Depois que o prefeito Eduardo Paes anunciou uma nova tentativa de
aumento das passagens (para R$ 3,05), já aconteceu o primeiro ato. Numa época
em que geralmente as organizações e movimentos estão em recesso, foi incrível
ver essa quantidade de gente na Candelária.
Como mostra da repressão que está por vir, muita polícia estava presente
em todo o Centro do Rio. Como muitas pessoas falaram, tinha mais polícia do que
gente. Mesmo assim, a passeata transcorreu pacificamente, primeiro indo até a
ALERJ e, depois, a maioria das pessoas caminhando até a Central.
Depois de chegar na Central, uma parte dos manifestantes ainda seguiu
até o território que pertence à Aldeia Maracanã, de onde eles foram despejados
covardemente no começo da semana. Os companheiros do movimento indígena estavam
presentes e a palavra de ordem "Aldeia (r)existe" foi uma das mais
cantadas.
Zé Guajajara, que resistiu heroicamente durante mais de 24 horas em cima de uma árvore contra o despejo, foi saudado como merece.
Infelizmente, antes de chegar na Central, aconteceu um caso que não deve
ser tolerado no movimento. O pseudoanarquista Felipe Braz agrediu fisicamente
uma companheira de luta, e depois fez a mesma coisa com as que tentaram
afastá-lo. Ele tem um histórico de atitudes machistas e de agressão contra as
mulheres, e não deve ter lugar nas lutas, a não ser que mostre na prática que
mudou a sua atitude. Até agora, ele nem mesmo reconhece que agiu errado.
O Fórum de Lutas contra o Aumento está sendo reconstruído no meio das
mobilizações. Nós precisamos dele, porque é necessária uma frente única de
todos os setores para dar mais força e atrair mais gente aos atos.
O Fórum passou por uma crise desde julho, tanto por parte dos setores reformistas
do PSTU e PSOL, que queriam dissolvê-lo dentro das suas entidades (CONLUTAS e
DCEs), e impedir que ele fosse combativo e enfrentasse a polícia; como por setores
sectários do MEPR e OATL, que tentaram construir uma frente controlada por
eles, prezando muitas vezes por ações isoladas, em vez de se preocupar em
avançar o movimento como um todo.
Não vamos dizer que esse ato fechou o ano. Na situação de hoje, tudo
pode acontecer, e não é impossível acontecer mais um ato antes do dia 31!
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