Em 1994, a tarifa em São Luís era de R$0,40; em 2002,
R$1,50.
Em 2008, na sua segunda gestão, Tadeu Palácio recorreu
ao STJ da decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), que
não suspendeu a liminar favorável ao Sindicato das Empresas de
Transporte de Passageiros (SET) para aumentar o preço das passagens
de ônibus em São Luís. Mesmo com a isenção do Imposto sobre
Serviços (ISS) às empresas de transporte coletivo, concedido pela
Prefeitura de São Luís por meio de projeto de lei aprovado pela
Câmara Municipal, os empresários do setor queriam reajustar o preço
das passagens em 14,47%. Com isso, as tarifas de R$ 1,70 passariam a
custar R$ 1,95. Segundo o procurador, os empresários também
brigavam na justiça para acabar com a gratuidade destinada a pessoas
de 60 a 64 anos que são desempregadas. “São Luís é a única
capital brasileira a conceder a gratuidade a essas pessoas que estão
desempregadas e já estão na faixa dos 60 a 64 anos. Foram
realizadas várias iniciativas: a integração do sistema de
transporte coletivo, com a construção dos terminais de integração,
que garantiram que a população circulasse na cidade pagando apenas
uma única passagem. Em 2004, na primeira gestão, a passagem aumenta
de R$1,50 para R$1,70. Depois, foi implantada em Março de 2007 o
sistema de bilhetagem eletrônica. O ex-prefeito diz que na sua
gestão não houve greve, mas teve sim, com metade da frota
circulando. E jura que não teve aumento tarifário durante 2004 e
2010. Mentira de novo. Foi concedido aumento de tarifas no nível I,
II e III no dia 13 de Maio de 2006.
Em Fevereiro de 2010, a Prefeitura de São Luís na
gestão João Castelo, condicionou um aumento médio de 21,59% na
tarifa de ônibus em São Luís à ampliação da frota em mais 300
veículos. Em agosto daquele ano, a Prefeitura afirmou que conseguiu
fazer cumprir o acordo ao serem adicionados 312 coletivos ao sistema.
Conforme os dados divulgados em pelo Município, São Luís teria
1.108 ônibus em circulação. O presidente do Sindicato dos
Trabalhadores nos Transportes Rodoviários de São Luís, Dorival
Silva, questionou essa ampliação da frota. Segundo ele, a
confirmação de que não houve um aumento real na frota de ônibus
estava no número de motoristas, fiscais e cobradores contratados
desde então. "Se há aumento da frota, tem de aumentar também
a quantidade de trabalhadores. E isso não aconteceu", frisou.
"Alguns destes ônibus foram substituídos, o que é diferente
de ampliação de frota". Dorival Silva afirmou ainda que a
quebra de ônibus é um problema vivido por muitos motoristas
diariamente. O problema é que nem sempre eles denunciam, senão é
demissão. Com o aumento de passagem determinado em 2010 pela
Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), a tarifa
nível I passou de R$ 1,10 para R$1,30; tarifa nível II de R$ 1,30
para R$ 1,60 e a integrada de R$ 1,70 para R$ 2,10. As empresas
tinham um prazo de 10 meses para cumprir o acordo. Mas os novos
ônibus terminaram de ser incorporados apenas oito meses depois do
fim do prazo.
Além de lesivo ao bolso dos usuários, o aumento foi
determinado de forma autoritária pelo prefeito João Castelo. Vale
lembrar que o aumento das passagens foi duas vezes maior do que o
recente aumento do salário mínimo, o que significa que as famílias
de São Luís terão perda real de renda. Na campanha eleitoral de
2008, o então candidato João Castelo assegurou que no seu governo
não aumentaria a tarifa dos transportes coletivos de São Luís.
Desde que assumiu o mandato em 2013, Edivaldo Júnior
tem se esquivado de manter o compromisso assumido na campanha
eleitoral de 2012, quando também afirmou que o valor atualmente
cobrado pelas empresas que operam o transporte coletivo do município
não iria aumentar. Eleito, a primeira polêmica do novo governo
começou antes mesmo da posse do prefeito, vice e do seu
secretariado. Em janeiro, o vice-prefeito de São Luís, Roberto
Rocha (PSB), afirmou em uma entrevista que, diante do que chamou de
‘crise no sistema de transporte público’, havia a urgente
necessidade de reajustar a tarifa de ônibus. Holanda Júnior fez
promessas genéricas sobre transporte e trânsito em sua campanha.
Dentre elas, a do Bilhete Único, nunca mais tratado por ele. Rocha
diz que a licitação não pode ocorrer sem o reajuste das passagens.
"Se for fazer uma licitação com tarifa de R$ 2,10 quem é que
comparece? Qual empresa no Brasil terá interesse em concorrer com
uma tarifa nesse valor? Nenhuma".
Um mês depois, no dia 11 de fevereiro, acionada por
estudantes, a promotora de Defesa do Consumidor do Maranhão, Lítia
Cavalcanti, teve de intervir ao classificar como ilegal o aumento de
23,5% no valor das passagens de ônibus, determinado pela Prefeitura
de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Trânsito e
Transportes (SMTT). Não fosse a ação rápida do Ministério
Público do Estado do Maranhão (MP/MA), a população ludovicense já
estaria pagando mais caro pela passagem de ônibus deste então. De
acordo com Lítia Cavalcanti, um aumento da tarifa pública não
podia ser justificado apenas pelo déficit orçamentário das
empresas de transporte ou pela perspectiva de aumento da frota de
coletivos da capital. Para evitar então o aumento, a prefeitura se
comprometeu a repassar, em caráter indenizatório, o percentual de
6,60% do custo total do sistema de transporte rodoviário municipal
ao sindicato das empresas de ônibus da capital. Ainda assim, há uma
semana, o SET voltou a pressionar o município para que eleve a
tarifa antes do final do mês. Segunda tarifa de ônibus mais cara da
Região Nordeste [considerada a tarifa do sistema integrado, perde
apenas para Salvador], o município pode ser a próxima capital do
País a elevar o valor da passagem, apesar da possibilidade econômica
de fazer o contrário, desde o dia 1 junho, quando a presidente Dilma
Roussef assinou a Medida Provisória 617, que zera o pagamento do
Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins) de empresas de ônibus
urbano. Em contrapartida ao SET e à prefeitura, usuários do
transporte público na capital denunciam que os empresários não
investem adequadamente no sistema, e se queixam quanto à qualidade
oferecida.
Em Março de 2015, o Procon-MA e o Ministério Público
notificaram a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT)
e o Sindicato das Empresas de Transporte (SET) de São Luís pelo
aumento nas tarifas de ônibus que entrou em vigor no último domingo
(29). O aumento não respeitou a legislação, que exige que haja
audiência pública e o decreto que autoriza o aumento não foi
publicado. Já foram 39% de aumento nos últimos nove meses. O último
reajuste havia sido anunciado em Junho de 2014, após 16 dias de
greve dos rodoviários. O valor da passagem aumentou de R$ 2,10 para
R$ 2,40 em Junho de 2014. Na ocasião, o aumento foi de 23% (R$ 0,30)
em todas as tarifas. Foi extinta a “domingueira” (desconto de 50%
aos domingos). Segundo a Prefeitura, até Março de 2015, já haviam
sido entregues 250 novos veículos como parte do Termo de Ajustamento
de Conduta (TAC).
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