NÃO
AO
REORMISMO
E
AO
“CAPITALISMO
VERDE”!
A
ALTERNATIVA
É O
CONTROLE
DA
PRODUÇÃO
PELOS
TRABALHADORES!!!
Declaração
conjunta
do
Coletivo
Lênin
e
Espaço
Socialista
Neste
mês
junho,
acontece
a
Cúpula
da
Terra
Rio+20
– oficialmente
designada
como
Conferência
das
Nações
Unidas
sobre
Desenvolvimento
Sustentável
–,
no
Rio
de
Janeiro,
Brasil.
Acontece
justamente
vinte
anos
depois
da
primeira
cúpula
histórica
do
Rio
de
Janeiro,
em
1992,
e
dez
anos
depois
do
encontro
de
Joanesburgo,
em
2002.
Este
novo
encontro,
apesar
da
maquiagem
de
“preocupação
com
a
natureza”,
não
passa
de
uma
nova
campanha
a
favor
da
ideologia
do
“capitalismo
sustentável”,
o
que
até
hoje
só
fez
progredir
a
subordinação
dos
Estados
periféricos
aos
“pacotes
ambientais”
impostos
pelo
pelos
países
imperialistas.
Como
tentativa
de
contraponto
ao
evento
oficial
da
Rio+20,
acontece
também
no
Rio,
entre
os
dias
15
a
23
de
junho
a
“Cúpula
dos
Povos
por
Justiça
Social
e
Ambiental
e
contra
a
mercantilização
da
vida”.
Trata-se
de
um
megaevento que
pretende
aglutinar
todos
os
setores
contrários
ao
projeto
expresso
na
Conferência
da
ONU,
aí
incluídos
partidos
políticos,
centrais
sindicais,
movimentos
sociais,
ONGs
e
outras
organizações
da
chamada
“sociedade
civil”,
tanto
nacionais
como
internacionais.
Um
breve
olhar
sobre
a
lista
de
entidades
brasileiras
que
participam
da
articulação
da
Cúpula
(disponível
em:
http://cupuladospovos.org.br/quem-organiza-a-cupula/),
tais
como
CUT,
CNBB,
Via
Campesina,
Jubileu
Sul,
etc.,
ou
seja,
componentes
do
que
podemos
denominar
com
muito
boa
vontade
de
“ala
esquerda
do
governo
Dilma-PT”;
já
é
suficiente
para
identificar
a
linha
política
e
ideológica
que
orienta
o
conjunto
do
evento:
uma
tentativa
de
humanizar
e
“ecologizar”
o
capitalismo.
Mas,
então,
se
o
projeto
da
Cúpula
dos
Povos
também
não
se
mostra
como
uma
alternativa
que
vá
à
raiz
dos
problemas,
o
que
tem
ela
em
comum
com
a
Rio
+
20?
Qual
é
seu
horizonte?
Quais
são
os
limites
intransponíveis
tanto
de
uma
quanto
de
outra?
Chegamos
assim
ao
limites
de
ambos
os
eventos:
a
sua
crença
na
capacidade
de
agir
por
dentro
das
instituições
do
Estado
e
de
reformá-las
para
colocá-las
a
serviço
das
mudanças
necessárias.
A
concepção
que
orienta
o
documento
preparatório
da
Cúpula,
por
exemplo,
realiza
um
imenso
exercício
de
contorcionismo
teórico
para
evitar
a
menção
do
único
processo
que
poderia
viabilizar
as
mudanças,
ou
seja,
quebrar
a
máquina
do
Estado
e
construir
novas
instituições:
a
revolução
socialista.
Primeiramente,
não
devemos
ter
ilusões
de
que
podemos
“ecologizar”
o
capitalismo.
Uma
relação
racional
entre
homem
e
natureza,
tal
como
a
causa
histórica
da
libertação
da
mulher
no
mundo
e
a
do
negro
em
países
como
o
Brasil,
não
são
integráveis
à
ordem
burguesa.
Torna-se
necessário
a
organização
de
um
programa
que
aponte
para
uma
sociedade
socialista,
que
não seja
guiada
não
pelas
“leis
de
mercado”
e
nem
por
um
pretenso
comitê
mundial
(ONU),
mas
pelas
escolhas
democráticas
dos
conselhos
organizados
pelos
trabalhadores
junto
com
os
camponeses
e
“povos
originários”.
Mas,
então,
do
que
estamos
falando?
Quais
são
as
linhas
gerais
de
uma
produção
que
torne
a
relação
do
homem
com
a
natureza
uma
relação
saudável?
Mais
do
que
simplesmente
atenuar
os
danos
causados
pelo
capitalismo,
é
preciso
repensar
a
própria
produção
de
mercadorias.
Ao
invés
de
produtos
fabricados
com
o
objetivo
de
serem
trocados
no
mercado,
precisamos
de
produtos
fabricados
com
o
objetivo
de
atender
necessidades
humanas.
A
mudança
não
é
apenas
quantitativa;
ou
seja:
“mais
bens
para
todos”,
como
promete
a
propaganda
enganosa
da
publicidade
capitalista,
mas
“os
bens
de
que
realmente
necessitamos”.
Isso
significa
que
a
real
solução
dos
problemas
ambientais
atuais
não
pode
ser
uma
realização
dos
sonhos
de
consumo
do
capitalismo;
isto
pelo
simples
fato
de
que
tal
realização
é
materialmente
inviável
e
ambientalmente
insustentável.
Uma
sociedade
emancipada
e
com
um
relação
saudável
com
a
natureza
(que
é
o
que
todos
queremos!)
não
poderá
dar
a
todos
os
seres
humanos
do
planeta
o
padrão
de
consumo
destrutivo,
por
exemplo,
da
classe
média
estadunidense,
porque
isso
simplesmente
esgotaria
o
globo
terrestre
em
dois
tempos.
Precisamos
de
uma
sociedade
emancipada
que
empregue
racionalmente
os
recursos,
o
que
significa
o
contrário
do
desperdício
irracional
da
abundância
capitalista.
É
evidente
que
o
socialismo
procurará
atender
às
necessidades
materiais,
extraindo
recursos
da
natureza
e
transformando-a,
mas
o
fará
numa
medida
compatível
com
a
capacidade
do
meio
ambiente
planetário
de
continuar
fornecendo
os
recursos
indispensáveis
à
vida
da
espécie
humana
numa
escala
de
tempo
infinita.
O
consumo
de
recursos
como
aço,
petróleo,
minérios,
madeira,
borracha,
terras
férteis,
água,
etc.,
não
será
feito
na
mesma
quantidade
e
terá
um
caráter
radicalmente
diferente,
pois
não
estará
comprometido
pelo
desperdício
individualista,
pela
poluição,
etc.
A
própria
tecnologia
para
manipulação
dos
recursos
naturais,
liberta
das
relações
de
propriedade
burguesas
e
portanto
muito
mais
avançada,
tornará
mais
fácil
o
uso
racional
de
tais
recursos.
Precisamos
de
uma
sociedade
socialista
que
necessariamente
reformule
a
própria
definição
daquilo
que
se
consideram
'os
recursos
indispensáveis
à
vida
da
espécie
humana'.
Isso
porque
precisamos
desenvolver
uma
categoria
diferente
de
objetos,
e
não
mais
os
irracionais
automóveis
individuais
e
outras
bugigangas
multiplicadas
irresponsavelmente
pelo
consumismo
individualista
burguês,
os
quais
devem
ser
substituídos
por
bens
e
serviços
de
utilização
coletiva.
Uma
sociedade
socialista
não
vai
apenas
expropriar
a
indústria
automobilística,
precisará
ir
além
e
questionar
o
pressuposto
da
atividade
desse
ramo
de
produção,
que
é
o
de
que
cada
ser
humano
do
planeta
precisa
ter
um
automóvel.
Ao
invés
disso,
será
preciso
redirecionar
as
forças
produtivas
sociais
para
atender
racionalmente
as
necessidades
humanas,
substituindo
o
automóvel
pelo
transporte
coletivo.
E
assim
sucessivamente,
em
todos
os
ramos
de
produção.
A
substituição
de
mercadorias
de
consumo
individual
por
bens
de
uso
coletivo
requer
uma
substituição
também
da
mentalidade
e
da
relação
que
os
indivíduos
desenvolvem
com
os
objetos
que
utilizam
para
viver.
Essa
mudança
da
mentalidade
e
das
relações
sociais
só
é
possível
por
meio
de
uma
transformação
profunda
que
torne
os
indivíduos
conscientes
das
suas
possibilidades
e
também
das
suas
responsabilidades.
É
a
essa
transformação
que
damos
o
nome
de
revolução.
E
essa
revolução
só
é
possível
se
partir
de
uma
base
social
concreta
que
possa
realizar
os
valores
da
coletividade
e
da
solidariedade.
Não
temos
dúvida
em
afirmar
que
essa
base
social
é
a
classe
trabalhadora,
com
toda
a
sua
diversidade
e
também
com
sua
oposição
radical
à
lógica
do
capital.
Assim,
somente
o
controle
direto
da
produção
pelos
trabalhadores
é
capaz
de
impedir
o
colapso
ambiental.
O
objetivo
supremo
dos
progressos
técnicos
não
deve
ser
o
crescimento
infinito
dos
bens,
mas
a
redução
da
jornada
de
trabalho
e
o
aumento
do
tempo
livre
de
cada
ser
humano.
Devemos
todos
dizer
não
ao
capitalismo;
dizer
não
ao
Estado;
precisamos
lutar
por
uma
produção
controlada
justamente
por
quem
tudo
produz:
os
trabalhadores!
Junho
de
2012
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