Um pouco antes do meio-dia, a PM do Estado do Rio de Janeiro, que tem como símbolo os ramos de fumo e de café dos senhores de engenho, caiu com toda a violência e ódio racial sobre os moradores da Aldeia Maracanã, que estão sendo transferidos para hotéis populares onde vão ficar provisoriamente agora quenão têm onde morar.
A imprensa, principalmente a Record, braço da Igreja Universal, que não se cansa de dizer que as religiões de matriz indígena e africana são do diabo, atacou durante toda a manhã o movimento, e as pessoas que estavam se solidarizando com ele, enquanto limpava a cara do Sérgio Cabral e seu patrão, o Eike Batista.
Sérgio Cabral, eleito por causa da sua base eleitoral de milícias e do apoio dos empresários que vão encher o rabo de dinheiro com as Olimpíadas e a Copa, achou por bem transformar um patrimônio cultural que é o antigo Museu do Índio ou num estacionamento ou num Museu Olímpico. Assim, ele prossegue a tradição legitimamente brasileira de lavar com sangue toda memória da resistência dos povos.
O subimperialismo brasileiro fez no Rio o que sempre tem feito com a população indígena. De uns anos para cá com a cumplicidade do governo do PT, do PCdoB e da direção vendida da CUT. Não por acaso, esses carreiristas profissionais estavam ausentes da resistência.
A derrota da Aldeia Maracanã piora um contexto que já era difícil para as lutas, desde o despejo da ocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos. As causas principais da derrota são objetivas - o subimperialismo brasileiro tem se fortalecido internacionalmente e o movimento dos trabalhadores, depois de anos de burocratização do PT, que definitivamente passou para o lado da classe dominante, está fragmentado demais e não conseguiu resistir nem mesmo com toda a repercussão internacional da causa indígena.
Se isso aconteceu numa comunidade conhecida internacionalmente, dá pra imaginar o que a política racista de "limpeza social" para os megaeventos está fazendo nas favelas e ocupações, com os moradores que, na grande maioria são negros e nordestinos. É bala todo dia, ignorando a lei do mesmo jeito que aconteceu aqui, e longe dos olhos da imprensa!
A solução à frente só pode ser a longo prazo, com a lenta e difícil recomposição do movimento dos trabalhadores, que só pode acontecer em luta contra as correntes traidoras e oportunistas do PT e o PCdoB. Mas a necessidade mais imediata, e que vai certamente ajudar na recomposição é a solidariedade de classe com os moradores despejados.
As pessoas que foram dispersas pelo spray de pimenta e pela porrada da polícia estão se reagrupando desde o começo da tarde na frente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, na Praça XV, no Centro da cidade. Pedimos que todos ajudem a construir essa manifestação, e a organizar dentro dela os primeiros passos da solidariedade com os despejados, encontrando alternativas de moradia e ajuda material e criando uma campanha de solidariedade.
A luta continua!
QUEM SOMOS NÓS
- Coletivo Lênin
- Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.
sexta-feira, 22 de março de 2013
Manifestação na ALERJ contra o despejo da Aldeia Maracanã! Todos lá AGORA!!!
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