A Aldeia Maracanã tem sido um símbolo de luta contra a política elitista do Estado do Rio de Janeiro. Índios de diversas etnias vivem no terreno do antigo museu do Índio na vizinhança do estádio Maracanã. Desde o ano passado Sérgio Cabral e seus comparsas vêm ameaçando expulsar os Índios de seus lares, culminando no cerco realizado pelo batalhão de choque em Janeiro deste ano, onde muita mobilização conseguiu barrar essa investida criminosa da polícia e do governo.
O Coletivo Lenin, ao contrário da maioria das organizações de esquerda do Rio, sempre que possível, esteve presente nas mobilizações, ajudando na resistência e lutando pela preservação da cultura indígena e pelo direito dos índios de permanecerem no local que é seu lar há mais de 5 anos.
Denunciamos o papel nefasto da mídia oportunista que só faz é criminalizar o movimento indígena e praticamente dizer que o governo tem razão em expulsá-los. A última tentativa foi a de divulgar o suposto cárcere privado, cuja suposta vítima foi o próprio defensor público dos índios e outras figuras do governo. Isso não aconteceu. Para quem está acostumado com o método de proceder dessa corja midiática não vai achar difícil ver que esse circo é só mais uma tentativa desesperada de justificar a expulsão dos índios. Nas reportagens, nenhum nome foi dado, nenhum detalhe, apenas a palavra do defensor, que provavelmente chamou ele próprio a polícia. Prova que não podemos confiar em nenhum representante do estado, por mais vestido de bom moço que ele esteja.
Mais detalhes sobre os acontecimentos passados podem ser lidos aqui mesmo neste blog, em matérias anteriores:
E informações diárias na página online da Aldeia no facebook:
As últimas notícias, infelizmente não são nada boas. As pequenas vitórias conquistadas pela mobilização no início do ano foram caindo por terra. As medidas legais de tentar garantir a vitória indígena, como a tentativa de tornar o terreno da Aldeia Maracanã patrimônio histórico da cidade do Rio de Janeiro foram derrotadas na votação da câmara dos vereadores. Além disso, o governo conseguiu uma nova liminar para a reintegração de posse do terreno, deixando nenhum outro destino para os Índios, que não seja o de aceitar qualquer proposta para viver em albergues e ver sua antiga casa transformada numa loja de lembrancinhas para turistas na copa do mundo e olimpíadas.
Entendemos que essas manobras políticas só são possíveis, porque o movimento perdeu a força que tinha no início do ano, que não é a habilidade de um defensor público que salvará a Aldeia, nem a boa vontade de qualquer político corrupto. Entendemos que a única maneira de assegurar uma vitória verdadeira para a comunidade indígena é fazer valer a força dos movimentos indígena, sindical, estudantil e popular.
No dia de ontem (segunda-feira, 18/03), alguns militantes do Coletivo Lenin estiveram na Aldeia Maracanã, pois de acordo com a nova liminar, o despejo talvez ocorresse neste dia. Felizmente, não foi o caso. A comunidade indígena, disposta a fazer qualquer coisa para garantir seu direito básico de moradia, realizou uma cerimônia religiosa, assegurando mais 48 horas de posse de suas casas. Isso dará tempo também, para sair uma resposta ao recurso que o defensor público deu entrada em nome dos índios.
Porém, como é tudo um jogo de cartas marcadas, o recurso não vingará, e que ao final dessas 48h o despejo ocorrerá na quarta-feira, em algum momento a partir das 16h. Essa é a hora para organizar e mobilizar. Precisamos resistir agora ou será tarde demais.
Como já dissemos anteriormente, não existe outra maneira de reverter essa situação, que não a de que todos aqueles que estiverem contra o governo em mais essa investida para garantir os lucros dos empresários e banqueiros nos megaeventos, compareçam na Aldeia Maracanã às 16h desta quarta-feira (20/03).
Mesmo que o governo adie o despejo, pois como não é novidade, covardia é um dos pontos fortes de suas ações, o Coletivo Lenin faz aqui um chamado para todas as organizações de esquerda, militantes independentes e simpatizantes em geral pela causa indígena compareçam nesta quarta-feira para mostrar que estamos todos cientes que o estado não representa os interesses da classe trabalhadora e só quer continuar com a farra daqueles que enriquecem com o suor de quem trabalha.
A luta é uma só. E a hora de lutar é agora.
Que bom poder me deparar com páginas como esta. Qual bom seria seria se a nossa atrofiada massa percebesse que juntos podemos ser grandes e passarmos de metas vítimas coadjuvantes a poderosos protagonistas.
ResponderExcluirAcabei de conhecer a página e certamente vou favoritar, é uma pensa que eu esteja em Salvador, adoraria poder colaborar com a causa de forma presente, com carne e sangue sr fosse preciso.
Então fico na torcida, na espera de que um lampejo de justiça possa surgir, infelizmente a fé é bombardeada pela razão, pois nosso Brasil (deles) é marcado por uma história de fascismo camuflado e injusto.