Reproduzimos aqui a declaração e a moção dos companheiros do Comitê de Luta Classista do SEPE/RJ
A prof. Quelei é muito querida por seus colegas, pais e mães
de alunos. Liderou várias greves na educação no município de Vassouras, antes
da Abolição, uma fortaleza escravista no interior do Rio de Janeiro. Lá, apesar
da beleza de suas palmeiras, ainda existe remanescentes da família Avelino,
famosa por seus assassinatos serial killer em décadas passadas. A cidade também
abriga um monumento em homenagem ao Quilombo Manuel Congo, o qual existiu na
região por volta dos anos 1836/38.
Com fraquíssima classe operária organizada no município, o
Sepe É O SINDICATO!
Chama a atenção dos oprimidos e explorados da cidade. Neste
ano, antes das jornadas de junho, o Sepe- Vassouras, Quelei e Jeneci lideraram
uma greve com muitas conquistas , particularmente para as merendeiras e os que ainda não eram classificados no
plano de carreira. Eis porque o prefeito e
seu secretariado e a maioria da vereança querem criminalizar o Sepe. A demissão
sumária das concursadas, Quelei e Jeneci estão neste contexto.
Temos dito que os sindicatos municipais e estaduais em São
Paulo e no Rio, por exemplo, são potências proletarizadas que devido a seu
contato e liderança entre os alunos, pais e mães, por estarem também presentes
nos locais mais longínquos ao redor do país, possuem monumental capacidade
potencial de falar, ajudar e fazer rebelar toda essa multidão de homens,
mulheres, negros e brancos pobres, de todas as idades, contra o poder público.
Por estas e outras tantas razões, no espírito de UM POR
TODOS E TODOS POR UM, o Comitê de Luta Classista vem fazendo a campanha. Devemos ser ágeis e eficientes quando uma
lutadora dessa categoria em sua maioria feminina é perseguida, ou mais grave
ainda, tombada na luta ou é perseguida pelo Estado burguês.
Quelei vem mobilizando a comunidade escolar em torno de seu
caso. Chega serem comoventes os apoios
que tem recebido, particularmente de seus alunos, crianças ainda.
Sua perseguição é
reincidente. Na gestão passada a administração desta cidade com resquícios de
escravidão, também a perseguiu. Conseguimos derrotá-la.
Agora uma nova perseguição: a demitiram sumariamente sem
direito a defesa e ainda a colocara exposta ao ridículo perante uma seção na
Câmara onde as “autoridades” estavam presentes. Buscaremos todos os meios para
mais uma vez derrotarmos os atuais descendentes de escravistas de plantão na
Prefeitura e Câmara de Vereadores de Vassouras.
Um por todos e todos por uma!
Moção de Solidariedade
A professora Quelei Cristina de
Oliveira, há mais de onze anos lotada na rede municipal de Vassouras, vem
sofrendo brutal assédio moral em virtude de ter feito diversas greves,
principalmente a de 2013 e por ter recusado a lecionar em sala de aula não
contemplada pela climatização. Ela e seus alunos estavam expostos a um “forno”.
Sua recusa desencadeou uma brutal perseguição articulada pelo prefeito
municipal Renan Vinicius Santos de Oliveira (PSB) e seus secretários.
Perseguição esta que culminou na sua demissão, sem que a mesma tivesse amplo
direito de defesa. Ela só soube de sua exoneração/demissão bem depois do
processo ter sido montado. O espetáculo contou até com a execração pública em
uma das sessões na Câmara de Vereadores.
Isto lembra os processos pelos quais o
SEPE como entidade vem passando: multas milionárias, tentativa de cassar o
registro da entidade e criminalização dos ativistas da recente greve do
magistério sul fluminense.
No entanto a professora Quelei é um
exemplo na categoria, segue com assiduidade e qualidade os planos de aula,
tendo recebido elogios de parte da direção da escola, de suas colegas de
trabalho (professoras e funcionárias), de alunos, mães e pais, que inclusive
fizeram abaixo assinado em sua solidariedade. Ela também é uma incansável
militante na elaboração, participação nas greves da categoria, sendo a última
vitoriosa.
Neste sentido sua perseguição/punição
se insere no contexto da criminalização do SEPE e dos movimentos sociais.
Esta assembleia realizada dia 07 de
dezembro de 2013 declara total solidariedade à companheira.
Exigimos sua imediata reintegração e o
arquivamento de todos os processos movidos contra ela.
“Um por todos e todos por um”
Abaixo a criminalização do SEPE e dos
movimentos sociais.
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