QUEM SOMOS NÓS

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Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.

sábado, 2 de março de 2013

Agora, sim, o BB ficou igual a banco privado!


Todos nós vivemos ou sabemos de tudo o que as empresas estatais passaram durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Os funcionários estavam sob a ameaça constante de privatização e perda do emprego. No Banco do Brasil, foi o período mais traumático, com o PDV (Plano de Demissão Voluntária), que levou muitos funcionários que não conseguiram se estruturar financeiramente fora do banco a passarem necessidade. Foi a época em que aconteceram mais de 20 suicídios de funcionários.

O governo do PT assumiu o governo federal com um discurso contrário à política de privatizações de FHC e do PSDB. Mas, por causa de seus compromissos e financiamento pelos banqueiros, a única atitude dos governos Lula e Dilma foi trocar a privatização descarada pela terceirização, com o objetivo de adotar aos poucos e de dentro pra fora a lógica de empresa privada nas estatais.

Agora o governo do PT com a direita tradicional (PMDB, PP, PR etc etc) começa a acabar com a última barreira que existia contra a lógica de lucro a todo custo. Através da Instrução Normativa 379 foi aberta possibilidade de demissão por comportamento ou ato de gestão, ou seja, se a gerência não gostar do comportamento do cara, e a Gestão de Pessoas em Brasília concordar, ele pode mandar qualquer um pra rua!

 Isso, pra quem é mais antigo, é a volta da demissão por poder da gerência, que foi criada no governo FHC. Só aqui no Rio de Janeiro, já temos um caso de um caixa da agência Assembleia, que foi demitido porque processou o banco. O motivo da demissão é totalmente ilegal, mas mesmo assim ele está na rua e isso vai poder acontecer com qualquer um que fique "marcado" pela administração.

Tudo isso acaba com a estabilidade (com demissão somente por processo administrativo), que é a maior conquista das lutas nos bancos públicos.

Além disso, a direção do BB ressuscitou outra medida da época do FHC: a redução dos salários com desculpas esfarrapadas. Assim como o banco aumentou a jornada da gerência mantendo o salário nos anos 1990, agora quer reduzir a jornada dos Asnegs e outros cargos reduzindo o salário.

Felizmente, até agora, a maioria dos funcionários das novas Funções Gratificadas não assinou a redução da jornada,e está esperando o resultado dos processos judiciais e mobilizações. Mas a direção petista da CONTRAF está fazendo de tudo para diminuir o ritmo das lutas, marcando assembleias com grandes intervalos entre elas e esperando as ações na justiça - que podem demorar anos e anos.

Mas os funcionários estão mostrando vontade de lutar. O maior sinal disso foi em São Paulo, onde é o sindicato mais importante do país e o centro político do PT na categoria. Na assembleia do dia 25/02, as propostas da direção do sindicato foram derrotadas:

- a CCV (comissão de conciliação voluntária), que ia tentar fazer acordos com valor muito abaixo do devido, foi recusada

- foi marcada uma paralização de 1 hora, no COMPLEXO SÃO JOÃO, CENOP IMOBILIARIO, FORMOSA, COMPE, GECEX III, SAC, CSA e Libero no dia 28/02 (quinta-feira), que foi um sucesso 

- O principal: assembleia marcada para terça-feira, dia 05/03, com indicativo de greve de 24 horas na quinta-feira, dia 07/03


Aqui no Rio de Janeiro só existe uma plenária de delegados sindicais marcada para o dia 11/03 (segunda-feira). No Rio, e em todo Brasil, a saída é romper com o calendário "devagar quase parando" da CONTRAF e exigirmos dos sindicatos que sejam marcadas assembleias o quanto antes, para organizarmos a luta, como foi feito em São Paulo.

Mais uma vez, fica clara a necessidade de uma oposição classista dentro dos sindicatos, que tenha uma perspectiva de luta socialista contra os governos.

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