Reproduzimos aqui o balanço dos companheiros do CEDS sobre a Marcha das Vadias de Porto Alegre, dia 27/05. Nós participamos da Marcha aqui no Rio de Janeiro, mas infelizmente não conseguimos nos organizar para irmos com a FIST e com material próprio.
A Marcha das Vadias é um movimento importante de denúncia do machismo em geral, e principalmente da violência contra a mulher. Os revolucionários devem participar dela, porque a opressão da mulher é um dos pilares do capitalismo em todo o mundo.
Mas não podemos esquecer que a Marcha, como qualquer movimento espontâneo tem as suas limitações. O ponto de vista da maioria dos participantes da Marcha denuncia o machismo, mas não liga a questão da mulher com as suas bases na sociedade capitalista, que são a exploração do trabalho doméstico dentro da família tradicional e a localização das mulheres nos postos de trabalho pior pagos e mais precarizados.
Por isso, é preciso que os revolucionários dentro da Marcha e do movimento de mulheres combatam a concepção de que o problema é a contradição entre as mulheres (de todas as classes) e os homens (de todas as classes). Essa concepção é o que chamamos de feminismo pequeno-burguês, porque expressa o ponto de vista de setores de classe média dentro do movimento de mulheres.
Dentro do movimento de mulheres, apoiamos o feminismo socialista, que mostra que a opressão das mulheres está ligada à opressão de classe, e que as mulheres trabalhadoras, por viverem as duas formas de dominação, são as únicas que podem lutar até o final por uma sociedade onde não exista machismo. Para nós, essa sociedade só pode ser o socialismo.
Por isso, nós do Coletivo Lênin defendemos a luta pelas reivindicações das mulheres dentro do movimento dos trabalhadores (sindicatos, movimento sem-teto, sem-terra etc). E que as mulheres trabalhadoras participem dos movimentos de mulheres combinando as lutas imediatas com palavras de ordem transitórias, que não possam ser realizadas sem a destruição do capitalismo:
- Creches, Lavanderias e Restaurantes públicos e gratuitos sob controle da população!
- Todos os direitos trabalhistas e previdenciários para as donas de casa e empregadas domésticas!
- Contra a violência sexual! Que o movimento crie redes de solidariedade para proteger as mulheres que sofrem violência doméstica
- Fim dos estereótipos machistas na educação e nos meios de comunicação!
- Fim da terceirização, que afeta principalmente as mulheres e negros!
- Política sexual proletária! Nenhuma intervenção do Estado nas relações sexuais consensuais! Pelos direitos das prostitutas! Nenhuma censura!
- Salário igual para trabalho igual!
- Legalização do aborto em hospitais públicos
- Libertação da mulher através da revolução socialista!
Domingo, dia 27 de maio, ocorreu a Marcha das Vadias, no Parque da Redenção, em Porto Alegre, lotado do povo que aproveitava uma tarde outonal prazeirosa e radiosa de sol.
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