência, apesar de todos os erros e da derrota posterior, das revoluções do século XX, como a russa e a chinesa. 


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sexta-feira, 22 de março de 2013

Manifestação na ALERJ contra o despejo da Aldeia Maracanã! Todos lá AGORA!!!


Um pouco antes do meio-dia, a PM do Estado do Rio de Janeiro, que tem como símbolo os ramos de fumo e de café dos senhores de engenho, caiu com toda a violência e ódio racial sobre os moradores da Aldeia Maracanã, que estão sendo transferidos para hotéis populares onde vão ficar provisoriamente agora quenão têm onde morar.

A imprensa, principalmente a Record, braço da Igreja Universal, que não se cansa de dizer que as religiões de matriz indígena e africana são do diabo, atacou durante toda a manhã o movimento, e as pessoas que estavam se solidarizando com ele, enquanto limpava a cara do Sérgio Cabral e seu patrão, o Eike Batista.

Sérgio Cabral, eleito por causa da sua base eleitoral de milícias e do apoio dos empresários que vão encher o rabo de dinheiro com as Olimpíadas e a Copa, achou por bem transformar um patrimônio cultural que é o antigo Museu do Índio ou num estacionamento ou num Museu Olímpico. Assim, ele prossegue a tradição legitimamente brasileira de lavar com sangue toda memória da resistência dos povos.

O subimperialismo brasileiro fez no Rio o que sempre tem feito com a população indígena. De uns anos para cá com a cumplicidade do governo do PT, do PCdoB e da direção vendida da CUT. Não por acaso, esses carreiristas profissionais estavam ausentes da resistência.  

A derrota da Aldeia Maracanã piora um contexto que já era difícil para as lutas, desde o despejo da ocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos. As causas principais da derrota são objetivas - o subimperialismo brasileiro tem se fortalecido internacionalmente e o movimento dos trabalhadores, depois de anos de burocratização do PT, que definitivamente passou para o lado da classe dominante, está fragmentado demais e não conseguiu resistir nem mesmo com toda a repercussão internacional da causa indígena.

Se isso aconteceu numa comunidade conhecida internacionalmente, dá pra imaginar o que a política racista de "limpeza social" para os megaeventos está fazendo nas favelas e ocupações, com os moradores que, na grande maioria são negros e nordestinos. É bala todo dia, ignorando a lei do mesmo jeito que aconteceu aqui, e longe dos olhos da imprensa!

A solução à frente só pode ser a longo prazo, com a lenta e difícil recomposição do movimento dos trabalhadores, que só pode acontecer em luta contra as correntes traidoras e oportunistas do PT e o PCdoB. Mas a necessidade mais imediata, e que vai certamente ajudar na recomposição é a solidariedade de classe com os moradores despejados.

As pessoas que foram dispersas pelo spray de pimenta e pela porrada da polícia estão se reagrupando desde o começo da tarde na frente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, na Praça XV, no Centro da cidade. Pedimos que todos ajudem a construir essa manifestação, e a organizar dentro dela os primeiros passos da solidariedade com os despejados, encontrando alternativas de moradia e ajuda material e criando uma campanha de solidariedade.

A luta continua!
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terça-feira, 19 de março de 2013

Aldeia Maracanã por um fio, despejo adiado para dia 20/03, 16h


A Aldeia Maracanã tem sido um símbolo de luta contra a política elitista do Estado do Rio de Janeiro. Índios de diversas etnias vivem no terreno do antigo museu do Índio na vizinhança do estádio Maracanã. Desde o ano passado Sérgio Cabral e seus comparsas vêm ameaçando expulsar os Índios de seus lares, culminando no cerco realizado pelo batalhão de choque em Janeiro deste ano, onde muita mobilização conseguiu barrar essa investida criminosa da polícia e do governo.
O Coletivo Lenin, ao contrário da maioria das organizações de esquerda do Rio, sempre que possível, esteve presente nas mobilizações, ajudando na resistência e lutando pela preservação da cultura indígena e pelo direito dos índios de permanecerem no local que é seu lar há mais de 5 anos.
Denunciamos o papel nefasto da mídia oportunista que só faz é criminalizar o movimento indígena e praticamente dizer que o governo tem razão em expulsá-los. A última tentativa foi a de divulgar o suposto cárcere privado, cuja suposta vítima foi o próprio defensor público dos índios e outras figuras do governo. Isso não aconteceu. Para quem está acostumado com o método de proceder dessa corja midiática não vai achar difícil ver que esse circo é só mais uma tentativa desesperada de justificar a expulsão dos índios. Nas reportagens, nenhum nome foi dado, nenhum detalhe, apenas a palavra do defensor, que provavelmente chamou ele próprio a polícia. Prova que não podemos confiar em nenhum representante do estado, por mais vestido de bom moço que ele esteja.
Mais detalhes sobre os acontecimentos passados podem ser lidos aqui mesmo neste blog, em matérias anteriores:
E informações diárias na página online da Aldeia no facebook:
As últimas notícias, infelizmente não são nada boas. As pequenas vitórias conquistadas pela mobilização no início do ano foram caindo por terra. As medidas legais de tentar garantir a vitória indígena, como a tentativa de tornar o terreno da Aldeia Maracanã patrimônio histórico da cidade do Rio de Janeiro foram derrotadas na votação da câmara dos vereadores. Além disso, o governo conseguiu uma nova liminar para a reintegração de posse do terreno, deixando nenhum outro destino para os Índios, que não seja o de aceitar qualquer proposta para viver em albergues e ver sua antiga casa transformada numa loja de lembrancinhas para turistas na copa do mundo e olimpíadas.
Entendemos que essas manobras políticas só são possíveis, porque o movimento perdeu a força que tinha no início do ano, que não é a habilidade de um defensor público que salvará a Aldeia, nem a boa vontade de qualquer político corrupto. Entendemos que a única maneira de assegurar uma vitória verdadeira para a comunidade indígena é fazer valer a força dos movimentos indígena, sindical, estudantil e popular.
No dia de ontem (segunda-feira, 18/03), alguns militantes do Coletivo Lenin estiveram na Aldeia Maracanã, pois de acordo com a nova liminar, o despejo talvez ocorresse neste dia. Felizmente, não foi o caso. A comunidade indígena, disposta a fazer qualquer coisa para garantir seu direito básico de moradia, realizou uma cerimônia religiosa, assegurando mais 48 horas de posse de suas casas. Isso dará tempo também, para sair uma resposta ao recurso que o defensor público deu entrada em nome dos índios.
Porém, como é tudo um jogo de cartas marcadas, o recurso não vingará, e que ao final dessas 48h o despejo ocorrerá na quarta-feira, em algum momento a partir das 16h. Essa é a hora para organizar e mobilizar. Precisamos resistir agora ou será tarde demais.
Como já dissemos anteriormente, não existe outra maneira de reverter essa situação, que não a de que todos aqueles que estiverem contra o governo em mais essa investida para garantir os lucros dos empresários e banqueiros nos megaeventos, compareçam na Aldeia Maracanã às 16h desta quarta-feira (20/03).
Mesmo que o governo adie o despejo, pois como não é novidade, covardia é um dos pontos fortes de suas ações, o Coletivo Lenin faz aqui um chamado para todas as organizações de esquerda, militantes independentes e simpatizantes em geral pela causa indígena compareçam nesta quarta-feira para mostrar que estamos todos cientes que o estado não representa os interesses da classe trabalhadora e só quer continuar com a farra daqueles que enriquecem com o suor de quem trabalha.
A luta é uma só. E a hora de lutar é agora.
 
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quinta-feira, 14 de março de 2013

Pela reintegração do camarada Downing, motorista de ônibus, demitido por perseguição política na Inglaterra pela empresa Metroline


Fonte: Liga Comunista, seção brasileira do CLQI (Comitê de Ligação pela Quarta Internacional)


Gerry Downing, dirigente do Socialist Fight britânico (agrupamento membro do CLQI, do qual faz parte a LC brasileira e a TMB argentina) presidente do agrupamento sindical, Grass Roots Left (Esquerda de Base) foi sumariamente demitido na terça-feira, 12 de março pela empresa de ônibus de Londres, Metroline sob a acusação espúria de "comportamento inadequado para com um passageiro enquanto conduzia a linha 210".

A demissão teve claros motivos políticos e ocorreu durante a campanha eleitoral por Jerry Hicks (candidato da oposição de esquerda) para secretário-geral do Unite (a maior federação sindical britânica). Este ataque se segue a acusação de difamação movida pela atual direção da Unite contra Gerry e o Weekly Worker (jornal semanal do Partido Comunista da Grã Bretanha). A acusação de difamação partiu de uma subsede da Unite, dirigida por Wayne King, Diretor Industrial da Federação contra uma carta de Gerry defendendo outro trabalhador de ônibus que foi demitido em 12 de janeiro de 2012: Abdul Mohsin Omer.

Sua carta ao Unite do Secretário General e ao Conselho Executivo enviada no dia 30 de Dezembro permanece sem resposta.

Gerry tem sido também uma pedra no sapato da patronal Metroline há mais de duas décadas, como ele diz em sua defesa:

"Este salto de qualidade no ataque em questão não pode ser separado da minha história anterior contra a Metroline – eu já fui demitido duas vezes pela Metroline no passado e, posteriormente, reempregado pela mesma devido à compra de pequenas empresas de ônibus em que eu trabalhei pela Metroline. Primeiro foi o caso West Periperi onde eu fui injustamente acusado gravemente de racismo, acusação que foi abandonada sem explicação. Em seguida, fui novamente acusado, mas não demitido. Houve também a acusação de um assalto contra Rep Lamont Jackson, que mostrou-se falsa uma vez que eu tinha sido a vítima. O assunto foi abandonado sem nenhuma ação adicional pelo gerente Sampandia da garagem de Willesden. Em seguida, fui acusado de distribuir panfletos em Cricklewood, acusação contra a qual entrei com recurso e que posteriormente foi anulada".

Esta demissão também deve ser vista no contexto do grande aumento das demissões na Metroline como consequência da introdução dos terríveis novos contratos que começaram em janeiro de 2012. Trata-se de fazer economia demitindo um “motorista sênior” com custos e direitos trabalhistas relativamente bons para substituí-lo por um novo motorista com custos e direitos muito inferiores. Um exemplo disto foi a recente demissão de uma motorista de origem hindu por três pequenos acidentes com o retrovisor com vinte anos de serviços prestados a Metroline. Oscar Alvarez, um membro do IWW (Industrial Workers of the Word, agrupamento internacional anarcossindicalista) que trabalhava na garagem Periperi da Metroline também foi recentemente demitido por uma acusação semelhante após uma colidir seu ônibus com um carro dirigido por uma motorista que admitiu ter cortado o ônibus dirigido por Alvarez, provocando o acidente.

A condenação de Gerry no processo disciplinar que o demitiu foi consumado pela inclusão ao mesmo de uma carta do Chefe de Garagem, Leroy Webley, em resposta a uma de duas reclamações de um passageiro sobre um incidente que teve lugar na linha de ônibus 210 em 15 de fevereiro.

A resposta de Webley a reclamação do passageiro dizia: "Assim, os motoristas devem se comportar de uma maneira educada e profissional em todos os momentos.

Nós não agimos assim nesta ocasião, e peço desculpas por qualquer transtorno / sofrimento que você possa ter sofrido como resultado do mau atendimento ao cliente realizado pelo condutor."

12 dias antes Gerry foi encarregado de apresentar sua versão dos acontecimentos:

Este é o relato de Gerry no processo:

“A audiência durou quase oito horas e três processos disciplinares também previstos para aquele dia tiveram de ser adiados porque o experimentando sr. Hill teve uma considerável dificuldade em justificar a minha demissão. Ele passou quase uma hora e meia de consultar o gerente de garagem, Leroy Webley, antes de entregar o veredicto depois de seis horas, e mais de uma hora extra após o horário que ambos deveriam estar em casa.

Ridiculamente, o julgamento queria saber se eu estava estressado porque a criança mentalmente doente gritou dentro do ônibus por meia hora tomando o ônibus tanto na ida quanto da vinda de seu trajeto, para o Hospital Whittington em Archway, ou se eu estava preocupado com a segurança da criança. Eu tinha afirmado que esta última foi a minha preocupação, mas de nada adiantou e ele insistiu eu tinha agido por causa do estresse da situação e dos meus próprios problemas domésticos (minha companheira está prestes a passar por uma grande operação de câncer de garganta) e eu não tinha legítimas preocupações com a segurança da criança. Ele também rejeitou o meu apelo para que entendesse que o estresse prejudica a saúde e a segurança, podendo levar que o motorista cometa um acidente.

Eu não tinha conhecimento da relação entre a criança e o adulto e, no final da audiência, o gerente admitiu que, se o homem que acompanha a criança era um educador e não o pai, o fato de que ele continuamente cobria a boca da criança e enrolava um cobertor muito apertado na mesma constituiria um abuso. Se isso não era abuso, independente da relação dele com a criança, ele não explicou.

Antes da conclusão da audiência, enquanto aguardava o veredicto, outro motorista da linha 210 veio a mim e contou como ele tivera o mesmo homem em seu ônibus de algumas semanas antes e ele havia gritado da mesma maneira. Ele disse que ficou claro que o garoto tinha problemas mentais e precisava de uma necessária assistência. No meu caso, depois de três paradas sob aquela tensão eu parei o ônibus e chamei um táxi, perguntando se o homem não preferia chamar uma ambulância para o garoto. O homem disse: ‘Não, não, não, a criança está apenas chateada.’

Ele disse que a segurança da criança parecia estar em perigo e parecia que ele estava sendo maltratado pelo homem. O motorista relatou o fato em detalhes e estava disposto a mostrar estas evidências na audiência, mas o gerente se recusou a ouvi-lo e ele disse que o caso estava encerrado. O outro motorista se dispôs a apresentar seu testemunho como recurso.

Tudo ficou evidente e até a minha linguagem corporal e o tom de voz que eu usei quando fiz duas perguntas ao homem. Mas este tratamento foi considerado tão grosseiro e ofensivo que eu tinha que ser demitido imediatamente para proteger o público.

Em qualquer situação, a condução de um ônibus é um trabalho muito estressante. No dia 15 de fevereiro estava a menos de uma semana antes de minha companheira enfrentar uma grande operação para remover de sua garganta um câncer. Isto ocorreu no dia 21/02. O processo da operação consumiu um dia inteiro e os médicos nos disseram e suas chances de sobrevivência eram de apenas 30%. Tornava-se quase impossível continuar a conduzir com aquela intensidade de gritos dentro do ônibus. Isso poderia causar-me um acidente, e eu não tinha conhecimento de quanto tempo isso poderia durar, talvez todo o caminho até Brent Cross. Eu não poderia ter continuado por muito mais tempo dirigindo sob aquela pressão e a criança precisava de ajuda urgente, por isto eu interpelei o homem que claramente não estava à procura de assistência médica para a criança o mais rápido possível – ele tinha vindo do Hospital Whittington e tinha passado em frente a clínica médica de Almington, a caminho do Parque Finsbury. E mesmo assim, estou apenas especulando que quando ele saiu da estrada de Almington foi para levar a criança para alguma clínica médica, mas teria se perdido na viagem de Archway e por isto estivesse angustiado. Nunca no passado fui considerado culpado de qualquer comportamento inadequado para os passageiros.”
 
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quarta-feira, 6 de março de 2013

Dia Internacional da Mulher Trabalhadora

Material de propaganda para o dia 08 de Março. 
O Ato acontecerá no centro da cidade do Rio de Janeiro,
concentração na Candelária, às 16h. 
Estejamos todos presentes em defesa da libertação feminina.


O 8 de Março é um símbolo da luta diária que a mulher precisa enfrentar. O Coletivo Lenin está aqui presente, pois reconhecemos a importância desse símbolo e principalmente dessa luta. Mas também precisamos deixar claro que a situação da mulher na classe trabalhadora não é provocada por uma guerra dos sexos. O capitalismo com a sua lógica de dividir a classe trabalhadora, para simplesmente poder explorar mais os setores mais oprimidos é o principal inimigo e precisam ser combatidos nas ruas e nos locais de trabalho em primeiro lugar.

A propaganda burguesa fez uma campanha muito forte pra tentar corromper o significado real do 8 de Março. Por isso não podemos deixar de lembrar a origem desse importante marco. A proposta do dia Internacional da Mulher apareceu na Internacional Socialista em 1910. Mas o que de fato marcou a celebração no seu dia foi o fato das operárias russas do setor têxtil terem tomado a vanguarda, entrando em greve, inaugurando uma série de lutas que derrubaria o Czar Nicolau II. Este episódio foi a Revolução Russa de Fevereiro. Por uma diferença de calendário, a revolução de fevereiro (calendário russo) teve sua origem no dia que viria a ser conhecido como dia internacional da Mulher, 8 de Março no calendário ocidental.

Já estamos no terceiro ano de governo Dilma, que foi apresentado como grande conquista por colocar uma mulher como presidenta. E mesmo assim, praticamente nada mudou em relação às mulheres. Da legalização do aborto não há notícia e mulheres trabalhadoras que não podem pagar os preços caros de clínicas de aborto continuam sendo vítimas de açougueiros, e quando sobrevivem ainda correm o risco de serem tratadas como criminosas. 

O governo nunca se colocou em combate contra o fundamentalismo religioso, muito pelo contrário, fez alianças nas eleições com partidos dirigidos por Igrejas (PR, PRB etc.). As mulheres negras, lésbicas e transexuais são as mais atacadas pelo fundamentalismo, que sataniza a sua cultura e, no caso das lésbicas e transexuais, a sua própria existência. A terceirização, que só serve para explorar negros e mulheres, avança cada vez mais, inclusive no setor público.

Isso quer dizer que só ter uma mulher no comando do governo não muda nada. Precisamos de um governo direto dos trabalhadores, comprometido em destruir as bases econômicas que transformam as mulheres num grupo superexplorado da classe trabalhadora. Para criar este governo dos trabalhadores é preciso a formação de um Partido revolucionário. 

É preciso entender que a libertação das mulheres é uma questão de extrema importância e necessariamente revolucionária, pois só é possível acabar com o machismo, acabando com o capitalismo. Por isso é necessário que as mulheres se organizem dentro dos movimentos sindicais, populares e estudantis, sempre defendendo suas demandas, que entram em conflito com a exploração capitalista; tais como:

- Trabalho doméstico (alimentação, limpeza, creche etc.) transformado em serviços públicos, controlado pelos trabalhadores.


-  Fim da terceirização! Contratação imediata dos trabalhadores terceirizados com os mesmos direitos trabalhistas. Salário igual para trabalho igual!
 

- Legalização do aborto


- Contra os estereótipos machistas da família, escolas, mídia e religiões. Total liberdade individual para a mulher escolher seu estilo de vida.


- Organização de coletivos nos sindicatos, movimentos populares e movimento estudantil, que carreguem as bandeiras das demandas das mulheres.


- Pela formação de um partido revolucionário, que lute pela libertação feminina através da Revolução Socialista.

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sábado, 2 de março de 2013

Agora, sim, o BB ficou igual a banco privado!


Todos nós vivemos ou sabemos de tudo o que as empresas estatais passaram durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Os funcionários estavam sob a ameaça constante de privatização e perda do emprego. No Banco do Brasil, foi o período mais traumático, com o PDV (Plano de Demissão Voluntária), que levou muitos funcionários que não conseguiram se estruturar financeiramente fora do banco a passarem necessidade. Foi a época em que aconteceram mais de 20 suicídios de funcionários.

O governo do PT assumiu o governo federal com um discurso contrário à política de privatizações de FHC e do PSDB. Mas, por causa de seus compromissos e financiamento pelos banqueiros, a única atitude dos governos Lula e Dilma foi trocar a privatização descarada pela terceirização, com o objetivo de adotar aos poucos e de dentro pra fora a lógica de empresa privada nas estatais.

Agora o governo do PT com a direita tradicional (PMDB, PP, PR etc etc) começa a acabar com a última barreira que existia contra a lógica de lucro a todo custo. Através da Instrução Normativa 379 foi aberta possibilidade de demissão por comportamento ou ato de gestão, ou seja, se a gerência não gostar do comportamento do cara, e a Gestão de Pessoas em Brasília concordar, ele pode mandar qualquer um pra rua!

 Isso, pra quem é mais antigo, é a volta da demissão por poder da gerência, que foi criada no governo FHC. Só aqui no Rio de Janeiro, já temos um caso de um caixa da agência Assembleia, que foi demitido porque processou o banco. O motivo da demissão é totalmente ilegal, mas mesmo assim ele está na rua e isso vai poder acontecer com qualquer um que fique "marcado" pela administração.

Tudo isso acaba com a estabilidade (com demissão somente por processo administrativo), que é a maior conquista das lutas nos bancos públicos.

Além disso, a direção do BB ressuscitou outra medida da época do FHC: a redução dos salários com desculpas esfarrapadas. Assim como o banco aumentou a jornada da gerência mantendo o salário nos anos 1990, agora quer reduzir a jornada dos Asnegs e outros cargos reduzindo o salário.

Felizmente, até agora, a maioria dos funcionários das novas Funções Gratificadas não assinou a redução da jornada,e está esperando o resultado dos processos judiciais e mobilizações. Mas a direção petista da CONTRAF está fazendo de tudo para diminuir o ritmo das lutas, marcando assembleias com grandes intervalos entre elas e esperando as ações na justiça - que podem demorar anos e anos.

Mas os funcionários estão mostrando vontade de lutar. O maior sinal disso foi em São Paulo, onde é o sindicato mais importante do país e o centro político do PT na categoria. Na assembleia do dia 25/02, as propostas da direção do sindicato foram derrotadas:

- a CCV (comissão de conciliação voluntária), que ia tentar fazer acordos com valor muito abaixo do devido, foi recusada

- foi marcada uma paralização de 1 hora, no COMPLEXO SÃO JOÃO, CENOP IMOBILIARIO, FORMOSA, COMPE, GECEX III, SAC, CSA e Libero no dia 28/02 (quinta-feira), que foi um sucesso 

- O principal: assembleia marcada para terça-feira, dia 05/03, com indicativo de greve de 24 horas na quinta-feira, dia 07/03


Aqui no Rio de Janeiro só existe uma plenária de delegados sindicais marcada para o dia 11/03 (segunda-feira). No Rio, e em todo Brasil, a saída é romper com o calendário "devagar quase parando" da CONTRAF e exigirmos dos sindicatos que sejam marcadas assembleias o quanto antes, para organizarmos a luta, como foi feito em São Paulo.

Mais uma vez, fica clara a necessidade de uma oposição classista dentro dos sindicatos, que tenha uma perspectiva de luta socialista contra os governos.
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